É sempre assim, há sempre quem veja no mal alheio uma oportunidade a explorar. E na política, então, esta situação é muito frequente. Por isso não será de estranhar que, quando se fala na possibilidade de serem encerrados serviços como os tribunais ou as repartições de Finanças em alguns concelhos da região, haja municípios que não estão nada preocupados com o assunto, até porque estão convencidos de que vão ganhar com isso.
Contudo, não deixa de ser estranho ler uma notícia como esta, em que o presidente da Câmara de Valença não esconde o seu regozijo por o concelho a que preside poder vir a acolher a concentração dos serviços de Finanças dos vizinhos municípios de Monção, Melgaço, Paredes de Coura e Vila Nova de Cerveira, numa espécie de “super balcão”. Não pela notícia em si, já que o encerramento das repartições de Finanças há muito que é falado, mas pela “reviravolta” de que fala o autarca que, depois de confrontado com o eventual encerramento das Finanças de Valença, vê agora esse ideia substituída pela concentração de todos os serviços dos cinco municípios.
A justificação, então, não convence ninguém, pois pensarmos que tal opção de concentração, a acontecer, se deve ao facto de Valença ser a segunda cidade do distrito… não merece comentários. E, partindo agora para o campo da especulação pura, seria muito lamentável que a escolha de Valença para acolher esse “super balcão”, se ficasse pura e simplesmente a dever…à cor do seu Executivo, como dá a entender a “reviravolta” referida na notícia.
À parte tudo isto, é de todo lamentável que este tipo de decisões tenha como base apenas e só justificações financeiras. É certo que o caso das Finanças é diferente do dos tribunais, até porque grande parte das operações já têm de ser feitas online. Mas ao mesmo tempo, a situação das Finanças é também diferente da dos tribunais porque é muito maior o número de pessoas que tem de se deslocar àquele serviço do que aos tribunais. Num concelho como Paredes de Coura, por exemplo, julgo que fará mais mossa o encerramento das Finanças do que o do Tribunal, e julgo que nos outros municípios afectados também.
Concluindo, são opções calculistas, mas mal calculadas, como esta, que continuam a contribuir para que os municípios do interior continuem a não apresentar factores de atractividade. Não que se possa dizer que uma repartição de Finanças ou um tribunal contribuam para o aumento da natalidade ou do número de habitantes dum concelho, por exemplo, mas na hora de somar todos os prós e contras, cada vez mais contras, a deslocação de Melgaço a Valença para pedir uma qualquer certidão, pesa certamente na decisão.
Não de pode compreender esta junção de Serviços de Finanças num só concelho.
ResponderEliminarQuanto à cor partidária,logo me recordo da criação da loja do cidadão no concelho de Ponte da Barca,promessa eleitoral do Sócrates ao presidente da Câmara,lá se cumpriu.
Então a criar-se um serviço daqueles não seria no concelho que detêm mais do triplo da àrea e habitantes que é Arcos de Valdezez???!!!,Pois não, a cor partidária dos Arcos não é igual nem parecida com a de P.Barca.
No meu modesto entender nem num concelho nem no outro se justifica a criação desses serviços,será para num amanhã próximo encerrar as portas!!!
Por favor, encerrem tudo menos o festival,esse deve ser apoiado no seu máxmo e se possível prolongar a sua actuação por todo o verão...
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