29 dezembro 2009

Sinais… que faltam

placas parque pesca

À primeira vista o sinal pode ser enganador. Não, ao contrário do que possa parecer, não estamos em Paredes de Coura, nem o sinal indica o Parque de Pesca do Xisto, em Insalde. A fotografia em questão foi tirada em Ponte de Lima e indica o parque de pesca de Arcozelo, aberto há pouco mais de um mês.

No entanto, em Ponte de Lima, ao contrário do que acontece em Paredes de Coura, a abertura foi seguida de um investimento na sinalização daquele espaço, aproveitando a confluência de vias de comunicação existentes no concelho. E assim, é ver nas várias entradas de Ponte de Lima as placas que indicam o melhor caminho para o novo equipamento de lazer.

Desconheço quem fez tal investimento, se o proprietário, se o município, interessado em atrair utentes àquele espaço. Uma coisa é certa: tendo em contra que estamos perante placas colocadas em estradas nacionais e municipais, houve, no mínimo, uma autorização por parte do município e, principalmente, das Estradas de Portugal, o que não é fácil de obter por um qualquer particular. O que também  é certo é que, como é hábito dizer-se, quem não é visto, não é lembrado, e pelos lados de Ponte de Lima não faltam “lembranças” em cada cruzamento ou rotunda.

23 dezembro 2009

Cegonha de Natal

CIMG0091

Em tempo de Natal a Câmara de Paredes de Coura resolveu encarnar o espírito da época e, abrindo os cordões à bolsa, vai desatar a distribuir dinheiro hoje ao final da tarde! Agora a sério, a Câmara de Paredes de Coura vai, finalmente, colocar em prática o programa de incentivos à natalidade aprovado em meados deste ano, juntando numa cerimónia especial as 48 famílias que concorreram a este apoio camarário. O encontro está marcado para as 18 horas, no Centro Cultural.

Na prática, vão receber o incentivo todas as famílias que tiveram filhos este ano, já que o regulamento foi aprovado com efeitos retroactivos a 1 de Janeiro, e que concorreram ao apoio da autarquia. Deste modo, e tendo a consciência de que houve alguns pais que não se candidataram a este incentivo, podemos dizer que em Paredes de Coura, em 2009 e até ao momento, nasceram pouco mais de 50 crianças.

Número que o incentivo à natalidade pretende aumentar, muito embora, e a própria autarquia o reconhece, não serão apenas os subsídios que vão ajudar a aumentar o número de nascimentos. Em nota enviada à comunicação social, o próprio município diz que estas medidas isoladas de nada valerão, mas que, em conjunto com outros factores de dinamização económica e de apoio à família, poderão ajudar ao resultado esperado.

A criação de mais creches no concelho e a comparticipação do pagamento da sua frequência ou de amas, são apoios que muitas famílias agradecem e que, especialmente no caso das vagas em creches, tem sido apontados como problemas pelos pais que não têm onde deixar os filhos de tenra idade. Com o aumento esperado da oferta, através da construção de uma nova creche em Castanheira, e a previsão de mais duas (Cossourado e Formariz), a solução parece estar à vista.

Resta a parte económica, onde a criação de emprego e de condições de fixação dos jovens assumem papel de destaque. Se, no primeiro caso, à câmara cabe apenas apoiar os empresários que escolham o concelho para se instalar, sejam locais ou de fora, já no segundo caso a autarquia tem um palavra determinante a dar, nomeadamente através das políticas fiscais e de utilização do solo. Caminho que parece estar a ser trilhado, com a redução dos impostos (depois de muita insistência da oposição, refira-se) e com a revisão do PDM. Aguardemos, pois, os os resultados.

22 dezembro 2009

Pôr do Sol

24-02-09_1814

Há uma altura na vida de toda a gente em que chega a hora do pôr do sol. Para Manuel Gonçalves, antigo assessor do presidente da Câmara de Paredes de Coura, o pôr do sol chegou no passado sábado.

Conheci-o apenas apenas na sua vida profissional. Jurista, dedicado braço direito de Pereira Júnior na autarquia courense, era uma presença habitual, e salutar, nas reuniões da Assembleia Municipal de Paredes de Coura, onde fazia questão de se sentar na última fila a apreciar o andamento dos trabalhos. Uma pessoa daquelas a quem nos sentimos confortáveis a pedir um conselho, porque era certo e sabido que ele nunca o nos negaria.

Manuel Gonçalves tinha já abandonado as funções que desempenhava na Câmara no final do anterior mandato, argumentando problemas de saúde. Apenas algumas semanas após um emocionado jantar de despedida com que foi surpreendido pelos seus colegas de trabalho e amigos, a doença acabaria por o retirar deste mundo. Na morte, como na vida, fez questão de fazer as coisas à sua maneira e deixou o seu corpo em doação à ciência.

Nesta hora, deixo aqui as minhas palavras de pesar à família de Manuel Gonçalves.

16 dezembro 2009

Os substitutos (2)

O assunto principal da última Assembleia Municipal de Paredes de Coura era a discussão e votação do Plano e Orçamento da Câmara Municipal para o próximo ano. Qualquer coisa na ordem dos 24 milhões de euros que, de acordo com a informação veiculada pelo município, tem como prioridades a conclusão da rede de saneamento básico no concelho e da carta educativa municipal, com a construção dos três novos jardins de infância. O orçamento, depois de alguma discussão e várias críticas, sobretudo da bancada do PSD, acabou aprovado, inclusivamente com o voto favorável da CDU.

Mas a reunião da Assembleia Municipal serviu também para indicar os representantes daquele órgão para as várias comissões e outros organismos onde está representada. Um assunto que, no anterior mandato, colheu diversas críticas, quer quanto à eleição, quer quanto ao desempenho dos eleitos para aqueles cargos.

Também aqui, à semelhança do que aconteceu nas eleições autárquicas de Outubro, houve lugar a algumas mudanças. A começar pela nomeação de Perfeita Esteves para o Conselho Consultivo da Paisagem Protegida do Corno de Bico, lugar que no anterior mandato era ocupado por Manuel Tinoco.

Depois, as principais alterações, prendem-se com a entrada em grande de dois estreantes nestas lides que, eleitos em Outubro, conquistaram agora também os seus companheiros da Assembleia Municipal para serem indicados para duas representações. Por um lado temos António Gonçalves Pereira, recém-eleito presidente da junta de freguesia de Ferreira, no Conselho Cinegético. Por outro lado assistimos à eleição de Carlos Barbosa para representante da Assembleia Municipal na Comunidade Intermunicipal, juntamente com José Augusto Pacheco e Décio Guerreiro. Depois do destaque que teve na lista candidata à Câmara, não falta quem veja futuro político para este jovem de Castanheira.

 

NOTA: Dando continuidade à política de descentralização das reuniões da Assembleia Municipal, instituída aquando da tomada de posse de José Augusto Pacheco como seu presidente, a próxima reunião deste órgão, a ocorrer lá para Fevereiro, vai ser levado a efeito em Rubiães. Como é habitual, espera-se uma maior participação do público, principalmente o local, mas com intervenções programadas para o final dos trabalhos é sempre difícil cativar as pessoas. Veja-se o que aconteceu na reunião de sexta-feira, em que quisesse falar teria de esperar até depois das duas da manhã.

Erguer a bandeira contra a crise

Em tempo de crise, nada melhor do que gastar UM MILHÃO DE EUROS para içar uma bandeira. Literalmente. Ali para os lados de Paredes, distrito do Porto.

Sinceramente, acho que não era preciso pensar muito para encontrar várias outras aplicações para semelhante montante. Mas é preciso, pelo menos, pensar.

14 dezembro 2009

Os substitutos

Isto de ter filhos pequenos tem destas coisas: está uma pessoa a tentar arranjar inspiração para escrever alguma coisa sobre a última sessão da Assembleia Municipal de Paredes de Coura e só nos vem à cabeça uma ideia relacionada com um programa de desenhos animados onde uma família dispõe de uma linha telefónica especial através da qual pede substitutos para pessoas de que não gostam e que desejam ver… substituídas. Na Assembleia Municipal, contudo, parece que o substituto é igual ao substituído. Ou seja, com Maria José Fontelo ausente do grupo municipal do PSD, depois de não ter feito parte dos planos eleitorais dos social-democratas, parece que o seu lugar já foi ocupado.
E por quem, pergunta-se? Por João Cunha, presidente da concelhia do Partido Social Democrata que parece ter herdado o estilo incisivo da antiga líder do grupo municipal laranja, pese embora ainda com alguma desorganização a pautar as suas intervenções. Mas, estou em crer, com a prática tudo pode ser aperfeiçoado. A começar, por exemplo, pelo demonstrar mais respeito pela intervenção do público. Com uma agenda cheia, a reunião prolongou-se para lá das duas horas da manhã e, no final, quando foi dada a palavra ao público, João Cunha parecia estar com pressa e abandonou a sala. É certo que o interveniente do público era António Esteves,  antigo vereador socialista, que o responsável do PSD já ouviu muitas vezes, e também presidente da concelhia rival, mas ficou muito mal na fotografia a saída extemporânea de João Cunha.
No outro verso da moeda temos Décio Guerreiro. A prestação do antigo vereador social-democrata foi irrepreensível, a demonstrar serenidade e, ao mesmo tempo, a mostrar que é ele quem controla o grupo municipal do PSD. De forma ponderada obrigou mesmo ao adiamento da alteração ao regimento, argumentando que não participou na reunião preparatória, a que faltou. Noutros tempos, episódios semelhantes teriam resultado (e resultaram mesmo) numa acesa troca de palavras entre alguns elementos da bancada social-democrata e o presidente da mesa. Mas prevê-se que vai ter de ter um bom jogo de cintura para, não impedindo, pelo menos não permitir que as intervenções do presidente da concelhia do PSD entrem por um caminho que, pelo que foi possível observar na reunião, não é certamente aquele que Décio Guerreiro vai seguir.
Atitude diferente dos seus antecessores tiveram também os dois eleitos da CDU (não, não é APU…), com uma acção comedida mas que deixou marca. E que promete mais para próximas reuniões.

12 dezembro 2009

As obras que fazem falta (2)

07122009297

Já que falamos em obras necessárias em equipamentos públicos, convém lembrar também o actual estado do Centro Cultural de Paredes de Coura. Colocando de parte uma lavagem das paredes viradas a Oeste, que bem precisavam, aquilo que salta à vista com maior intensidade é o actual estado do beiral metálico que rodeia todo o edifício e que, provavelmente devido ao mau tempo das últimas semanas, está praticamente solto.

Mais do que pelo aspecto estético, são as questões de segurança que deveriam ditar a reparação urgente daquela estrutura. Como acontece, aliás, com o pavimento dos terraços, que precisa de um intervenção há já algum tempo. Para que aquele que é apontado como uma referência pelo seu conteúdo, não seja mal visto pela sua “embalagem”.

11 dezembro 2009

Maratona de eleições… e um orçamento

É já logo à noite a primeira reunião da Assembleia Municipal de Paredes de Coura após as eleições autárquicas de Outubro. E, logo para começar, é uma sessão maratona, com nada mais nada menos que 18 pontos na ordem do dia. É uma boa forma de dar as boas vindas ao novo elenco . Bem, novo, novo, não será, pois a maioria transita do anterior mandato, mas há várias caras que entraram (ou regressaram) agora neste novo mandato.

Nesse campo, a CDU é o partido que apresenta mais mudanças, pois os dois eleitos são novidade. Mas será, porventura, no PSD que as mudanças mais se vão fazer sentir, dado o regresso de algumas caras conhecidas, a entrada de alguns novos elementos e, principalmente, a saída de deputados municipais que marcaram os últimos mandatos. E as mudanças não se ficam por aqui, como o prova a reunião preparatória que o grupo municipal social-democrata levou a efeito com o intuito de orientar os seus elementos para a reunião de logo à noite. Espera-se, por isso, maior sintonia, coisa que muitas vezes não se verificava no anterior mandato em que o grupo do PSD chegava a ficar dividido em três frentes distintas.

Regressando à agenda, os 18 pontos, a que se somam o período de antes da ordem do dia, devem prolongar os trabalhos bem para lá da meia noite. Por um lado temos a eleição de representantes da AM para vários organismos e comissões, o que, só pelo procedimento de votação é coisa para demorar algum tempo. Depois, e mais importante e previsivelmente mais demorado a debater, temos a proposta de orçamento para o próximo ano. Um orçamento de cerca de 24 milhões de euros que tem como prioridades a conclusão da rede de saneamento e os investimentos na área da educação, nomeadamente a construção dos três novos jardins de infância.

Lá pelo meio aparecem ainda a aprovação da derrama e ainda a definição dos valores do IMI e do IRS, com reduções anunciadas. Uma medida que, recorde-se, o PSD sempre defendeu e que, nos últimos anos, tem causado alguma divergência de opiniões entre a maioria socialista e a oposição, pelo que deverá ser, também, um dos assuntos quentes da noite.

09 dezembro 2009

As obras que fazem falta

02122009277

Há bastante tempo que se ouve falar do assunto, mas até agora nada de concreto foi feito. E a situação fica pior a cada Inverno que passa. Afinal, pergunta-se, quando é que se fazem obras de fundo na Central de Camionagem de Paredes de Coura?

Basta passar pela Central de Camionagem num qualquer dia de chuva para ver um cenário surreal de baldes espalhados pelo recinto, a recolher a muita água que cai de um telhado cujo prazo de validade há muito expirou. E as paredes verdes de humidade não escondem que recebem grande parte da água que cai no telhado.

Se bem me recordo, há já algum tempo (dois anos???), que a Câmara Municipal falou em fazer obras de fundo naquele equipamento municipal. No entanto, os invernos passam e a chuva continua a entrar.Obras.., nem vê-las. É certo que haverá outras prioridades de investimento no concelho, mas deixar o edifício deteriorar-se até um ponto em que dá dó olhar será uma boa opção.

02122009278

07 dezembro 2009

A porta está aberta (2)

Também no que respeita à representação na Assembleia da República as portas parecem estar (um bocadinho) mais abertas. Veja-se o que acontece com o deputado Jorge Fão, eleito pelo círculo de Viana do Castelo.

O socialista, eleito nas últimas legislativas, faz questão de cumprir o Estatuto dos Deputados e, vai daí, dedica um dia por semana a ouvir os cidadãos do distrito que o colocou no Parlamento, supostamente para ali os representar. Assim, é vê-lo todas as segundas-feiras no Governo Civil de Viana do Castelo para ouvir os eleitores, aproveitando também o dia para contactar com as instituições e empresas do distrito.

Uma posição meritória, a todos os níveis. Mais ainda quando se recorda que o distrito elegeu não um, mas seis deputados. E pergunta-se: a que dias é que os outros cinco recebem os seus eleitores?

04 dezembro 2009

A porta está aberta

câmara municipal 5

Carlos Branco Viana, antigo presidente da Câmara de Viana do Castelo, dizia há tempos, em declarações à comunicação social regional, que “o Alto Minho sofre de anemia cívica”. Referia-se o antigo autarca à possibilidade de trazer para esta região a sede do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Galiza –Norte de Portugal. Ao ler estas declarações, lembrei-me também da fraca intervenção das populações na vida autárquica dos municípios onde residem e/ou trabalham, como se vivessem num mundo à parte e não tivessem uma palavra a dar quando se trata de planificar o futuro desse concelho.

É claro que podemos sempre dizer que, de quatro em quatro anos, ao votar nas eleições autárquicas, estamos a depositar nos eleitos locais essa tarefa, essa responsabilidade. Está certo, obviamente, mas não é justificação para que, durante quatro anos, nos demitamos das nossas funções de cidadãos.

Depois surgem também aqueles que dizem que não participam porque não há forma que lhes assegure essa participação. Pois… e também têm razão, já que muitas vezes o funcionamento dos órgãos autárquicos é de tal forma fechado ou desajustado que dificulta, ou impede mesmo, esse aproximar do cidadão comum.

Em Paredes de Coura, contudo, parece que se está a caminhar no sentido de abrir a porta aos munícipes. Estes já podiam intervir no final das assembleias municipais (horário desadequado mas que é melhor que nada) e agora passam também a poder participar nas reuniões do executivo camarário. Logo na primeira reunião do novo elenco camarário, foi aprovado o regimento das reuniões quinzenais de presidente e vereadores, que estabelece que estas sessões são abertas ao público. Mais, prevê ainda um período de trinta minutos para que os cidadãos possam intervir na reunião, levando ao conhecimento dos eleitos os seus problemas e sugestões.

É uma iniciativa que se aplaude, muito embora se preveja que, a exemplo do que se passa na assembleia municipal, sejam poucos os cidadãos a aproveitar esta abertura da autarquia. Já agora, e no seguimento desta política e a exemplo do que sucede noutros concelhos, bem que podiam criar um espaço para que os vereadores da oposição pudessem ter um dia (por mês, por semana) para receber os seus eleitos. É que, se os vereadores socialistas estão na autarquia a tempo inteiro e ali podem ser encontrados sem grandes dificuldades, o mesmo já não sucede com os eleitos social-democratas.

02 dezembro 2009

Crise ou consumismo excessivo?

Quando nem sequer o presépio e as ornamentações natalícias escapam à “garras” dos amigos do alheio… podemos dizer que o Natal já não é o que era!

Pouca terra, pouca terra (2)

Será que faz sentido estar a discutir uma nova linha ferroviária de alta velocidade quando ainda continuamos a ter inúmeras passagens de nível sem guarda um pouco por todo o país?

A resposta, e os resultados infelizmente, estão à vista em acidentes como o de ontem de manhã em Valença.

30 novembro 2009

Pouca terra, pouca terra

ponte da a3

De Espanha não vêm boas notícias, com os ventos a anunciarem o adiamento, por mais dois anos, da linha de alta velocidade na Galiza. Por cá, contudo, o processo (ou será o progresso?) está em andamento, com as possibilidades de traçado já em fase de consulta pública até Janeiro próximo.

É a hora de pegar em mapas e cartas topográficas e ver se o que nos propõem não colide com o que está no terreno ou, não menos importante, com o que se projecta para o futuro. O traçado pode ser consultado na Câmara Municipal de Paredes de Coura e nas juntas de freguesia directamente afectadas pela passagem do comboio de alta velocidade. No caso de Paredes de Coura estamos a falar de S. Martinho de Coura, Romarigães e Rubiães.

De acordo os traçados propostos, que podem ser consultados aqui e aqui, o ponto de entrada no concelho, vindo de sul, difere nas duas alternativas propostas. Enquanto que uma acompanha mais de próximo a A3 e vai entrar no concelho, em túnel,  junto ao Alto de Romarigães, a outra proposta leva o TGV mais para Oeste e só entra no município por alturas de S. Martinho de Coura. A partir daqui as duas alternativas fundem-se numa só proposta que, em direcção a Valença, deixa o concelho na zona de Antas, Rubiães.

É precisamente em S. Martinho de Coura, mais concretamente nos lugares de Ribeiro e Cachadas, que o impacto da passagem da linha de alta velocidade se vai fazer sentir com mais intensidade. É que, não se desviando dos aglomerados populacionais ali existentes, o comboio vai levar à frente algumas habitações. Uma das quais, curiosamente, está já à venda.

A linha de alta velocidade vai também passar muito próximo de algumas áreas de património classificado e protegido, caso do Castro de Romarigães, que ficará incluído na área do corredor de segurança com 400 metros de largura que ladeará a  linha e que será, também ele, uma condicionante a projectos futuros. A juntar a isto há ainda algumas zonas onde, e o próprio estudo não técnico o indica, o impacto na paisagem resultante da passagem da linha de alta velocidade vai ser elevado.

Factores que terão de ser devidamente ponderados na escolha do melhor traçado e que, por isso mesmo, devem ser alvo de esclarecimento e discussão. Em Ponte de Lima, a própria Câmara Municipal tomou as rédeas da campanha de informação dos munícipes e está a promover sessões de esclarecimento junto da população. Em Valença foi a própria população, nomeadamente uma associação de moradores de uma das zonas mais afectadas pelas propostas do traçado, que decidiu apresentar uma outra alternativa para a passagem do comboio. E por cá, vamos ficar à espera?

25 novembro 2009

Onde é que eu já ouvi isto?

O Bloco de Esquerda denunciou, aos microfones da Rádio Geice, o “clima de medo, intimidação e insegurança” em que vivem os trabalhadores da Câmara Municipal de Caminha. Um clima que, curiosamente, terá começado logo no dia seguinte às últimas eleições autárquicas, que reconduziram a social-democrata Júlia Paula na presidência da autarquia.

Medo? Intimidação? Humm… tenho uma vaga ideia de já ter ouvido isto noutro lado qualquer, mas não consigo lembrar-me onde foi.

Pois… mas às vezes parece…

O recentemente eleito presidente da Câmara de Valença diz que ficou chocado com uma recente intervenção das autoridades junto do comércio local. E garante que Valença não é o “Far West”. Pois… mas às vezes parece…

23 novembro 2009

Regresso aos anos 80

Na era das novas tecnologias, do digital e da internet, não faltam exemplos de revivalismo. Mas há quem vá mesmo ao exagero de dar vida a uma rádio pirata, bem ao jeito daquelas que pontificaram um pouco por todo o país no final dos anos 80. Carolice, ousadia e algum jeito para a coisa eram os ingredientes obrigatórios a qualquer emissora, a par de uma dose considerável de boa disposição. Até porque um dos objectivos destas emissões piratas era o divertimento dos que lhe davam vida, alguns com uma destreza e um empenho de fazer inveja a muitos profissionais.

Em Ponte de Lima, contudo, parece que uma dupla de aventureiros resolveu reviver esse divertimento e levá-lo mais longe, muito mais longe do que o que a própria lei permite. É que, como se já não bastasse o facto de infringirem a lei com uma rádio pirata, ainda a utilizavam para divulgar corridas ilegais na A27 e A28, bem como alertas aos ouvintes para estes evitarem as operações policiais montadas nas estradas da região.

O botão de “off” chegou este fim de semana, com uma operação da GNR que culminou com a identificação dos dois supostos mentores e dinamizadores da nova estação radiofónica, que era também conhecida por divulgar “mexericos” relacionados com alguns habitantes de Ponte de Lima e arredores. Longe vão os tempos dos panfletos anónimos?

18 novembro 2009

O púlpito não tem partido (2)

01288

Primeiro o apelo ao voto. Depois o apelo à redenção. Um padre de Viana do Castelo está a causar sensação (ou sensacionalismo) junto dos seus paroquianos, que acusa de viverem em pecado. É o que dá a mistura explosiva de religião com política.

Apesar dos apelos do Bispo de Viana do Castelo no Verão, parece que houve quem não o escutasse (e logo quem a isso é suposto estar obrigado) e resolveu trazer para o púlpito as eleições autárquicas. E, não contente com isso, e também com o resultado do acto eleitoral, vá de tornar a vir a terreiro misturar o que não deve ser misturado. É que as pessoas até podem ser crentes, mas nem por isso acreditam em tudo o que lhes aparece à porta. Para ler na Rádio Geice.

17 novembro 2009

Eclipsou-se?

Terá sido da derrota expressiva? Talvez não! O certo é que, ao que parece, de acordo com noticia de hoje da Rádio Geice, ninguém consegue encontrar o único vereador eleito pelo PSD para a Câmara de Monção. De tal forma que o presidente do município, ansioso por começar a trabalhar, já fala em chamar a Polícia Judiciária para encontrar o suposto desaparecido.

Eventualmente, José Emílio Moreira, autarca de Monção que cumpre o seu último mandato, poderá também solicitar aos serviços da PJ alguma ajudinha para encontrar as duas mulheres que foram eleitas na lista socialista candidata ao último acto eleitoral. É que os dois lugares de vereador a tempo inteiro ficaram apenas para o segundo e quarto elementos da lista, ambos homens,  e a mulher que seguia em terceiro ficou sem pelouro. Nada de surpreendente, garante o presidente do executivo, até porque tal cenário já estava previsto antes das eleições. Lei da paridade? Sim, mas só para legislador ver!

16 novembro 2009

Era previsível, não era?

Título de notícia publicada na edição de hoje do jornal Diário do Minho, que dá conta dos “estragos” que a passagem da linha de alta velocidade vai causar na região. Nada que não se previsse, mas como sempre nestas coisas, só quando nos batem à porta é que damos contas delas. A ver vamos se se ficam por aí ou se, com exigências daqui e dali as coisas melhoram.. ou antes pelo contrário.

Assim se vê, a força da TV!

E se de repente uma multidão de visitantes invadisse o seu concelho aos fins de semana isso era… uma novela televisiva. É mais ou menos este o enredo do que se passou em Arcos de Valdevez nos últimos meses, fruto da exposição mediática daquele município na televisão, onde é cenário da telenovela “Deixa que te leve”, da TVI. Quem o garante é o próprio presidente da Câmara Municipal, que se confessa impressionado com o fenómeno do crescimento de visitas àquela vila alto-minhota e ao concelho de um modo geral, a fazer justiça às audiências da própria novela.
Com um investimento de cerca de 60 mil euros, acrescido do necessário apoio logístico, o município arcoense conseguiu publicidade diária em horário nobre em milhares de lares portugueses e, mais importante que isso, obteve um retorno, quase imediato, explica Francisco Araújo, com o aumento do fluxo de turistas que afluíram ao concelho, num movimento que se fez sentir ao longo de todos estes meses.
Números parece que não há, mas há uma certeza, a de que “nunca tanta gente visitou o concelho”, garante o autarca arcoense. Inclusivamente há já roteiros especiais que associam as belezas da região ao enredo da novela. O ideal seria, agora, indagar os comerciantes do concelho e verificar se esse fluxo acrescido de turistas se reflectiu nas contas do estabelecimentos comerciais e de hotelaria no final do mês. Pois que é muito bonito falar de crescimento e afluência de pessoas, mas depois, na prática, há que saber se realmente isso se repercutiu no movimento da caixa.
Sem acesso a números concretos será sempre difícil perceber se o investimento valeu a pena, mas, numa altura em que as televisões parecem ditar, cada vez mais, as modas, será este tipo de associações comerciais entre municípios e estações de televisão uma montra que se fecha com o fim da novela, ou, pelo contrário, foi o abrir de uma porta que agora só tem que se gerir bem para se manter aberta? Veremos nos próximos episódio!

12 novembro 2009

O início do fim de um ciclo

António Esteves

Com a saída de António Esteves da vereação da Câmara Municipal de Paredes de Coura, chega ao fim uma parceria de 12 anos entre aquele professor do ensino primário e o município. Uma parceria onde, sei por constatação própria, deu muito de si a um concelho que defendia com “unhas e dentes” e onde granjeou muitos amigos e, eventualmente, também alguns inimigos.

Os amigos vão, certamente, marcar presença no jantar de homenagem que vai ser levado a efeito amanhã à noite, na EB 2.3/S de Paredes de Coura. Organizado pelo Partido Socialista local, o jantar pretende, e irá consegui-lo provavelmente, ultrapassar as barreiras partidárias. De tal modo que, neste momento, há já vários militantes de outros partidos inscritos, nomeadamente presidentes de junta com quem António Esteves cultivou uma boa relação ao longo destes 12 anos em que ocupou o lugar de vereador.

A não continuação de António Esteves na autarquia courense, a pedido do próprio que optou por se retirar das lides camarárias e dedicar mais tempo à sua vida pessoal e familiar, marca também, quer se queira quer não, o início do fim de um ciclo que culminará com a saída de António Pereira Júnior da presidência da Câmara. É certo que quando António Esteves chegou aos Paços do Concelho já Pereira Júnior por lá andava hás bastantes anos, primeiro como vereador e depois como presidente, mas ninguém pode negar que a imagem de Paredes de Coura que temos actualmente foi construída pelos executivos onde Pereira Júnior e António Esteves formaram a dupla de gestão da autarquia.

Agora, António Esteves afasta-se para os lados de Bico, onde ainda continuará a presidir à Área de Paisagem Protegida. Lá de cima irá, certamente, manter-se atento ao dia-a-dia do concelho.

11 novembro 2009

Regionalização

Nas últimas eleições legislativas, no distrito de Viana do Castelo, os socialistas ganham o distrito com a eleição de 3 Deputados, 2 para o PSD e 1 para o CDS/PP.

Diferenças em Viana do Castelo em relação a 2005, só mesmo nas percentagens. E são reveladoras. Os socialistas ganham o distrito, mas descem 5,7 pontos. O PSD também cai, embora menos (2,2) CDS/PP, BE e PCP/PEV sobem, obtendo 13,6, 8,55 e 4,19. respectivamente.

Mas o Alto-Minho continua esquecido pelos poderes centrais, sem líderes políticos locais fortes com visibilidade que ultrapasse as fronteiras do distrito, vivendo com as “energias” que lhe chegam (cada vez menos) das sobras da Galiza.

A Lisboa, o que continua a chegar de cá, é a eterna cantiga:

O que diz a carta, Senhora Maria?

Que o sol no Alto Minho nasce ao meio dia!

Valença, promovida a cidade, e com o anúncio da construção de uma plataforma logística, muda do PS para o PSD! Dá para entender?

A regionalização é mais que necessária, como necessária é a afirmação de lideranças políticas, económicas e culturais.

Vencer o atraso estrutural da região, sem a danificar, significa adoptar uma visão renovada do espaço e do território, do ambiente e do ordenamento. Quer ao serviço da qualidade de vida dos cidadãos e do desenvolvimento sustentável, quer aproveitando a nossa posição geo-económica como factor de competitividade da economia.

Penso serem quatro os eixos fundamentais em que se articula esta visão:

  1. A sustentabilidade do desenvolvimento, fazendo da protecção do ambiente um elemento integrador de todas as políticas e um factor da própria competitividade do distrito.
  2. Valorização dos centros concelhios (Ponte de Lima/gastronomia e património, Vila Nova de Cerveira/Artes, Melgaço/Termal e cultura castreja, Paredes de Coura/Águas e património natural, etc., etc.) que sejam estruturantes do território, do ambiente, da identidade cultural e da paisagem.
  3. O desenvolvimento rural, compreendendo a política agrícola mas assumindo-se numa perspectiva integrada de preservação do povoamento (acabe-se com os caricatos subsídios de nascimento, distribuía-se em substituição um viagra motivacional para o trabalho), do ambiente, da identidade cultural e da paisagem.
  4. A aposta no distrito, como plataforma atlântica da Europa no noroeste peninsular, em articulação com a Galiza, como base logística da inserção  no espaço europeu.

Por aqui me fico, não sem antes deixar este desabafo: Recentemente, um casal holandês que visitou o distrito, queria saber o destino/produtos finais resultantes da pastorícia do distrito. Não fui capaz de uma explicação concreta, perante a estupefacção dos meus interlocutores!

Manuel Martins 

09 novembro 2009

Municipalismo

Chama-se municipalismo à autonomia administrativa dos concelhos. Com a formação dos concelhos, surgidos muitos deles, incluindo o de Paredes de Coura, nos anos idos de quatrocentos e quinhentos, outorgados em carta de foral pelos reis aos homens bons dos territórios, desejosos de autonomia, e pela qual se obrigavam ao pagamento de impostos, tão necessários para a afirmação do Estado, começa o processo de municipalização, em que a Administração central confere competências às autarquias, entretanto reconhecidas pelos seus poderes de administração e gestão dos espaços públicos.

Com o avançar dos séculos, o municipalismo português foi conhecendo várias caras, umas mais alegres e outras mais tristes, até que, a partir de 1974, começa um novo período. É o tempo do reconhecimento do poder autárquico, em que o município é legitimado pela governação das assembleias de freguesia, da assembleia municipal e da câmara municipal, numa lógica de articulação de competências.

Confessando-me municipalista, ou seja, acredito muito mais no governo da autarquia do que num governo supraconcelhio, a que poderemos chamar uma região, sou adepto da resolução local dos problemas, ainda que reconheça que certas decisões têm de ser concertadas em contextos mais abrangentes. Por exemplo, aceito que os problemas de Paredes de Coura tenham de ser enquadrados no território conjunto dos dez municípios do Alto-Minho, na soberania jurídica de uma comunidade intermunicipal, com este ou com aqueloutro nome, e à falta de melhor os rios parecem ser a solução. Talvez já discorde que os mesmos problemas tenham de passar pelo crivo do território de todos os concelhos situados na região do Entre-Douro-e-Minho ou de uma outra região.

Pelo que somos enquanto nação, sem grandes diferenças culturais e com uma mesma língua, e pelo espaço territorial que habitamos, um minúsculo rectângulo, não se justifica a existência de governos regionais, mais ainda quando a Administração nacional e a Administração local se estendem por espaços exíguos. Uma e outra são formas complementares do serviço público, como se fossem duas faces de uma mesma moeda.

No referendo sobre a regionalização, realizado em 1998, os portugueses votaram a favor do municipalismo, se bem que a pergunta tivesse sido sobre a regionalização, ou de qualquer coisa parecida, dada a confusão das palavras e o emaranhado do enunciado. Há, agora, fervorosos autarcas, parecendo não caber nos seus concelhos, que lutam pela regionalização como quem estivesse a querer outros espaços de decisão e outras formas de uniformização.

Julgo que, enquanto portugueses que somos, chega-nos o governo nacional. Não se torna necessária a regionalização como solução de nova governabilidade dos concelhos, pois isso representaria não só o enfraquecimento do municipalismo, bem como a reprodução dos vícios do poder nacional.

A primeira razão porque sou a favor do municipalismo deve-se à política de proximidade. Quando se está perto das pessoas mais fácil se torna a identificação e resolução dos problemas. Hoje em dia, são inúmeras as vantagens do poder local. A qualidade de vida das pessoas melhorou imenso e se ainda estivéssemos dependentes de um qualquer jogo de xadrez político, em que o rei de Lisboa, ou a rainha do Porto, ou a torre de Viana, ou o cavalo de Braga mandariam mais que o peão de Coura, ou de Monção, ou de Cerveira, tudo estaria diferente, e para bem pior.

Com a transferência de verbas própria do Fundo de Equilíbrio Financeiro, a que se juntam as parcas receitas geradas em território próprio, as necessidades básicas ligadas a indicadores de qualidade de vida têm sido satisfeitas. É gritante a comparação entre o que foi ontem e o que é hoje a vida dos concelhos. Basta olhar à nossa volta e reparar nas infra-estruturas culturais, sociais e económicas.

A incómoda pergunta a fazer talvez fosse esta: por que razão só agora é que as pessoas têm direito a estes serviços?

Uma outra razão diz respeito ao conhecimento directo que os eleitores têm dos candidatos aos órgãos dos municípios. A política local faz-se no tratamento informal, no reino do “tu”, sem precisar das grandes distâncias que as figuras mediáticas gostam de criar. Faz-se, de igual modo, no trato pessoal, na solidariedade, na palavra amiga, enfim, no conhecimento mútuo que há entre quem elege e quem governa. Uma análise exaustiva dos resultados das eleições autárquicas, em Paredes de Coura, poderia revelar o motivo pelo qual o município teve somente dois presidentes de câmara eleitos depois de 1974. E muitos foram os candidatos, sempre derrotados por estes dois presidentes.

Com esta posição não quero dizer que cada concelho se deva fechar sobre si mesmo, ignorando o que se passa à sua volta. As teias dos problemas são demasiado grandes e todos eles acabam por ter consequências idênticas quando não trabalham em conjunto. A cooperação concelhia já se faz a muitos níveis: na gestão dos meios de comunicação, nas infra-estruturas rodoviárias, no tratamento do lixo, na distribuição de água, na exploração eólica, ou seja, em tantos e tantos aspectos que obrigam os concelhos a ter uma só voz para os mesmos problemas.

Alguém pode perguntar: as comunidades intermunicipais não são uma forma de regionalização?

Não, de modo nenhum, são apenas formas de reforço do municipalismo, obrigando os concelhos a dialogar e a responder colectivamente a problemas que são, efectivamente, de todos.

Vamos a mais um exemplo: A Comunidade Intermunicipal do Vale do Minho tem um projecto ambicioso, denominado Minho Digital. Este projecto consiste em dotar os concelhos de infra-estruturas ligadas às novas tecnologias de informação e comunicação, com destaque para a fibra óptica. Seria impensável que tal projecto fosse realizado num qualquer concelho minhoto, tornando-se imperioso que se alargue essa imensa rede que envolve todos os concelhos.

Pensando-se bem nesta cooperação existente, a regionalização torna-se desnecessária, traduzindo-se numa vontade política que serve mais os interesses dos concelhos mais fortes que dos concelhos mais fracos.

Ser a favor do municipalismo, ou a favor da regionalização, não é uma questão meramente territorial. Poderia ser favorável à regionalização se, por mera possibilidade teórica, todos os concelhos de uma região estivessem no mesmo plano de desenvolvimento e com as mesmas potencialidades. Infelizmente, e recordemo-nos da frase lapidar do livro “O Triunfo dos Porcos”, de George Orwell: “Todos são iguais, mas uns são mais iguais que outros”.

Não sei como seria a regionalização pela leitura desta frase, estando convicto que a mesma não pode ser utilizada para a municipalização. Cada concelho luta por si e jamais se pode impor aos outros. Para isso, as regras precisam de ser claras o princípio de subsidiariedade deve funcionar, ou seja, os concelhos com menos possibilidades de desenvolvimento e com receitas mais parcas têm a colaboração dos concelhos mais fortes.

Assumindo-me como municipalista, neste e noutros escritos, gostaria de deixar um alerta como ideia final. O que caracteriza a municipalização é a prestação de um serviço público. Por força de ideias políticas e por razões economicistas, muitos serviços prestados pelas autarquias começam a ser semi-privatizados, através da formação de empresas de capitais públicos e privados.

Quando a economia se sobrepõe como factor único ao nível da resposta pública sabe-se que, invariável e penosamente, os custos sobram sempre para os munícipes.

 

José Augusto Pacheco

As palavras dos outros

Conforme anunciado, o Mais pelo Minho, para comemorar o seu quarto aniversário, abriu as portas à participação de pessoas externas ao blogue, convidando algumas pessoas ligadas a Paredes de Coura a escreverem neste espaço. A partir de hoje começam a ser publicados os artigos daqueles que responderam ao convite.

A eles o meu muito obrigado pela colaboração!

04 novembro 2009

Alhos e bogalhos

Faz-me confusão esta mania que as pessoas têm de misturar coisas que nada têm a ver umas com as outras. Principalmente quando tentam ver questões políticas em todos os sectores de actividade, por mais afastados do espectro  político que estes estejam. Mais confuso fico ainda quando essa associação errada é feita pelos próprios intervenientes, como se eles próprios não tivessem consciência de que é possível fazer algo à parte dos interesses políticos.

Vem isto a propósito das notícias vindas a público recentemente, que dão conta do desagrado de dois dirigentes associativos locais que, tendo em conta o resultados das eleições do passado dia 11 de Outubro, acham que, por terem sido preteridos nas urnas, agora devem abandonar as funções que desempenham nas colectividades locais. Veja-se, por exemplo, o caso de Albano Sousa, presidente da Associação de Castanheira, instituição a que tem dado muito de si próprio, desenvolvendo um trabalho meritório e reconhecido a vários níveis. Fará sentido extrapolar os resultados das autárquicas, em que concorreu como número dois do PSD à Câmara, e dizer que, ao não lhe dar a vitória nas urnas, a população está a dizer que também não aprecia o trabalho dele no Castanheira? Claro que não!

A meu ver, e com o devido respeito que Albano Sousa me merece, estamos perante um caso flagrante de mau perder, ainda que o próprio não o admita. Só desta forma se justifica que se faça depender coisas tão distintas uma da outra. Visto de outra forma, dá a impressão, errada quero crer, que Albano Sousa só se manteve no Castanheira até agora porque achava que teria algo a ganhar com isso numa eventual candidatura partidária. Sei que não foi isso que aconteceu, por isso não faz sentido querer ligar as duas coisas. Albano Sousa tem todo o direito de estar magoado com os seus conterrâneos, mas não pode esperar que, por estes acharem que ele é a melhor opção para a associação local, vão também entender, necessariamente, que Albano Sousa é o homem indicado para a Câmara. Mais, Albano Sousa tem de entender, também, que não concorria sozinho e que os eleitores, para votarem nele, teriam igualmente de aprovar o resto dos elementos que faziam equipa com ele. Provavelmente não aprovaram…

O pior, nisto tudo, é que com estas confusões entre política e associativismo, eventualmente irá perder-se um homem que deu  e ainda tem muito para dar a uma colectividade que foi criada e mantida à sua imagem e semelhança. Sem Albano Sousa a Associação de Castanheira irá continuar, quero acreditar, mas, como diz o anúncio da televisão, não vai ser a mesma coisa.

03 novembro 2009

A escrever desde 2005…

Foi a 3 de Novembro de 2005 que surgiram as primeiras linhas do Mais pelo Minho. De então para cá, o Mais pelo Minho não tem parado, cumprindo plenamente a missão com que o idealizei: ser um espaço de opinião.

Não há dias certos para escrever. Escreve-se quando surge a inspiração, quando surge o assunto, quando surge o interesse. Não há dias certos para escrever, o que é preciso é escrever. E continuar a escrever. Sobre Paredes de Coura, sobre toda esta região onde estamos inseridos.

Os que me conhecem sabem que, para mim, escrever é um vício. Sabem o quanto me custou abrir mão de um percurso profissional de mais de uma década no jornalismo, primeiro a nível regional, depois a nível nacional, em nome de valores mais altos que se me apresentaram. Sabem, contudo, que o “bichinho” não morreu e que o Notícias de Coura, na sua fase inicial, e o Mais pelo Minho, depois, ajudaram a manter vivo este gosto pela escrita.

E é com gosto e dedicação que vou continuar a dar vida a este blogue. Mesmo que tal me custe algumas noites com menos horas de sono. Mesmo que para isso tenha de continuar a ignorar os muitos insultos anónimos que fazem questão de me oferecer. Tudo isso é facilmente ultrapassado pela satisfação de poder escrever, usufruindo de uma liberdade de expressão que Portugal soube conquistar há 35 anos!

Aos leitores do Mais pelo Minho deixo aqui uma palavra de agradecimento. Obrigado por passarem por cá, por deixarem o seu contributo. A pensar neles, e de forma a assinalar mais um aniversário do blogue, convidei algumas pessoas externas ao Mais pelo Minho a darem o seu contributo e a publicarem aqui um artigo da sua autoria. Durante esta semana, e eventualmente na próxima, procurarei colocar online estas colaborações que agradeço respeitosamente.

 

Paredes de Coura, 3 de Novembro de 2009

 

Eduardo Bastos

Deixar a casa desarrumada

30062009151

As eleições têm destas coisas: uns ganham, outros perdem. É o normal! A transição entre vencidos e vencedores nem sempre é pacífica, nem sempre é feita da melhor forma e, algumas vezes, surgem umas surpresas que estragam a festa da vitória. Foi o que aconteceu em, pelo menos, duas freguesias de Paredes de Coura, com os novos titulares da presidência a ficarem de queixo caído face ao cenário deixado pelos seus antecessores.

As duas freguesias mudaram de cor nas últimas autárquicas e, apesar da mudança, continuam as duas a ser de cores políticas diferentes. A mudança de partido não é (não pode ser)  justificação para atitudes que, além de em nada dignificarem quem ocupou o lugar de presidente até 11 de Outubro último, vão dar muitas dores de cabeça aos novos titulares daquele cargo.

Imagine-se o que é chegar à presidência da junta de freguesia e descobrir que nos próximos meses (e não serão poucos) não vai haver dinheiro para fazer rigorosamente nada, incluindo pagar o ordenado ao funcionário que a autarquia tem ao seu serviço. E descobrir que, num único dia, curiosamente a poucos dias das eleições, o antigo presidente da junta emitiu qualquer coisa como mais de trinta cheques, sabendo de antemão que não havia dinheiro para os pagar, nem agora nem nos próximos meses, hipotecando desde logo qualquer hipótese de iniciativa que o seu sucessor pudesse vir a ter. Não é ficção, aconteceu mesmo numa freguesia de Paredes de Coura, numa atitude que, pelo menos eticamente, é totalmente reprovável e só vem dar razão àqueles que dizem cobras e lagartos da forma como são geridas as  finanças das autarquias locais.

Noutra freguesia, mais serrana mas nem por isso mais serena, o caso não assume tamanhas proporções, mas ainda assim o novo presidente da Junta já veio a terreiro defender a realização de uma auditoria às contas do anterior executivo. Haverá suspeitas de má gestão? Certamente. Terão fundamento? A auditoria, se realmente avançar, poderá ajudar a demonstrá-lo.

Situações como estas, infelizmente, não são novidade. Não em Paredes de Coura, muito menos no resto do país. Os novos titulares dos cargos públicos desconfiam muito dos seus antecessores, especialmente se estes forem de partido diferente. Veja-se o que acontece aqui ao lado, em Valença, em que o novo presidente da Câmara também já admitiu ir ver à lupa as contas deixadas pelo anterior titular do cargo. Infelizmente, as notícias de todos os dias, ajudam quem pensa assim. Os casos de má gestão e, pior, de corrupção, dominam a actualidade noticiosa e, sempre que há mudanças paga o justo pelo pecador. E, é certo, em muitos casos, o pecado existe mesmo… até na casa do justo! 

29 outubro 2009

O primeiro passo

tomada de posse 04Faz amanhã uma semana umas dezenas de courenses assinaram um papel. Um simples papel que, rasgado em bocadinhos, nada vale. Aliás, há quem diga que, mesmo devidamente conservado e com aqueles rabiscos, a sua validade é muito relativa, variando de cabeça para cabeça.

O que vale, em tudo isto, é que com aquele pequeno passo, de escrevinhar meia dúzia de letras numa folha, está dado o sinal de partida para quatro anos que se querem de desenvolvimento, de progresso, de crescimento económico e social.  Quatro anos em que os munícipes vão poder avaliar, dia a dia, obra a obra, o que nos foi prometido no início deste mês.

É daqui a quatro anos que quem foi eleito e agora tomou posse terá de prestar contas, mas essa fiscalização, da nossa parte, enquanto munícipes, tem de ser diária. Não adianta esconder a cabeça entre as orelhas e esperar pelo resultado final. É preciso acompanhar, participar, tomar partido. Algumas vezes reclamar, criticar, denunciar. Outras, preferencialmente muitas, aplaudir, agradecer, ainda que algumas vezes seja preciso dar o braço a torcer.

No fim de contas, o que é preciso é que todos desempenhemos o nosso papel neste jogo: ser cidadãos!

tomada de posse 05

28 outubro 2009

Honrar a história

Imagem retirada de Coura Magazine

Hoje, logo pela manhã, descobri a galeria dos antigos presidentes de Câmara de Ponte de Lima (via blogue do João Carlos Gonçalves) e pensei para comigo: porque é que em Paredes de Coura não se faz algo parecido? Não teremos nós nomes de quem nos orgulhar para encher as paredes, sejam elas virtuais ou reais, de uma qualquer galeria presidencial? Então, há que homenagear os que fizeram a história deste concelho!

27 outubro 2009

Sai um jardim?

parque penedo da veiga 3

Numa  altura em que se equacionam quais as perspectivas futuras para a zona ajardinada junto ao Centro Cultural de Paredes de Coura, em confluência com o antigo Largo da Feira, eis que me veio à memória um outro espaço que viu prometida, há muito tempo, uma operação plástica de requalificação mas que, até ao momento, continua a ostentar o mesmo cenário de degradação dos últimos tempos. Refiro-me ao parque de estacionamento do Penedo da Veiga, nas traseiras da Câmara Municipal, que a autarquia há mais de dois anos prometeu transformar em espaço ajardinado, mas que permanece cheio de carros e (pouco) alcatrão.

Efectivamente, nos últimos meses são mais os buracos que os carros naquele espaço. As obras de beneficiação da Rua 25 de Abril trouxeram os passeios novos, mas no parque em si nada foi feito. E, já que o projecto de retirar  dali os automóveis e fazer crescer naquele espaço um jardim, que daria outra beleza à zona, c0ntinua sem avançar, não se entende porque é que, ao menos, não tapam os muitos buracos que só prejudicam quem por ali estaciona. E então com o Inverno aí à porta, está-se mesmo a ver como vai ficar aquele espaço…

Pessoalmente, e tendo em conta que naquela área não falta estacionamento, a começar no parque subterrâneo e a acabar nos muitos lugares gratuitos junto ao Museu Regional e à Igreja Matriz, penso que o melhor seria mesmo vedar o espaço aos automóveis, aproveitando-o para criar mais um espaço verde na sede do concelho. Mas, se o jardim não vier, ao menos que venha o alcatrão.

23 outubro 2009

Eles (ainda) andam aí…

cartazes pós eleições 2

As eleições autárquicas foram há praticamente duas semanas. As legislativas há quase um mês. Mas… eles ainda andam por aí! Eles,  os cartazes, muitos, que fizeram a campanha para estes actos eleitorais. Um dia destes, na caixa de comentários, um dos leitores do Mais pelo Minho (Venâncio Fernandes), apontava precisamente para essa situação e para a diferença em relação a outros municípios, nomeadamente Arcos de Valdevez, onde os cartazes começaram a ser retirados logo na segunda-feira seguinte ao escrutínio.

Em Paredes de Coura, como em muitos concelhos do país, a situação não é a mesma e, passadas várias semanas, continuamos a ver Sócrates, Pereira Júnior e José Augusto Sousa em todas as rotundas. É certo que retirar tudo logo no dia seguinte também é capaz de ser um bocadinho exagerado. Especialmente se, como aconteceu em alguns municípios, os partidos aproveitarem os cartazes para colocar uma nova mensagem a agradecer a confiança de quem votou neles. Não é, contudo, o caso dos cartazes que ainda pululam por Paredes de Coura e, fruto também do mau tempo, alguns deles, como o da foto acima, já apresentam sinais evidentes de degradação, em nada contribuindo quer para a imagem do concelho, quer para a dos próprios retratados.

Os cartazes políticos, sendo o grosso dos que actualmente se vêem por Paredes de Coura, não são, contudo, os únicos que “poluem” o concelho. Que dizer, por exemplo, dos vários cartazes a divulgar este e aquele evento que, meses depois do acontecimento ter tido lugar, ainda perduram, pendurados nas ruas e postes. Veja-se, por exemplo, a foto de baixo, onde a par de um cartaz da candidatura do CDS-PP à Assembleia da República, se pode ver um outro a divulgar a Festa da Cultura, em Melgaço. A festa foi em Agosto, os cartazes continuam por aqui… em Outubro.

A tudo isto, junte-se uma série de outros “adereços” que vão surgindo por aqui e por ali, um pouco por todo o concelho. Uma placa a indicar uma loja, outra uma oficina, tudo eventualmente ao arrepio de qualquer regulamento camarário, mas que, por exemplo de uns, outros vão repetindo sem qualquer problema. E, quando damos por ela, misturam-se com os sinais de trânsito ou as informações turísticas, numa alegre caldeirada que se transforma numa fonte inesgotável de poluição visual. Ah… e não nos esqueçamos dos casos das placas de obras, como o que foi retratado neste post, e de que ainda se vêem bastantes exemplos por aí.cartazes pós eleições

21 outubro 2009

Uma Câmara (quase) nova

Câmara Municipal de Paredes de Coura

Está marcada para a tarde da próxima sexta-feira a tomada de posse do novo executivo da Câmara Municipal de Paredes de Coura. Depois das eleições do passado dia 11, que deram a vitória ao Partido Socialista, é tempo de começar a trabalhar, numa câmara onde mudam algumas coisas, mas onde outras se mantêm como até agora.

A começar pelo presidente, António Pereira Júnior, no seu último mandato à frente dos destinos da autarquia, depois de sucessivas reeleições. A campanha, e até antes e depois das eleições, foi marcada pelo fantasma da sucessão, mas Pereira Júnior sempre afirmou que vai ocupar o cargo durante os próximos quatro anos. Mas, ressalva, ninguém sabe o que o futuro reserva.

E o futuro pode passar por Manuel Monteiro, que alguns opositores acusaram de não ser natural de Paredes de Coura, como se isso fosse condição para trabalhar em prol de qualquer concelho. O certo é que há quatro anos largou a liderança da bancada socialista na Assembleia Municipal para subir a vereador, em regime de não permanência, e este ano sobe a número dois do executivo, a tempo inteiro e em regime de exclusividade, assim o garantiu o presidente. A vereação socialista encerra com Alexandra Marinheiro (outra que foi criticada pelas suas origens…) que vai também ocupar o cargo de vereador a tempo inteiro. A ela, consta-se, deverão ficar entregues as pastas da Educação e da Cultura, que antes cabiam a António Esteves.

Do lado do PSD, que manteve os dois lugares de vereadores que já detinha, há novidades e há permanências. Primeiro a novidade, Albano Sousa, nome surpresa na última corrida eleitoral e que vai ocupar o lugar de vereador que o seu partido conquistou. Com ele vai estar um velho conhecido das reuniões camarárias. José Augusto Sousa, o cabeça de lista social-democrata nas últimas eleições, quando anunciou a sua candidatura ainda deixou escapar que poderia não ocupar o lugar de vereador, mas resolveu honrar os 2362 votos que obteve e vai ocupar o lugar para o qual foi eleito. E, acrescenta, vai apresentar ao executivo liderado pelos socialistas muitas das propostas que fizeram a sua campanha eleitoral, nomeadamente as que se relacionam com o atrair turistas para o concelho, anunciando desde logo que irá votar contra qualquer participação do município no projecto hoteleiro previsto para Mozelos .

Para a Câmara vai ainda outro socialista, número quatro da lista do PS nas últimas eleições autárquicas. Vitor Paulo Pereira, professor, que no último mandato liderou a bancada deste partido na Assembleia Municipal, foi o nome indicado para ocupar o lugar de assessor da presidência da autarquia, substituindo Manuel Gonçalves que está de saída por motivos de saúde. Um cargo de confiança do presidente da autarquia, o que pode indiciar voos mais altos no futuro.

19 outubro 2009

Parcerias que se agradecem

bombeiros coura 2

O conceito de cidades geminadas, que chegou a Paredes de Coura, com mais força, no ano passado, com a geminação entre este município e Cenon, em França, há muito que era utilizado por outras localidades um pouco por todo o país. A minha terra Natal, por exemplo, já lá vão dez anos, tinha acordos de geminação com mais de uma dúzia de localidades espalhadas pelo mundo, desde a minhota Viana do Castelo, até à japonesa Oita. Os resultados dessa colaboração, contudo, eram poucos ou nenhuns.

Nesse aspecto, Paredes de Coura só se pode orgulhar dos resultados que tem conseguido obter mercê da sua geminação com Cenon. Por um lado temos os frutos menos visíveis dessa “relação”, como a divulgação do que por cá se faz, em termos culturais, com a participação de várias associações do concelho em diversas actividades em Cenon. Por outro lado, temos a face mais vísivel desta geminação, que teve um primeiro passo no ano passado, com a cedência de quatro viaturas dos Bombeiros de Cenon à corporação courense, e que continuou agora, com a vinda de mais uma viatura que os “irmãos” franceses ofereceram aos Bombeiros Voluntários de Paredes de Coura.

Mais do que as visitas recíprocas, mais do que o dar nome a uma avenida ou a uma composição de metro, são acções desta natureza que dão valor a acordos de geminação que, saindo do papel, saltam para a realidade das duas comunidades envolvidas. Alguém imaginaria que, se não fosse desta forma solidária, alguma vez os Bombeiros de Paredes de Coura teriam verbas suficientes para adquirir as cinco viaturas que vieram de Cenon? E, se porventura as tivessem de adquirir não seria dinheiro desviado de outros projectos, como a tão falada ampliação do quartel?

É claro que um acordo de geminação não se pode reduzir a isso, mas, com pouco mais de um ano de protocolo entre os dois municípios, penso que está dado um bom passo no sentido do estreitamento de relações entre as duas comunidades. Ao apoio concedido aos bombeiros certamente se vão juntar outras actividades, cá como lá, que farão fortalecer ainda mais esses laços que, por enquanto, ainda são mais fortes do lado de lá.

12 outubro 2009

O dia seguinte

Menos de 24 horas depois de conhecido o resultado das eleições autárquicas de ontem, o assunto do dia não é tanto a vitória socialista, que muitos tinham como garantida, mas sim o desaire social-democrata. A candidatura perdeu a corrida à Câmara de Paredes de Coura, mas, mais do que isso, perdeu influência e votos, relativamente às autárquicas de 2005.
De nada valeu a José Augusto Sousa a coragem de enfrentar o actual autarca, instituído no poder há mais de três mandatos. De nada valeu a sua ousadia em fazer uma equipa "à sua maneira", com total liberdade por parte da concelhia laranja, como adiantou logo quando anunciou a sua candidatura, de tal modo que arredou do palco político, voluntária ou involuntariamente, nomes que até então tinham papel de destaque no PSD courense. Dito isto, logo se poderá apontar José Augusto Sousa, como mentor da lista social-democrata, como o principal responsável pelo resultado de ontem. E, sabendo-o responsável pelas suas decisões, estou em crer que não se vai esquivar dessa responsabilidade. Resta saber se se vai manter como vereador ou se, pelo contrário, como chegou a dar a entender no início da corrida eleitoral, não ficará na Câmara para assumir a derrota.
Ganham vantagem, agora, os que o criticaram pelas suas escolhas, nomeadamente do seu número dois. Albano Sousa não logrou ganhar sequer na sua freguesia de origem, onde granjeia uma posição de mérito e onde o PS não ganhava há bastante tempo. Até ontem... E onda afectou também a candidata à junta, que conseguiu um resultado pior que em 2005. DE um modo geral, aliás, praticamente todas as freguesias votaram PS para a Câmara, com excepção de S. Martinho de Coura e de Parada, onde o voto que deu a vitória a Anésio Barbosa em 2005, foi agora transformado numa confortável vantagem sobre o seu concorrente.
No lote dos derrotados surge também Arlindo Alves, da CDU. A nível concelhio, nas eleições para a Câmara e Assembleia Municipal, o partido cresceu, pouco mas cresceu, e na Assembleia conseguiu não só a eleição do seu cabeça de lista, mas também da número dois, Cláudia Alves, neta do director do jornal O Coura. Nas freguesias onde concorria, contudo, o cenário divide-se: por um lado roubou um mandato ao PSD na Junta de Freguesia da Vila, outra onde os social-democratas não conseguiram repetir os valores de 2005, mas perdeu quatro noutras paragens. As assembleias de freguesia de Agualonga, onde a CDU foi sensação em 2005, e de Resende, deixaram de ter representantes daquele partido. E em Formariz, onde Arlindo Alves encabeçava a lista comunista, dos três mandatos alcançados há quatro anos, conseguiram apenas um, deixando os outros seis a uma confortável maioria socialista.

11 outubro 2009

PS conquista Paredes de Coura

O PS de António Pereira Júnior voltou a ganhar, hoje, a Câmara de Paredes de Coura. Uma eleição em que viu reforçada a sua maioria, conseguindo mais 300 votos que há quatro anos e voltando a eleger dois vereadores, Manuel Monteiro e Alexandra Marinheiro. Do outro lado, o PSD manteve os seus dois vereadores, mas, decidamente o PSD não esteve bem nas eleições autárquicas de ontem em Paredes de Coura. Depois de anos a fio com Décio Guerreiro a liderar as hostes social-democratas na corrida à Câmara courense, este ano o partido apostou em José Augusto Sousa, eterno número dois, que anunciou a sua candidatura bem cedo, com expectativas muito altas, mas depois acabou por demorar a vir para o terreno.
Não sei se terá sido por isso ou por outro qualquer factor, ou soma de factores, o certo é que, com José Augusto Sousa, o PSD acaba por ter piores resultados do que há quatro anos. Não só não consegue roubar a Câmara ao Partido Socialista, como viu ainda diminuir o número de votos, comparativamente aos resultados das últimas autárquicas. José Augusto Sousa surge, neste cenário, como o principal derrotado do processo eleitoral em Paredes de Coura. A aposta do partido não surtiu resultados, muito pelo contrário parece ter afastado eleitores que há quatro anos votaram em Décio Guerreiro.
Mas o "velho" candidato social-democrata também não sai incólume da disputa eleitoral de ontem. Décio Guerreiro não foi à luta pela Câmara, mas resolveu mudar a sua guerra para a Assembleia Municipal. O resultado, contudo, não foi melhor do que o de José Augusto Sousa e, no final das contas, com Décio Guerreiro o PSD na Assembleia Municipal acaba por ter um pior resultado e, inclusivamente, perder um deputado, passando de 9 para 8. Quem saíu a ganhar, curiosamente, foi a CDU, que passou a ter dois eleitos na Assembleia Municipal. O PS continua a deter a maioria daquele órgão autárquico, com os mesmos 12 mandatos conseguidos em 2005.
Nas freguesias o cenário não foi melhor. Aparentemente o PSD fica como estava, com seis juntas contra as 14 conquistadas pelos socialistas, mas se olharmos mais a fundo verificamos que perdeu duas freguesias que estavam nas mãos dos social-democratas há mais que um mandato. Em Ferreira, 10 votos de diferença chegaram para o PS conquistar a presidência da junta, mas em Insalde, bastião social-democrata que era presidido por Felino Carneiro, o socialista Moisés Loureiro conseguiu inverter a tendência dos últimos anos e levar o PS a vencer em todas as frentes, incluindo na corrida à presidência da junta, que conquistou com larga vantagem. Por outro lado, as duas juntas de freguesia que o PSD foi roubar ao PS, seriam, à partida, aquelas que mais facilidades ofereciam para mudar de mãos, uma vez que os antigo titulares não concorriam a um novo mandato e por isso havia caras novas de um e de outro lado da barricada.

E o presidente é...


08 outubro 2009

Os últimos cartuchos

A pouco mais de 24 horas do final da campanha eleitoral, a três dias do domingo de eleições autárquicas, as candidaturas preparam-se para gastar os últimos cartuchos. As caixas de correio entopem-se com panfletos de todos os partidos e até a CDU, que parecia estar adormecida, despertou nesta recta final da campanha e vá de fazer chegar a sua mensagem a cada um dos courenses. Também o PSD lembrou-se agora de reavivar o site que lançou em Agosto e que estava parado até ontem. Hoje já lá se podem encontrar mais informações, nomeadamente a composição das listas e o programa eleitoral deste partido para o concelho, bem como a tentativa de ficar com os louros de muitas das propostas aprovadas pela actual câmara socialista.
E por falar em programas, que dizer das propostas de cada um dos partidos para Paredes de Coura. O PS, naturalmente, aposta na continuidade, naquilo que já foi projectado e a que urge dar prosseguimento. E continua a fazer “finca-pé” em alguns projectos que já foram proposta em mandatos anteriores, nomeadamente na ligação à A3 que, ora garantem ser indispensável, ora dizem que não pode ser encarada como “a cura de todos os males” do concelho. O PSD dedica grande parte do seu programa à recuperação da economia, e apresenta mesmo uma interessante solução para a Casa do Outeiro, em Agualonga, colocando-a como espaço de acolhimento de uma incubadora de empresas de cariz agro-biológico. Um “dois em um” que ajudaria a criar emprego e mais valias, ao mesmo tempo que daria um destino digno a um valioso património arquitectónico do concelho. Na CDU são as questões da saúde concelhia e do emprego (ou da falta dele), que merecem mais atenção no folheto que me chegou à caixa de correio. Duas lutas, entre outras, com que o partido quer colocar um vereador no novo elenco camarário.
Pelas freguesias o panorama tem contornos diferentes. Ou se calhar nem por isso. É que, pegando no manifesto eleitoral da maioria das candidaturas, quase todas apresentam projectos semelhantes. E, ao ler de uma assentada todas as ideias que os candidatos, de qualquer um dos partidos, se propõem fazer nos próximos quatro anos, há duas áreas que saltam à vista: centros de dia e casas mortuárias. Umas querem um centro de dia, outras uma casa mortuária, outras ainda as duas coisas, de tal modo que a impressão que dá é que, no concelho, só nos preocupamos com os idosos e os mortos. O que, sendo sintomático do actual estado do concelho, deixa muito a desejar em termos de futuro.
Acompanhei, ao longo destas duas semanas, o desenrolar das campanhas dos vários partidos que concorrem em Paredes de Coura e não tenho dúvidas: todos podiam fazer muito melhor. É claro que cada partido tem os seus limites (financeiros e de recursos humanos, entenda-se), mas mesmo tendo em conta essas limitações, estou em crer que mais poderia ter sido feito. PS e PSD desdobraram-se em sessões de esclarecimento, correndo todas as freguesias do concelho. Estive presente em algumas, de um e de outro partido, e vi realidades diferentes. Vi um Partido Socialista bem “oleado”, com método e precisão, a percorrer todo o concelho. Por seu lado a candidatura de José Augusto Sousa demorou a ganhar o ritmo necessário: muitas vezes falhou na divulgação das sessões de esclarecimento, mau grado o incessante bombardear do seu programa eleitoral em todos os cantos do município, o que levou a plateias de reduzidas dimensões a assistir. E nem a presença do líder distrital parece ter ajudado o candidato a sentir-me mais confortável neste domínio. Valeu, no entanto, pelo esclarecimento de alguns pontos do seu programa. A CDU, por seu lado, mostrou-se nos últimos dias da campanha. Pouco pessoal, poucos meios, obrigam a um esforço considerável dos poucos militantes que o partido tem aqui por estas bandas.
Faltou, em minha opinião, o confronto directo entre os três candidatos. Um debate é sempre um ponto fulcral em qualquer campanha e, muitas vezes, é no debate, no confronto de ideias entre uma e outra candidatura que se consegue fazer a distinção entre as ideias que não passam da campanha e os projectos que prometem ter seguimento.
E depois temos a campanha paralela. Aquela que se faz nos jornais e nos “pasquins” e, fruto dos tempos, também na blogosfera. A campanha medíocre, do diz que disse e do dedo indicador em riste ocultado pelo anonimato. Aqui, como em muitos outros pontos do país, estas alturas são sempre período fértil para o surgimento de quezílias que estiveram em banho-maria durante quatro anos. E, é certo e sabido, daqui a quatro anos haverá mais!

07 outubro 2009

Imagens de campanha 10


Sede de campanha da candidatura do PSD à Câmara de Paredes de Coura, situada na Rua Narciso Alves Cunha.

06 outubro 2009

PSD aposta em parque de diversões

Um parque de diversões, de componente aquática, capaz de trazer algumas centenas de milhar de turistas até Paredes de Coura, é um dos principais projectos de José Augusto Sousa para o concelho. O projecto, que faz parte da sua candidatura à presidência da autarquia courense, já está a ser equacionado por uma empresa contactada pelo candidato que defende ser este um investimento bastante importante para o município.
O parque de diversões, ao jeito do que se melhor se faz na Europa neste âmbito, iria ocupar uma área ribeirinha de consideráveis dimensões, entre a zona de Santa e Mantelães, incorporando a actual área da praia fluvial do Taboão, que seria um complemento a este equipamento de lazer. “Seria um motor para uma revolução económica”, esclarece José Augusto Sousa.
O candidato social-democrata explica que já estabeleceu contactos com uma empresa interessada em levar a bom porto este projecto. E vais mais longe, garantindo que, se ganhar a câmara nas eleições do próximo domingo, consegue efectivar este investimento no concelho. “É um projecto que depois vai trazer investimento noutras áreas”, acrescenta José Augusto Sousa, referindo-se nomeadamente à componente hoteleira e de restauração de que um equipamento deste género iria necessitar em Paredes de Coura.
E por falar em hotelaria, nos planos da candidatura do PSD à câmara courense está também a criação de um parque de campismo. Um equipamento que seria instalado na freguesia de Vascões, como forma de potenciar todo o valor acrescentando que o CEIA conseguiu para o concelho.

04 outubro 2009

Imagens de campanha 9


Sede da candidatura do Partido Socialista à Câmara de Paredes de Coura, encabeçada pelo actual presidente da autarquia, António Pereira Júnior, localizada na Rua Conselheiro Miguel Dantas, na vila courense.

03 outubro 2009

02 outubro 2009

Pereira Júnior: Há projectos que precisam de continuar!

Muita obra feita, mas muito ainda por fazer. É esse o sentimento de António Pereira Júnior, actual presidente da Câmara de Paredes de Coura, na partida para mais uma corrida eleitoral, a última em virtude das imposições legais. “Há projectos que precisam de ter continuidade”, explica o candidato socialista.

No topo das prioridades está, de acordo com António Pereira Júnior, a continuação da implementação da Carta Educativa do concelho, nomeadamente com a prossecução da reformulação da rede de ensino pré-escolar, com a construção dos três pólos previstos, um dos quais já em início de construção, e a entrada em funcionamento das duas creches já programadas pela autarquia. Alem destas, Pereira Júnior quer mais uma creche a funcionar em Formariz, de modo a elevar a taxa de cobertura deste tipo de equipamentos no concelho. CLICAR PARA OUVIR SOM

Ambiente e qualidade de vida são outros dos sectores chave da candidatura socialista à Câmara de Paredes de Coura. Aliás, o actual autarca considera que a obra que marcou o seu mandato que agora termina foi o alargamento da rede de saneamento básico. “Neste momento só falta levar o saneamento a quatro freguesias, o que resultou num investimento de mais de cinco milhões de euros”, esclarece Pereira Júnior, que destaca ainda, a nível ambiental, a construção do CEIA e o contributo que aquele equipamento veio trazer no âmbito da sensibilização e protecção ambiental para o concelho.

A acção social também merece uma palavra de destaque, tanto no que se refere àquilo que foi feito como em relação ao que está previsto fazer num próximo mandato. “Fizemos um trabalho apurado na acção social”, explica o actual presidente, realçando os vários instrumentos criados para incentivo à natalidade, apoio às famílias e aos mais idosos. O candidato tem mais projectos em mente, com especial relevo para a intenção de apoiar a Santa Casa da Misericórdia na transformação do velho edifício do Hospital numa unidade de cuidados continuados, com capacidade para 23 camas. “A candidatura está em fase de apreciação, mas estamos convencidos de que será aprovada dentro de pouco tempo”, conclui Pereira Júnior. CLICAR PARA OUVIR SOM


Nota: Este post encerra a entrevista realizada a António Pereira Júnior.


Imagens de campanha 7

Eles aí estão! Meses depois do anúncio da candidatura, muito tempo depois dos da candidatura concorrente, eis que José Augusto Sousa também começa a aparecer em todos os cruzamentos e rotundas. Os primeiros cartazes da candidatura do PSD foram colocados nas ruas ontem à noite.

30 setembro 2009

Pereira Júnior: Estou confiante na vitória!

António Pereira Júnior é o actual presidente da Câmara de Paredes de Coura. E quer continuar a sê-lo durante os próximos quatro anos, por isso submete-se novamente à escolha dos courenses nas eleições autárquicas de 11 de Outubro. À partida para essa corrida eleitoral, apresenta-se confiante na vitória e coloca logo de parte quaisquer dúvidas sobre a sua permanência no cargo.

“Se ganhar as eleições, como penso que vai acontecer, vou cumprir quatro anos de mandato”, esclarece o cabeça de lista do Partido Socialista. Apesar disso, Pereira Júnior sabe que, mesmo ganhando agora, não pode, por imperativo legal, voltar a concorrer e por isso procura já preparar o terreno para os seus sucessores. “Tenho a preocupação de deixar os destinos do concelho em mãos com capacidade”, explica o actual presidente, acrescentando que está orgulhoso das escolhas que fez.

Já no comício de apresentação dos candidatos autárquicos, Pereira Júnior referiu que na sua lista existem pessoas com condições para ser presidente da Câmara, mas garante que essa situação, se não houver nenhum imprevisto, só se colocará daqui a quatro anos, porque, para já, se ganhar será presidente, se perder fica como vereador. CLICAR PARA OUVIR SOM

E, presidente ou vereador, adianta que, até às eleições é candidato por um partido, mas depois das eleições passa a representar todo o concelho. “Todo o Executivo camarário é chamado a pronunciar-se sobre os projectos da Câmara”, refere Pereira Júnior, esclarecendo que as pessoas “têm de ser responsabilizadas pelos compromissos que assumiram”. Um cenário que, adianta o actual presidente, tem funcionado na autarquia courense, ressalvando as boas relações com os vereadores da oposição. “Saímos todos amigos uns dos outros. Discutimos abertamente, mas no fim faz-se a votação e os problemas ficam resolvidos”, conclui António Pereira Júnior. CLICAR PARA OUVIR SOM

Continua…

Imagens de campanha 6

Sessão de esclarecimento da candidatura do PSD, realizada ontem à noite, na Junta de Freguesia de Paredes de Coura, com a participação de José Augusto Sousa e de outros elementos da lista candidata à Câmara Municipal, bem como de vários elementos da lista candidata àquela assembleia de freguesia.

28 setembro 2009

Ele também já anda na net! (actualização)

Depois de José Augusto Sousa, candidato do PSD à Câmara de Paredes de Coura, ter apresentado a sua candidatura na Internet, agora foi também a vez da candidatura socialista de António Pereira Júnior chegar igualmente ao ciberespaço. Pereira Júnior 2009 e Coura Sempre à Frente são os motes da página onde, para já, apenas se pode ver o curriculum do actual presidente da Câmara e algumas imagens do seu percurso de vida.
A presença na internet das duas candidaturas surge como um sinal dos tempos, em que a web assume também um lugar de destaque na campanha eleitoral. De notar, contudo, que a duas semanas das eleições, a página de José Augusto Sousa, em funcionamento desde Agosto, não teve qualquer actualização desde essa data e mostra-nos apenas a sua apresentação à corrida eleitoral. A de Pereira Júnior, iniciada na semana passada, apresenta também alguns zonas ainda em construção, nomeadamente a que se refere à divulgação do programa eleitoral da sua candidatura. A duas semanas do acto eleitoral, não seria já tempo de mostrar mais alguma coisa?


Actualização: ao final do dia, a página de Pereira Júnior já tinha novidades. Por um lado o programa da candidatura socialista. Por outro lado o calendário das acções de campanha, que começam amanhã e só terminam com o comício de encerramento do próximo dia 9 de Outubro.