
Não querendo meter a foice em seara alheia, atrevo-me a dizer que entre mão divina ou mão criminosa, nenhuma das duas. Primeiro, porque quero crer que as forças divinas tem mais em que pensar do que nas lombas de Coura. E em segundo lugar porque, apesar do roubo de sinais de trânsito estar em alta, não consta que as lombas sejam feitas com o alumínio que os criminosos procuram neste tipo de furtos.
Ora, a ser assim, resta uma explicação: as lombas foram retiradas a mando da Câmara Municipal. A mesma Câmara Municipal que as mandou lá colocar em Janeiro do ano passado. No seu lugar surgiram umas marcações na estrada que, apesar de bem visíveis, em nada ajudam a reduzir a velocidade dos automóveis que por ali circulam ou a aumentar a segurança daquele cruzamento, provavelmente o mais movimentado da vila.
O porquê de se ter voltado atrás é que, à falta de explicação da autarquia, pode causar estranheza. É que, recorde-se, as lombas foram pedidas em Dezembro de 2006 por Paula Caldas, na Assembleia Municipal. Na altura Pereira Júnior explicou à social-democrata que, dada a localização do cruzamento, junto aos bombeiros, era ilegal colocar ali lombas. Tudo bem, mas dois meses depois eis que as lombas surgem na estrada, como se nada se tivesse passado, dando resposta ao pedido de Paula Caldas. Como parecia ter acontecido antes, com a instalação dos parcómetros na vila. Primeiro Paula Caldas sugeriu, a Assembleia rejeitou e meses depois a Câmara avança com o estacionamento pago à superfície.
Mas agora, com a retirada das lombas pedidas pela social-democrata, primeiro negadas, depois oferecidas, eis que pergunto: será que a eventual influência de Paula Caldas nas decisões da autarquia tem prazo de validade e já expirou? E se assim for, será que o próximo passo é acabar com todos os parcómetros da vila?