13 março 2007

À espera do lixo

Estão todos à espera do lixo. Ou melhor estão à espera de uma decisão para ver quem fica com o lixo. O aterro intermunicipal do Vale do Minho, em S. Pedro da Torre, fecha as portas no próximo ano e o autarca de Valença não está disposto a mantê-lo aberto um dia mais que o necessário. É, por isso mesmo, o principal interessado em saber qual o município que se segue, tendo em conta que, a cada dez anos, um dos seis municípios aderentes da ValorMinho será responsável por acolher esta estrutura.
Para já ainda não é certo quem será o próximo, muito embora as previsões apontem para Cornes, em Vila Nova de Cerveira. Certo é que não ficará em Valença. Mas pode ficar em Linhares, Paredes de Coura. Pode? Pode, este foi o local que a Câmara courense sugeriu para acolher aquele equipamento. E se vier para cá, como ficamos?
Na memória tenho as manifestações dos moradores de S. Pedro da Torre, quando começaram a construir o aterro actual. E ainda no passado sábado a SIC nos relembrou dos protestos das populações de Lazarim e Bigorne, em Lamego, aquando da luta contra a implantação de um aterro sanitário naquelas freguesias. Que têm em comum um e outro caso? Em ambos os locais os protestos de nada valeram e os aterros lá estão.
Mas os dois casos não são de todo iguais. É que, em Valença, anos após a entrada em funcionamento do aterro, a Justiça deu finalmente razão aos populares que, ao que parece, conseguiram com que o facto de acolherem o aterro nos seus quintais trouxesse algum proveito para a freguesia. Vamos ver, agora, se a freguesia que se segue tem a mesma sorte, ou melhor dizendo, se tem a mesma capacidade de fazer valer os seus direitos e os direitos dos seus habitantes, retirando alguma mais valia de uma estrutura que, apesar de necessária, supostamente limpa e que irá servir todos os habitantes dos seis municípios envolvidos, acaba sempre por trazer mais dissabores a quem a vai ter a seu lado, dia a e noite, faça chuva ou faça sol, especialmente quando faz sol.
A propósito disto, saliento aqui a jogada de mestre que a Junta de Freguesia de Formariz parece estar disposta a fazer, relativamente ao tubo de saneamento junto à Ponte de Mantelães. Depois do autarca anterior ter colocado a empresa responsável pela sua instalação em tribunal, eis que o novo presidente da autarquia resolveu levar a sério a máxima de olhar pelos interesses dos habitantes da sua freguesia e aparece disposto a esquecer o atentado ao património edificado que, embora a defender, assume, nos tempos que correm, menor relevo. Assim, vai de tentar chegar a acordo com os “prevaricadores” e aproveitar ao máximo o que estes podem oferecer à freguesia, sejam estradas arranjadas, passeios construídos ou outro tipo de apoio para realizar obras que, de outra forma, não seriam possíveis. Até pode ser eticamente reprovável e não ficar muito bem na fotografia, mas lá que é uma boa oportunidade, que não pode ser desperdiçada, disso ninguém tenha dúvidas.

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