31 janeiro 2012

Paulo Castro – “Não será fácil o PS substituir Pereira Júnior”

paulo castro - foto psd alto minhoEntrevista a Paulo Castro, presidente da Comissão Política da Secção de Paredes de Coura do Partido Social Democrata. Professor, 43 anos de idade.

 

MPM - Que balanço faz deste tempo em que está à frente da concelhia de Paredes de Coura?

PC - Estou há dois anos e meio na concelhia. Temos trabalhado no sentido de organizar internamente o partido e temos também discutido o concelho. A militância aumentou quase 200% e começou-se a reerguer a JSD, que estava adormecida desde a altura em que eu fui presidente.

MPM - Quais as principais alterações das últimas eleições para a concelhia, ocorridas já este mês?

PC - As principais alterações foram a introdução do militante José Alberto Rosas Mota na mesa da Assembleia e a substituição do tesoureiro João Venâncio, a seu pedido por motivos de saúde. O novo tesoureiro é Manuel Martins Rodrigues, de Coura. Basicamente, a equipa mantém-se.

MPM - Que balanço faz da actividade desenvolvida pela Câmara de Paredes de Coura neste mandato? O que aprova, com o que é que não concorda, o que teria feito diferente?

PC - Sou muito crítico em relação às opções da Câmara Municipal de Paredes de Coura. Há um enfoque exagerado na cultura e não há intervenção em áreas fundamentais como a economia. A Câmara tem um passivo enorme por causa das dívidas a fornecedores. Acho que se fizessem uma auditoria neste momento à Câmara víamos que existia sobre-endividamento. Em termos económicos, se estivéssemos bem, não haveria esta fuga de habitantes para fora do concelho. Eu sei que não é responsabilidade única da Câmara, mas quando falha de um lado, tem de se fazer do outro. A ligação viária nova não depende da Câmara, mas já a ligação económica, de sempre, com os concelhos vizinhos, que pode resultar na criação de indústrias de suporte, essa depende.

MPM - Qual a sua opinião sobre o trabalho desenvolvido pelos vereadores do PSD?

PC - Estou maioritariamente satisfeito. No início estava preocupado com a instrumentalização do José Augusto, mas afinal não havia problema.

MPM - Como vê as alterações que se projectam em relação às autarquias locais, nomeadamente a extinção de freguesias e as alterações na forma de eleição do presidente da Câmara e vereadores? Concorda com as alterações anunciadas?

PC - Era muito céptico, mas tivemos uma acção de formação que me fez ver que a última remodelação a este nível se verificou há 180 anos. Neste momento temos uma realidade ultrapassada e com estruturas redundantes. Há vários modelos em análise, mas defendo a implementação de aglomerados de freguesias, num modelo com um número de habitantes mais ou menos idêntico em todos os aglomerados, o que daria mais atenção às freguesias periféricas e obrigava a estruturas de ligação mais fortes com a sede de concelho. Se calhar vamos ter de reestruturar toda a lógica da nossa vida e repensar estruturas como creches, escolas, instituições de apoio à terceira idade…

MPM - Acha que as oposições ficarão enfraquecidas neste novo modelo de eleição?

PC - Vamos ter uma estrutura semelhante ao Governo, com a eleição da Assembleia Municipal de onde surgirá a vereação da Câmara. Vamos ter uma Assembleia Municipal subsidiária da Câmara, tornando-se improvável que haja diferença de cor política. Os pequenos partidos desaparecem e a oposição fica com um papel quase nulo. De acordo com Carlos Abreu Amorim, teremos que reforçar os poderes da Assembleia Municipal e criar uma cultura de vigilância nessa instituição, incluindo até poderes de demissão da Câmara, em casos extremos.

MPM - A nível financeiro, mais até do que a nível político, como é que vê o futuro do concelho? Sente que Paredes de Coura tem o futuro hipotecado por largos anos?

PC - Um plano de saneamento financeiro é uma obrigação. É ridículo avançar com mais obras neste cenário. De que vale ter um concelho bem equipado mas sem gente? A Câmara está hipotecada e vamos continuar? Há que consolidar as contas e ter em conta que investimentos terão retorno financeiro, até que as contas estejam equilibradas. Só nesse contexto podemos voltar a uma política de relativas “mãos largas”.

MPM - As próximas eleições autárquicas vão ficar marcadas pelo abandono de Pereira Júnior. Isso poderá representar uma vantagem para o PSD?

PC - Pereira Júnior não será fácil de substituir por parte do Partido Socialista, mas o PS tem uma máquina bem oleada. De qualquer das formas será uma opção difícil dentro daquele partido.

MPM - E o PSD já sabe quem vai lançar na corrida à Câmara de Paredes de Coura?

PC - Já tenho uma pessoa convidada. Estou ainda à espera que aceite ou não e por isso não vou revelar de quem se trata.

MPM - O PS prepara-se para estabelecer uma espécie de primárias nas eleições autárquicas. Se o PSD fizesse o mesmo quem seriam os candidatos?

PC - Em termos logísticos não temos grandes hipóteses de fazer umas primárias, mas compreendo que é uma forma de promover o partido e no PS poderá resolver alguns problemas de indecisão interna ou de luta de galos.

MPM - Neste momento, tanto PS como PSD têm os seus líderes concelhios afastados das lides autárquicas. É fácil manter-se a par da realidade da Câmara e da Assembleia Municipal não tendo participação activa em qualquer destes órgãos?

PC - São funções diferentes. O José Augusto está no executivo da Câmara, o Décio surge como a segunda figura, liderando o grupo da Assembleia Municipal e eu fico em segundo plano, o que neste momento até é conveniente. Nenhum órgão autárquico tem grande voz em termos de opinião pública, o que passa para fora é muito escasso e isso tem a ver com a desmotivação para a política que o país atravessa. A causa pública não é muito sedutora. O trabalho maior desta concelhia será tentar reconciliar os courenses com a política local.

30 janeiro 2012

A justiça é cega… e fica longe

Não se pode dizer que seja uma surpresa. Afinal há anos que se falava do assunto, que já estava no planos do Governo anterior. Este fim de semana voltou a estar na ordem do dia, com a divulgação de que o Ministério da Justiça quer encerrar todos os tribunais que tenham menos de 250 processos entrados no ano anterior. Paredes de Coura, claro está, surge incluído no lote de concelhos que, a avançar esta ideia, veriam o seu tribunal fechar as portas.

O problema é que o encerramento do Tribunal será apenas mais um prego no caixão de Paredes de Coura, a juntar a outros que não matam mas moem, como o encerramento do SAP, o fecho do internamento ou as alterações na distribuição do correio, só para lembrar algumas das mudanças mais recentes. E o pior é que, todos o sabemos, as coisas prometem não ficar por aqui. O próximo fecho de que se fala, também há muito tempo mas que voltou a ser lembrado com mais insistência nos últimos meses, é o das Finanças.

Depois, questiono, o que resta? Quando todos os serviços públicos não dependentes da Câmara Municipal deixarem o concelho, o que lhe resta. Resta-lhe, aos seus habitantes melhor dizendo, rumar a outras paragens sempre que precisem de tratar de assuntos do seu interesse. Seja a Vila Nova de Cerveira, a Valença ou a Ponte de Lima. Quilómetros que pesam, na carteira principalmente, mas também no ego daqueles que já por cá tiveram tudo e que agora vêem os serviços públicos a fechar e a mudarem-se daqui, uns atrás dos outros. Haverá mais portas para fechar?

 

PS: Lembrei-me, a propósito, de uma ideia, também com alguns anos, que previa a instalação por terras de Coura de um posto de atendimento ao cidadão onde seriam reunidos serviços de diversos organismos públicos, por forma a manter a sua representatividade por cá e satisfazer as necessidades dos utentes. Por onde andará esse projecto?

27 janeiro 2012

Há juntas assim…

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… com mais “visão digital” que algumas câmaras municipais!

Regressam as entrevistas

Quando estamos a pouco menos de dois anos das próximas eleições autárquicas, mas numa altura em que os partidos já se movimentam no terreno com vista à escolha do melhor candidato à Câmara de Paredes de Coura, o Mais pelo Minho apresenta, na próxima semana, entrevistas com os presidentes das concelhias dos dois partidos que actualmente dominam o executivo camarário courense.

Paulo Castro, do Partido Social Democrata, e Armando Araújo, do Partido Socialista, vão responder a algumas questões sobre o actual momento político e económico que o concelho atravessa. E, é claro, vão falar também sobre as eleições autárquicas de Outubro de 2013, até porque, tanto de um lado como outro é sabido que a estratégia eleitoral deverá ser conhecida no próximo Verão. Para ler na próxima semana, respostas na primeira pessoa, sem especulações!

26 janeiro 2012

À média luz

parques estacionamentoDo oito ao oitenta. O velho dito popular parece estar a ser palavra de ordem em Paredes de Coura, no que respeita à poupança energética. Depois da explosão de luz dos tempos iniciais, nos últimos meses os parques de estacionamento deixaram de ter o aspecto da foto e, com mais de metade da iluminação apagada, o ambiente é de autêntica… penumbra.

Na linha da frente

Em Ponte da Barca já é conhecido o nome do primeiro candidato às próximas eleições autárquicas. Está dado o tiro de partida para Outubro de 2013?

25 janeiro 2012

Literalmente

CIMG2683Há coisas que não fazem mesmo nenhum sentido. Mudanças em que não vislumbramos qualquer vantagem (muito pelo contrário) e que só servem para prejudicar ainda mais os utentes. As alterações verificadas recentemente nos CTT e na distribuição postal em Paredes de Coura são uma delas.

De há uns meses a esta parte o serviço de distribuição postal anda constantemente atrasado, por causa da mudança desses serviços para Valença, e o exemplo mais flagrante acontece em casos como o que pude testemunhar esta semana, com um jornal que é feito em Paredes de Coura e é enviado via CTT a partir deste concelho, num mesmo dia, para destinos em todo o mundo, a conseguir chegar aos leitores de Lisboa e do Porto um dia antes de chegar à caixa de correio dos seus assinantes em… Paredes de Coura.

São coisas como esta que nos fazem ter cada vez mais a certeza de que moramos “lá onde Judas perdeu as botas”, esquecidos por tudo e por todos!

24 janeiro 2012

Ai não? Ainda bem!

A GNR de Viana do Castelo garante estar a acompanhar os cortes na iluminação pública, introduzidos pelos municípios do distrito, mas assume que a medida não está a afectar a segurança da população. - notícia do Diário de Notícias

Mas atenção que dizer que “a medida não está a afectar a segurança da população”, com base no pressuposto de que “não tem sido reportada qualquer situação de preocupação acrescida relativa à insegurança das populações” é muito, mas mesmo muito relativo. É que, como acontece noutras situações, muitas das vezes há lesados mas as queixas, essas, ficam por apresentar e, se calhar, quem deveria ter essa preocupação acrescida está mais preocupado em poupar na conta da luz.

E depois, é muito bonito dizer que a GNR passou a ter, como lhe competia, uma preocupação de direccionar mais policiamento para aqueles locais”. Mas, quando é do conhecimento público que os cortes orçamentais reduziram as verbas para patrulhamentos extra e os “giros” estão limitados ao mínimo, declarações como esta acabam por soar demasiado optimistas e correm o risco de parecer pouco verdadeiras. Mas dou o benefício da dúvida, pois então!

A obra da discórdia

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Parafraseando o outro:

Faz falta? Faz.

Podia ter sido feita noutro lado? Podia.

É uma aberração naquele sítio? É.

Está legal? Aparentemente…

16 janeiro 2012

E que tal um plano para pagar a dívida?

CIMG1113A proposta é do PSD e já não é de agora, mas voltou a ser falada com insistência no final do ano, com a aprovação do orçamento da Câmara de Paredes de Coura para 2012 e a constatação de que a dívida da autarquia, actualmente nos cinco milhões de euros, corria o risco de se elevar a sete milhões de euros no final do corrente ano. O plano de saneamento financeiro que José Augusto Caldas já tinha apresentado há mais de um ano em reunião do Executivo, e inclusivamente nas “páginas” deste blogue, voltou a estar na ordem do dia.

A proposta do vereador social-democrata visa, ao mesmo tempo, colocar a câmara courense a pagar atempadamente aos seus fornecedores e dar-lhe “espaço de manobra para poder concretizar e pagar a comparticipação do município em todas as obras a que se candidatou, sem atrasar mais os pagamentos”, explicou. Com a proposta de José Augusto Caldas, a Câmara de Paredes de Coura recorreria a um plano de saneamento financeiro de sete ou oito milhões de euros, valor que poderia elevar-se a 13 milhões se se incluísse nele a dívida actual e previsível à banca por parte do município.

Uma opção que, de acordo com José Augusto Caldas, estará a ser equacionada pela Câmara presidida por António Pereira Júnior e que, na opinião daquele vereador, caso não venha ser tomada, colocará a autarquia courense numa posição delicada, correndo o risco de ter de se socorrer da Assistência Financeira, o que “colocará em causa independência de Paredes de Coura, pois os próximos executivos ficariam muito limitados na sua acção”, acrescentou o vereador do PSD. Um cenário que José Augusto Caldas, aliás, já quase antecipou aquando das últimas eleições autárquicas. Na altura, recorde-se, o então candidato social-democrata já dizia que “o futuro do concelho estava hipotecado por força de algumas más decisões do passado”.

11 janeiro 2012

Acho que já vai tarde!

Rosa Arezes sobre a TDT: “O Governo tem de garantir que não há cidadãos excluídos” – notícia da Rádio Geice

Da maneira que o processo está embalado, não creio que haja muita esperança em qualquer intervenção por parte do Governo. Já se houver uma intervenção “localizada” junto da PT, como a que acontece em Monção, pode ser que as coisas melhorem um bocadinho. Haja vontade e capacidade de negociação! Se bem que me parece que fará falta, também, alguma verba.

06 janeiro 2012

Andamos tão à frente…

 

Centros de saúde vão fechar mais cedo – notícia do Jornal de Notícias

Afinal o Centro de Saúde de Paredes de Coura está adiantado no tempo. É que, apesar de só agora o Ministério da Saúde estar a preparar o encerramento destes equipamentos mais cedo do que o habitual e até ao fins de semana, por cá já há algum tempo que, a partir das 20 horas, mesmo com a porta aberta, não há consultas para ninguém. Andamos tão à frente…

04 janeiro 2012

Eu é que sou o presidente da junta (3)

MONÇÃO - José Emílio Moreira diz que freguesias devem decidir sozinhas sobre reforma administrativa local – notícia da Rádio Vale do Minho

Sendo conhecidas as “rivalidades” sadias (ou não) entre as várias freguesias, duvido que haja muitas assembleias de freguesia a decidir-se pelo fim da freguesia que representam.

Será caso único?

Albergaria-a-Velha: Câmara encerra o ano com todas as facturas pagas – notícia do Diário de Aveiro

A acreditar na notícia existe obra feita e… fornecedores satisfeitos!

As palavras dos outros (2)

Na maioria das câmaras, vive-se um estranho vazio de poder. Os presidentes já pouco ou nada mandam.

Artigo de opinião de Paulo Morais, professor universitário e membro da Assembleia Municipal de Ponte de Lima, sobre a limitação de mandatos nas autarquias. Um ponto de vista interessante.