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03 julho 2012

Unanimidade à força

Não sei se o problema é dos jornalistas, por falta de atenção, se é de quem transmite a informação, numa tentativa de dourar a pílula, mas o certo é que as coisas são o que são e, quando são públicas, não há como negar as evidências. Isto a propósito da última sessão da Assembleia Municipal de Paredes de Coura e do voto de protesto que ali foi apresentado, contestando as medidas reformistas do Governo e a intenção de encerrarem o tribunal e retirarem a SIV que prestava serviço no concelho, entre outras coisas.
É que, por muito bonito que seja dizer ao mundo que daquela assembleia, que reúne três forças políticas diferentes, saiu uma posição unânime a contestar a acção do Governo, a realidade (dura e triste, sobretudo triste, mas sempre realidade) é que a proposta do Partido Socialista não colheu a unanimidade dos votos. Não é o que se lê nas notícias, aqui, ali e também acolá, mas foi o que aconteceu de facto. Deveria, e poderia, ter sido aprovada por unanimidade (e se calhar assim pensou quem a fez), mas houve alguém que não alinhou com os outros e vá de se abster na votação. E, graças à abstenção do social-democrata João Cunha, lá se foi a unanimidade que todos noticiam! Unanimidade… só se for à força!
Já agora, e a propósito do estado da saúde (e não só) em Paredes de Coura, dei de caras com um post no blogue Escavar em Ruínas, do amigo Jofre Alves, onde se reproduz uma petição do povo de Gondelim, Valença, que reclamava melhores cuidados de saúde e acessibilidades, entre outras prioridades. Ainda não tem 40 anos e, para a época, era já uma situação de excepção, mas retrata uma realidade que, em muitas coisas, quase faz lembrar a actualidade no nosso concelho, onde se deixam fechar as coisas praticamente sem luta e depois, ainda por cima, se vai bater à porta errada a reclamar.

27 junho 2012

Um concelho (cada vez mais) sem saúde

Dois anos depois do encerramento das urgências nocturnas no centro de saúde, parece que a Câmara Municipal de Paredes de Coura acordou, finalmente, para a necessidade de ter cuidados de saúde ao serviço dos seus munícipes. E tudo porque a ambulância SIV (Suporte Imediato de Vida) que desde essa altura estava atribuída a Paredes de Coura, aqui passando a noite para tentar dar alguma resposta em caso de emergência, vai deixar de fazer serviço no concelho, já partir do próximo domingo. O assunto já tinha sido abordado, na assembleia municipal (AM) de Abril pelo social-democrata Olímpio Caldas, mas na altura o presidente da Câmara desconhecia o assunto. Ontem, em nova sessão da AM courense, a situação já era diferente.

A saída da SIV, a par do prometido encerramento do tribunal e da ameaça de ver o centro de saúde fechar mais cedo nos meses de Julho e Agosto por falta de médicos (situação entretanto colocada de parte pelo próprio centro de saúde) motivou agora a apresentação de um voto de protesto por parte do grupo municipal do PS. O panorama traçado, que apontava para a condenação do mundo rural em resultado das políticas do Governo, foi o ponto de partida para uma discussão de mais de hora e meia, com Décio Guerreiro a manifestar também a sua preocupação e a sugerir que, como alternativa à SIV, se exigisse a comparticipação de um enfermeiro para prestar serviço nocturno nos bombeiros, em parceria com a ambulância do INEM ao serviço da corporação courense. No final, contudo, a proposta acabaria por não avançar, por entender a assembleia, que não seria uma boa opção surgir com essa possibilidade na reunião que a autarquia courense vai ter, no início da próxima semana, com a Unidade Local de Saúde do Alto Minho. Até José Augusto Caldas, vereador do PSD, advertiu o líder da sua bancada que aquela não era a melhor opção para enfrentar uma negociação. “Se estivesse aí (na bancada social-democrata da AM) mandatava o presidente da Câmara para discutir este assunto, mas irmos para essa discussão a admitir que podemos perder, é uma má posição negocial”, explicou o vereador.

Do lado do PSD, pela voz de Olímpio Caldas, viriam ainda mais algumas críticas à proposta de Décio Guerreiro, nomeadamente no que respeita à eficácia da SIV e a sua substituição pelos bombeiros. “Temos sete bombeiros credenciados, mas seis deles são voluntários”, explicou, o que na prática significa, como adiantaria a seguir, que “temos uma ambulância INEM devidamente equipada, mas não temos bombeiros” para assegurarem o seu funcionamento a nível profissional. Olímpio Caldas, colocaria ainda o dedo na ferida, lembrando que “a SIV não garante assim tanto como isso" e que “nada substitui a urgência”.

Já Rosalina Martins, do Partido Socialista, lembrou que existe um protocolo assinado entre a Câmara de Paredes de Coura e o Ministério da Saúde, aquando do encerramento do serviço de urgências nocturnas,  que previa a existência da SIV no concelho, e que deste modo o protocolo não estará a ser cumprido. O que levou Décio Guerreiro a dizer que não se importa que acabem com o protocolo, porque “se a SIV veio com o fecho das urgências, que levem a SIV e reabram as urgências”, situação que Pereira Júnior diz estar fora de hipótese. A actuação do presidente da Câmara no processo do encerramento das urgências viria também a ser atacada por João Cunha, outro social-democrata, que criticou a forma como o autarca courense tem lidado com estas situações, do fecho das urgência ao encerramento do tribunal. “Tem sido a sua serenidade que tem resultado nisto tudo”, acusou, aconselhando Pereira Júnior a “não discutir, não negociar, a reivindicar”. Por último, deixou ainda a sugestão de que se aproveite a viagem de amanhã a Lisboa, para a concentração em frente ao Ministério da Justiça, e se “desvie o autocarro para o Ministério da Saúde. Preciso mais do centro de saúde do que do tribunal”, concluiu o deputado municipal do PSD. Curiosamente, na hora da votação do voto de protesto socialista, João Cunha foi o único membro da AM a abster-se, quando todos os outros votaram a favor.

06 janeiro 2012

Andamos tão à frente…

 

Centros de saúde vão fechar mais cedo – notícia do Jornal de Notícias

Afinal o Centro de Saúde de Paredes de Coura está adiantado no tempo. É que, apesar de só agora o Ministério da Saúde estar a preparar o encerramento destes equipamentos mais cedo do que o habitual e até ao fins de semana, por cá já há algum tempo que, a partir das 20 horas, mesmo com a porta aberta, não há consultas para ninguém. Andamos tão à frente…

19 novembro 2011

Não há enfermedad que nos aflija!

25092010459O Centro de Saúde de Paredes de Coura, diz a última edição do Notícias de Coura, está prestes a perder mais um médico, no caso o actual responsável daquele equipamento, Dr.. Queirós Monteiro. Nada que nos preocupe, contudo, porque parece que quem manda nestas coisas da saúde já tem tudo previsto. É que, apesar do Centro de Saúde courense ficar reduzido a cinco médicos, de cada vez mais utentes ficarem sem médico de família e de se caminhar a passos cada vez mais largos para o encerramento cada vez mais cedo daquele equipamento, já há alternativa programada: vamos todos às urgências em Espanha!

12 outubro 2011

Mentira descarada e obscena

O horário afixado na entrada do Centro de Saúde de Paredes de Coura é um enfeite. Apenas e só um enfeite. Uma mentira descarada a todos os que ali se dirigem. De nada vale. Nada significam as indicações ali escritas. E porquê? Porque de nada adianta informar os utentes que o Centro de Saúde funciona, de segunda a sexta, até às 22 horas, quando a partir das 20 horas não há médico disponível e a consulta aberta está fechada.

E o que dizer aos utentes que, ainda antes das 19 horas, ficam desde logo a saber que não serão atendidos, não porque não haja tempo, mas simplesmente porque não há médico a partir das 20 horas? Depois vemos, como ontem, meia dúzia de utentes que são obrigados a deslocar-se a Ponte de Lima e a entupir as urgências, quando o caso que os levou ao centro de saúde era um caso típico de consulta aberta. A tal que, devendo funcionar até às 22 horas, fecha duas horas antes por indisponibilidade dos médicos.

O mais certo é, mais dia menos dia, o centro de saúde fechar definitivamente às 20 horas, nos dias de semana. Contrariando tudo o que prometerem aos utentes aquando do encerramento que, em minha opinião, não mereceu da parte da autarquia o envolvimento devido. O “aguardar para ver” resultou no esquecimento de todas as promessas e no degradar do serviço que é prestado aos utentes de Paredes de Coura. Agora, resta-nos aguardar para ver até que ponto é que as coisas podem piorar ainda mais!

15 junho 2011

Sai um para cada freguesia

CIMG2058O presidente da Junta de Freguesia de Porreiras diz que está farto de esperar pela Segurança Social para a abertura de um centro de dia na freguesia e pondera mesmo esquecer o apoio daquele organismo e abrir uma estrutura apenas a expensas da autarquia local. Está no seu direito, claro, e as justificações que a apresenta, nomeadamente o envelhecimento da população local, são mais que válidos. Só que, se calhar, o problema não é tanto o facto de estar há dez anos à espera de uma resposta positiva. Se calhar o problema é o querer criar um equipamento social exclusivo para a sua freguesia, quando poderia participar num projecto comum para a criação de um centro de dia que poderia servir outra(s) freguesia(s) vizinha(s).

É a velha história dos polidesportivos espalhados pelas freguesias a voltar ao de cima. Todos os queriam, todos os tiveram, mas agora a utilização é reduzida. Balanço final: melhor teria feito a Câmara de Paredes de Coura se tivesse optado por construir apenas meia dúzia de polidesportivos em localizações estratégicas. Agora a situação é semelhante, mas com os centros de dia a estarem no topo da lista de exigências dos autarcas. E, recorde-se, Porreiras não é o único caso nestas condições!

30 março 2011

Assim se vê, a força… da nossa saúde (3)

Afinal, não é só o PCP que aparece preocupado com o estado da Saúde no Alto Minho. Agora, também o Bloco de Esquerda aparece a garantir apoio à luta da população de Valença contra o encerramento, há um ano, do SAP local. É legítimo este apoio, mas questiona-se: porquê agora?

De qualquer das formas, atrasado ou não, há que aproveitar a onda e, porque não, incluir no mesmo pacote de contestação o encerramento de outros SAP’s, nomeadamente, claro está, o de Paredes de Coura. E já agora, aproveitando o momento actual e a moda que parece ter surgido com o pedido de demissão do primeiro-ministro, porque não levar o assunto ao Paramento e, quiçá, pedir a revogação do despacho do Ministério da Saúde que ditou os encerramentos. Se, para outras coisas, se está a anular no Parlamento o trabalho feito antes, porque não também nestes casos?

23 março 2011

Assim se vê, a força… da nossa saúde (2)

Dentro do mesmo tema deste post, a saúde, as notícias dão-nos conta de que, um ano depois, a situação no Centro de Saúde de Valença está caótica. Um ano depois do encerramento das urgências nocturnas, está bom de ver!

Assim se vê, a força… da nossa saúde

25092010460Ou da falta dela, seria o mais acertado. Não necessariamente da saúde física em si, mas dos meios que o Estado coloca à nossa disposição para, precisamente, zelar pela nossa saúde. Por cá, por Paredes de Coura, há muito que se sabe que o que temos não é o ideal (nem sequer o que nos foi prometido, mas isso é outra história) e quando o SAP fechou e o Centro de Saúde local reduziu drasticamente o horário de atendimento, as coisas não ficaram melhores.

Uma situação que só piorou com a saída de um dos clínicos que ali prestava serviço, o que deixou vários utentes sem médico de família. Um cenário que parece já ter alertado o PCP, que na semana questionou, por duas vezes, o Governo sobre a situação actual da prestação de cuidados de saúde no distrito de Viana do Castelo, incluindo nesse pacote de questões algumas relacionadas com o Centro de Saúde de Paredes de Coura, nomeadamente sobre o número de médicos e enfermeiros que ali trabalham e ainda sobre o número de equipamentos existentes no concelho.

As questões dos comunistas, que, recorde-se, não têm qualquer deputado eleito pelo distrito, visam ainda obter conhecimento sobre o número total de utentes abrangidos pela unidade de saúde courense, com e sem médico de família atribuído. Aguardemos, agora, pelas respostas do Ministério da Saúde relativamente às perguntas formuladas sobre o estado de saúde da saúde em Viana do Castelo. A ver se a resposta vem ou se, como tem sido tradição, as questões ficam esquecidas lá para os lados da Avenida João Crisóstomo.

PS: Mesmo sem um deputado eleito pelo distrito, o PCP não esquece os problemas do distrito. Mas, mesmo sem um deputado, bem que podia ter mais conhecimento da região. É que, ao contrário do que diz a pergunta comunista logo no início, o distrito só tem 10 concelhos e não os 18 que o PCP aqui quer meter à força.

27 janeiro 2011

Finalmente, alguém com bom senso!

COURA - Associação dos Bombeiros Voluntários considera que a SIV veio prejudicar e "substituir" o trabalho dos bombeiros – notícia da Rádio Vale do Minho

Custos desnecessários e meios que não são utilizados quando o poderiam ser. Finalmente alguém com bom senso a dizer que o facto de termos um ambulância de Suporte Imediato de Vida no concelho não são só vantagens. Mais mais haveria para criticar, a começar pela redução do horário do Centro de Saúde, encerrado que foi o SAP. E lembrar que nem tudo o que foi acordado foi cumprido, por este ou por aquele motivo, uns mais válidos que outros. Promessas, é o que é!

20 janeiro 2011

É o que temos!

25092010459

O tema que se segue é recorrente por estas bandas. Infelizmente! É que, não sei porquê, mas sempre que tenho necessidade de me deslocar ao Centro de Saúde de Paredes de Coura, quase que venho de lá mais doente do que quando entrei, mesmo quando nem sequer era eu o doente a assistir. Longas horas de espera têm o condão de me fazer sentir doente, vá-se lá saber porquê.

Na minha última visita ao Centro de Saúde só precisei de esperar pouco mais de duas horas para ser atendido. Coisa pouca disse-me depois quem conseguiu ultrapassar a barreira das três horas. Ah! E eu a pensar que tinha, finalmente, conseguido atingir um qualquer recorde.

Vistas bem as coisas, até que não foi mau de todo. Só tenho pena que não me tivesse precavido. É que, talvez por já não estar habituado a estas coisas de longas demoras no Serviço Nacional de Saúde, não estava preparado para a espera . Se estivesse podia ter aproveitado para, imagine-se, preencher o meu IRS ou satisfazer aquela minha vontade de reler “Guerra e Paz” enquanto aguardava na sala de espera do Centro de Saúde. Mas não, não levei os papéis com a contabilidade do ano passado nem a obra prima de Tolstoi e por isso limitei-me a esperar.

Que remédio, diziam-me. Pois, que remédio temos quando isto é o que temos por cá, por Paredes de Coura? Pois que deixamos fugir as urgências nocturnas, primeiro, e o serviço de atendimento permanente, logo, logo a seguir. Ficamos com uma consulta aberta que parece não dar vazão a quem a procura o que origina esperas de, ora deixa cá ver, mais de duas horas. Longe vai aquela noite fria e chuvosa de Abril onde duas dezenas de courenses e outisider’s se manifestaram pela manutenção do serviço de atendimento permanente, perante a indiferença (desdém até?) dos poderes instalados. Da manifestação resta apenas um papel afixado na porta do Centro de Saúde (que, realce-se, já nem sequer maçaneta tem) a anunciar o horário reduzido de atendimento. Pena que não seja tão reduzido como o tempo de espera da consulta aberta.

 

PS: Apesar de tudo, ainda há quem se preocupe com o bem estar dos doentes que acorrem ao Centro de Saúde. No meio disto tudo, valha-nos ao menos o bom serviço desses profissionais.

29 setembro 2010

Aprender a partilhar? (actualizado)

25092010459Está quase no fim o prazo anunciado pela Administração Regional de Saúde para que a prometida ambulância de Suporte Imediato de Vida chegue a Paredes de Coura. Mas, ao que parece, para bem de uns, que sofram os outros. É que, segundo consta, o equipamento que vem para Paredes de Coura é o que se encontra actualmente em Ponte de Lima, concelho que, desta feita, ficará sem ele durante o período nocturno.

A boa educação manda que se promova a partilha, mas não será demasiado? Abel Baptista, deputado do CDS-PP, também acha que sim e apresentou hoje na Assembleia da República o seguinte pedido de esclarecimentos à Ministra da Saúde:

É noticia dos meios de comunicação social de que Paredes de Coura irá finalmente ter a ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) há muito prometida e protocolada com a autarquia local.

A informação é de que esse equipamento será colocado em Parede de Coura ainda esta semana.

Esta é uma noticia que só peca por tardia, considerando que o Ministério da Saúde há muito que já deveria ter cumprido esta parte do protocolo celebrado, pelo menos desde o momento em que encerrou o Serviço de Apoio Permanente (SAP) daquele concelho.

Mas poderia dizer-se que mais vale tarde que nunca.

Porém as preocupações junto de profissionais do INEM e de profissionais de saúde está instalada a partir de informações internas que a confirmarem-se serão mais um embuste para as populações.

É que parece que esta SIV que irá para Paredes de Coura, apenas irá funcionar entre as 20H00 e as 08H00 e será deslocada de Ponte de Lima para aquele concelho, ficando o concelho de Ponte de Lima privado daquele serviço, na forma como vem sendo feito, no período correspondente.

É evidente que espero eu e as populações dos concelhos de Paredes de Coura e de Ponte de Lima que esta informação não seja correcta, isto é, que seja falsa. É que as informações que sempre foram dadas, nomeadamente na Comissão de Saúde, na assembleia da República, era a de que o protocolo celebrado com as autarquias locais do Alto Minho seria cumprido e não consta em nenhuma cláusula este tipo de partilha.

Assim, e ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, venho requerer através de V. Ex.ª, à Ministra da Saúde, resposta às seguintes perguntas:

1 – A ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) a colocar no concelho de Paredes de Coura permanecerá ai 24H00 por dia?

2 – Não será deslocada nenhuma SIV de um concelho para outro durante o período nocturno?

3 – Quantos serão os profissionais de saúde afectos à SIV a colocar em Paredes de Coura?

4 – Qual o número de registos médios de saídas de SIV a nível nacional e no concelho de Ponte de Lima?

Palácio de São Bento, 29 de Setembro de 2010.

A ver se consegue resposta ou se, à semelhança do que aconteceu noutras ocasiões com interpelações dos municípios, por exemplo, a titular da pasta da Saúde opta pelo silêncio.

Entretanto, também o presidente da Câmara de Valença está preocupado com a possibilidade de ser retirada àquele município a ambulância SIV que ali está estacionada. Ao que parece o equipamento tem sido pouco utilizado por aqueles lados. Pudera! Quem é que acha que, em circunstâncias normais, uma ambulância de Suporte Imediato de Vida substitui o atendimento no centro de saúde?

Actualização a 30/09/2010 – A SIV sempre chegou, ontem à noite, a Paredes de Coura e o presidente da Câmara diz que não há qualquer polémica por causa de ser partilhada com Ponte de Lima. Será que os utentes de Ponte de Lima pensam da mesma maneira?

08 setembro 2010

Promessas perdidas

Festas do Concelho 2010 (2) É uma das “qualidades” que facilmente se associa a um político: a capacidade para prometer, principalmente prometer mais do que se pode cumprir ou, melhor ainda, prometer sem se preocupar quando e se lhe vai ser cobrado o prometido. O problema das promessas dos políticos não está apenas naquilo que prometem só para calar quem os escuta, mas está, acima de tudo, naqueles que acreditam, porque só lhes resta acreditar, que eles vão cumprir o que promete.

É claro que a generalização que aqui faço não se aplica necessariamente a todos os políticos mas, convenhamos, encontrar um político que se preocupa com o que promete é mais difícil que encontrar um rato numa cozinha acabava de inspeccionar pela ASAE. E, infelizmente, nos tempos que correm, as promessas por cumprir são tantas que não é preciso grande esforço para dar de caras com mais uma.  Em Paredes de Coura, por exemplo, basta passar defronte do Centro de Saúde para nos lembrarmos de mais uma promessa perdida. Há cerca de meio ano, quando foi decretado o encerramento nocturno, fui um dos que tomei as dores do fecho daquele serviço e desde logo critiquei o desrespeito com que o Ministério da Saúde viria a tratar os utentes do concelho. Seis meses volvidos, eis que o que foi prometido parece esquecido: por um lado o horário de funcionamento é cada vez mais reduzido e, a fazer fé no que se lê na última edição do Notícias de Coura, está limitado a meio dia; por outro lado, o que foi prometido em alternativa continua sem dar as caras pelo concelho, não obstante as notícias recentes que garantem a vinda da ambulância de Suporte Imediato de Vida ainda no decorrer deste mês.

É esperar para ver, como costumo dizer, Esperar e ver se, desta vez, o Ministério que faltou à palavra firmada e assinada, cumpre a sua última promessa. Não que faça muita diferença face ao cenário global de que já muito se falou, mas, nos tempos que correm, é sempre bom ver alguém honrar a sua palavra.

04 agosto 2010

Lixo estival

foto lixo cossourado

Sempre ouvi dizer que em terras marcadas pela emigração, a população quase duplica no Verão. Paredes de Coura não será excepção à regra e, não apenas por causa da componente emigrante, mas também devido à realização do Festival, o concelho atinge nas últimas semanas de Julho e nas primeiras de Agosto, números populacionais com que só pode sonhar durante o resto do ano.

Mas, no Verão, há situações que em nada contribuem para a qualidade de vida em Paredes de Coura. Veja-se o que aconteceu na semana passada com a recolha de lixo em algumas zonas do concelho. Uma simples viagem por alguns pontos do concelho, no final da semana passada e já no início desta, deu para observar várias imagens como a que ilustra este post. Contentores a acumularem lixo (dentro e fora), numa clara demonstração de que, se fora deste período uma passagem semanal do camião de recolha é suficiente, nesta altura do ano, com o crescimento significativo dos residentes, essa volta semanal não chega para dar vazão ao lixo produzido que, como é de esperar, aumenta ao mesmo ritmo que o número de habitantes.

Como é óbvio, não se pode pedir a ninguém para, com este calor, manter o lixo em casa à espera da recolha semanal, mas por outro lado, ao estar depositado dias a fio na rua, não será também esta uma situação que atenta à saúde pública? É certo que, por esta altura, os serviços municipais estão a meio gás, mas creio que uma melhor adaptação dos serviços iria certamente ajudar a minimizar esta questão. Ou isso ou uma redefinição de prioridades…

22 julho 2010

A notícia que se esperava

O Festival de Paredes de Coura é já para a semana e com ele chega uma notícia já esperada, a de que o Centro de Saúde de Paredes de Coura volta a funcionar 24 horas por dia, depois de em Abril último ter fechado as portas no período nocturno. E esta era uma notícia esperada porque se trata de uma das cláusulas do protocolo firmado entre a autarquia courense e o Ministério da Saúde, em 2007.

Isso mesmo afirmou o presidente da Câmara que, além dos quatro dias do Festival de Paredes de Coura, quer alargar esta abertura excepcional também já ao próximo fim de semana, altura em que decorre por cá o Festival Jota. E porque não também às Festas do Concelho, pergunto eu? Não serão tantos os milhares de visitantes como no Festival, mas são mais, muitos mais, que os utentes habituais do Centro de Saúde.

Ah! E já agora, aproveito para lamentar… que esta seja a única cláusula do protocolo de 2007 que o Ministério da Saúde se digna a cumprir, já que, a fazer fé em notícias vindas a público na comunicação social esta semana, nem sequer o horário supostamente alargado até à meia-noite (ou até às 22 horas), parece que consegue cumprir.

21 julho 2010

A notícia que se repete

26072009166

Tem sido assim nos últimos anos. Chega a altura do festival e sucedem-se as notícias sobre a qualidade das águas do Coura na praia fluvial do Taboão. Este ano, sinceramente, nem sequer estava à espera que notícias deste género aparecessem, uma vez que a praia já estava fora do roteiro nacional de zonas balneares e, por isso mesmo, interdita a banhos. Mais eis que, afinal, há “dados contraditórios” e a notícia surge.

É que embora oficialmente a praia esteja interdita a banhos, a Câmara Municipal de Paredes de Coura contratou, e bem, os serviços de um laboratório para fazer análises periódicas às aguas do rio naquela zona. Ao mesmo tempo, também o Centro de Saúde realiza análises às águas do Rio Coura. O que é curioso é que, respeitantes a um mesmo período, as duas análises dão valores diferentes e enquanto as da Câmara asseguram a qualidade dos banhos, as do Centro de Saúde acusam, como no ano passado por esta altura, a presença de salmonelas no rio.

Uma situação “intrigante”, considera o presidente da autarquia courense, que deixa ao critério dos utentes da praia fluvial do Taboão a ida ou não a banhos, informando-os dos resultados das análises feitas. Mas… quais análises? As boas ou as más? Ou será que vão afixar as duas e depois os banhistas optam por respeitar as que lhes merecerem melhor consideração.

Independentemente desta situação, não nos podemos esquecer que são as análises feitas pelo Centro de Saúde que servem de base à posterior classificação do Taboão como zona balnear. Ora, se os resultados são os que surgem agora na comunicação social, afinal parece que nem tudo está tão controlado como se defendia há uns tempos.

29 junho 2010

15 abril 2010

Outsider

 

“Confrontado com este protesto, António Pereira Júnior adiantou à Rádio Vale do Minho que não vai estar presente, porque esta vigília não está a ser organizada por uma courense, "ninguém a conhece como se fosse de cá e portanto fica-se na expectativa que é uma outsider que vem aqui fazer uma manifestação” 

Contextualização. Estupefacção. Indignação. Telhados de vidro. Reconhecimento.

Primeiro a contextualização. Pereira Júnior, presidente da Câmara de Paredes de Coura, comentava, aos microfones de uma rádio local, a vigília que vai ser levada a efeito no próximo sábado, como forma de protesto pelo encerramento do SAP no período nocturno. Uma vigília que, como já aqui abordei, foi convocada por Sandra Barros, cidadã portuguesa, que paga impostos e não aceita o encerramento do serviço nocturno do SAP de Paredes de Coura, como a própria assina o panfleto que distribuiu, por email e também por mão própria. Inclusivamente foi das mãos da própria subscritora que o  autarca courense recebeu o panfleto que convida à participação na vigília de sábado.

Estupefacção. Pereira Júnior, presidente da Câmara de Paredes de Coura, até podia fazer este comentário no recato de uma qualquer conversa privada, mas…  num órgão de comunicação social! Não sou advogado de defesa de ninguém e tenho a certeza que a Sandra Barros é capaz de, por si própria, responder ao autarca courense e explicar-lhe os motivos do seu protesto, mas as palavras do presidente da Câmara causaram-me alguma surpresa. Pela forma e pelo conteúdo.

Indignação. Pereira Júnior, presidente da Câmara de Paredes de Coura, até nem tem a culpa, mas infelizmente este tipo de discurso já não é novidade  para mim, vindo de outros lados.  A ideia de que só quem é courense, ou pelo menos conhecido em Coura, é que tem algo válido a dizer.  É que, tinha-me esquecido, eu também não sou natural de Paredes de Coura, apesar de, por aqui residir há mais de dez anos e de, pasme-se, me considerar courense. Não sei se é por ter decidido aqui criar a minha família, ou se por ter optado por aqui residir e aqui pagar os meus impostos, alguns dos quais para a própria Câmara de Paredes de Coura. Ou se é simplesmente por ter abraçado Paredes de Coura como “a minha terra” e querer para este concelho tudo o que ele tem direito, participando no que ele tem para me oferecer e oferecendo-lhe o que tenho para partilhar.

Telhados de vidro. Pereira Júnior, presidente da Câmara de Paredes de Coura, não se pode esquecer também, que  não se deve atirar pedras quando se tem telhados de vidro. É que os seus dois colegas de partido na vereação da autarquia também não são courenses “de gema” e inclusivamente a sua escolha foi alvo de críticas por isso mesmo na última campanha eleitoral. Digo hoje, como já disse em Outubro a quem criticou publicamente a sua escolha, que a origem não importa, o que conta é a vivência, e tanto faz ser de 20 anos como de 20 meses. É o sentimento de viver numa terra que queremos como nossa, mesmo que não tenha sido aquela que nos viu nascer. E basta olhar à nossa volta para ver, em sectores tão distintos como a saúde, a educação, o comércio, a indústria e, inevitavelmente, a política, muitos courenses “importados” que adoptaram este concelho como seu.

Reconhecimento. Estou certo, contudo, que as palavras de Pereira Júnior, presidente da Câmara de Paredes de Coura surgiram no calor do momento, mais preocupado que a vigília de amanhã prejudique as negociações concluídas em 2008 do que outra coisa qualquer. Mais tarde, mesmo que reconheça as pessoas, esperemos que não tenha de reconhecer que, se calhar, a boa fé que o caracteriza não tem reciprocidade por parte do Ministério da Saúde. A ver vamos.