17 outubro 2013

Ponto final

O Mais pelo Minho vai fechar as portas! À beira de completar oito anos de existência (no próximo dia 3 de Novembro), não posso esconder que é com alguma tristeza que deixo este espaço que surgiu pura e simplesmente pelo gosto de escrever. Paro agora, não porque esse gosto, esse prazer, tenha acabado, mas porque tudo na vida evolui e nesse processo evolutivo há que pesar opções: na minha balança pessoal o Mais pelo Minho deixou de ter espaço, de ter tempo, de ter disponibilidade. Visto de outra forma, poderão dizer, deixei de ter o tempo e a disponibilidade que uma boa continuação do blogue exigiria e que os leitores merecem. É a mais pura das verdades!

O Mais pelo Minho surgiu, como referi atrás, pelo gosto de escrever. E, claro, também pelo amor a um concelho, a uma região, que escolhi (há quase 16 anos!) para dar continuidade à minha vida e que, posso dizê-lo hoje com certeza, me acolheu de braços abertos. Durante oito anos contestei e reivindiquei, mas também aplaudi e agradeci. Questionei e fui questionado, critiquei e fui criticado… muitas e muitas vezes. Durante oito anos escrevi apenas e só  com uma ideia em mente: Paredes de Coura. Por muitos rótulos que me tenham tentado colar, por muitos preconceitos com que me tenham tentado identificar, por muitos insultos com que me tenham tentado atingir… Nada disso me desanimou, me colocou entraves, me fez desviar do caminho traçado pelos valores e pela educação que tive o privilégio de receber dos meus pais, e que, passe a imodéstia, julgo que continuam a ser um bom guia.

Após oito anos, fico com a ideia de dever cumprido. E por dever cumprido entenda-se a possibilidade de abrir uma porta à discussão, que se procurava serena mas que não raras vezes resvalava para o insulto gratuito, mas ainda assim uma discussão sem entraves, onde cada um podia defender as suas ideias. Fui muitas vezes apontado por permitir o anonimato dos comentários, mas tenho a certeza que foi esse anonimato que levou muitas pessoas a participar, a comentar, a opinar. Infelizmente também a insultar e a mentir. E a questionarem o porquê de os seus comentários não verem a luz do dia. Devem estar entre os quase mil que permanecem a aguardar moderação por não respeitarem os critérios que defini à partida. São critérios injustos? Talvez. Mas são os meus critérios e, mesmo que injustos, são aqueles a que quem quis comentar teve de se sujeitar. Censura? Se assim o entenderem (e tantos o entenderam). A minha consciência continua limpa.

Como o título do post sugere, este é um “ponto final”. Não é, por enquanto, um “ponto final parágrafo”. E não o é porque sinto ainda a necessidade de escrever, de participar na discussão da comunidade onde me insiro. Para já a minha escrita vai mudar-se para a página do Mais pelo Minho no Facebook, um espaço mais restrito e, também, menos exigente, nomeadamente em termos de actualizações, e para onde convido quem quiser continuar a acompanhar-me. No futuro, se surgir a oportunidade, poderei voltar à blogosfera, neste ou noutro formato, sozinho ou acompanhado por outros que se quiserem juntar.

No dia 3 de Novembro terminam as publicações no blogue. Fecham-se as portas, virtuais, dum espaço que, como tudo na internet, vai continuar a existir. Os mais de 1200 posts vão continuar disponíveis. Os quase 11 mil comentários também. À espera dum regresso, duma renovação ou dum esquecimento completo? O futuro o dirá. O meu agradecimento a todos os que durante estes oito anos passaram por aqui, seja para participar comentando, seja apenas para passar os olhos. O Mais pelo Minho é também, e sobretudo, quem o visita: vocês!

 

PS: Um abraço especial a dois companheiros que durante oitos anos foram duas referências e que, estou certo, vão continuar a marcar a blogosfera courense: Jofre de Lima Monteiro Alves e Eduardo Daniel Cerqueira. Obrigado pela vossa companhia!

16 outubro 2013

Passagem de testemunho

Tomada de posse de Vítor Paulo Pereira como presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura. Salão Nobre dos Paços do Concelho cheio para receber o novo elenco camarário e para se despedir de António Pereira Júnior

12 outubro 2013

O fecho anunciado há muito será agora?

Não é assunto novo. Há muito que se fala do encerramento do serviço de Finanças de Paredes de Coura. A situação ganhou novo destaque no ano passado, com o também anunciado encerramento do Tribunal e depois… deixou de ser notícia ou tema de conversa. Caiu no esquecimento? Não parece, e já nas semanas que antecederam a campanha eleitoral do mês passado se dava conta da intenção do Governo de fechar inúmeros serviços públicos no interior do país, com destaque para as repartições de Finanças, falando a oposição ao Governo numa acção concertada de esconder essa situação antes das eleições, eventualmente com medo do efeito que isso pudesse ter nos resultados eleitorais.

Passado que foi o dia 29 de Setembro, contudo, a notícia voltou como nunca tinha desaparecido, com a confirmação da intenção governamental e a possibilidade de encerrar, entre tantos outros, o serviço de Finanças de Paredes de Coura. Não será o único no Alto Minho, já que os nomes de Caminha, Melgaço, Ponte da barca também constam da proposta de encerramento. Uma situação que parece não apanhar de surpresa o, ainda, autarca courense, que em declarações à comunicação social desvalorizava a situação, indicando que a cobrança de impostos municipais irá passar para a Câmara.

Além disso, explica, Pereira Júnior não crê num encerramento total do serviço. Uma ideia que vai ao encontro do que tem sido veiculado nos últimos tempos, em que se fala na substituição dos actuais serviços de Finanças por outros de menores dimensões, ou seja postos de atendimento onde os utentes podem encontrar informações sobre os serviços da Autoridade Tributária. Ao ouvir isso, contudo, não posso deixar de recordar outras promessas antigas de reorganização de serviços que passavam, por exemplo, pela criação em Paredes de Coura de uma Loja do Cidadão, à semelhança da que já existe em Ponte da Barca, por exemplo. Uma promessa antiga que, contudo, ainda não viu a luz do dia. Será desta… o fecho ou a abertura?

03 outubro 2013

Estes já foram

Ao contrário do que aconteceu há quatro, em que ainda por cima tivemos eleições autárquicas e legislativas, e tivemos de aguentar os cartazes dos candidatos durante semanas após o acto eleitoral, este ano parece que as coisas vão ser diferentes. Pelo menos da parte do PSD que, logo no dia seguinte às eleições, retirou todos os seus cartazes das ruas. Dos da CDU também já pouco resta, fruto do mau tempo dos últimos dias. Os do PS, compreensivelmente (como escrevi, aliás, há quatro anos), permanecem, muitos deles com uma mensagem de agradecimento aos eleitores.

02 outubro 2013

O primeiro dia… é dia 15 de Outubro

A tomada de posse de Vítor Paulo Pereira como novo presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura já tem data marcada. No próximo dia 15 de Outubro, terça-feira, pelas 15 horas, nos Paços do Concelho, toma posse o vencedor das eleições do passado domingo. Se não houver surpresas de última hora, a composição da Câmara para os próximos quatro anos, é a que se indica abaixo.
Vítor Paulo Pereira (presidente)
Tiago Cunha
Maria José Moreira
Décio Guerreiro
Helena Ramos

30 setembro 2013

Autárquicas – O dia seguinte

noite eleitoral 1

Vinte e quatro horas passaram desde que a população de Paredes de Coura resolveu confiar a Vítor Paulo Pereira os destinos do concelho durante os próximos quatro anos. O rapaz dos “Boucabaca”, como o mostrou um jornal nacional numa reportagem de Verão, que uma geração conheceu como um dos organizadores do Festival de Paredes de Coura, e que nos últimos anos encontrou na política, na política em nome de Paredes de Coura, refira-se, uma outra paixão, soube conquistar um eleitorado que há vários mandatos confiava a presidência da autarquia a uma mesma pessoa. A mesma pessoa que sai, agora, ciente de ter encontrado substituto à altura naquele que foi, nos últimos quatro anos, seu chefe de gabinete.

Vítor Paulo Pereira é, face aos resultados de ontem à noite, o grande vencedor das eleições autárquicas. É certo que não conseguiu superar os valores do seu antecessor em 2009, mas ainda assim conseguiu mais votos que Pereira Júnior em 2005 e 2001. E, obviamente, conseguiu mais votos que o seu adversário directo, Décio Guerreiro, repetente de quatro eleições autárquicas.

Décio Guerreiro é, aliás, o principal derrotado de ontem. Se o PSD, a nível das freguesias até subiu, Décio Guerreiro, na sua quarta tentativa de chegar à presidência da autarquia courense, logrou conseguir ainda menos votos que o seu colega de partido, José Augusto Sousa, em 2009, ano em que fez uma retirada estratégica e optou por concorrer apenas à assembleia municipal. Mas Décio Guerreiro também obteve menos votos que em 2001 e 2005, ano em que ficou a “meros” 625 votos de Pereira Júnior. Se Décio Guerreiro julgava que, com a saída de Pereira Júnior, o caminho estaria facilitado, ontem à noite viu os eleitores trocarem-lhe as voltas. Resta saber se vai, agora, assumir mais uma vez o seu lugar de vereador, ou se se retira de cena, deixando a oposição entregue a Helena Ramos e Janine Soares.

No lote de derrotados das eleições de ontem surgem também outros nomes, desta feita socialistas. Joaquim Felgueiras Lopes e Etelvina Montenegro, que só puderam participar na corrida por concorrem a freguesias alvo de reorganização administrativa, e depois duma passagem pelos tribunais para esclarecer a situação, foram dois dos grandes derrotados da noite. O primeiro perdeu Resende e Paredes de Coura para um estreante nas lides políticas, Fernando Fernandes, outro dos vencedores da noite, que o PSD foi buscar a Resende para liderar a união de freguesias. A pequena margem com que Joaquim Felgueiras Lopes venceu na sua freguesia de origem não foi suficiente para compensar a pesada derrota que trouxe de Resende e o saldo final traduziu-se na passagem destas freguesias, ambas PS, para o PSD.

Também Etelvina Montenegro viu os eleitores da união de freguesias de Cossourado e Linhares negarem-lhe um quarto mandato. Aqui, o obreiro da mudança foi Amândio Pinto, outro vencedor, homem que há quatro anos roubou Linhares aos socialistas e ali implementou um ambicioso projecto de desenvolvimento rural que granjeou cópias e apoios um pouco por todo o lado. O homem que era apontado como exemplo a seguir por Décio Guerreiro, mostrou que o seu projecto é capaz de conquistar os mais cépticos, incluindo grande parte do eleitorado socialista de Cossourado, a que Linhares se juntaria por imposição legislativa. Mais abaixo no mapa territorial do concelho, destaque também para a vitória de António José Alves, que conquistou para o Partido Socialista um bastião social-democrata de longa data, Romarigães. Ali ao lado, troca em sentido contrário, com o social-democrata David Saraiva a roubar Rubiães aos socialistas.

A fechar o lote de vencedores, João Paulo Alves, actual e futuro líder da bancada da CDU na Assembleia Municipal de Paredes de Coura, que retirando votos a PS e PSD, conseguiu aumentar a votação da coligação para aquele órgão autárquico. Ficou-se, contudo, pelos votos, já que a representação da CDU vai continuar limitada a dois elementos, mas o salto dado é merecedor de destaque. Em contraste, aliás, com os resultados da CDU para a Câmara, onde Celina Sousa logrou conseguir apenas mais 11 votos que os candidatos da coligação às três juntas de freguesia a que concorriam.

resultados finais pcoura