31 maio 2007

Ninguém nos liga

Um ano! Um ano à espera e nada, ou melhor ninguém para inaugurar o Centro de Educação e Interpretação Ambiental, em Vascões, Paredes de Coura. Ao que parece, seis meses depois de ter entrado em funcionamento, e um ano depois da data inicialmente apontada para a sua inauguração, a Câmara continua a aguardar que algum membro do Governo de Sócrates se digne percorrer os cerca de 450 quilómetros que nos separam de Lisboa, mais umas curvinhas depois de sair da A3, para vir a este recanto à beira Coura inaugurar uma obra que já tem desenvolvido um bom trabalho em prol da educação ambiental mas que se propõe fazer mais, muito mais.
Ainda bem que, no início do ano, farto de esperar por quem não prometeu, Pereira Júnior decidiu abrir as portas daquele espaço ele mesmo, colocando-o à disposição de todos os interessados que, se assim não fosse, ainda hoje aguardariam por um qualquer de Lisboa (leia-se do Governo). Um qualquer que viria a Paredes de Coura muito a contragosto, trincava um biscoito de milho e bebia uma malga de verde tinto e seguia todo contente com a sensação de que tinha descido ao Portugal profundo para encanto dos nativos e agora, durante uns meses, não queria sequer ouvir falar em sair dos grandes centros urbanos.
Mas o caso do CEIA é apenas mais um sintoma do isolamento a que o Governo, e falo deste porque é o que lá está mas os outros fizeram mais ou menos o mesmo, parece ter votado o concelho. Veja-se, por exemplo, a próxima edição da Feira Mostra, que decorre de 8 a 10 de Junho. Consulta-se o programa aqui, aqui ou mesmo aqui e verifica-se que, aparentemente, não há nenhuma figura do Governo que vá marcar presença neste evento. E, aparentemente, essa ausência não é aparente, é mesmo assim. No entanto, os nossos vizinhos mais próximos, sempre que inauguram qualquer coisa, da feira local à biblioteca municipal, é ver algum governante ao lado do presidente da Câmara e do governador civil, com a tesoura na mão, pronto a cortar a fita da praxe.
Ninguém nos liga, apetece dizer. Sabemos que temos fracos acessos, não é preciso estarem sempre a lembrar-nos disso (até porque para isso já basto eu aqui no blog), sabemos que estamos longe de tudo, principalmente, daquilo que interessa, mas ao menos de vez em quando era bom saber que, apesar de tudo isto, há alguém em Lisboa que sabe onde fica Paredes de Coura pelas boas razões e não apenas porque o centro de saúde está para fechar ou a Câmara está para abrir... os cordões à bolsa. Já agora, o reparo feito aos governantes é válido também para aquela comunicação social que na semana passada não deu descanso a Pereira Júnior mas que, se a memória não me engana, não mete cá os pés quando as notícias são sobre cultura ou as tradições concelhias.

29 maio 2007

Descubra as diferenças


Entre a foto de cima e a de baixo existe uma diferença de duas semanas. A de cima foi tirada no passado dia 15 de Maio e publicada aqui na mesma data. A de baixo foi tirada hoje. De resto, é olhar para uma e para outra, e ver o que falta. E aproveitar para dar uma vista de olhos noutros pontos do concelho e verificar que, tal como no local da foto, alguma coisa mudou, alguma coisa desapareceu. Apesar disso ainda há algumas placas que sobrevivem sem razão de ser, mas pode ser que de hoje para amanhã deixem de existir.

Façam filhos, queremos trabalhar

O título do post não é meu. Ouvi-o pela primeira vez numa noite de Queima das Fitas, entoado por um grupo de alunos de um curso de professores do 1º ciclo do ensino básico, já lá vão mais de dez anos. Lembrei-me dele agora, face à notícia que dominou o fim-de-semana em Paredes de Coura: o subsídio que a autarquia vai dar aos casais que queiram contribuir para inverter a tendência de queda da natalidade no concelho.
Televisões, jornais e rádios não falaram de outra coisa, com Pereira Júnior a desdobrar-se em entrevistas, a explicar a razão ser desta posição. Esqueceram-se foi de dar conta de que a novidade já não é tão nova assim. Aliás, como já tinha referido em Fevereiro último, o assunto já tinha sido abordado há alguns anos, mas tinha ficado por aí, pelas palavras. Pude também verificar que, afinal, estava errado. Errei quando disse que o tema tinha sido abandonado, e tornei a errar quando disse que, mesmo que a Câmara de Coura avançasse com esta medida nunca ofereceria aos casais um valor tão elevado como Carrazeda de Ansiães, 7500 euros. Afinal Paredes de Coura vai mais longe e eleva a fasquia do apoio às famílias que optem por ter um terceiro filho, ou mais, a quase 15 mil euros, repartidos por três anos.
Mas, e voltando ao post de Fevereiro, relembro que alguns especialistas ouvidos sobre o assunto, diziam que não era com subsídios deste género que se cativavam os munícipes para se fixarem no concelho. Concordo. Estou certo que várias famílias courenses estão já a “trabalhar” para receber o salário mínimo sem qualquer esforço (salvo o do trabalho de parto), mas penso que, tendo em conta a situação económica do país, em geral, e do concelho, em particular, o subsídio não será atractivo suficiente para fazer crescer a família, porque ao fim de três anos as bocas para alimentar continuam a ser as mesmas e o apoio da Câmara já se foi. E depois surgem os casos para acompanhamento da Segurança Social, da rede social da autarquia e, infelizmente, da comissão de protecção de crianças e jovens.
O ideal seria pegar no título deste post e dividi-lo em dois. Façam filhos, pois que o problema da inversão da taxa de natalidade é muito sério e ameaça o futuro do concelho. Mas façam-nos apenas depois de terem trabalho e de trabalhar a sério. E é esse apoio que devem pedir à Câmara, ou seja, que promova o concelho junto de potenciais investidores, que reivindique, junto de quem de direito, melhores acessos que abram alas a novos postos de trabalho, que ajudem a fixar os courenses em Coura. As zonas industriais do concelho começam a ter mais vida, felizmente, mas o espaço ainda é suficiente para que outros também ali se instalem.
E depois do trabalho, então sim, podem surgir os filhos, dois, três, apenas um, mas devidamente planeados, sem ter em conta a procriação por recompensa, mas apenas pela recompensa do sorriso de uma criança. E se houver trabalho, certamente haverá motivação para ficar.
Aliás, a Câmara de Paredes de Coura parece estar também ciente disso e vai dai estar a equacionar a adesão ao programa Finicia, que possibilitará a criação de um “bolo financeiro” destinado a ajudar os jovens a criar a sua própria empresa e ao mesmo tempo dar trabalho a outros. Mas isso parece não interessar a quem faz as notícias e a cultura da “subsidio-dependência” é que domina a actualidade. Infelizmente.

25 maio 2007

Dentro e fora

Cibernauta em Casa
Todos sabemos que, hoje em dia, praticamente qualquer pessoa tem acesso à Internet. E por acesso entenda-se a possibilidade de aceder, pois também é certo que muitas pessoas continuam a olhar para os computadores como se de animais selvagens se tratassem. Mas, e focando o assunto nos mais jovens, que é o que interessa para aqui, sabe-se que grande parte deles tem acesso a um computador ligado à WWW, seja em casa, na escola, na biblioteca ou simplesmente num cibercafé. E segurança, será que têm?
É precisamente este o tema da conferência que vai decorrer amanhã à noite no Centro Cultural de Paredes de Coura. Organizada pela Associação de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento de Escolas Território Educativo de Coura, em parceria com a Câmara Municipal, este evento tem início às 21.30 horas e vai contar com a participação de Paulo Moreira, do Centro de Competência da Universidade do Minho, que vai abordar a delicada questão das vantagens/desvantagens da Internet.
É que, e agora é a minha opinião pessoal que aqui se expressa, a Internet é um pau de dois bicos. Por um lado temos todo um mundo de informação e conhecimento à distância de apenas um click. Por outro lado temos uma exposição pública que, se não for devidamente tida em consideração, pode ser aproveitada por pessoas mal intencionadas. E, no caso concreto dos mais jovens, convém não esquecer que esse "mundo de conhecimento" comporta também conteúdos que são impróprios para essas camadas etárias. Por isso o papel dos pais é fundamental no acompanhamento da actividade "online" dos filhos. Apareçam amanhã à noite que certamente vai valer a pena.

E lá fora...
Aproveitando a introdução ao tema Internet, não posso deixar de trazer aqui também um outro assunto que tem merecido atenção das entidades públicas em vários concelhos, nomeadamente nos nossos vizinhos mais próximos. É que a Internet, e a tecnologia, há muito que deixaram os limites físicos de quatro paredes, perderam fios e ganharam terreno. Cientes disso muitas câmaras municipais do nosso país já dotaram alguns espaços e equipamentos de acesso à Internet sem fios, possibilitando que qualquer pessoa com um computador portátil possa, por exemplo, estar no jardim a desfrutar de um dia de sol e a ler um jornal online, ou então a consultar o seu email no intervalo de uma qualquer conferência levada a cabo num auditório municipal.
Numa altura em que a Câmara Municipal de Paredes de Coura está a efectuar a ligação informática de todos os seus serviços espalhados pela vila, deixo aqui a sugestão de alargar esse projecto e dotar alguns espaços do concelho de rede Wi-Fi. Falo, por exemplo, da praia fluvial, do centro cultural, ou do CEIA e área envolvente. Ou ainda do próprio centro urbano. Sei que seria um investimento para poucos (tirando talvez a praia fluvial em épocas de festival) mas seria uma mais valia para quem cá vive e para quem nos visita.
E se o projecto fosse alargado às freguesias? Parece irreal, mas sei que há juntas de freguesia do concelho que foram contactadas por empresas privadas no sentido de oferecer esse serviço ao seus habitantes. O investimento inicial é que pode colocar alguns entraves à massificação do acesso à Internet, mas nesta como noutras coisas, o que custa mais é começar.

23 maio 2007

Em lume brando

Quem lhes deita a mão? Quem lhes acode? A eles, os bombeiros, que não contentes com todos os problemas que, ano após ano, invariavelmente, os incêndios lhes trazem, ainda conseguem arranjar entre si mais “lenha” para alimentar a fogueira. Em Monção fizeram um quartel que é um luxo mas encheram-se de dívidas e agora vão ter de entregar o edifício à autarquia em troca de meia dúzia de tostões. Por cá, por Paredes de Coura, a Câmara também foi chamada a intervir na crise dos bombeiros. O novo quartel nem chegou a sair do papel, o que não significa que os problemas não tenham aparecido. Apareceram, muitos. De tal maneira que a associação humanitária courense está prestes a ficar sem quem a governe. Depois da queda da direcção, eis que a comissão administrativa também entregou os pontos.
A gota de água, num copo que já deitava por fora há muito tempo, parece ter sido a assembleia geral do passado domingo, com apenas três participantes. De nada valeu o apelo “in extremis” de José Augusto Viana nas páginas dos jornais de Coura. Afinal, parece que nem mesmo trazendo a política para a guerra interna dos bombeiros as coisas mudam. Vai daí a comissão administrativa colocou a questão nas mãos da Câmara.
E agora?, perguntamos. Agora é esperar, mais um bocado, porque a autarquia lá conseguiu convencer a equipa que dirige os bombeiros desde Janeiro a aguentar o barco mais um mês, à espera de uma solução milagrosa por parte do secretário de Estado da Administração Local. É que, ao parece, se o Governo tomar uma decisão sobre o imbróglio em que se transformou o concurso público para a construção do novo quartel, não faltarão candidatos para dirigirem aquela colectividade que tanto deu e tem para dar aos courenses. Até o próprio Décio Guerreiro, que venceu as últimas eleições e suspendeu o mandato quando a decisão do concurso lhe não agradou, se mostra disposto a tomar novamente as rédeas da associação. Ou seja, quando as coisas correm bem, não há quem não apareça para tomar conta da ocorrência. Já quando as coisas correm mal…
Termino como comecei, a lembrar a dívida dos Bombeiros de Monção. Pois que começo a acreditar que igual destino espera a corporação de Paredes de Coura. Então se o objectivo é investir no novo quartel cerca de 1,5 milhões de euros para os quais a Câmara e o Governo apenas comparticipam com 345 mil euros, quem é que vai pagar o resto? A corporação? Como? O que vale é que o Governo parece já ter na calha legislação que vai alterar a maneira como as associações de bombeiros são geridas e dar às autarquias um papel mais decisivo nessa área e pode ser que a Câmara consiga cortar as bases a uma eventual futura direcção. E daí, pensando melhor e olhando o estado de endividamento da Câmara de Coura, se calhar ainda vai ficar pior.

PS: Para que conste, não sou associado dos Bombeiros Voluntários de Paredes de Coura. Não defendo, por isso, qualquer futura lista, anterior direcção ou actual comissão administrativa. Só falo como courense, que está cansado de ouvir falar de um problema que em nada dignifica o concelho.

18 maio 2007

A luz no fundo do túnel

Alguns anos depois de "acabada" a empreitada, eis que finalmente o túnel que atravessa a vila de Paredes de Coura vai estar concluído. Só agora, mas como se diz no post anterior mais vale tarde do que nunca, a autarquia se mostrou disponível para os acabamentos daquela obra de engenharia. O assunto já veio à baila por diversas vezes nos últimos anos mas, por falta de dinheiro, tempo ou de outra coisa qualquer, só agora se decidiu avançar com a pintura do túnel.
E, para não deixar as coisas ao acaso, a obra de enbelezamento até foi entregue a uma arquitecta, para ficar um "brinquinho". Vá-se lá saber porquê uma empreitada daquele tamanho, daquela importância, daquele valor, não contemplou os necessários trabalhos de acabamento. É o mesmo que contratar a construção de uma casa "chave na mão" e no final o empreiteiro dar-nos a obra por finalizada sem as paredes pintadas.
Assim sendo, ao custo final do túnel, temos agora de juntar os 78 mil euros anunciados para a sua pintura artística. Uma pequena gota no imenso lago que custou a obra, mas que promete dar mais cor, mais vida àquela via de ligação. Isso mesmo garante o presidente da Câmara de Paredes de Coura, que já foi dando a conhecer alguns pormenores da empreitada, nomeadamente o facto de que, além da pintura em si, o acabamento do túnel vai ser composto por um conjunto de círculos de metal, a imitar cd's e os velhinhos discos de vinyl. Talvez em homenagem ao Festival de Paredes de Coura...
Vai ficar de tal forma embelezado que Pereira Júnior fala até em "local a visitar" por todos os courenses e por quem nos visita. Ficamos é sem saber por onde vão circular os visitantes, já que no túnel, além de proíbido, o espaço nos passeios não abunda. Por esclarecer também está a situação em que vai ficar a escarpa que dá para a Misericórdia. Será que com o túnel tão bonito, não seria altura de intervir ali também.

17 maio 2007

Boas intenções

Pois é, lá diz o velho ditado e com razão, que mais vale tarde que nunca. Assim sendo, é com agrado que registamos que a Câmara de Paredes de Coura parece estar disposta a dar mais atenção aos peregrinos de S. Bento da Porta Aberta.
Em post publicado há quase um ano e que pode ser lido aqui, já alertava para a necessidade de se ter em atenção que muitos courenses (e não só) aproveitam o bom tempo para se fazerem à estrada em direcção áquele marco religioso do concelho e que nem sempre encontram o caminho, leia-se a berma da estrada, nas melhores condições. Ora, parece que na Câmara alguém concorda comigo e, pelo que se pode ler na última edição do Notícias de Coura, a autarquia está empenhada em dar aos peregrinos melhores condições para fazerem aquele percurso.
A diferença é que, enquanto eu pedia apenas a limpeza das bermas que como se sabe nesta altura do ano desaparecem no meio de tanta vegetação e obrigam os caminhantes a seguir pela estrada, colocando em risco a sua vida e a dos outros, a Câmara de Paredes de Coura vai mais longe e solicitou às Estradas de Portugal a execução de um passeio contínuo da vila até Cossourado. Isto aproveitando as obras de beneficiação que vão ser feitas neste troço da EN303 e que já prevêm, nas zonas urbanas, a construção de passeios.
Resumindo, a intenção é boa, mas infelizmente temo que seja um projecto de muito difícil execução. Primeiro, porque o concurso para as referidas obras de beneficiação já foi lançado e, inclusivamente, a obra já foi adjudicada à firma vencedora. E os passeios não constavam do caderno de encargos... Depois temos a própria estrada, ou melhor o percurso que esta faz até S. Bento, a ditar a impraticabilidade do passeio contínuo, muito à moda dos "calçadões" que proliferam nas zonas balneares. O traçado, mesmo que seja ligeiramente revisto pelas obras de beneficiação, vai continuar sempre a ter pontes estreitas (sem quaisquer bermas) e construções praticamente em cima da via, que não deixam espaço para passeios.
Dito isto, tenho que o melhor, ou pelo menos o mais fácil e o mais rápido, será manter as bermas limpas e transitáveis e, sobretudo, dotar o percurso de iluminação pública, pois convém não esquecer que grande parte dos caminhantes opta pelo final do dia, ou melhor pelo fresco do dia, para rumar a S. Bento. Assim o queiram as Estradas de Portugal e, acima de tudo, a EDP.

15 maio 2007

Sinais

Hoje vamos fazer aqui um exercício muito simples. Os caros leitores (que espero que os haja) só têm de olhar para a imagem acima e indicar qual das três placas está correcta. Isso mesmo, assim simples e limpinho.
Está feito? Ok, vamos então ver as respostas.
Se optaram pela placa da direita, lamento muito mas acabam de chumbar neste pequeno teste. É que qualquer pessoa vê que o sinal que indica a Praia Fluvial não está bem. E não é só por aparentar ter mais idade que a mulher mais velha de Paredes de Coura (acho que essa ronda os 103 anos).
Com efeito aquela placa há muito que deixou de cumprir o seu propósito, ou seja atrair eventuais passantes na estrada nacional para aquele recanto à beira rio que muito nos orgulha. Quem passa questiona: "se a placa está assim, imagine-se a praia...". Enfim, considerações de quem bem que podia ir ao engano e descobrir um local paradisíaco, mas a placa não deixa, ainda para mais quando, alguns metros antes, passaram por uma outra a anunciar as maravilhas do concelho e praia fluvial é indicação que lá não consta.
Voltando ao teste, se o caro leitor respondeu que a placa correcta era a placa da esquerda fique a saber que também não acertou. Ela é mais recente, está limpinha e ainda a cheirar a novo, mas também não está correcta. E não se pense que é por o restaurante não ser para aqueles lados, porque é. O problema é que algumas centenas de metros estrada acima, mesmo na vila de Paredes de Coura, existem mais uns quantos restaurantes e para esses, coitados, não há placa qualquer a indicar o melhor acesso.
Vá-se lá saber porquê só o restaurante da praia fluvial foi contemplado com este presente da autarquia (porque se pressupõe que tenha sido a Câmara a colocá-lo lá, caso contrário já o teria retirado). Mas, se foi a Câmara a colocar o sinal, porque raio não fez o mesmo em relação a outras atracções e serviços de Paredes de Coura? E já não falo nos restaurantes, porque isso é simples publicidade, mas que dizer de um Museu, um Centro Cultural, um Centro de Saúde ou mesmo os Paços do Concelho que não tem qualquer indicação nas ruas da vila? Todos sabemos onde são? Correcto... nós e os que só aqui vêm uma vez por acaso mas que, mesmo assim, têm de saber onde encontrar esses equipamentos.
Finalizando, regressamos à fotografia e às placas. Pois é, meus amigos, a pergunta tinha uma rasteira. É que nenhuma das placas está correcta, nem mesmo a do meio que ali permanece, vá-se lá saber porquê, anos depois dos trabalhos realizados. O mais curioso é que este nem sequer é caso isolado, pois por todo o concelho multiplicam-se os cartazes de empreiteiros a assinalar obras há muito concluídas. Ou é uma forma da Câmara compensar as empresas por atrasos no pagamento ou então é abuso que deveria ser sancionado.

11 maio 2007

O bastardo

Ele já foi capa de jornal, ele foi, e continua a ser, motivo de falatório em Paredes de Coura e fora do concelho. Ele que já chegou também à Internet é, afinal... bastardo.
Isso mesmo assegura-nos o blog A Sombra Verde, que já lhe dedicou algum espaço por duas ocasiões. Pelas melhores razões, muito embora não pelas mesmas razões porque muitos de nós falamos dele. Ele, ou melhor ela, é a árvore que nos aparece ali no entrocamento junto ao Museu, à Câmara Municipal e à Igreja Matriz. Sim, aquela mesma que nos obriga a puxar pela cabeça de cada vez que entramos no cruzamento distraídos, pois quando despertamos somos levados a crer que estamos no lado errado da faixa de rodagem.
Aquilo é uma rotunda? Quer-me parecer que não. Aliás, acho que o sinal que lá se encontra só ajuda a complicar ainda mais a situação, especialmente para quem passa ali pela primeira vez (os turistas, sempre os turistas) e, habituado ao Código da Estrada, fica na dúvida se está ou não a infringir a Lei.
Mas, afinal, está tudo explicado. É que, assegura A Sombra Verde, aquela árvore a que certamente muitos de nós já chamaram nomes é nada mais, nada menos, que um plátano-bastardo. E, acrescenta a mesma fonte, um exemplar de rara beleza e elevado porte, pouco comum de encontrar por aí. Nós, que por cá moramos e que, vai não vai, temos de passar por ele, respeitamos a força da Natureza, mas agradecíamos uma intervenção naquela zona para pôr termo aquele cenário que chega a ser motivo de troça de quem nos visita.
Agora que se fala na transformação do parque de estacionamento (ou será buraco de estacionamento) do Penedo da Veiga, ali mesmo ao lado, bem que se podia aproveitar a sua transformação em jardim, como anunciou o presidente da Câmara em Fevereiro, para alargar a via naquela zona e edificar ali uma verdadeira rotunda.
E também, porque não, aproveitar a onda e pensar numa alternativa de acesso à Igreja Matriz. Alargar o acesso actual, que provoca alguns dissabores nos horários de culto, ou simplesmente fazer um novo acesso e repartir entradas e saídas. Fica a sugestão.

PS - Ao A Sombra Verde o devido crédito pela fotografia.

09 maio 2007

Crítica gastronómica

Mais um fim-de-semana gastronómico que passou. A iniciativa da Região de Turismo do Alto Minho trouxe bastante gente a Paredes de Coura. Mais do que em anos anteriores, atestam alguns empresários da hotelaria courense. A ajudar pode ter estado o alargado leque de actividades culturais e lúdicas que a autarquia promoveu no sábado e no domingo, nomeadamente a mostra de sabores regionais.
Mas, se o prato principal parece ter sido positivo, já o mesmo não se pode dizer de alguns acompanhamentos que, apesar de quando anunciados terem deixado água na boca, depois de experimentados parecem ter provocado alguma azia. É que, ao que parece, nem tudo correu bem no último fim-de-semana.
Comecemos, por exemplo, pela mostra de sabores da terra, iniciativa de louvar mas que, ainda assim, poderia ter tido melhor sorte. Fica, portanto, o reparo para uma próxima edição: as barracas, já se si bastante quentes, bem que podiam ter sido colocadas à sombra. No mesmo Largo Visconde de Mozelos, mas à sombra, que por ali ainda existe. É que estar fechado no forno, só se for para alourar mais os tradicionais biscoitos de milho.
Já agora, e se me é permitido, um outro reparo, ou melhor uma pergunta: de quem foi a ideia de, ao invés do palco que é habitualmente montado para receber os grupos folclóricos, instalar ali no largo uma plataforma ao nível do chão? Se o objectivo era dificultar a actuação dos ranchos, então foi conseguido. Se, por outro lado, se pretendia aumentar o calor humano em torno das actuações, também se conseguiu, porque com o espaço do Largo Visconde de Mozelos repartido pelas barracas, pela esplanada da pastelaria e pelo “palco rés-do-chão”, as pessoas acotovelaram-se mesmo em cima dos dançarinos. Mas só os da primeira fila, porque os detrás, com o palco enfiado num buraco, facilmente desistam de tentar ver o espectáculo.
A finalizar, uma menção ao passeio cultural que a autarquia levou a cabo em torno da presença de Aquilino Ribeiro por terras de Coura. Pouco concorrido, é certo, como muitas das actividades culturais que por aqui se vão fazendo, mas ainda assim interessante. Pena é que tenha começado tão tarde e tão mal preparado. Da próxima vez é melhor avisar os proprietários dos locais a visitar para não correr o risco de bater com o nariz na porta.

04 maio 2007

Livro de ponto

O livro de ponto tem sido um dos instrumentos mais utilizados para controlar a assiduidade nas mais variadas instituições, nomeadamente no ensino. Quem não se recorda de o ver passar na mão da funcionária entre cada aula? Ou de o consultar para ver o sumário da aula a que faltamos? Além disso também servia para verificar as faltas que cada professor dava.
Isso era na escola. Mas, como seria se fosse aplicado noutras instituições? Na Assembleia Municipal daria para ver, por exemplo, quem são os deputados que pautam a sua actividade política pela ausência. Mas também para ver porque é que, ao contrário do que era habitual, a escola, ou melhor a assembleia, esteve fechada no dia 25 de Abril. Assim, à falta de livro de ponto, tivemos de esperar pela sessão do passado dia 30 para escutar do seu presidente o porquê de não ter havido sessão comemorativa da “Revolução dos Cravos”.
José Augusto Pacheco explicou, como tinha prometido em comentário neste blog, mas não convenceu. Questionado por Arlindo Alves, do PCP, o presidente da Assembleia Municipal de Paredes de Coura disse simplesmente que não houve sessão a 25 de Abril por dificuldades de agenda. Como? Dificuldades de agenda? Se estivéssemos a falar de uma qualquer reunião extraordinária ainda vá, mas quanto está em causa uma sessão que se realiza sempre na mesma data, que se sabe de ano para ano quando é que vai ser… dificuldades de agenda é que não podem justificar. Se fosse uma decisão política, pessoal mas alicerçada em motivos políticos, ainda se aceitava, talvez não se compreendesse mas aceitava. Agora, dificuldades de agenda… Agenda de quem?
Mas a justificação de José Augusto Pacheco serviu para lembrar outras “dificuldades de agenda” que já marcaram a Assembleia Municipal. Uma delas foi mesmo referida pelo seu presidente que, em resposta a Arlindo Alves, lembrou a sessão de 29 de Dezembro último, quando havia uma proposta comunista para votar e ninguém daquele partido para a representar. Para um partido que só tem um lugar na assembleia, não ter ninguém é uma falta… disciplinar.
A faltar, repetidamente, parecem estar também Maria José Fontelo e Fernando Carranca que não marcam presença nas sessões daquele órgão autárquico desde a reunião de Dezembro. A sua ausência tem-se notado, nomeadamente, na duração das sessões que são cada vez mais curtas, mas não têm faltado explicações para a sua ausência. Desde as guerras internas no PSD até às guerras internas no PSD, muito se tem dito para explicar a ausência da dupla social-democrata.
Ausentes também, muito embora sem direito a falta por não ser obrigatória a sua presença, têm estado também os vereadores deste mesmo partido. É certo que Décio Guerreiro tem sido mais ou menos regular, apesar de ter faltado à ultima reunião, mas o mesmo já não se pode dizer do seu colega de bancada que, se a memória não me falha, desde a tomada de posse, em Outubro de 2005, só assistiu a uma assembleia, precisamente a de 25 de Abril do ano passado. Aliás, parece que José Augusto Viana estará até ausente do próprio partido. Só assim se explica a fraca prestação do PSD na discussão das contas de 2006. É que se o vereador não pode intervir na Assembleia Municipal, sempre poderia, e deveria, preparar os seus colegas que têm que o fazer.

02 maio 2007

Ouvidos de mercador

Afinal parece que não é só Eduardo Daniel Cerqueira que é ignorado pela Câmara Municipal de Paredes de Coura (ver post anterior). Também Joaquim Felgueiras Lopes, presidente da Junta de Freguesia da vila, não tem melhor sorte. Em causa está um pedido feito na Assembleia Municipal de 23 de Fevereiro último, com vista à marcação de uma passadeira na rua entre a Escola Básica Integrada e o Tribunal (ver foto), caminho utilizado diariamente por muitas das crianças que frequentam aquele estabelecimento de ensino. Nada de mais, portanto.
O problema é que, volvidos mais de dois meses, na passada segunda-feira, em nova Assembleia Municipal, Joaquim Felgueiras Lopes voltou a alertar para a mesma situação. Ou seja, durante dois meses, não houve ninguém na Câmara que se dignasse acolher o pedido do autarca. E não estamos a falar de uma qualquer exigência absurda, mas apenas e só de pintar meia dúzia de riscas brancas no paralelo.
Desta forma, quase podemos concluir que têm melhor sorte as sugestões da oposição do que aquelas que são feitas à Câmara de Coura por elementos do partido que a governa. Mesmo que essas propostas estejam contra a Lei. Falo, por exemplo, das lombas que a autarquia mandou colocar no cruzamento dos Bombeiros para reduzir a velocidade dos carros que por ali passam.
As mesmas lombas que, logo em Fevereiro, quando pedidas por Paula Caldas, Pereira Júnior disse que não podiam existir por serem proíbidas. Mas pouco tempo depois elas foram colocadas, pelos serviços camarários, e na segunda-feira o presidente da Câmara explicou que realmente são ilegais, mas que ainda assim são o meio mais eficaz de reduzir a velocidade naquela zona. A ser assim, porque não juntar ao pedido do presidente da Junta de Freguesia de Paredes de Coura um par de lombas na Rua Combatentes da Travanca, dando mais segurança àquela zona escolar. Mesmo ilegais poderiam aumentar a segurança daquela rua.