Terá o PSD courense uma cara no concelho e outra fora dele? A questão foi levantada por Carlos Barbosa, do grupo municipal do PS, na última Assembleia Municipal de Paredes de Coura, que voltou a abordar a questão do anúncio do encerramento do Tribunal de Paredes de Coura.
Carlos Barbosa, que tem assento na assembleia da CIM Alto Minho, em representação dos socialistas da AM courense, lembrou que naquele órgão foi também apresentada uma moção a repudiar o encerramento dos tribunais de Paredes de Coura e de Melgaço, documento que, destacou, terá merecido a oposição dos elementos do PSD representados na assembleia da comunidade intermunicipal. Ora, um dos elementos social-democratas que está nessa assembleia é precisamente Décio Guerreiro, líder da bancada do PS na AM courense e que, recorde-se, na última reunião tinha votado favoravelmente uma moção socialista a contestar o encerramento do tribunal courense.
Mesmo sem ver o seu nome referido, Décio Guerreiro acusou o toque e não tardou a responder ao líder da banca socialista, esclarecendo que votou contra não por estar a favor do encerramento dos tribunais mas por se tratar de um “documento político demasiado pesado”, explicando ainda que o próprio presidente da CIM, o autarca socialista de Melgaço, considerou que o momento não era oportuno. Apesar disso, afirmou em declaração de voto na altura, “este meu voto não retira o apoio à luta de Coura e de Melgaço”. As explicações, contudo, não pareceram convencer os colegas da assembleia courense, com Carlos Barbosa a referir que Rui Solheiro, apesar de questionar o momento em que era apresentada a moção, acabou por a votar favoravelmente.
Também Joaquim Felgueiras Lopes aproveitou para mandar a sua achega ao social-democrata, lamentando que “tenhamos uma posição em Coura e outra fora de Coura”. Insinuação que levou Décio Guerreiro a dizer que estava a ser acusado de não defender o seu concelho, quando o que estava em causa era um documento de combate político contra a ministra. “Repudio tudo o que são ataques baratos e baixos que nada dignificam quem os faz nem a AM de Paredes de Coura”, acabaria por dizer o líder do PSD. Carlos Barbosa, por seu turno, informou a assembleia que iria pedir o CD com as gravações da reunião da CIM para provar o que tinha dito antes. “Não retiro uma vírgula ao que disse aqui”, concluiu o representante do PS.