29 maio 2013

No final do passeio… o que fica e não devia ficar

O turismo de natureza está a conquistar cada vez mais adeptos em todo o mundo e o nosso pequeno recanto não é excepção. Praticamente todos os fins de semana, especialmente agora com o aproximar do bom tempo, podemos ver grupos, mais ou menos organizados, a calcorrear os percursos pedestres existentes em Paredes de Coura e dinamizados pelo município. A estes percursos juntam-se outros, organizados por uma miríade de associações e empresas que aproveitam as potencialidades naturais do concelho, da região, para promoverem trilhos alternativos, seja para percursos a pé, de bicicleta, a cavalo e, mais raramente, em veículos motorizados. Um nicho de mercado cada vez maior e que pode e deve ser aproveitado para potenciar a apetência turística pelo nosso concelho.

Esta situação tem, contudo, um outro lado. O lado que fica, nos montes e vales de Paredes de Coura, depois de terminados os percursos, quando todos regressam a casa ou partem rumo a outras paragens. Ainda esta semana a Associação Encostas do Corno de Bico, na sua página no Facebook, alertava para a existência de muitas fitas utilizadas na marcação de trilhos em plena área de Paisagem Protegida do Corno de Bico que, muito depois desses percursos terem sido realizados, continuavam por lá, num claro exemplo de poluição e de falta de cuidado por parte dos organizadores desses trilhos. Antes disso, no início do mês, elementos desta associação, que também organiza e promove trilhos do género mas que tem o cuidado de retirar as marcações findo o passeio, já tinham feito outra investida de recolha de fitas antigas, de outras entidades, referentes a actividades realizadas no ano passado, conforme documenta a foto.

Uma situação lamentável, que nada ajuda à beleza daquele espaço e para a qual a própria Associação Encostas do Corno de Bico indica a solução: obrigar à utilização de fitas devidamente identificadas com a indicação da entidade organizadora, de modo a que, em caso de serem detectadas no monte depois de terminadas as iniciativas, seja facilmente responsabilizado quem lá as deixou. Uma solução simples e eficaz mas que, na minha opinião, não dispensa um papel mais interventivo e fiscalizador da própria autarquia que, em última instância, é quem tem de zelar pela manutenção do bom ambiente na área de paisagem protegida, sendo que os seus funcionários também vão procedendo à retirada de fitas antigas que encontram. De qualquer das formas, enquanto não chega essa solução, é de louvar o trabalho de entidades como a Encostas do Corno de Bico, entre outras, que quando se deparam com fitas antigas espalhadas pelos trilhos não hesitam em as recolher para colocar no sítio devido: o lixo.

 

 

PS: Ao mesmo tempo que escrevo este texto, chega-me às mãos a informação de que a Comunidade Intermunicipal do Alto Minho quer certificar os trilhos pedestres desta região. Mais uma razão para se actuar junto de quem não cumpre as regras, não?

1 comentário:

  1. Toninho Esteves31 maio, 2013 14:42

    Nós, aTTascados, realizamos o nosso passeio anual no dia 20 de Abril, este ano a favor dos bombeiros voluntários também utilizamos fitas para marcação. No entanto no dia 25 de Abril foram retidas todas as fitas. Enquanto andavamos em marcação e na altura da retirada das nossas também retiramos muitas fitas de outros grupos que tinham realizado iniciativas antes da nossa.
    Fica muito mal as fitas ficarem espalhadas pelo concelho. E infelizmente cada vez há mais.
    No entanto quando se fazem os pedidos de licenciamento (se bem que há muito quem faça as actividades e não peça as devidas licenças) uma das coisas que o ICNF obriga é a retirada de tudo o que seja usado para marcação. (fital, placas, etc, etc.)
    É de louvar esta iniciativa das "Enconstas do Corno de Bico". :)

    Cmpts

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