29 setembro 2010

Aprender a partilhar? (actualizado)

25092010459Está quase no fim o prazo anunciado pela Administração Regional de Saúde para que a prometida ambulância de Suporte Imediato de Vida chegue a Paredes de Coura. Mas, ao que parece, para bem de uns, que sofram os outros. É que, segundo consta, o equipamento que vem para Paredes de Coura é o que se encontra actualmente em Ponte de Lima, concelho que, desta feita, ficará sem ele durante o período nocturno.

A boa educação manda que se promova a partilha, mas não será demasiado? Abel Baptista, deputado do CDS-PP, também acha que sim e apresentou hoje na Assembleia da República o seguinte pedido de esclarecimentos à Ministra da Saúde:

É noticia dos meios de comunicação social de que Paredes de Coura irá finalmente ter a ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) há muito prometida e protocolada com a autarquia local.

A informação é de que esse equipamento será colocado em Parede de Coura ainda esta semana.

Esta é uma noticia que só peca por tardia, considerando que o Ministério da Saúde há muito que já deveria ter cumprido esta parte do protocolo celebrado, pelo menos desde o momento em que encerrou o Serviço de Apoio Permanente (SAP) daquele concelho.

Mas poderia dizer-se que mais vale tarde que nunca.

Porém as preocupações junto de profissionais do INEM e de profissionais de saúde está instalada a partir de informações internas que a confirmarem-se serão mais um embuste para as populações.

É que parece que esta SIV que irá para Paredes de Coura, apenas irá funcionar entre as 20H00 e as 08H00 e será deslocada de Ponte de Lima para aquele concelho, ficando o concelho de Ponte de Lima privado daquele serviço, na forma como vem sendo feito, no período correspondente.

É evidente que espero eu e as populações dos concelhos de Paredes de Coura e de Ponte de Lima que esta informação não seja correcta, isto é, que seja falsa. É que as informações que sempre foram dadas, nomeadamente na Comissão de Saúde, na assembleia da República, era a de que o protocolo celebrado com as autarquias locais do Alto Minho seria cumprido e não consta em nenhuma cláusula este tipo de partilha.

Assim, e ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, venho requerer através de V. Ex.ª, à Ministra da Saúde, resposta às seguintes perguntas:

1 – A ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) a colocar no concelho de Paredes de Coura permanecerá ai 24H00 por dia?

2 – Não será deslocada nenhuma SIV de um concelho para outro durante o período nocturno?

3 – Quantos serão os profissionais de saúde afectos à SIV a colocar em Paredes de Coura?

4 – Qual o número de registos médios de saídas de SIV a nível nacional e no concelho de Ponte de Lima?

Palácio de São Bento, 29 de Setembro de 2010.

A ver se consegue resposta ou se, à semelhança do que aconteceu noutras ocasiões com interpelações dos municípios, por exemplo, a titular da pasta da Saúde opta pelo silêncio.

Entretanto, também o presidente da Câmara de Valença está preocupado com a possibilidade de ser retirada àquele município a ambulância SIV que ali está estacionada. Ao que parece o equipamento tem sido pouco utilizado por aqueles lados. Pudera! Quem é que acha que, em circunstâncias normais, uma ambulância de Suporte Imediato de Vida substitui o atendimento no centro de saúde?

Actualização a 30/09/2010 – A SIV sempre chegou, ontem à noite, a Paredes de Coura e o presidente da Câmara diz que não há qualquer polémica por causa de ser partilhada com Ponte de Lima. Será que os utentes de Ponte de Lima pensam da mesma maneira?

27 setembro 2010

Também estamos nesse barco… mas à procura de porto seguro

 

Desemprego está a subir em 14 concelhos do Norte” – Notícia do Jornal de Notícias

Valver: Empresa galega instala-se em Paredes de Coura” – Notícia da Rádio Geice

Notícias em sentido contrário, com uma a atestar o aumento do desemprego em Paredes de Coura e a outra a mostrar os esforços que estão a ser feitos para aumentar a oferta de postos de trabalho no concelho. Pouco a pouco, mas numa tentativa clara de criar mais empregos em Paredes de Coura. Mais do que nunca é preciso promover o concelho junto de potenciais investidores, tarefa que a autarquia courense tem vindo a desempenhar com alguma insistência e, pelo que se lê nos jornais, com os resultados a começarem a surgir. Grão a grão, é certo, mas lá diz o ditado que é assim que a galinha enche o papo.

23 setembro 2010

O prometido é devido… mas pode demorar

“Ministério da Saúde garante chegada da SIV até quarta feira” - notícia da Rádio Vale do Minho

“Ligação à A3 tem de aguardar revisão do estudo prévio” – notícia da Rádio Vale do Minho

A fonte das duas notícias é a mesma, o presidente da Câmara de Paredes de Coura. o resultado é que é diferente.

É que, enquanto a promessa da vinda da SIV para o concelho, para tentar minimizar a trapalhada que o Ministério da Saúde por cá deixou com o encerramento nocturno do Centro de Saúde, parece estar prestes a chegar (vamos acreditar neles, por uma vez), a outra promessa, muito mais antiga, da ligação, numa via rápida, de Paredes de Coura à A3, parece que ainda vai ter de esperar longos anos para ser realidade. E mesmo assim…

A propósito, causa confusão ler na última edição do Notícias de Coura que o Governo pondera agora, em alternativa à ligação à A3, a ligação à A28 que se prevê irá fazer a ligação entre Valença e o Porto. Ora, questiono eu, a distância de Paredes de Coura a Valença (ou ainda mais a Caminha), não é superior à que nos separa do nó de Sapardos? Fará sentido, por isso, esquecer a ligação à A3 e aumentar o número de quilómetros para ligar à A28? Ou será que houve confusão e o que se equaciona é uma eventual ligação à A27, em Ponte de Lima, como foi sugerido há anos pela oposição?

22 setembro 2010

Para férias? Para remodelação? Para…

Actualização a 23/09/2010 – Ao que parece, o encerramento, temporário de apenas algumas horas, prende-se com uma acção de desinfestação de rotina. Coisa pouca, ampliada e distorcida por “confusão” nas comunicações entre os vários envolvidos e os albergues vizinhos.

21 setembro 2010

Impostos com fogo de artifício

CIMG0942Foi talvez o momento mais quente da última Assembleia Municipal. Primeiro Pereira Júnior, presidente da autarquia, apresentou a proposta de impostos municipais para 2011 (ver último post). Depois Décio Guerreiro contestou a manutenção da derrama, sugerindo a sua extinção, dado o valor reduzido que recolhe aos cofres do município (14 mil euros este ano), ao que o autarca respondeu que, mesmo sendo pouco, era uma quantia essencial para a Câmara de Paredes de Coura. João Cunha, do grupo municipal do PSD, explodiu logo a seguir…

O deputado social-democrata pegou nas contas do município e estranhou “a preocupação do presidente com o sufoco financeiro da Câmara”, quando se gastam 30 mil euros em fogo de artifício nas festas do concelho, 35 mil na Feira Mostra e outros 30 mil euros na passagem de ano. “Aí não vejo grande preocupação!”, considerou João Cunha, acrescentando que “esses 30 mil euros de fogo, se calhar davam muito jeito a qualquer um dos presidentes de junta”.

Mas o antigo líder do PSD concelhio não se ficou por aqui e as suas críticas estenderam-se também ao Festival de Paredes de Coura, não tanto pelo montante envolvido no apoio da autarquia àquela realização, mas recordando a comissão de acompanhamento que foi criada em 2007, com elementos da autarquia e da empresa organizadora, de que até hoje não é conhecido qualquer relatório. “Sou a favor do Festival, não sou a favor é do absoluto desconhecimento da realidade”, concluiu o deputado municipal. (Clicar para ouvir)

A resposta de Pereira Júnior não se fez esperar, com o autarca a garantir que o Festival “é o único acontecimento que nos deixa cá o que custa à Câmara” e que, acrescentou, ronda os 250 mil euros, 100 mil em dinheiro e o restante em serviços prestados.Além disso, continuou, contribui “para a projecção do nome do concelho no país e no estrangeiro”.

“Porque é que não havíamos de fazer as festas do concelho, o passeio dos idosos, o fim de semana e outras actividades que fazem parte da actividade económica e cultural do concelho?”, questionou o presidente da Câmara, que recomendou que João Cunha se informasse junto das instituições bancárias de Paredes de Coura sobre o movimento verificado nas caixas Multibanco por ocasião do Festival. Além disso, Pereira Júnior não desperdiçou a oportunidade de mandar uma achega ao social-democrata, pedindo-lhe que perguntasse também nos bancos, que receita é que a Expoleite, de que este último é responsável e que recebeu este ano 25 mil euros da autarquia, daria para o concelho. “Se calhar não dava”, concluiu o presidente da Câmara. (Clicar para ouvir)

17 setembro 2010

Impostos municipais não aumentam

16092010453 Derrama, IMI e IRS vão continuar com os mesmos valores em 2011. A maioria socialista da Assembleia Municipal de Paredes de Coura aprovou, na última sessão, a proposta vinda do executivo municipal, que prevê, no próximo ano, a manutenção dos valores estipulados para 2010. Apenas o PSD teceu algumas críticas às taxas, mas acabaria por contestar significativamente apenas a derrama, cuja extinção vem defendendo há largos anos.

Pereira Júnior aproveitou a oportunidade para dar conta dos valores arrecadados pelo município nos últimos anos com a cobrança destes impostos, explicando que os montantes têm vindo a diminuir, especialmente a partir do momento que a autarquia optou por reduzir esse peso na carteira dos courenses. No IRS, por exemplo, dos 116 mil euros alcançados em 2009, passou-se para apenas 67 mil euros que entraram nos cofres do município no corrente ano. (Clicar para ouvir)

Apesar disso a oposição, pela voz do PSD, sugeriu que a taxa de IRS fosse de 0%, ao invés dos 3% que a Câmara oferecia, indicando, contudo, que se iria abster neste ponto da votação, o que acabaria por acontecer, tendo apenas a CDU votado contra esta taxa. Já no que respeita à derrama a intervenção dos social-democratas foi mais dura, com Décio Guerreiro a lembrar o historial de luta do seu partido em relação à implementação deste imposto em Paredes de Coura. (Clicar para ouvir)

“É um imposto injusto, o concelho só teria a ganhar com a sua extinção”, defendeu o líder da bancada do PSD, que salientou a pouca relevância do valor amealhado pela autarquia com a sua cobrança, que se cifrou em cerca de 14 mil euros no corrente ano e acrescentou que a não existência de derrama poderia ser aproveitada para atrair novos investidores para o concelho. Pereira Júnior, contudo, lembrou que, apesar de, “com o produto destes impostos pouco se poder fazer, este montante é essencial para esta câmara”, rejeitando assim a sugestão social-democrata. A derrama, no valor de 1,2%, acabaria por ser aprovada sem problemas, apenas com 10 votos contrários por parte do Partido Social Democrata.

15 setembro 2010

Tempo de rescaldo

Os incêndios que afligiram o concelho em Julho e Agosto ocuparam praticamente todo o período de antes da ordem do dia, com o grupo municipal do PSD a apresentar duas moções, sobre o mesmo assunto – fogos florestais – mas com objectivos diametralmente opostos. É que, enquanto numa se elogiava todos os que estiveram envolvidos no combate aos fogos florestais que fustigaram Paredes de Coura, na noutra criticava-se veementemente a actuação do comando das operações de combate a incêndios. As duas moções social-democratas foram aprovadas por unanimidade e, se em relação à primeira pouco haveria a dizer, já em relação à moção de protesto, Décio Guerreiro não deixou de criticar a forma de coordenação existente actualmente, que delega o comando das operações no concelho onde os incêndios têm início e que, no caso de Paredes de Coura, originou algumas situações em que os bombeiros courenses, chamados a intervir pelas populações, não o puderam fazer por não terem autorização do comando vizinho para sair do quartel. Uma situação que foi notória nos fogos de Linhares e da Boalhosa, em que uma mais rápida autorização da intervenção da corporação courense poderia ter evitado que o fogo se propagasse como aconteceu. A este cenário juntam-se ainda situações que chegaram a ser caricatas, como contou o deputado municipal social democrata na Assembleia.
O protesto socialista foi subscrito pelo próprio presidente da Câmara, que anunciou que os autarcas do Vale do Minho vão reunir com o secretário de Estado da Administração Interna para analisar esta situação e a eventual transferência de competências nesta área para os municípios. “A coordenação não foi boa, houve erros graves”, criticou António Pereira Júnior, acrescentando que “os nossos bombeiros foram chamados quando já não havia nada a fazer”. Já antes Décio Guerreiro havia questionado o presidente da Câmara sobre a possibilidade de, accionando o plano municipal de emergência, a autoridade da autarquia se sobrepor à do comando das operações no concelho vizinho. Pereira Júnior, contudo, acabaria por responder que a activação desse plano, além de extremamente difícil e de elevada responsabilidade, poderia gerar situações de conflito entre os dois comandos, razão pela qual não foi opção nos incêndios de Julho e Agosto.
A discussão em torno deste assunto traria ainda a intervenção de João Paulo Alves, da CDU, que alertou para o problema de base que está na origem dos incêndios florestais: a falta de limpeza das matas. “Na Boalhosa, antes de arder, o que lá havia era matagal”, referiu o deputado municipal comunista, acrescentando que “o Estado dá o pior exemplo”, ao não cuidar da limpeza das suas áreas florestais. No rescaldo da discussão ficaram no ar os números da floresta destruída pelos fogos florestais no concelho, com Pereira Júnior a revelar que os números, ainda provisórios, apontam para a destruição de 1337 hectares de floresta. Um número que deve dar que pensar.

13 setembro 2010

Não tão bom ambiente

CIMG0422A exploração de recursos minerais é sempre uma “espada de dois gumes”. Por um lado, e como se pode ver pelo exemplo do concelho vizinho de Ponte de Lima, temos a criação de postos de trabalho e a dinamização económica que está associada à extracção e comercialização de pedra. Por outro lado, e como se pode ver pelo exemplo do concelho vizinho de Ponte de Lima, as implicações a nível ambiental não são de descurar quando se fala neste tipo de indústrias.

Resumindo: há uma empresa que parece estar interessada em explorar a extracção de quartzo, feldspato e lítio no Alto Minho, incluindo em Paredes de Coura. Pesando prós e contras, espera-se que seja tomada a melhor decisão.

10 setembro 2010

Bom ambiente

óleos usados Câmara de Paredes de Coura e empresa do sector estabeleceram parceria para a instalação de mais postos de recolha de óleos alimentares no concelho. Uma boa notícia, que se saúda, em nome de um melhor ambiente. Haja agora consciência dos courenses para utilizarem estes depósitos.

09 setembro 2010

Promessas perdidas (2)

 

“Portagens cobradas nas SCUT a partir de 15 de Outubro” – notícia da Rádio Geice

Sobre esta promessa já muito foi dito. Infelizmente querem que paguemos algo que nos foi oferecido há anos e para o qual não temos alternativa. Mais do que o princípio do utilizador pagador, aqui vigora o princípio do “és obrigado a utilizar e por isso pagas e calas”. Não é caso único no país, mas os maus exemplos não deveriam vingar.

08 setembro 2010

Promessas perdidas

Festas do Concelho 2010 (2) É uma das “qualidades” que facilmente se associa a um político: a capacidade para prometer, principalmente prometer mais do que se pode cumprir ou, melhor ainda, prometer sem se preocupar quando e se lhe vai ser cobrado o prometido. O problema das promessas dos políticos não está apenas naquilo que prometem só para calar quem os escuta, mas está, acima de tudo, naqueles que acreditam, porque só lhes resta acreditar, que eles vão cumprir o que promete.

É claro que a generalização que aqui faço não se aplica necessariamente a todos os políticos mas, convenhamos, encontrar um político que se preocupa com o que promete é mais difícil que encontrar um rato numa cozinha acabava de inspeccionar pela ASAE. E, infelizmente, nos tempos que correm, as promessas por cumprir são tantas que não é preciso grande esforço para dar de caras com mais uma.  Em Paredes de Coura, por exemplo, basta passar defronte do Centro de Saúde para nos lembrarmos de mais uma promessa perdida. Há cerca de meio ano, quando foi decretado o encerramento nocturno, fui um dos que tomei as dores do fecho daquele serviço e desde logo critiquei o desrespeito com que o Ministério da Saúde viria a tratar os utentes do concelho. Seis meses volvidos, eis que o que foi prometido parece esquecido: por um lado o horário de funcionamento é cada vez mais reduzido e, a fazer fé no que se lê na última edição do Notícias de Coura, está limitado a meio dia; por outro lado, o que foi prometido em alternativa continua sem dar as caras pelo concelho, não obstante as notícias recentes que garantem a vinda da ambulância de Suporte Imediato de Vida ainda no decorrer deste mês.

É esperar para ver, como costumo dizer, Esperar e ver se, desta vez, o Ministério que faltou à palavra firmada e assinada, cumpre a sua última promessa. Não que faça muita diferença face ao cenário global de que já muito se falou, mas, nos tempos que correm, é sempre bom ver alguém honrar a sua palavra.