30 novembro 2011

Luzes de Natal: poupar agora, gastar depois (2)

Parece que escrevi antes do tempo, pois acaba de ser divulgada a agenda cultural de Paredes de Coura para Dezembro e lá vem o anúncio da festa de passagem de ano 2011/2012, com dois DJ’s e um grupo de baile. Este ano, sem tenda aquecida, que a festa vai decorrer no Centro Cultural. E espumante e bolo-rei, haverá?

Luzes de Natal: poupar agora, gastar depois

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COURA - Câmara poupa investimento e mantém iluminação de Natal de 2010 com composições feitas e instaladas pela própria autarquia – notícia da Rádio Vale do Minho

Eles já andam pelas ruas, os funcionários da câmara que vão colocar, pelo vistos até ao próximo dia 10, as iluminações de Natal da vila de Paredes de Coura. E, explica a autarquia, este ano vai-se poupar nas ornamentações natalícias, porque se vão aproveitar as mesmas do ano passado. Acho bem, se bem que, se a memória não me falha, as ornamentações já não são de 2010, mas serão anteriores. De qualquer maneira, de louvar esta atitude de não gastar mais dinheiro em novas estruturas decorativas.

Mas, ao mesmo tempo que se anuncia que este ano não vai haver novos investimentos, deixa-se já a porta aberta para mais gastos no próximo ano, com a aquisição de novos elementos decorativos. Ou seja, este ano poupa-se, para o ano gasta-se… o que se poupou este ano.

Bem, se calhar a poupança até vai ser significativa, até porque, este ano, a iluminação natalícia vai funcionar durante menos tempos, por causa do apagão nocturno da iluminação pública. Por falar nisso, falta saber se a poupança da época se vai alastrar também aos habituais festejos de ano novo, ou se a autarquia vai manter a festa nos valores dos últimos anos. Ah, já agora, deve ter outro encanto andar a festejar o primeiro dia de 2012 num concelho praticamente à escuras…

26 novembro 2011

Cortar no que se não tem (2)

Os cortes da Câmara de Paredes de Coura continuam a ser conhecidos a conta-gotas. E depois dos apoios às associações concelhias, é agora a vez de aquele que é o evento com maior visibilidade no concelho (e também o que mais visibilidade dá ao município) sofrer na pele o efeito das medidas de austeridade que ditam o corte forçoso de despesas na autarquia courense. Dito de outra forma para que não fiquem dúvidas: a câmara vai reduzir o apoio que dá todos os anos ao Festival de Paredes de Coura.
A autarquia, diz a notícia da Rádio Vale do Minho, está, nesta altura, a renegociar com a empresa promotora do Festival o apoio que habitualmente dá à empresa promotora. Desconhece-se se essa renegociação se prende apenas com o montante atribuído em dinheiro ou se o corte também se vai alastrar ao apoio que é dado a nível logístico e técnico, apoio esse cuja valor é desconhecido. O certo é que esse processo de renegociação do apoio da autarquia courense está a atrasar a divulgação das datas em que se vai realizar a edição de 2012 do festival, precisamente aquela que assinala o vigésimo aniversario do Festival de Paredes de Coura. De qualquer das formas, tendo em conta que ontem à tarde já foi aprovado o orçamento da Câmara para 2012, tudo já deve estar definido.
De acordo com João Carvalho, da Ritmos, não está em causa a realização do festival, salientando, contudo, que o apoio financeiro da Câmara, apesar de ser uma pequena parte do total de dois milhões que custa aquele evento, faz toda a diferença. Cá por Paredes de Coura, conheço muita gente que vai aplaudir este corte nos apoios do município ao festival. Outros tantos que vão lamentar a atitude da autarquia. Pessoalmente, sempre defendi que os apoios concedidos pela câmara, à Ritmos ou a outras entidades, deviam ser pautados por toda a transparência, o que nem sempre acontece. Creio, contudo, que em tempo de vacas magras, muito magras mesmo, a autarquia deve cortar em áreas menos prioritárias e o festival está, no meu entender, nesse leque, muito mais havendo ainda para cortar. Não poso deixar de concordar, no entanto, com o responsável da Ritmos, quando se queixa da falta de patrocinadores para eventos realizados fora de Lisboa e do Porto, lembrando tempos não muito distantes e pouco desejáveis em que tudo o resto era considerado "província".

24 novembro 2011

Ao menos numa coisa…

CIMG2181Greve geral: Câmaras Municipais de Paredes de Coura e de Viana do Castelo são as que têm maior adesão à greve – notícia da Rádio Geice

 

 

PS: O direito à greve é um direito que assiste a qualquer cidadão português e o seu exercício é uma opção de cada um que aos outros só cabe respeitar.

22 novembro 2011

Uma casa muito grande (2)

 quinta da casa grande - foto jofre alvesMais de três anos depois, a Quinta da Casa Grande, em Paredes de Coura, continua à procura de novo dono. O preço, ao que parece, baixou ligeiramente, mas ainda assim o milhão e meio de euros que pedem para a sua compra continua a ser impeditivo para a Câmara de Paredes de Coura que, recorde-se, declinou a oferta que os herdeiros fizeram em 2006, no sentido de ser o município a adquirir aquele imóvel.

E por falar em Casa Grande, aproveito para relembrar o requerimento que o Partido Comunista Português fez ao Governo, e à Câmara Municipal de Paredes de Coura, sobre a outra “Casa Grande” do concelho, a Casa Grande de Romarigães. Em Setembro, os comunistas lamentavam o estado a que se deixou chegar aquele imóvel, e reclamavam que algo fosse feito no sentido de contrariar essa situação. “Que explicações existem para a situação e estado da Casa Grande de Romarigães?”, questionavam na altura. A resposta, ainda é desconhecida. Ou talvez não…

21 novembro 2011

Está (quase) tudo dito!

P.LIMA - Cavalos garranos fechados pela população no recreio de antiga escola – notícia da Rádio Vale do Minho

Basta ler a notícia porque está ali quase tudo dito. Mais um episódio de garranos que, abandonados pelos legítimos donos nos montes, acabaram por bater à porta das aldeias vizinhas, na procura de alimento, destruindo hortas e terrenos de cultivo. Desta vez, os habitantes da Labruja, Ponte de Lima, resolveram encaminhar os animais para o recinto da antiga escola primária, onde estão fechados, e alimentados, sublinham, até que as autoridades resolvam o que fazer com eles. E basta ler as declarações de Manuel Amorim, presidente da Junta de Freguesia da Labruja, para ficarmos completamente esclarecidos, especialmente quando o autarca diz, sem papas na língua ao contrário do que acontece muitas vezes, que “este não é caso único, nos últimos meses temos visto outras situações do género, de animais que são deixados à sorte, depois de os produtores receberem os subsídios”. Tudo dito!

Ou quase, porque, como refere a mesma notícia, as queixas por danos provocados pelos garranos têm surgido em vários concelhos do distrito, por casos semelhantes ou por envolvimento em acidentes de viação. Mas, e é aqui que reside o quase, não há qualquer registo de situações do género em Paredes de Coura. Isto, não obstante uma vista de olhos pelos dois jornais locais nos últimos meses nos dar conta de vários episódios parecidos com este da Labruja, com os moradores a queixarem-se dos danos provocados pelos animais. Parece que, contudo, fala-se muito mas não se avança nada, pois as queixas andam pelos jornais mas não chegaram a quem de direito… as autoridades.

20 novembro 2011

Círculo vicioso (2)

E depois das câmaras municipais deste país estarem endividadas como nunca, depois dos municípios se queixarem da falta de pagamento por parte do Estado, surgem situações como esta, com a insolvência de uma das maiores empresas de construção civil do distrito. Alguém se admira? Infelizmente não será a única empresa nesta situação, nem a Câmara de Caminha a única a dever milhares de euros de obras já concluídas há mais de dois anos mas ainda por pagar.

19 novembro 2011

Círculo vicioso

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O Governo aperta, cada vez mais, as contas das câmaras municipais deste país. As autarquias ressentem-se e cada vez mais municípios engrossam a lista de câmaras que ultrapassaram (ou estão quase a fazê-lo) os limites de endividamento. As mesmas câmaras que agora se queixam de que, afinal, foi o Governo que as meteu naquela situação, e lembram que o Estado está a dever aos municípios portugueses mais de 102 milhões de euros.

Não há enfermedad que nos aflija!

25092010459O Centro de Saúde de Paredes de Coura, diz a última edição do Notícias de Coura, está prestes a perder mais um médico, no caso o actual responsável daquele equipamento, Dr.. Queirós Monteiro. Nada que nos preocupe, contudo, porque parece que quem manda nestas coisas da saúde já tem tudo previsto. É que, apesar do Centro de Saúde courense ficar reduzido a cinco médicos, de cada vez mais utentes ficarem sem médico de família e de se caminhar a passos cada vez mais largos para o encerramento cada vez mais cedo daquele equipamento, já há alternativa programada: vamos todos às urgências em Espanha!

18 novembro 2011

Não, não é em Paredes de Coura…

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Aldeia no Marvão à venda por sete milhões - notícia do Jornal de Notícias

… mas podia ser!

Brincadeira à parte, notícias como esta só vêm atestar o que já conhecido: o interior do país está cada vez mais deserto. Os números dos últimos Censos não enganam e traduzem uma realidade prevista e conhecida. Falta de investimento por parte do Governo? Falta de meios e capacidade por parte dos municípios e das freguesias? Algumas, só algumas, das causas desta desertificação que tem deixado muitas aldeias às moscas.

Numa altura em que já é muito difícil reverter esta situação, urge evitar que se alastre a zonas que, apresentando um índice de crescimento negativo, ainda poderão ter algum potencial para serem contrariar esse caminho. Daí que veja na reorganização das freguesias que se avizinha no horizonte, uma oportunidade para corrigir erros grosseiros do passado. Sem guerrinhas entre vizinhos, sem disputas fantasiosas pelo poder, só com o interesse das populações na mira. Sonho ou realidade?

Cortar no que se não tem

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COURA - Regulamento para atribuição de subsídios a associações vai mudar em 2012, prevendo-se "cortes" nos valores dados – notícia da Rádio Vale do Minho

Com o aproximar do final do ano começam a ser conhecidos os cortes que a Câmara de Paredes de Coura vai ter de aplicar no próximo ano, em virtude das medidas de austeridade que ditaram o corte de algumas centenas de milhares de euros. E os cortes vêm… de onde já se esperava, dos apoios dados pela autarquia às associações concelhias.

Não se pode dizer que esta medida seja uma completa surpresa, tendo em conta que, como refere a própria vereadora da autarquia courense na notícia, só agora a Câmara de Paredes de Coura está a liquidar os subsídios atribuídos entre 2007 e 2009, ou seja ainda antes da própria vereadora ter sido eleita para o executivo camarário. O que, na prática, significa que muitas associações culturais e recreativas estão a viver com orçamentos cheios no papel, mas com os cofres vazios na realidade.

Concordo com o alerta da Câmara de Coura, que defende que as colectividades têm de procurar novas fontes de receita, o que inclusivamente já defendi aqui, mas não nos podemos esquecer que muita da oferta em termos animação cultural e desportiva oferecida pelo município depende precisamente das associações e clubes locais que, em muitos casos, estão já a trabalhar no vermelho, sem dinheiro que suporte o seu funcionamento, porque o que foi prometido pela autarquia demora a chegar.

 

PS: E convém ficar já atento porque novos cortes se avizinham e alguns deles vão mexer com o bolso dos munícipes.

11 novembro 2011

De bicicleta… pela mão

CIMG2552Há uns anos, em plena Assembleia Municipal de Paredes de Coura, correram queixas sobre a velocidade excessiva a que circulavam as bicicletas na pedonal Rua Conselheiro Miguel Dantas. Na altura, já a rua, recheada de esplanadas, tinha visto proibida a passagem a cavalos, e chegou mesmo a falar-se em estender a proibição às bicicletas. Felizmente tal ideia não avançou, se bem que, agora como na altura, continue a achar que há quem teime em fazer daquela via pedonal uma pista de corridas.

Recentemente encontrei aquilo que poderá ser a solução. Isto, claro, se for cumprido o que estabelece o sinal da foto, encontrado numa vila muito frequentada por turistas, nacionais e estrangeiros que, ao que me disseram, são bastante cumpridores. Já agora, e aproveitando a foto, podem mandar vir o sinal de baixo também que, algumas vezes, faz igualmente falta.

04 novembro 2011

CIN apoio bombeiros courenses

Deu resultado a campanha lançado pela CIN no Verão passado, que prometia atribuir a algumas corporações de bombeiros equipamento para combate a fogos florestais. A campanha, de que foi dado eco aqui, terminou no final de Setembro, tendo sido angariados 200 “fire shelters”, que vão ser distribuídos por 40 corporações. E, adianta o Eduardo Daniel Cerqueira, os Bombeiros Voluntários de Paredes de Coura também vão receber alguns destes equipamentos. Mais um instrumento de apoio de que irá dispor o novo comandante do corpo activo, que toma posse amanhã, ao início da tarde.

Já estamos no vermelho (2)

Ao que parece um dos problemas dos autarcas ficou resolvido na reunião desta manhã da Associação Nacional de Municípios Portugueses, com o anúncio de que o Governo deixou cair por terra a proposta de alteração do limite de endividamento, que se mantém nos 125%. Se bem que, na minha opinião, o termo “resolvido” não será o mais adequado para este cenário. Pensando bem, “adiado” talvez fosse mais rigoroso. É que, “resolvido” agora, mais ano, menos ano, este é um problema que tornará a vir bater à porta dos municípios.

03 novembro 2011

Já estamos no vermelho!

CIMG2536As notícias das últimas semanas não deixam margem para dúvidas: Paredes de Coura está numa situação preocupante em termos financeiros. Não é caso único, obviamente, mas os problemas dos outros não podem ser desculpa para os nossos e por isso é com as nossas de dores de cabeça que temos que nos preocupar e não com as dos nossos vizinhos.

O primeiro problema surgiu com o anúncio da proposta de Orçamento de Estado para 2012 e a constatação de que, de uma forma geral, os municípios vão ver reduzida a tranche a receber. E se já no ano passado, o presidente da Câmara de Paredes de Coura falava em dificuldades perante o corte nas transferências do Orçamento de Estado, este ano o discurso promete ser mais lamentador. É que a proposta do Governo social-democrata para 2012 corta ainda mais o valor que cabe a Paredes de Coura e, com menos 320 mil euros programados para 2012, Pereira Júnior vai ter fazer ainda mais contas de subtrair. Onde? Os colegas do distrito que já se lamentaram na comunicação social, apontam as despesas básicas (como a a higiene) e a educação como os principais prejudicados. Por cá ainda não se fizeram grandes revelações.

Mas aquele que, a meu ver, é o grande problema do município de Paredes de Coura no próximo ano, tem a ver com a alteração projectada, também no seio da proposta de Orçamento de Estado para 2012, das condições exigidas para os níveis de endividamento por parte das autarquias. Proposta que terá efeitos retroactivos e que, de um momento para o outro, num mero acto administrativo, lança cerca de cem municípios para o rol das autarquias em situação de endividamento excessivo, uma lista onde se inclui Paredes de Coura. Mais uma dor de cabeça para Pereira Júnior, que certamente não contava com este cenário bastante limitador na planificação do próximo ano.

Por último, uma outra situação, esta já bastante conhecida mas que não deixa de causar mossa (nem que seja na auto-estima) sempre que sai nos meios de comunicação social: os prazos de pagamento a fornecedores. Paredes de Coura é, neste momento, o pior pagador do distrito e um dos piores a nível nacional. Ainda esta semana uma infografia do Jornal de Notícias colocava o concelho a vermelho, referindo que o prazo médio de pagamento a fornecedores por parte da autarquia courense é superior a 12 meses. Números que, aliás, podem ser também consultados na própria página internet da Câmara de Paredes de Coura, que não esconde as dívidas com mais de um ano, relacionadas com verbas tão díspares como o fornecimento de equipamento informático ou a preparação de refeições.

É, portanto, um cenário difícil aquele que espera o presidente da Câmara de Paredes de Coura na hora de traçar as principais linhas de orientação do município para o próximo ano. Um plano onde, mais importante do que saber o que fazer, é saber onde cortar!