28 maio 2010

PSD courense: Castro depois de Cunha

 FOTO.JPGPaulo Castro, professor de Inglês na Escola EB 2.3/S de Paredes de Coura, mas também ligado ao associativismo do concelho e à pastoral juvenil, é o novo presidente da concelhia do PSD de Paredes de Coura. Aos 42 anos, Paulo Castro sucede a João Cunha, anterior líder dos social-democratas do concelho, que não se recandidatou ao cargo que vinha a desempenhar.

O novo presidente da concelhia do PSD apresenta um curriculum político que inclui a liderança da JSD courense e distrital e ainda a representação do distrito no Conselho Nacional do PSD, bem como uma passagem pela Assembleia Municipal no mandato de 1997 a 2001. Aliás, depois de algum tempo afastado destas lides, Paulo Castro viria a reencontrar-se com o partido nas últimas eleições autárquicas, onde concorreu em três frentes: assembleia municipal, câmara municipal e cabeça de lista à Junta de Freguesia de Cossourado, de onde é oriundo. Neste último cenário acabaria por ser derrotado pela detentora do cargo na altura, enquanto que nos outros dois órgãos a sua presença nas listas em  lugar não elegível o afastou de qualquer representação.

Nesse aspecto fica a perder em relação a João Cunha, que chegou a ocupar o cargo de vereador no último mandato autárquico e que, nas autárquicas de Outubro último foi eleito para a Assembleia Municipal de Paredes de Coura. Sem “púlpito” onde faça ouvir a sua voz, pelo menos no que aos órgãos autárquicos diz respeito, será que vamos ter mudanças “a pedido” na composição da bancada social democrata naquele órgão?

Preço da água: vêm aí aumentos!

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A falta de concorrência tem destas coisas: aumento dos preços. Neste caso a ideia que existe de uniformizar os preços a que é fornecida a água de consumo público, muito por causa do domínio da Águas de Portugal na distribuição, vai mexer directamente no bolso dos portugueses e Paredes de Coura não foge à regra.

Ainda para mais quando, como é sabido, a Câmara de Paredes de Coura, “subsidia” parte da água que os seus munícipes pagam. Isto porque, conforme já explicou o autarca courense por diversas vezes, a câmara compra o metro cúbico de água a 56 cêntimos, mas depois cobra apenas 26 cêntimos por metro cúbico ao consumidor final. Uma situação que a proposta de uniformização de preços, de que a fusão das várias concessionárias é a face mais visível, não irá, obviamente, contemplar razão pela qual são esperados aumentos elevados das tarifas de água concelhias.

Muito embora ainda não sejam conhecidos os valores finais a aplicar quando avançar a incorporação das Águas do Minho e Lima nas Águas do Noroeste, Pereira Júnior fala já numa previsão de que cada metro cúbico de água custe entre 2 a 3 euros, ou seja, muito acima do que é cobrado actualmente e valor que o próprio presidente da Câmara considera muito caro. É certo que o valor apontado pelo autarca courense integra não apenas o custo da água, mas sim também a tarifa de saneamento indexada ao consumo. De qualquer das formas, tendo em conta os valores pagos actualmente, podemos sempre dizer que estamos perante um aumento de grandes proporções.

Para tentar evitar esta situação, os municípios do distrito estão já a financiar um estudo que visa verificar se compensa mais a criação de uma nova empresa, de cariz intermunicipal, que irá substituir-se à Águas do Noroeste na distribuição da água. Os resultados desse estudo devem ser conhecidos no segundo semestre de 2010 e, em tempo de crise, poderão significar a manutenção ou a saída de mais uns euros do bolso dos cidadãos courenses.

21 maio 2010

Aceitam-se recomendações?

 

Recomendações sobre o processo de requalificação das Urgências no Alto Minho publicadas em Diário da República – Rádio Geice

Infelizmente, parece que não, por isso isto não vai valer de muito. Mas, num cenário de crise geral, em que são os próprios governantes, locais e nacionais, que admitem que o encerramento das urgências nocturnas vai trazer custos acrescidos, não seria recomendável acatar a recomendação?

Um património a proteger

Hoje e amanhã o património histórico de Paredes de Coura está em debate nas jornadas sobre Património Arqueológico e Turismo, que trazem até ao nosso concelho alguns especialistas desta área. Uma área que, refira-se, poderá ser utilizada como mais um factor de atracção para quem nos visita. Curiosamente, dei por mim a recordar que a Cividade de Cossourado foi o primeiro local que visitei em Paredes de Coura, nos idos de 1997. A proximidade do local onde me encontrava de férias ditou uma caminhada ao alto do monte para ver os trabalhos que a parceria entre a Câmara de Paredes de Coura e a Universidade Portucalense e que deixaram em exposição a recriação parcial de um fortificado da Idade do Ferro.

Hoje, quase 13 anos depois dessa primeira visita, constato que apesar de todo o desenvolvimento que, no concelho, tem havido no que respeita ao estudo e preservação do património arqueológico, a Cividade de Cossourado continua, tal como na altura, a aguardar a classificação por parte do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico. O pedido é de 1996, mas até à data continua sem seguimento. Não é, contudo, caso único no património do município, já que na mesma situação, em vias de classificação, está também outra estrutura do género, o Castro de S. Martinho, alguns quilómetros mais a Sul. Apenas o Castro de Romarigães, também na mesma zona, rica em património desta época, se encontra classificado como Imóvel de Interesse Público.

Estes três casos, a par com o troço da Via Romana de Braga a Tui, devem, aliás, estar integrados na Carta Arqueológica de Paredes de Coura, que será hoje apresentada no decorrer das referidas jornadas. O programa deste evento inclui, ainda, a inauguração do Núcleo de Arqueologia do Museu Regional de Paredes de Coura. Uma área que, curiosamente, já funciona há alguns anos naquele equipamento, pelo que não se percebe o porquê desta inauguração agora. De qualquer das formas, e tendo em conta que a autonomização desta área poderá significar a continuação de um olhar atento a este tipo de património no concelho, rico em achados arqueológicos, o último dos quais, creio eu, aconteceu há cerca de três anos, com a descoberta de vestígios de uma estação romana em Infesta.

Em relação a segunda parte das jornadas, a articulação entre o património e o turismo, esta seria uma boa forma de rentabilizar um valor latente no concelho. Resta saber em que moldes tal poderia (e deveria) ser feito, mas isso será certamente, assunto que não escapará à discussão nas jornadas deste fim de semana.

14 maio 2010

Taboão: restaurante fechado até quando?

aviso restaurante taboão

Ambiente bucólico, o rio a correr por entre a sombra das árvores, uma grande superfície verde que convida ao relaxamento e um restaurante com vista para isto tudo mas… FECHADO! É este o triste cenário que se oferece aos courenses e turistas que procuram a praia fluvial do Taboão por estes dias. Aliás, por estes últimos meses, pois não é de agora que aquele espaço se encontra encerrado.

Projectado pela autarquia courense como espaço de apoio à praia fluvial, que permitisse a sua dinamização e animação durante todo o ano, o restaurante do Taboão é, actualmente, um elefante branco, praticamente abandonado e sem utilização. Reaberto com nova gerência em Setembro de 2008, desde logo foi assumido pela nova gestão o compromisso de abrir portas apenas aos fins de semana no período de Inverno e durante toda a semana no Verão. O aviso afixado na porta, e que se reproduz na foto acima, dá a entender isso mesmo, mas na realidade não é isso que se verifica e, seja semana ou fim de semana, a porta está sempre encerrada e, já o presenciei por diversas vezes, com algumas pessoas a bater com o nariz na porta.

Uma questão que não passou despercebida à Câmara Municipal, proprietária do espaço, que está preocupada com a situação, inclusivamente porque haverá outros interessados em pegar naquele restaurante. O actual concessionário, contudo, tem ainda o seu contrato válido, pelo que autarquia parece estar de mãos atadas. Uma coisa é certa, como está, aquele espaço é um desperdício. Os quase 150 mil euros que o município ali investiu parecem dinheiro deitado fora e fazem-nos ter saudades do velhinho bar que ali existiu em tempos e que, mesmo sem grandes sumptuosidades, prestava serviço a quem escolhia a praia fluvial como espaço de lazer.

07 maio 2010

Urgências: aumento de doentes, prejudica serviço

A afluência de utentes aos serviços de urgência básica de Monção e Ponte de Lima aumentou fortemente no último mês, num cenário a que poderá não ser alheio o encerramento das urgências nocturnas em Valença, Melgaço, Paredes de Coura e Arcos de Valdevez. Era o que já se esperava, ou não? Alguém duvidada que isto fosse acontecer? É claro que não, pois já se sabia que sem serviço médico a funcionar de noite nos seus concelhos de residência, os utentes que necessitassem de cuidados de saúde os iriam procurar noutro lado e não esperar pelas 8 da manhã, como defendeu o secretário de Estado da Saúde a determinada altura.

O caso de Monção é gritante, pois de acordo com os dados da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) hoje divulgados pela TSF, registou um acréscimo de 630 por cento de utentes vindos de Valença. Mas não é o único, pois no serviço de urgência básica (SUB) de Ponte de Lima também se verificou um aumento de 128 por cento no número de pacientes oriundos de Paredes de Coura, por exemplo. Número que, a juntar também à afluência considerável de utentes de Arcos de Valdevez, Ponte da Barca e, naturalmente, Ponte de Lima, leva Baltasar Fernandes, gestor do serviço de urgência da ULSAM a considerar que aquele SUB enfrenta um congestionamento e uma má resposta, relacionados com “as condições exíguas em termos de espaço” daquele serviço. Ora, se as condições não são as melhores para providenciar um bom serviço aos doentes que ali acorrem, porque raio é que se teima em manter encerrados os serviços locais e canalizar para ali os utentes de todos os concelhos à volta?

Por outro lado, ao mesmo tempo surgem notícias, igualmente esperadas, de que os Bombeiros de Valença registaram o dobro das saídas habituais desde que o serviço de urgências local encerrou. Uma situação que, explicam os bombeiros, tem a ver com o aumento do serviço de transporte de doentes para Monção. Por Paredes de Coura não se conhecem números, mas quase que aposto que as viagens Coura/Ponte de Lima também cresceram. E, já agora, os custos de quem tem de as suportar.

Um SAP por uma SIV

O assunto do encerramento das urgências dominou a última Assembleia Municipal, com o PSD a ver aprovada quase por unanimidade uma proposta no sentido de exigir do Ministério da Saúde a suspensão do encerramento até que estejam cumpridos os pressupostos assumidos no protocolo assinado com a Câmara de Paredes de Coura. Mas, além da moção de protesto, outra coisa saiu da reunião de sexta-feira passada: a consciência de que uma SIV é melhor do que nada, mas que não substitui o SAP que tínhamos até então.
Décio Guerreiro lançou o mote, criticando a atitude do Governo por encerrar o SAP num fim de semana e sem aviso prévio, mas sobretudo por não cumprir o estabelecido no protocolo firmado com a Câmara. “Foi feito um acordo para o concelho e não foi cumprido. Todos devemos exigir que seja cumprido”, razão pela qual o PSD concelhio defende que o SAP seja reaberto até que isso suceda. E, no final da discussão, foi esse o conteúdo da proposta que foi aprovada quase por unanimidade (apenas uma abstenção do PS), muito embora ao longo de quase uma hora de discussão não tenha sido esse o cenário, com Pereira Júnior a explicar todo o processo que levou ao encerramento do SAP, bem como as dificuldades sentidas pela tutela para cumprir o acordado, nomeadamente a questão do médico à chamada, e a recente renegociação que promete trazer para o concelho uma ambulância SIV, se bem que ainda com muita coisa por definir, nomeadamente o período em que aquele equipamento vai estar operacional.
Aliás, Pereira Júnior afirmou, no decorrer da reunião, que nem sequer sabia quando é que a ambulância prometida pelo secretário de Estado da Saúde iria começar a servir os courenses, uma vez que, aparentemente, já haverá veículo disponível mas não foi ainda contratada a equipa (ou equipas) que vão prestar serviço naquele equipamento. “Se não entrar em funcionamento em prazo razoável, então tomaremos outras medidas”, explicou o autarca courense. O certo é que, a Assembleia parece não ter confiado muito nesta última promessa do Ministério da Saúde e optou por exigir que, enquanto não estivesse cumprido o prometido em 2008, o SAP de Paredes de Coura volte a estar aberto durante a noite. Desconhece-se, contudo, se a tutela vai dar seguimento a essa exigência.
A Assembleia Municipal serviu também para clarificar que a SIV não constitui uma alternativa viável ao funcionamento do SAP durante a noite, tendo em conta que vai tratar apenas casos de maior gravidade e todos os outros terão de seguir para Ponte de Lima. E, mesmo em relação aos mais urgentes, “veremos o que acontece quando a SIV for para Viana e alguém precisar dela cá”, alertou Décio Guerreiro que não perdeu a oportunidade de recordar que, aquando da passagem do anterior Ministro da Saúde por Paredes de Coura, este afirmou publicamente que o SAP de Paredes de Coura não encerraria enquanto não existisse um acesso rápido à A3. O acesso não existe, efectivamente, mas o ministro já não é o mesmo e o SAP… já fechou.

06 maio 2010

Somos contra, claro! Mas amanhã já não…

Alguém se lembra do que aconteceu em Viana do Castelo no dia 25 de Janeiro de 2009? Uma rápida pesquisa pela internet relembra-nos que foi nessa data que a população de Viana do Castelo, chamada a decidir sobre a integração do seu município na comunidade intermunicipal do Minho-Lima, optou por manter-se fora desta organização associativa. Mas, à luz dos acontecimentos actuais, ninguém diria que tal aconteceu. Aliás, duvidar-se-ia mesmo da realização do referido referendo. É que, depois do Não popular em 2009, um ano volvido o município de Viana do Castelo dá o dito por não dito e prepara-se para assinar hoje a sua adesão à criticada CIM.

É claro que este volte-face era algo que já se previa. A vontade de ficar de fora da nova associação de municípios, que reuniu logo desde o início os outros nove concelhos do distrito, era um capricho pessoal do presidente da Câmara de Viana do Castelo à data dos acontecimentos. Mas, com a saída airosa de Defensor Moura para o Parlamento, logo logo o seu sucessor, antigo número dois, mostrou que estava disposto a seguir na direcção contrária e associar-se aos seus colegas de distrito. E pronto, depois de alguma negociação, mas sem abrir mão do princípio desde sempre defendido pelos fundadores da CIM de “um concelho, um voto”, eis que se esquece o que Defensor Moura tanto defendeu.

Desiluda-se quem pense que na origem deste recuar de intenções estão questões mais filosóficas, porque o que está no cerne da questão é só uma coisa: dinheiro. Mais concretamente, os milhões que o QREN reservava para a capital alto-minhota mas a que esta só poderia aceder fazendo parte da CIM Minho-Lima. Para trás ficam outros números, nomeadamente os cerca de 100 mil euros que custou a campanha do referendo local, coisa que, pelos vistos, tem um prazo de validade muito pequeno. Muito longe dos quatro anos de mandato que Defensor Moura conseguiu em Lisboa, na Assembleia da República, graças a uma birra que agora vê ser ignorada.