Na escola primária aprendemos o ciclo da água e ficamos a saber que a água se transfere da superfície da terra para a atmosfera, e que retorna depois à superfície através da precipitação. Mas isso era nos tempos de escola. Nos dias que correm a expressão ciclo da água ganha todo um novo significado. E em vez de evaporação, condensação ou precipitação, temos novos conceitos: custos, aumentos, oferta e escassez.
Temos, por um lado, os defensores dos aumentos, que, indiferentes a qualquer coisa (seja a falta de dinheiro ou de água), querem elevar o preço da água a todo o custo. Mas temos igualmente os que, aparentemente mais preocupados com a questão dos custos, estão mais interessados em assegurar a gestão conjunta da distribuição de água no Alto Minho, prometendo uma tarifa única (lá se vai a preocupação com o custo da água!) e melhores serviços.
Mas há quem, certamente, nem se importaria com o custo da água… desde que a tivesse. E não tivesse de estar dependente do abastecimento por parte dos bombeiros para poder satisfazer as necessidades básicas do dia-a-dia. E provavelmente estes até se questionam de que adianta a gestão conjunta se há quem não tenha água para ser gerida?
Pior, certamente, estarão aqueles, cada vez mais, que tendo água disponível se debatem com outra forma de escassez: a de dinheiro. Vai daí, não se estranha o aumento do número de casos de famílias que, por não conseguirem pagar, sujeitam-se ao corte do fornecimento de água. Extremos que, infelizmente são cada vez mais comuns e que ilustram bem as consequências de uma crise que não permite sequer o acesso àquilo que deveria ser um bem de todos.
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