12 janeiro 2011

Contenção

Na sua primeira edição de 2011, o Notícias de Coura deu a conhecer algumas das medidas de contenção que a Câmara Municipal de Paredes de Coura se propõe implementar. Novidades? Algumas. Ou se calhar nem por isso.

O aumento das tarifas da água é tema que há muito vem sendo abordado pela autarquia courense, que não perde a oportunidade para se queixar que está a subsidiar metade do custo deste bem essencial. Ora, em tempo de contenção, será que vai deixar de o fazer? Sim, explica o presidente da Câmara. E vai subir muito? Pereira Júnior fala num “aumento ligeiro”, por isso é de pensar que a autarquia vai continuar a suportar parte da diferença existente entre o valor a que compra e o valor a que vende a água no concelho. Aqueles que estiveram compra os negócios entre a Câmara e as Águas do Minho o que pensarão disto agora?

Depois fala dos cortes na iluminação pública, por demais abordados e criticados aqui, e cujos efeitos se questionam, até porque, pelos vistos, este ano pouco se sentirão, pois só lá para Junho é que estarão reunidas condições para se fazerem. EDP dixit. Oportunidade, no entanto, para ficar a saber a opinião da oposição sobre este assunto, com o regressado José Augusto Viana a contestar esta atitude, explicando que cortaria apenas na iluminação ornamental.

Mas o vereador social-democrata vai mais longe e atira: em tempo de crise não são necessários dois vereadores a tempo inteiro e um assessor da presidência. A autarquia, contudo, a nível interno recomenda apenas um esforço de poupança na despesa corrente, nomeadamente ao nível de comunicações e consumíveis. De fora fica o pessoal, até porque, umas páginas mais à frente no mesmo jornal, verificamos que ficou porta aberta para aumentar o quadro de pessoal do município.

Novidade, ou talvez não, é o assunto que o Notícias de Coura puxa para título da notícia, em que Pereira Júnior diz querer baixar os gastos com transportes escolares, que actualmente rondam os 50 mil euros mensais. Como? Com a definição de uma nova estratégia de transporte que possibilite a diminuição dos custos. Esclarecido? Nem por isso. Não sei porquê mas estas “definições de estratégias” deixam-me sempre com a pulga atrás da orelha, até porque mais adiante se pode ler que os cortes na despesa da Câmara não afectarão a área social e a educação. Não? A ver vamos. É que, pelo que consta, a mudança de “estratégia” para o transporte dos alunos do primeiro ciclo passa pelo abandono das recolhas quase à porta, passando para um circuito de transportes semelhante aos dos alunos da escola EB 2.3 e Secundária, cuja recolha é feita apenas nas estradas principais. Ora, para muito dos alunos das freguesias, isto é voltar à situação que existia antes da concentração das escolas que apontava o transporte dos alunos como uma das vantagens. Mais, para muitos alunos é ainda pior (leia-se mais longe) do que quando as escolas estavam nas freguesias!

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