Contextualização. Estupefacção. Indignação. Telhados de vidro. Reconhecimento.
Primeiro a contextualização. Pereira Júnior, presidente da Câmara de Paredes de Coura, comentava, aos microfones de uma rádio local, a vigília que vai ser levada a efeito no próximo sábado, como forma de protesto pelo encerramento do SAP no período nocturno. Uma vigília que, como já aqui abordei, foi convocada por Sandra Barros, cidadã portuguesa, que paga impostos e não aceita o encerramento do serviço nocturno do SAP de Paredes de Coura, como a própria assina o panfleto que distribuiu, por email e também por mão própria. Inclusivamente foi das mãos da própria subscritora que o autarca courense recebeu o panfleto que convida à participação na vigília de sábado.
Estupefacção. Pereira Júnior, presidente da Câmara de Paredes de Coura, até podia fazer este comentário no recato de uma qualquer conversa privada, mas… num órgão de comunicação social! Não sou advogado de defesa de ninguém e tenho a certeza que a Sandra Barros é capaz de, por si própria, responder ao autarca courense e explicar-lhe os motivos do seu protesto, mas as palavras do presidente da Câmara causaram-me alguma surpresa. Pela forma e pelo conteúdo.
Indignação. Pereira Júnior, presidente da Câmara de Paredes de Coura, até nem tem a culpa, mas infelizmente este tipo de discurso já não é novidade para mim, vindo de outros lados. A ideia de que só quem é courense, ou pelo menos conhecido em Coura, é que tem algo válido a dizer. É que, tinha-me esquecido, eu também não sou natural de Paredes de Coura, apesar de, por aqui residir há mais de dez anos e de, pasme-se, me considerar courense. Não sei se é por ter decidido aqui criar a minha família, ou se por ter optado por aqui residir e aqui pagar os meus impostos, alguns dos quais para a própria Câmara de Paredes de Coura. Ou se é simplesmente por ter abraçado Paredes de Coura como “a minha terra” e querer para este concelho tudo o que ele tem direito, participando no que ele tem para me oferecer e oferecendo-lhe o que tenho para partilhar.
Telhados de vidro. Pereira Júnior, presidente da Câmara de Paredes de Coura, não se pode esquecer também, que não se deve atirar pedras quando se tem telhados de vidro. É que os seus dois colegas de partido na vereação da autarquia também não são courenses “de gema” e inclusivamente a sua escolha foi alvo de críticas por isso mesmo na última campanha eleitoral. Digo hoje, como já disse em Outubro a quem criticou publicamente a sua escolha, que a origem não importa, o que conta é a vivência, e tanto faz ser de 20 anos como de 20 meses. É o sentimento de viver numa terra que queremos como nossa, mesmo que não tenha sido aquela que nos viu nascer. E basta olhar à nossa volta para ver, em sectores tão distintos como a saúde, a educação, o comércio, a indústria e, inevitavelmente, a política, muitos courenses “importados” que adoptaram este concelho como seu.
Reconhecimento. Estou certo, contudo, que as palavras de Pereira Júnior, presidente da Câmara de Paredes de Coura surgiram no calor do momento, mais preocupado que a vigília de amanhã prejudique as negociações concluídas em 2008 do que outra coisa qualquer. Mais tarde, mesmo que reconheça as pessoas, esperemos que não tenha de reconhecer que, se calhar, a boa fé que o caracteriza não tem reciprocidade por parte do Ministério da Saúde. A ver vamos.
-------Quanto ao Centro de Saúde referiu não estar preocupado com o encerramento do mesmo pela garantia dada pelo Ministro da Saúde, aquando da sua visita ao concelho, de que o Centro de Saúde de Paredes de Coura não encerra e que só encerrará quando for encontrada melhor solução para o município de Paredes de Coura.---------------------------------------------------------------------------------------------
ResponderEliminar"30 Junho 2006, AM."
Quantas pessoas estiveram em tal "manifestacao"????????
ResponderEliminarSó nao apareci pq nao arranjei a Bandeira!!!!é que a vela foi fácil!!!!!!!!