29 dezembro 2006

Passagem de Ano

A Câmara de Paredes de Coura oferece o espumante e o bolo-rei. O "Kalhambeke" dá a música (fica aqui um cheirinho). A alegria e a boa disposição têm de ser por conta de cada um de nós. A ver se o tempo nos dá uma boa passagem de ano.

28 dezembro 2006

Orçamento na Assembleia

Amanhã há assembleia municipal e o principal ponto da ordem de trabalhos é a discussão e votação do Plano e Orçamento para 2007 da Câmara Municipal de Paredes de Coura. São cerca de 23 milhões de euros, com o saneamento à cabeça dos projectos autárquicos.
Ponto de interesse desta Assembleia vai também ser verificar qual a reacção da oposição. É que, recorde-se, na última reunião deste órgão, PSD e CDU abandonaram a sala em bloco, ainda antes de se entrar na ordem de trabalhos, em divergência com o presidente da mesa.
Será que desta vez repetem a façanha? Afinal de contas, em discussão só vai estar o documento mais importante para o governo do concelho no próximo ano. E ainda por cima tem alguns outros assuntos a serem abordados antes e ainda vai demorar um bocadinho até se chegar a este ponto… Se calhar é tempo a mais para estar dentro da sala e mais vale abandonar outra vez a reunião.
A propósito disto, ou talvez não, trago aqui um artigo da edição de hoje do Jornal de Notícias, em que o presidente da Assembleia Municipal de Carrazeda de Ansiães defende honorários mais aliciantes para os deputados municipais, de modo a alterar o clima de passividade “quase total” que se verifica naquele órgão. Defende aquele responsável que, “com senhas de presença de pouco significado, as pessoas não se empenham minimamente”. Além disso pede aos partidos para escolherem pessoas “mais dinâmicas e interessadas” para as suas listas.
Em Paredes de Coura parece que o cenário é em tudo semelhante ao de Carrazeda de Ansiães. Também, sinceramente, quem é que acha que 57 euros de senha chegam para compensar três horas de sessão, num país onde o ordenado mínimo, para cerca de 240 horas mensais de trabalho, é de pouco mais de 400 euros… Enfim!

Sara

Mais um caso de suspeita de violência em crianças a marcar a actualidade do país. A pequena Sara, de apenas dois anos, morreu ontem aqui bem perto de nós, em Monção, aparentemente devido a maus tratos sofridos. Desde 2003 esta é já a oitava morte do género. Bem sei que à luz da Lei todos são inocentes até prova em contrário, mas a Sara, e outros como ela (muitos infelizmente) são, serão sempre inocentes. Até na morte.
Casos como este estão a tornar-se cada vez mais frequentes. E todos sabemos que muitas situações de maus tratos a crianças nunca chegam ao conhecimento público. As comissões de protecção a menores necessitam de ter um papel mais activo na prevenção, e não só na resolução, deste tipo de casos. Mas para isso precisam de ter mais poderes e menos burocracia. Não se pode perder tempo em reuniões e mais reuniões, o que é preciso é agir. De imediato! Às vezes será até preferível tomar uma decisão mais precipitada e depois corrigi-la.
Também as famílias e amigos têm um papel importante nesta problemática. Não basta olhar e virar as costas, é preciso assumir e dar a conhecer este tipo de situações que permanecem com as crianças até ao fim da vida. Deixo aqui um anúncio feito pelo Instituto de Apoio à Criança que relembra isso mesmo, que uma criança nunca esquece.

27 dezembro 2006

CEIA de ano novo


Primeiro foi na Primavera, depois em Setembro, com a presença de José Sócrates. Seguiu-se Novembro ou Dezembro, mas apenas com o secretário de Estado Ambiente. Mas a Primavera foi-se, o primeiro-ministro não veio e o secretário de Estado alinhou pelo mesmo diapasão. Resultado: o Centro de Educação e Interpretação Ambiental do Corno de Bico vai ser, finalmente, inaugurado no próximo dia 2 de Janeiro. Sem ministro, aparentemente sem qualquer membro do Governo sequer, mas com uma certeza, muito tempo perdido.
Antes de mais convém esclarecer que, apesar de inicialmente agendada para a Primavera, a inauguração do CEIA nunca poderia ter acontecido antes de Setembro, até porque em Agosto ainda eram visíveis as obras por concluir. Apesar disso, de Setembro até agora já lá vão quatro meses que poderiam ter sido devidamente aproveitados, não fosse a questão da pompa da inauguração. Que até se compreende, tendo em conta que atrás do primeiro-ministro viria toda a comunicação social e projectaria esta nova estrutura por todo o país.
Por outro lado, ficaram a perder todos aqueles que poderiam já ter utilizado os serviços deste investimento de um milhão e duzentos mil euros, incluindo muitos alunos de Paredes de Coura que já têm programadas visitas ao CEIA desde o início do ano lectivo, aguardando apenas pelo abrir das portas. E nem sequer faltavam funcionários, porque estes já foram admitidos em Setembro.
Porque é que não se fez como noutras obras de Paredes de Coura, colocadas em funcionamento logo após a sua conclusão e inauguradas oficialmente muito tempo depois. Quem não se lembra da Escola Básica Integrada, inaugurada um ano depois da sua abertura, ou do Centro de Saúde que Jorge Sampaio inaugurou já com muitos anos de utilização?
Enfim, agora que o tempo passou, resta esperar pela eficaz dinamização de um equipamento que, penso eu, tem tudo para ser um pólo de atracção das camadas mais jovens. E não só!

20 dezembro 2006

23 milhões para 2007


Pouco mais de 23 milhões é o montante do orçamento da Câmara Municipal de Paredes de Coura para o próximo ano. A proposta foi levada à discussão na penúltima reunião do Executivo e aprovada por unanimidade, apesar de algumas críticas por parte do PSD.
Na base das críticas dos social democratas esteve o pouco tempo disponível para analisar aquele que é “apenas” o documento orientador das políticas do concelho para o próximo ano. De acordo com as declarações de Décio Guerreiro e José Augusto Viana de Sousa naquela reunião, os documentos forem recebidos somente três dias antes, ou seja demasiado em cima da hora da reunião, deixando pouca margem de manobra aos dois vereadores da oposição que manifestaram a sua impossibilidade de analisar detalhadamente os números do orçamento naquele curto espaço de tempo.
Ainda assim, mesmo aprovando o documento, não deixam de criticar, nomeadamente, a verba reservada para a área da protecção civil e prevenção de incêndios, que consideram “claramente insuficiente” face às necessidades do concelho. Outro aspecto criticado diz respeito aos valores indicados para a rede pré-escolar, onde defendem um reforço daquela verba, continuando a cair na asneira de juntar pré-escolar e creches no mesmo saco.
Apesar de tudo, os dois vereadores do PSD realçam o empenho no saneamento básico no concelho e os 2,4 milhões de euros destinados a investimentos nas freguesias, criticando, contudo, o facto de cerca de 20% do orçamento ser atribuído a “obras do passado”, que há muito estão terminadas.

17 dezembro 2006

Agricultor debaixo do tractor


De acordo com as estatísticas do Governo Civil de Bragança, no presente ano morreu mais gente no distrito em acidentes com tractores do que em acidentes de viação, incluindo no malogrado IP4. Ao todo registaram-se seis mortes em acidentes de viação contra uma dezena de vítimas em acidentes com tractores e máquinas agrícolas.
Solução apontada pelo Governo Civil: obrigatoriedade de carta de condução especial para quem deseja conduzir um tractor ou manobrar máquinas agrícolas pesadas. Tem o meu apoio.
Desconheço se as estatísticas de Bragança se adequam também à realidade de Paredes de Coura, mas lembro-me de vários episódios, recentes, de acidentes com tractores. Não quer dizer que com uma carta de condução especial se evitem os acidentes. Há-se sempre haver azares. Mas, pelo menos, obriga a que os condutores deste tipo de veículos tenham um mínimo de conhecimentos de procedimentos mecânicos a respeitar no uso dos tractores, a começar pela obrigatoriedade da barra de protecção que poderia ter salvo muitos malogrados em acidentes com tractores.
Mas se vão pegar no caso dos tractores, convém não esquecer um outro perigo, na minha opinião muito maior, até porque cada vez são em maior número. Falo dos “microcarros”, também conhecidos como “papa-reformas”, que não necessitam de carta de condução e muitas vezes são conduzidos por pessoas que nunca viram um sinal de trânsito na vida. O problema é que circulam nas mesmas estradas que os outros veículos, alguns até em auto-estradas (??). Imagine-se o perigo, pense-se em o evitar.

14 dezembro 2006

Parcómetros: em que é que ficamos?


Os parcómetros já chegaram a Paredes de Coura e, aparentemente já começaram a dar frutos, pois parece que muitos daqueles que têm o carro estacionado na vila o dia todo já estão a procurar outros poisos. Agora, contudo, é preciso ver o que está mal: se as máquinas, se os sinais.
É que, um olhar mais atento mostra duas realidades diferentes e é preciso saber em qual é que se fia o automobilista e por qual é que vai fiscalizar a GNR. Por um lado temos os sinais de trânsito, que limitam o estacionamento a 90 minutos e pago entre as 8 e as 20 horas dos dias úteis. Por outro lado temos as máquinas que emitem os comprovativos de estacionamento, que aceitam um máximo de duas horas de estacionamento e que, por sua vez, indicam o horário das 8.30 às 19.30 horas como período de estacionamento pago.
Parece óbvio que, como automobilista, vou optar por respeitar o que dizem as máquinas. Fica mais barato e facilita as coisas, dado o maior tempo permitido de estacionamento sem ter de voltar a colocar a moedinha. Mas e a GNR? Será que vai ter isso em consideração? Quer-me parecer que não. Depois, quando começarem a cair as multas, de quem é a responsabilidade? Ah, pois! Bem me parecia.

Eu assino! Já!

A última edição do Notícias de Coura dá conta de um abaixo-assinado que um casal de S. Martinho de Coura está a promover para reclamar do mau serviço prestado pelas televisões nacionais. Ao que parece, em S. Martinho, é melhor a qualidade de recepção dos canais espanhóis do que dos quatro portugueses emitidos em sinal aberto.
Eu, que até moro na vila, não duvido. Pois se, na própria vila, a situação não é muito diferente! A TVI praticamente só se apanha nas zonas mais elevadas e o Canal 1 da RTP tem dias bons e dias maus, mas quando chove praticamente todos os dias são maus.
No caso da RTP, a situação ainda é pior porque se trata de uma empresa pública, mantida com o meu e o vosso dinheiro, e que por isso mesmo deveria prestar o tão badalado “serviço público” a todo o país. Não apenas em termos informativos e de divulgação, mas também em relação à qualidade da transmissão. De que adianta ter um bom serviço informativo se este não consegue chegar a uma considerável parte dos portugueses. Sim, porque esta questão não é exclusivo de Paredes de Coura, infelizmente alastra-se a outros pontos do país, com especial relevo no interior.
Como quero pensar que não se trata de descriminação, só posso assumir que estamos perante um caso de desleixo por parte dos responsáveis da RTP, e da TVI já agora, a quem não importa a reduzida audiência que lhe trazem algumas terras do interior, isoladas geograficamente e, desta forma, também socialmente.
Que venham os espanhóis? Porque não? A TV Galicia consegue ter até muitos programas que me fazem mudar de canal, já para não falar das boas condições de recepção. Mas essa não é a solução. Por outro lado, os galegos já deram a entender que gostavam também de receber os canais portugueses. Pelo andar da carruagem, qualquer dia vemos melhor a RTP na Corunha do que em Paredes de Coura.

11 dezembro 2006

E porque não em Coura?

A notícia é da Rádio Alto Minho. E diz que o PSD de Viana do Castelo, concelho, reclama para a capital de distrito a sede da futura comunidade municipal a dez, que vai reunir todos os concelhos do distrito. A união ainda não é certa, muito embora seja quase obrigatória face aos requisitos para as candidaturas a fundos comunitários, mas o PSD vianense lamenta que o presidente da Câmara daquela cidade não tenha esta prioridade na sua lista.
E, pergunto eu, porque raio é que a sede de uma comunidade de municípios que abrange todo o distrito, teria de ficar na sua capital. Já não basta estarem lá concentrados praticamente todos os outros serviços, a começar pelo próprio Governo Civil e a acabar no hospital?
É certo que a sede da futura comunidade mais não será que uma área administrativa, mas se vai abarcar todo o distrito porque não tentar localizá-la numa zona mais central. E nesse aspecto Paredes de Coura ganha pela centralidade, se bem que não tanto pelos acessos.
Eventualmente, a dificuldade dos acessos até poderia sensibilizar os outros membros da comunidade para a solução deste problema do nosso concelho. Mas o que importa é que, com os distritos, comos os conhecemos, cada vez mais com os dias contados, se não efectivamente pelo menos na prática, não faz sentido estar a concentrar em Viana do Castelo um organismo que pode muito bem funcionar noutro sítio qualquer.

07 dezembro 2006

Party time

200 participantes, 53 horas de ligação em rede, um torneio de futebol robótico. Alguns dos ingredientes da Coura Campus Party, que de amanhã até domingo vai ter lugar em Paredes de Coura. Um evento que, a cumprirem-se os objectivos da organização, o Núcleo de Informática Courense, promete trazer muita gente ao concelho, neste e nos próximo anos. Vamos apoiar.

04 dezembro 2006

A religião como turismo


A ideia faz parte do plano de actividades da Região de Turismo do Alto Minho, divulgado na semana passada. Valorizar os recursos religiosos existentes nesta zona como potenciadores turísticos é a aposta de Francisco Sampaio, que vê com agrado o fluxo de turistas atraídos por locais como S. Bento da Porta Aberta, no Gerês, Santa Luzia, em Viana do Castelo ou mesmo Santiago de Compostela, que apesar de ser em Espanha traz muita gente ao Alto Minho.
O turismo aliado à religião já tinha sido tema de debate num encontro ocorrido há alguns meses, onde se destacou o elevado movimento turístico, enquanto movimento de pessoas, gerado por locais como o Santuário de Fátima ou o Sameiro, em Braga. Na altura, inclusivamente, falou-se da criação de um roteiro que integrasse algumas das igrejas mais emblemáticas da região.
Um roteiro que teria passagem por Paredes de Coura, nomeadamente pela Igreja de S. Pedro de Rubiães, monumento nacional que marca um período da história do concelho. Nós por cá, dentro do município, também temos um roteiro religioso, à nossa maneira, se bem que aliando o religioso e o profano. Falo das festas populares, alicerçadas no culto ao divino, mas que se estendem a outras áreas.
O nosso roteiro passa por Rubiães, mas não esquece S. Bento da Porta Aberta, o nosso não o do Gerês que consegue ser o segundo santuário mas visitado do país. E inclui ainda a Pena e Santa Maria de Paredes, não deixando de fora outras festas, e igrejas e capelas, como S. Caetano, S. Lourenço e outras que tais.
Tudo isto para dizer que, tal como deseja a Região de Turismo a um nível maior, também nós temos, entre paredes, motivos de sobra para fazer o nosso próprio roteiro religioso. Que cada um escolhe como quer fazer, por onde quer começar e quais os locais por onde passar. Como em tudo na vida.

28 novembro 2006

1 café e 1 livro


A ideia é da Fundação Calouste Gulbenkian, a sugestão de João Cunha, vereador do PSD na Câmara de Paredes de Coura que, numa das últimas reuniões daquele órgão autárquico, deu a conhecer o projecto Bibliocafé. Uma iniciativa que leva os livros até estabelecimentos de hotelaria que, desde modo, quais bibliotecas, oferecem aos seus clientes a possibilidade de ler um livro, ali ou em casa.
Uma boa ideia, refira-se, que tem feito escola noutros concelhos do país, nomeadamente na zona Oeste onde tem tido grande desenvolvimento. Inclusivamente, nos últimos dias, entrou em funcionamento naquela zona, mais propriamente na Batalha, um sistema automático de aluguer de livros em tudo semelhante ao que já temos em Paredes de Coura para alugar filmes. Simples, prático e rápido.
Como é óbvio, o objectivo principal do Bibliocafé é fomentar o o gosto pela leitura e, tal como diz o velho o ditado, se as pessoas não vão ter com os livros, vêm os livros ter com os potenciais leitores. Deste modo, tendo os livros mesmo ali à mão de semear, pode ser mais fácil deitar a mão a uma pedacinho de cultura, seja ela em formato de romance ou mais virado para a investigação histórica. O que interessa é ler.
Por mim, a sugestão de João Cunha, vem em boa altura, porque todas as ocasiões são boas para aumentar o nosso nível cultural. Vamos ver se tem pernas para andar ou se, por falta de parceiros ou desinteresse, fica pelo caminho.

27 novembro 2006

Programa alternativo

Para ver aqui, alguém que afirma saber, já, quem são os cabeças de cartaz do próximo Festival de Paredes de Coura. Imaginação ou realidade? Sei lá!

24 novembro 2006

Bombeiros à deriva


Até podia ser por causa da muita chuva que tem caído esta manhã, mas não é o caso. O certo é que os Bombeiros de Paredes de Coura parece que estão a precisar de ir à bruxa. Não bastava a greve dos funcionários (não dos voluntários, realce-se), não bastava todo o imbróglio criado à volta do concurso-que-nunca-o-chegou-a-ser para as obras do novo quartel, não bastava a polémica em torno da nomeação do novo comandante, não bastava, também, a suspensão (política?) do mandato por parte do presidente da direcção. Não chegava tudo isto e eis que surge mais uma complicação: a falta de candidatos às eleições do próximo dia 17 de Dezembro, de onde deveria sair a nova direcção da Associação Humanitária.
De acordo com notícia de hoje do Jornal de Notícias, o prazo para apresentação de candidaturas terminou no passado dia 13 sem que aparecesse qualquer lista concorrente. Assim, depois de 31 de Dezembro surge... o vazio directivo. Nem tanto porque, obrigada por Lei, a actual direcção já solicitou ao presidente da assembleia geral que nomeie uma comissão administrativa para gerir os Bombeiros depois do fim do ano. Ainda assim, João Cunha, vice-presidente da associação, ao Jornal de Notícias refere que nenhum dos elementos dos actuais corpos directivos quer continuar para lá de Dezembro.
Mesmo correndo o risco de ser apanhado pela resposta, não posso deixar de perguntar, agora: então e os críticos, por onde andam? Onde estão, agora, aqueles que nos últimos anos questionaram as decisões da actual direcção? Se calhar estão à espera que a associação caia realmente, para lhe deitarem depois a mão, surgindo como verdadeiros heróis... Vamos ver!

23 novembro 2006

A pousada, o parque e a Casa Grande

Melgaço tem, Ponte de Lima tem, Cerveira vai ter uma novinha dentro em breve… e nós? Onde é que está a Pousada da Juventude de Paredes de Coura? Será que não merecemos uma estrutura do género?
É certo que o movimento de jovens em trânsito pelo concelho só é “visível a olho nu” durante o Festival, mas mesmo fora desse período alto do turismo em Paredes de Coura, muitos jovens continuam a aparecer por aqui, apreciando as belezas naturais, e não só, do concelho (a propósito, de louvar a iniciativa do blogue Paredes de Coura em divulgar as potencialidades naturais de Coura).
O que será que os outros concelhos têm que a Paredes de Coura falta? À primeira vista, Ensino Superior, mas isso é outra história. Ou não? Onde há Ensino Superior há jovens, mas tal não significa que haja jovens turistas, mas o facto de haver estudantes pode potenciar a vinda de um segmento turístico mais jovem, aquele que habitualmente recorre às Pousadas da Juventude.
E nós por cá, que temos, em termos de alojamento, para oferecer aos jovens que nos visitam? Pouco, muito pouco, aliás o mesmo que oferecemos a todos os outros turistas que por aqui querem pernoitar.
Nem sequer termos um parque de campismo, ainda que daqueles sazonais, que funcione apenas nos quatro meses de Verão. Ainda há tempos um amigo que cá esteve pelo Festival e que quis voltar algumas semanas depois, me pediu o número de telefone do parque de campismo. Que não havia, respondi-lhe. Que havia, garantia ele, pois tinha lá ficado durante o Festival. Pois, mas o Festival é um mundo à parte de Paredes de Coura. E o meu amigo lá foi para Covas.
E, se olharmos à volta, nem sequer falta espaço para um parque de campismo, ainda que de pequenas dimensões. Ou sequer para uma Pousada da Juventude, a construir de raiz ou a instalar em qualquer edifício desocupado. Com um milhão de euros (o custo estimado da Pousada da Juventude de Cerveira), muita coisa se faz.
A propósito, ou talvez não, os proprietários da Quinta da Casa Grande comunicaram à Câmara Municipal a intenção de venderem aquele imóvel. A autarquia ficou de estudar o caso e aguardar a concretização de uma proposta com um valor definido para ver se está interessada. Se for para comprar, mais que não seja para manter um edifício histórico do concelho, vai ser para fazer o quê?

20 novembro 2006

Gostei de ver

Gostei de ver a feira quinzenal de Paredes de Coura de volta ao centro da vila. O negócio, dizem alguns feirantes com quem falei no sábado de manhã, continua na mesma, mau, mas andava mais gente na feira e, principalmente, na vila. Houve alturas em que na rua principal parecia mesmo Agosto, tal era a quantidade de pessoas que por ali passava, entre um e outro pólo da feira. Só foi pena a chuva.
Esta nova distribuição evidencia ainda outra realidade, a do elevado número de feirantes que ainda continua a fazer a feira em Paredes de Coura. Confesso que quando a Câmara anunciou que todos os 116 feirantes iriam ter lugar nos novos espaços acolhi este número com alguma surpresa. É que, não sei se pela morfologia do largo da feira se pela grande dimensão deste, nunca pensei que houvesse tantos feirantes na nossa feira quinzenal. Mas neste sábado, talvez por estarem mais concentrados, dava a ideia de que os feirantes era mais do que nas feiras anteriores.
Apesar disso a feira manteve bons espaços de passagem, sem atropelos. Gostei, particularmente, de ver os feirantes no Largo 5 de Outubro, ainda que ocupando a rua que o atravessa e os lugares de estacionamento, dando àquele espaço um aspecto de terreiro à moda antiga, em que se trazia a feira para a estrada.
Resumindo, gostei mais da feira assim. É a minha opinião pessoal e, por isso, vale o que vale, mas julgo que a feira terá mais valor assim. Agora é só limar algumas arestas, mas aqui o reparo vai para algumas casas comerciais que não estavam habituadas a semelhante movimento nas manhãs de sábado. É que, se os clientes aumentam, se calhar é necessário aumentar também o pessoal, caso contrário o serviço atrasa e os clientes podem levantar-se e saír.

15 novembro 2006

A Cultura e os apoios

No Público do passado sábado, um artigo de fundo abordava a necessidade dos apoios camarários para a dinamização das actividades culturais no município. Tudo por causa das conhecidas embirrações com a Cultura por parte de Rui Rio, presidente da Câmara do Porto.
Em Paredes de Coura, felizmente, o cenário é bem diferente, com a autarquia a apoiar, nomeadamente, as várias associações culturais do concelho, ainda que fazendo depender esse apoio de eventuais participações em actividades municipais. Nada contra, até porque quem recebe dinheiro da Câmara não perde nada em ajudar quem o ajudou. Municípios há, até, que estabelecem protocolos com os diversos protagonistas desta área, obrigando-os a determinado número de participações ao longo do ano. O pior é quando o apoio da autarquia tarda em chegar, mas isso é outro problema.
Por falar em apoios à dinamização cultural, o mesmo se aplica também à organização do Festival de Paredes de Coura, que recebe um patrocínio da Câmara Municipal. A mesma Câmara Municipal que, em Junho último, nas páginas do Notícias de Coura, adiantava que este ano, pela primeira vez, ia ser feito um inventário do apoio logístico concedido à organização do Festival. Ora o Festival terminou há praticamente três meses, ao que tudo indica já fechou as contas porque as queixas de maus resultados não se fizeram esperar, mas o inventário prometido pela Câmara... ainda não apareceu. De que estão à espera?

14 novembro 2006

Eles estão a chegar!...



Os parcómetros estão por dias. Em algumas ruas de Paredes de Coura já se prepara o terreno para receber as máquinas que, promete o presidente e desejam os utentes (e os comerciantes?), vão regular o estacionamento à superfície no centro da vila.

Dentro em breve, quando deixar o carro estacionado, não se esqueça da moedinha no parcómetro e do bilhete à vista no interior da viatura. O preços (60 cêntimos/hora, com limite de continuidade de 90 minutos) podem levar muitos automobilistas a optar pelos parques de estacionamento subterrâneos, consideravelmente mais baratos e, em minha opinião, muitas vezes mais centrais que os lugares à superfície.

Resta ver como corre a fiscalização da GNR nas nossas ruas. Tendo em conta o "civismo" de muitos condutores que vemos mal estacionados por aí, prevejo dias complicados.

08 novembro 2006

A nova vida da feira

Confesso que não cheguei a conhecer a feira no centro da vila, a “feira de Paredes” como já lhe ouvi chamarem. O que ouvi contar, contudo, em nada se parece com a feira que hoje temos. A culpa? Entre a localização que muitos contestam, o surgimento de outras feiras nos concelhos vizinhos, e a crise, todas as opiniões parecem ser válidas.
Agora prepara-se o regresso da feira ao centro de Paredes de Coura, uma ideia concebida há alguns anos mas que só agora ganhou (finalmente) forma. Os trabalhos de adaptação já começaram e a próxima feira, no dia 18, já será no seu antigo palco.
Discutir a viabilidade da feira nestes novos, velhos, moldes, parece ser, no entanto, descabido, tanto mais que a realidade comercial do concelho e da região não é a mesma de anos atrás. Quando a feira era grande ainda nem sequer se projectavam os hipermercados e outras superfícies comerciais que hoje dominam as relações comerciais, aqui como no resto do país.
O que a feira regressada pode conseguir é, isso sim, uma maior dinamização de um centro urbano que tem tido dificuldade em impor-se, nomeadamente após as obras de requalificação que encerraram ao trânsito a Conselheiro Miguel Dantas. Um trabalho que está nas mãos dos feirantes, mas também dos comerciantes da vila que devem aproveitar esta oportunidade para atraírem os clientes que julgavam perdidos e que agora, mercê da localização da feira, vão ter novamente as pessoas a passar-lhes à porta. Outros vão ter de encontrar novos atractivos, caso do Mercado Municipal que ficará agora completamente afastado do eixo comercial de Paredes de Coura.
E o actual recinto da feira, como vai ficar? Ao que tudo indica os planos da autarquia para aquele espaço continuam os mesmos de há dois anos. Ou seja, em vez de um espaço onde reina o alcatrão, vamos passar a ter uma zona verde, com espaços arborizados, um curso de água e até um parque de actividades e uma área para merendas.
Assim de cabeça, julgo que era isto que o projecto previa. Ah… e uma esplanada ali no gaveto entre a ponte e o bairro dos Bombeiros. Tudo para que, mais tarde, com o túnel a servir de ligação, este espaço se alastrasse à área envolvente do Centro Cultural, criando um cordão verde no centro da vila.

Democracia à força

Se tudo correr como até agora, o actual presidente da Câmara de Viana do Castelo há-de continuar a sê-lo até ao final dos seus dias, nem que tenha cem anos. Só assim se justificam as suas declarações da semana passada em que diz que pondera recandidatar-se para levar por diante a sua cruzada de demolir o edifício Coutinho.
Ao que parece Defensor Moura não é homem de aceitar a derrota, especialmente quando estão em causa promessas megalómanas de deitar abaixo um edifício que os tribunais, e os moradores, teimam em recusar.
Estaremos, assim, diante de um caso de democracia à força, em que o que conta é a opinião das pessoas, desde que essa opinião seja coincidente com a minha. Caso contrário é a minha opinião que prevalece e ao diabo com as outras, venham ou não balizadas por decisões judiciais.
Assim sendo, pergunto eu, valerá a pena votar? É que se o homem quer continuar a bater no ceguinho, mais vale indigitá-lo directamente para mais um mandato e mandar o resto às urtigas.

05 novembro 2006

Desalento

De acordo com os dados disponibilizados no site da Câmara Municipal de Paredes de Coura, relativos ao último ano lectivo, o concelho teria cerca de mil alunos, distribuídos pelos vários níveis de ensino, do pré-escolar ao secundário. Pegando nesses valores, e mesmo considerando que existem muitos pais com mais que um filho a estudar nestes vários níveis, poder-se-ia eventualmente dizer, com alguma margem de erro, que teríamos no município um universo de provavelmente qualquer coisa como 700 pais e encarregados de educação.
Ora, tendo em conta estes valores, é com algum desânimo que se chega a uma reunião da Associação de Pais onde estão apenas 29 pessoas, incluindo nove elementos dos corpos directivos. E nem se pode dizer que os pais não sabiam, porque a convocatória seguiu em mão pelos filhos.
Será que, em Paredes de Coura, apenas cinco por cento dos pais se preocupa com os filhos? Não creio! Mas se calhar é mais fácil passar ao lado de reuniões como esta, de um organismo que tem em vista solucionar eventuais problemas dos alunos, e optar por um confronto directo das instituições de ensino, como tem sido norma até aqui. Porque é que havemos de pedir apoio a uma associação representativa dos interesses de todos os pais, quando podemos ir fazer barulho à escola nós mesmos? Não é assim? É, mas não devia ser...
Ao longo dos últimos três anos, como os que assistiriam à reunião de sexta-feira puderam escutar, a Associação de Pais do Agrupamento de Escolas Território Educativo de Coura (APAETEC) levou a cabo uma série de iniciativas ligadas à educação, direccionadas não apenas para os pais dos alunos mas para todos os pais em geral. Eventos que, muitas vezes, não contaram com a devida participação dos pais. Mesmo assim, continuaram a defender os interesses dos alunos do concelho.
Agora, em final de mandato, os actuais corpos directivos já deram a entender que não continuam à frente da associação e esperam quem os substitua já a partir do próximo dia 24, data das eleições. Com apenas cinco por cento dos pais a participar nas reuniões... vai ser complicado.

03 novembro 2006

Um ano!


Um ano. Post após post.
Controvérsia? Satisfação. Um ano.
Crítica? Acção. Reacção... reacção... Um ano.
Isenção? Censura? Prazer. Trabalho. Um ano.
Continuação.
PS: O aniversário é do blogue e de todos os que por aqui passam. O bolo também. Podem servir-se à vontade.

02 novembro 2006

Vender o que não é nosso

O mínimo que se pode dizer de alguém que tenta vender aquilo que lhe não pertence é que desconhece aquilo de que é dono. Parece ser esse o caso do presidente da Junta de Freguesia de Insalde que, a braços com uma dívida (da junta, não dele) de perto de 150 mil euros, equaciona vender o edifício sede daquele órgão autárquico para saldar as contas.
A intenção até parece boa, pois o autarca não quer ficar conotado como devedor, ainda para mais quando herdou parte da dívida, e a totalidade do problema que lhe deu origem, de mandatos anteriores. José Felino parece, contudo, esquecer-se que aquilo que pretende vender não é, inteiramente, propriedade da Junta de Freguesia. É que a Junta de Insalde recebeu dinheiros públicos para ajudar à construção da sua sede, logo o Estado terá também uma palavra a dar em todo este processo e, quer-me parecer que aprovar a venda do edifício seria abrir um precedente perigoso, se imitado por outros autarcas do país.
Em todo este processo há ainda que ter em conta que, apesar dos 150 mil euros gastos em processos judiciais, a Junta de Freguesia, segundo sei, ainda não encontrou forma de começar a receber dividendos do que, trabalhosamente, logrou conquistar na justiça, relativamente aos direitos de ocupação da Boalhosa. Seria, por isso, este o caminho prioritário e não o anúncio, meio encondido, de que a Junta enfrenta graves problemas financeiros e que os cerca de 25 mil euros anuais que recebe do Estado não chegam para lhes fazer face. Será que tudo não passa de uma manobra para chamar a atenção para um problema que se arrasta há anos?

Fujam todos, vem aí o TGV!

Pelo que pude ouvir e ler nos últimos tempos, parece que a ligação Porto/Vigo em TGV é mesmo para avançar, com promessas de viagens de uma hora e obra pronta lá para 2012. Sinceramente, duvido muito que esta ligação estivesse na minha lista de prioridades, mas de qualquer das formas estou convencido que o comboio vai voltar a dar cartas nas viagens entre Espanha e Portugal, como já se vai vendo noutros países europeus, pelo que mais cedo ou mais teria de avançar.
Mas o trazer o TGV aqui para o post tem outro objectivo. É que, segundo se fala por aí, a tal ligação Porto/Vigo vai fazer escala em Braga (e há mesmo quem esteja convencido que vai parar em Valença, por causa de uma plataforma logística???). Ora, de Braga para cima, em direcção a Vigo (e a Valença, pois então) é muito provável que o comboio siga o rasto da auto-estrada, à semelhança do que aconteceu com o gasoduto.
E é aqui que eu pergunto: será que, como o gasoduto vai atravessar o concelho ou, à semelhança do que aconteceu com a A3, também vamos obrigar a linha do TGV a dar a volta ao concelho para seguir rumo a Norte, aumentando o percurso em mais alguns quilómetros? O TGV não nos traz qualquer vantagem, mas não estou a ver os técnicos da RAVE a chegarem ao Alto de Romarigães e "vá de virar" à esquerda para não prejudicar o ambiente em Paredes de Coura.
Se bem que, neste caso, até seria desejável que tal acontecesse. É que, apesar de dar algum dinheiro a ganhar aos proprietários de terrenos que até estarão abandonados, promete, como qualquer obra desta envergadura, deixar muitas estradas intransitáveis por onde passar, pelo menos enquanto decorrem os trabalhos. E no que respeita a estradas sem condições, já temos a nossa quota parte.

31 outubro 2006

Sai um relvado para o Courense


À beira de festejar 75 anos de existência, já no próximo ano, o Sporting Clube Courense pode vir a ter a prenda de aniversário que há muito deseja: um relvado. E quem dá o presente? Isso mesmo, o Governo.
De acordo com a notícia de hoje do Público, o Orçamento de Estado para 2007 integra já uma verba que ultrapassa o milhão de euros destinada à criação de um programa que prevê o surgimento de pisos relvados em recintos desportivos. O secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, foi ontem defender o seu orçamento ao Parlamento e anunciou mesmo que o referido programa prevê a implantação de relvados em 80 municípios, com prioridade para aqueles que ainda não disponham de tal estrutura.
Está assim dado mais um passo para que o Courense tenha aquilo que grande parte dos clubes vizinhos, alguns até de divisões inferiores, já têm: um piso relvado. Só falta que quem de direito (a Câmara? o clube? os dois juntos?) faça chegar ao governo os ecos dessa necessidade. Os jogadores, principalmente os joelhos e cotovelos, agradecem.

27 outubro 2006

Porte pago: o fim da imprensa regional?


O Centro Cultural de Paredes de Coura acolhe hoje os trabalhos do Congresso de Jornalismo do Alto Minho, que começou ontem em Viana do Castelo, cidade onde irá terminar amanhã. Um encontro que inclui, à noite, um debate radiofónico sobre o futuro da imprensa regional. Já no passado fim-de-semana, em Cerveira, se analisou esta temática, numa altura em que se equaciona se os jornais regionais, como os conhecemos até agora, têm ou não futuro.
Num cenário em que o porte pago já é reduzido, especialmente para as expedições em território nacional, e em que se conhece a intenção do Governo de reduzir também, de forma drástica, a comparticipação com os envios para o estrangeiro, urge questionar se, sem este apoio, os jornais regionais terão pernas para, por si próprios, chegar aos seus assinantes.
Peguemos, por exemplo, no caso de Paredes de Coura, concelho que apesar dos seus dez mil habitantes, consegue dar à estampa três jornais locais, um mensal, os outros dois quinzenários. Sabe-se, de antemão, que o grosso da venda dos jornais, qualquer um deles, é feita por assinatura e, mesmo que não seja o a valor da assinatura a financiar o jornal, toda a gente sabe que sem leitores os poucos anunciantes tenderão a afastar-se. Que futuro terão, então, os três jornais que, mal ou bem, continuam a ser o melhor meio de ligação ao concelho por parte da grande comunidade courense que está fora da sua terra Natal, seja no estrangeiro ou um pouco por todo o país.
É que, findo o porte pago, e à falta de uma estratégia editorial e comercial, repito editorial e comercial, em conjunto, que ajude a sustentar o jornal, deixará de haver condições financeiras mínimas para pagar o envio dos jornais. Perdem os próprios jornais mas, acima de tudo, perde o leitor que deixa de ter aquele cantinho de Coura na caixa do correio todos os quinze dias. E perde o concelho que, desta forma, deixa de ter um aliado de peso na luta contra o isolamento.
Reconheço que três jornais são demais para um concelho como Paredes de Coura, em termos económicos e de rentabilidade. Não ouso, contudo, sequer sugerir uma qualquer eventual fusão, até porque reconheço limitações evidentes, nomeadamente do ponto de vista político e ideológico que teimam em cercear as opções editoriais dos seus directores. Mas, e espero bem que não, se o futuro teimar em trazer más notícias à imprensa regional, com que ficamos?

24 outubro 2006

Duas tristes realidades

Realidade 1- A pobreza no distrito
Um estudo do serviço de Viana do Castelo da Rede Europeia Anti-Pobreza veio mostrar o que já se sabia, que o número de casos de pobreza no Alto Minho tem vindo a aumentar, nomeadamente nas localidades do interior do distrito. Situação que, apurou aquela instituição, tem a ver, sobretudo, com o baixo índice salarial e de poder de compra desta região e com aumento do desemprego.
Aumenta a pobreza e também a emigração, principalmente para a vizinha Galiza, refere ainda o mesmo estudo, que aponta os melhores salários e a proximidade geográfica do país vizinho como os principais impulsionadores desta fuga de mão-de-obra.
Para travar esta tendência a Rede Europeia Anti-Pobreza defende a criação de mais estruturas de apoio a crianças e idosos, que faltam em todo o distrito. A situação, contudo, não é exclusiva de Viana do Castelo, mas alastra-se ao resto do país.

Realidade 2 – Um distrito de funcionários públicos
Outro estudo, desta feita do Conselho Empresarial dos Vales do Lima e Minho (CEVAL), levado a cabo nos últimos dez meses, dá-nos agora a conhecer outra realidade do distrito de Viana do Castelo, a de que mais de metade da população activa trabalha no sector público.
Em alguns concelhos a percentagem de funcionários públicos, seja da administração central seja da administração local, chega mesmo a ultrapassar os 60%, situação que, defende o CEVAL, “revela pouca dinâmica empresarial”. Filipe Lopes, director executivo daquela instituição, diz mesmo que “se o Estado quer uma economia forte, tem de olhar para estes dados com preocupação”.
E desenganem-se os que pensam que a solução passa apenas pela redução do número de funcionários públicos. É uma ajuda, é certo, mas não chega e pode até criar outros problemas. A solução passa, necessariamente, pela criação de dinâmicas que possibilitem o aparecimento de mais postos de trabalho no sector privado.

18 outubro 2006

Acelerando


O Governo decidiu, está decidido. E pronto, vamos ter portagens na A28, que liga Viana do Castelo ao Porto. Parece que, pelo menos para já, a febre não chega ao troço que liga Viana a Caminha (também liga o quê?) e à A27, entre a capital do distrito e Ponte de Lima.
Resta-nos, portanto, a esperança de que, pelo menos para ir ao nosso hospital distrital, ao nosso governo civil, ao nosso arquivo distrital e a tantas outros serviços que somos obrigados a utilizar em Viana do Castelo, não temos de pagar portagem.
Quem perde? Perdem todos os que, sem outra alternativa viável (a EN13 já não é uma estrada, é uma avenida), têm de começar a pagar de cada vez que precisam de ir ao Porto. Ou pagam a portagem, ou pagam com a paciência de "rastejar" pela estrada antiga.
Quem ganha? Logo à partida a Brisa. Primeiro porque, ao que tudo indica, as ex-SCTUs também vão ter sistema de Via Verde, logo mais potenciais clientes para esta empresa. Depois, porque, para quem vai de Paredes de Coura para o Porto, por exemplo, tendo em conta o custo por quilómetro anunciado pelo ministro, provavelmente fica mais barato utilizar a A3 do que fazer o desvio e pagar o troço Viana/Porto.
Por este andar, quando finalmente avançar a ligação de Paredes de Coura à A3, também vai passar a ter portagens.

Não sei porquê

... mas de cada vez que preciso de recorrer às urgências do Centro de Saúde de Paredes de Coura fico sempre com a impressão de que elas fecharam mesmo, ao contrário do que anunciou o ministro da Saúde há uns meses.
Será que é mesmo uma urgência aquilo que temos? Um serviço que funciona quase sem meios (apesar dos muitos computadores que por ali proliferam agora) e que consegue a proeza de ter o mesmo médico, ao mesmo tempo, a prestar serviço na urgência e no atendimento normal? Assim mesmo, ora atende de um lado, ora atende do outro, ora esquece-se de um lado e passa o tempo todo no outro, originando tempos de espera de cerca de duas horas. Provavelmente, de urgência, só tem esse enorme período de espera que, infelizmente, também é habitual em muitos hospitais distritais do país.

17 outubro 2006

O nosso Orçamento

Aparentemente Paredes de Coura não fica a perder com o que lhe cabe do Orçamento de Estado para o próximo ano. A Câmara vai receber o mesmo que este ano, as juntas de freguesia vêem as suas transferências financeiras aumentar e, em relação ao PIDDAC, depois do descalabro do último, eis que no próximo surge alguma coisa, muito pouco ainda assim, mas que de qualquer das formas, no distrito, só nos deixa atrás de Viana do Castelo e Arcos de Valdevez. O distrito, apesar de tudo, continua bem no fundo dos planos de investimento do Governo.
Em relação às verbas que o Orçamento reserva para Paredes de Coura, pese embora a Câmara ter ultrapassado a sua capacidade de endividamento, o concelho vai receber exactamente o mesmo valor de 2006, cerca de 6,1 milhões de euros. Ou então, também se pode fazer esta leitura, vamos receber o mesmo precisamente porque ultrapassamos a capacidade de endividamento, pois houve muitos municípios que viram as suas verbas reforçadas.
Mas, se a Câmara é penalizada (mesmo recebendo o mesmo deste ano há que ter em conta o valor previsto para a inflação, como referiu ontem o presidente da Câmara de Faro num debate sobre a nova Lei das Finanças Locais), as juntas de freguesia do concelho vêem a sua dotação financeira aumentada. Um aumento de 4,84% que se traduz em cerca de mil euros a mais em relação aos valores de 2006.
A freguesia de Paredes de Coura, logo seguida de Cunha, continua a ser que mais recebe, cerca de 29 mil euros, e as Porreiras ocupam o último lugar da tabela, com pouco mais de 16 mil euros. Num sistema de distribuição que me continua a parecer estranho, mesmo depois de explicado, e que atribui a freguesias como Insalde e Rubiães, valores mais elevados do que a Formariz, Castanheira e Resende por exemplo.

PIDDAC, pouco ou nada

Em relação às verbas reservadas em PIDDAC para o próximo ano, depois do quase nada deste ano, Paredes de Coura aparece com cerca de 519 mil euros inscritos, em apenas duas rubricas. O Arquivo Municipal, que teima em não sair do papel, vai receber 53500 euros, ou seja vai continuar no papel, e os trabalhos de beneficiação da EN303, entre S. Bento da Porta Aberta e a vila tomam conta dos restantes 466 mil euros.
Pouco, muito pouco, podemos dizer. Nem o facto de praticamente todos os concelhos do distrito ficarem atrás de Paredes de Coura nos traz algum conforto. Que me interessa que Valença tenha obras inscritas no valor de apenas três mil euros ou que Melgaço não tenha um cêntimo sequer? O que eu queria ver era todo um conjunto de obras prometidas, algumas necessárias outras nem por isso, inscritas no PIDDAC do próximo ano. Mas não, não estão lá, e com o passar do tempo até se pode pensar, legitimamente, que nunca lá vão estar. Alguém vai ter de começar a fazer contas.

16 outubro 2006

Ainda não é desta...

... que nos toca a nós estar em pé de igualdade com os outros municípios do distrito. Falo em relação ao gás natural, que desde hoje está disponível em algumas zonas do concelho de Viana do Castelo. No príncipio do próximo ano, estará igualmente à disposição de alguns habitantes de Ponte de Lima, em 2010 chegará a Vila Nova de Cerveira e Valença.
Recordo, a propósito, um mapa publicado no Jornal de Notícias há cerca de 10 anos com a programada expansão da rede de gás natural no Norte do país. E, se esse mapa fosse efectivamente válido, Paredes de Coura estaria abrangido pelo abastecimento de gás natural há cerca de 4/5 anos. Mas não está, como é fácil de ver, e certamente, muito dificilmente, estará no futuro.
Qualquer pessoa vê que, com o número de habitantes, comércio e indústria existentes no concelho, o alargamento da rede de gás natural a Paredes de Coura não é, de todo, uma prioridade. Nem sequer com recurso a depósitos estrategicamente colocados que depois serviriam uma área em redor, como acontece agora em Viana do Castelo e como estava previsto no tal mapa de há dez anos.
Qualquer um vê que, mesmo o "núcleo urbano" de Paredes de Coura não reúne as condições suficientes para receber o gás natural. O mesmo se passa com as zonas industriais, pois as unidades ali instaladas têm pouca utilização para aquele combustível. Aliás, a que porventura lhe daria maior uso, a cerâmica, abriu falência há alguns anos. E nos projectos futuros para aquelas áreas não consta, pelo menos para já, nenhuma unidade que necessite de grandes consumos de combustível.
Resta-nos o mapa, de que conservo ainda uma fotocópia, amarelada pelo tempo. Para nos lembrar que, em tempos, estivemos a par de outros concelhos do Alto Minho no que respeita ao fornecimento de um serviço estratégico para o desenvolvimento e qualidade de vida. Vamos ver como será no futuro.

12 outubro 2006

Perigo na estrada


Eu sei que a ligação de Paredes de Coura à A3, seja em Sapardos, seja em Arcozelo, tem sido tema recorrente neste blog. Ainda assim não posso deixar de voltar a falar no assunto, até porque um dia destes, ou melhor uma noite destas, ia tendo uma surpresa desagradável a subir de Ponte de Lima para Paredes de Coura. Vinha eu muito bem pela Travanca acima quando me aparecem no meio da estrada dois ilustres representantes da raça minhota. Duas vacas, ou bois, não deu para ver bem, que andavam por ali a passear à luz do luar, nessa noite escondido por algumas nuvens.
Um susto valente, ali pelos lados de Labrujó. Uma pessoa vem descansada da vida, sem exceder a velocidade máxima e depara-se com uma coisa daquelas no meio da estrada… Mas, julgava eu que o susto tinha passado e, alguns quilómetros à frente, mesmo à entrada de Castanheira, novo comité de boas vindas, desta vez três exemplares, não tão magníficos, da mesma raça. Um carro que seguia à minha frente só por sorte, ou perícia, conseguiu evitar o embate, o mesmo acontecendo comigo.
Tudo isto para dizer que, por um lado, enquanto não se regulamentar a situação dos animais que pastoreiam livremente pelos nossos campos, a insegurança continuará a pautar as viagens nocturnas. Por outro lado, para lembrar que a ligação à A3 continua a ser uma prioridade.
Em relação a este último aspecto, só lembro que é necessário bom senso em doses generosas quando decidirem o traçado desta ligação, para evitar o seu chumbo mais que certo, como aconteceu com a proposta anterior. De nada adianta dizer que foi lançado o concurso para ver quem faz o traçado e que depois é deixar andar o processo, porque se não forem tidas em consideração todas as variáveis, sobretudo ambientais, que deitaram por terra o traçado anterior, a ligação não passa do projecto.
Já em relação ao primeiro aspecto, é urgente regulamentar a situação daqueles animais para evitar o pior, como já aconteceu por diversas vezes, inclusivamente com vítimas. E não se julgue que estamos a falar de animais selvagens! Todos sabemos que os cavalos e vacas que vagueiam livremente por aquela zona têm dono. Só que ninguém aparece quando se dá um acidente, ninguém se preocupa com o facto de os animais invadirem a estrada, só querem saber deles quando os vão buscar para o matadouro.
Falta legislação, ao que parece, até porque o assunto já tem merecido a atenção de vários autarcas, quer aqui, quer noutros pontos do país onde este tipo de situações acontece, que procuraram uma solução para este problema. Até o próprio director do Parque Nacional da Peneda Gerês já defendeu publicamente a colocação de um chip nestes animais, à semelhança do que acontece com os cães, para que, em caso de acidente ou noutra qualquer situação, seja possível chegar ao dono do animal. Será que estão à espera que morra mais alguém?...

09 outubro 2006

Um ano depois


Há um ano Pereira Júnior cantava vitória em mais umas eleições autárquicas. Hoje, provavelmente o vencedor seria o mesmo. Mesmo que neste ano pouco tivesse sido feito, de novo, que não viesse já de mandatos anteriores.
Avançou, pouco muito pouco, o futuro da ligação à A3; o abrigo para peregrinos tornou-se realidade; o centro de educação e interpretação ambiental de Vascões continua à espera de alguém para o inaugurar quando os trabalhos terminarem; as obras da rede de saneamento tomaram conta de um terço das estradas do concelho.
O resultado do PS, contudo, poderia ainda beneficiar, ou talvez não, da divisão no seio do PSD. Pouco tempo depois das eleições, depois de uma entrevista polémica em que criticou os colegas de partido por não o terem apoiado na campanha, Décio Guerreiro suspendeu o mandato (terá sido forçado?) e anunciou a rotatividade dos elementos da sua lista pela vereação. Em jeito de dar oportunidade a todos. Mas o certo é que apenas João Cunha subiu a vereador, tomando posse do lugar mais em jeito de passagem de testemunho do que de outra coisa.
E o que tem feito a oposição? Pouca coisa, também. E desse pouco quase nada teve seguimento. Que é feito daquela história das consultas médicas pelas freguesias? Muito bonito na altura, com a Câmara a levar a ideia ao ministro da saúde, mas depois… ficou tudo como estava? Tenho para mim que José Augusto Viana fazia mais falta a liderar a bancada laranja na AM do que na Câmara, onde a sua capacidade de intervenção e, sobretudo, de fiscalização, são mais reduzidas. E João Cunha… para já continua uma incógnita.
No PS o panorama também não é muito diferente. Pereira Júnior e António Esteves, obviamente, continuam uma política que já vinha de mandatos anteriores. A grande novidade deste ano, se assim se pode chamar, é o projecto de turismo previsto para o antigo sanatório e que prevê a recuperação daquele imóvel e a dinamização de toda a zona envolvente e do próprio concelho. Um projecto, mas convém não esquecer outros que foram anunciados a seu tempo e que, ainda hoje, não saíram do papel: Que é feito do Centro de Dieta Atlântica na Casa do Outeiro, do arquivo, da nova biblioteca e até da mudança da feira semanal?
Manuel Monteiro, o terceiro vereador socialista, que trocou o púlpito da Assembleia Municipal por um lugar na sombra, tem andado por aí de forma discreta, mas a dar que falar. A carta educativa aprovada há semanas tem dedo dele, sem sombra de dúvida, e a rede social não tem estado parada e promete ir para o terreno em breve. Resta esperar para ver o que sai mais da sua cartola, quem sabe até uma troca de vereadores a meio do mandato para preparar o terreno para uma eventual, mais que falada, nunca tida como certa mas por muitos vista como necessária, substituição de Pereira Júnior.

05 outubro 2006

A proposta do pão

Mesmo sem ter conseguido tempo de debate na última Assembleia, a proposta de Arlindo Alves continua a estar na ordem do dia. O Coura lá traz a proposta que o não chegou a ser. E que proposta! Defende o representante comunista que, dada a incapacidade financeira da escola básica integrada de Paredes de Coura para assegurar o lanche gratuito aos alunos, aliada à ausência de qualquer apoio da Câmara Municipal, seria de todo adequado os elementos da Assembleia Municipal abdicarem das suas senhas de presença em favor da escola. Nem mais!
A escola, como já aqui foi referido, gasta cerca de 1500 euros por mês com o pão que fornece aos cerca de 350 alunos, e pediu este ano lectivo, pela primeira vez, que os pais pagassem esse pão, com cinco euros mensais. Valor que, entende o deputado do PCP, pode levar a que muitas das crianças fiquem sem o pão ao lanche, por incapacidade financeira dos pais.
Ora, se todos os deputados municipais abdicassem dos 57,26 EUR que recebem por cada sessão da AM, tendo em conta que aquele órgão tem 42 elementos e que o presidente e os dois secretários recebem um pouco mais, atingimos um total de cerca de 2500 EUR por sessão. O suficiente para pagar o lanche dos alunos durante quase dois meses. Acresce que a AM reúne pelo menos seis vezes no ano (cinco sessões ordinárias e a sessão solene do 25 de Abril) o que, em cada ano civil, representa um total que ronda os 15 mil euros necessários para assegurar o lanche das crianças durante todo o ano lectivo.
Pessoalmente até gostaria de ver como decorreria a discussão em torno desta proposta na AM. Tenho cá a impressão de que haveria muita gente a não concordar com ela e a acusá-la de ser puramente demagógica. Gostava de ver, realmente, o que aconteceria. Na discussão, claro! Porque é certo e sabido que, vinda do PCP e tendo como base implícita a crítica à falta de acção por parte da Câmara, ela seria chumbada pela maioria. Espero bem que Arlindo Alves não desista dela e a leve à próxima reunião, lá para Dezembro. Ainda vai a tempo.
Já agora, só mais uma sugestão. Porque não utilizar uma proposta do género para outros sectores de actividade do concelho? Para pagar os empréstimos à banca, para financiar novas obras… para tudo, porque não?

04 outubro 2006

Desemprego a subir

De Julho para Agosto, o Observatório do Desemprego no Minho registou um aumento de 5.65% na taxa de desemprego de Paredes de Coura. Uma tendência que contraria o ano passado, em que os valores do desemprego no concelho vieram a baixar.
Mas, estou em crer que vamos ter mais oportunidades de emprego no concelho, para contrariar esta tendência de subida. A Câmara Municipal bem tem tentado, nos últimos tempos com algum sucesso, atrair mais indústrias para o concelho. Em Formariz, por exemplo, prepara-se já o terreno para acolher mais unidade industrial que prevê criar 20 postos de trabalho. Esperemos que o concelho consiga fornecer grande parte dessa mão de obra.

03 outubro 2006

O quartel que não sai do papel

Era para ser assim, mas afinal parece que o projecto já não sai do papel e vai ficar mesmo assim. O futuro, quase passado, novo quartel dos Bombeiros Voluntários de Paredes de Coura não tem tido vida fácil.
Num dia dizem que não há dinheiro, no outro que falta a decisão da comissão de avaliação. Mas o tempo passa e a história avança. O dinheiro não vem, a decisão que tarda. A decisão que surge, a contestação que se impõe. E depois, chega o comunicado da direcção da Associação Humanitária que mostra que não pensa no dinheiro, apenas na qualidade do novo quartel. Ou então mostra que a qualidade não interessa e o que é importante é poupar mais uns milhares aos bolsos da associação. Veremos.
Pelo meio assistimos a um lastimável arrastar de virtudes e defeitos de um concorrente que ficou classificado em primeiro mas não reúne o consenso da comissão de avaliação, ou de um terceiro classificado que consegue uma proposta mais onerosa mas ao mesmo tempo, aparentemente, mais consensual. E vai daí a comissão decide-se pelo consenso. E a direcção, com receio de ter de pagar uma indemnização ao primeiro, não aprova a decisão da comissão de avaliação, independentemente dos critérios tidos por esta.
E em que ficamos? Ficamos como estávamos há quatro anos. Com o mesmo quartel, sem projectos para a construção de um novo, à espera de novo concurso, eventualmente de um novo vencedor. Com um pouco de sorte, pelo meio chegam as eleições para a nova direcção e depois logo se verá como correm as coisas. Entretanto os voluntários continuam a beneficiar das "excelentes" condições do velho quartel.

29 setembro 2006

Figura de corpo presente



Já aqui falei, por diversas vezes, da falta de preparação, por um lado, e da ausência de participação, por outro, de alguns elementos da nossa Assembleia Municipal. E vou voltar a falar porque, sinceramente, acho que quem está ali para nos representar, independentemente do partido em que votámos ou daquele que os elegeu, deve ao menos estudar os dossiers que lhe chegam às mãos com alguma antecedência.
Na última reunião, por exemplo, foi de bradar aos céus a intervenção de Manuel Miranda, do PS, a propósito do regulamento de estacionamento. A determinada altura da discussão, rápida e sem grandes atritos, vá de interpelar o presidente a propósito de uma dúvida que tinha, salientando contudo, que não tinha lido o documento. Como??? Não leu? Então vá de aprovar. Por unanimidade.
Outro exemplo, também da bancada socialista, mas na última reunião só houve socialistas na sala, por isso… Quando se debatia a proposta de carta educativa, além dos quatro presidentes de junta que vão perder o ensino pré-escolar nas suas freguesias, também o presidente da Junta de Linhares informou que iria votar contra porque “Mozelos fica muito longe para levar para lá as crianças da minha freguesia”. Tudo bem, não fossem as crianças de Linhares para Rubiães e não para Mozelos. Quando foi informado por um colega desta situação, Manuel Lopes Fernandes lá voltou atrás com a palavra e disse que, afinal, votava favoravelmente.
Já agora, só mais uma constatação. A de que o abandono da sala pelo PSD e PCP teve, pelo menos, uma vantagem, a de colocar a falar pessoas que normalmente estão na Assembleia apenas para fazer figura de corpo presente. Não sei se seria por vergonha ou intimidação, mas o certo é que, entre socialistas, muitos quiseram “botar faladura”.

28 setembro 2006

Carta educativa: baralhar e dar de novo

Depois da concentração das escolas primárias, o próximo objectivo da Câmara Municipal de Paredes de Coura é fazer o mesmo com os jardins-de-infância. Só que desta feita vão ser criados quatro pólos no concelho. A nova carta educativa foi aprovada na última Assembleia Municipal.
As críticas já começaram, muito embora de onde menos se esperasse, dos presidentes de junta do PS que não querem perder o ensino pré-escolar. Cossourado, Formariz, Bico e Cunha mostraram isso mesmo, votando contra o documento proposto pelo Executivo municipal. De referir, a propósito que os novos pólos vão funcionar na vila, em Cristelo, Mozelos e Rubiães.
“Ninguém gosta de perder para o vizinho, a fechar que fizessem só um novo, como com a escola primária”, criticou Etelvina Montenegro, presidente da Junta de Cossourado que chegou mesmo a dizer que, com quatro centros se estava a dar razão às críticas que o PSD fez aquando da concentração das escolas primárias.
De qualquer das formas, e mesmo com Pereira Júnior a garantir que não foram tidas em conta cores políticas na elaboração da carta educativa, ao que parece nenhuma das freguesias que vai ficar sem jardim-de-infância ficará a perder. Formariz e Cossourado já têm garantida a construção de creches, o mesmo acontecendo com Castanheira, uma vez que estes equipamentos vão localizar-se junto às áreas industriais. Bico assiste já à construção de um Lar e em Cunha funciona um centro de convívio para idosos que poderá transformar-se em centro de dia.
O objectivo da Câmara é ter a carta no terreno dentro de anos, mas é preciso esperar pelas fontes de financiamento para reorganizar a actual rede do pré-escolar e construir dois pólos de raiz. Que podem vir a ser três, isto se tiver seguimento a proposta de Filipa Guerreiro, deputada municipal do PS e responsável pelo projecto de arquitectura da Escola Básica Integrada, que defendeu a criação de um novo edifício na vila para acolher o pré-escolar, separando-o da escola primária.
Por definir estará também o modelo de funcionamento e gestão (conjunta?) da rede de jardins nos moldes da carta educativa. Definida parece estar a questão dos transportes, com Pereira Júnior a informar que o objectivo da criação dos quatro pólos foi evitar percursos com mais de cinco quilómetros.

27 setembro 2006

Impostos

Dois. Aprovados na última Assembleia Municipal. Por unanimidade. Por um lado a derrama, imposto que o PSD considera injusto, mas como o PSD não estava na sala, a maioria PS aprovou a taxa de 10% por unanimidade. Ainda assim, explicou o presidente da Câmara, não é o valor conseguido com a derrama que vai fazer desaparecer as dificuldades financeiras da autarquia de Paredes de Coura. No ano passado, por exemplo, esta taxa rendeu cerca de 48 mil euros aos cofres do município.
Do outro lado temos o Imposto Municipal sobre Imóveis. As taxas, igualmente aprovadas por unanimidade, mantém-se as deste ano: 0,45% para os imóveis já avaliados, 0,8% para os restantes. Para nós pagarmos.

Dinheiro, dinheirinho

Ainda a nova Lei das Finanças Locais não subiu a plenário da Assembleia da República e já a Câmara de Paredes de Coura se ressente da sua mais que certa aprovação.
Num dia, em Assembleia Municipal, ainda que falando apenas para a maioria que o suporta, diz que antevê já grandes dificuldades se a Lei for aprovada. “Vamos ter cautela a fazer o plano de actividades do próximo ano. Vamos ser ousados mas com os pés assentes no chão”, assegura o autarca.
Mas o dia acaba e no dia seguinte as notícias não são tão animadoras: é divulgada a lista dos municípios que ultrapassaram a sua capacidade de endividamento e Paredes de Coura lá está, com uns expressivos 122%. Não é muito, especialmente se comparado com os valores de outros concelhos que ultrapassam, de longe, os 200%. Ainda assim, a lista tem apenas 70 concelhos, num total de mais de 300.
Não se sabe se o ranking estrategicamente divulgado pelo Governo trouxe algum desconforto ao presidente da Câmara, nem se este vai alinhar pelo mesmo diapasão de outros colegas seus, de partido e de situação geográfica, que já criticaram publicamente a futura mais que certa Lei que vai regular as finanças locais. Mas, é quase certo, quem se deve ter divertido foi José Augusto Viana, vereador social-democrata que, enquanto líder do PSD na Assembleia Municipal, fartou-se de martelar a cabeça a Pereira Júnior por causa das contas, dos empréstimos… do endividamento.

25 setembro 2006

Laranja estragada II


Ainda antes do abandono da sala, já o descalabro em que se encontra o PSD de Paredes de Coura se tinha manifestado na última sessão da Assembleia Municipal. Interveniente principal: Maria José Carranca, líder da bancada social-democrata; interveniente acidental: João Cunha, o único vereador laranja presente na reunião.
No pouco tempo em que esteve na sala, Maria José Carranca conseguiu a dupla proeza de perder o reduzido tempo de antena que lhe reserva a oposição e, ao mesmo tempo, criticar o desempenho dos vereadores… do PSD. E que puxão de orelhas levou um João Cunha politicamente isolado na bancada da vereação!
Tudo porque, Maria José Carranca disse que, na reunião de Câmara o presidente havia explicado aos vereadores que, com a construção de três creches, se previa uma taxa de cobertura do concelho na ordem dos 2/3 e ali, na AM, falou em 100%. Pereira Júnior ainda tentou explicar que os 63% era o que propunha o Governo, mas a líder da bancada social-democrata não esperou e vá de “puxar as orelhas” ao seu colega da vereação.
“Os meus vereadores informaram-me mal”, explicou Maria José Carranca, perante um João Cunha incrédulo com o que ouvia. É, até podia ser verdade, mas aquele não era nem o local nem a hora para aquela chamada de atenção que só veio colocar a nu o que há muito se fala: o PSD não está bem e as divisões são cada vez mais evidentes.

Laranja estragada I

Decididamente o PSD em Paredes de Coura não tem ponta por onde se lhe pegue. E quem tivesse dúvidas, ficaria esclarecido na última sessão da Assembleia Municipal.
Em análise estavam assuntos como a carta educativa do concelho, que prevê a concentração em quatro pólos dos 11 jardins de infância actualmente existentes, o regulamento municipal de estacionamento, que vai colocar parcómetros nas ruas da vila, e a aprovação da derrama e do Imposto Municipal sobre Imóveis. E o PSD onde esteve? Não esteve. Ou melhor esteve lá e, num repente da líder da bancada, abandonou a sala, acompanhado do PCP, deixando a maioria PS numa amena cavaqueira onde só faltou o café e as bolachas.
Não foi o PSD que mais de 40% dos courenses escolheram para os representar na Assembleia Municipal? No entender de Maria José Carranca parece que não, caso contrário não teria abandonado a sala por uma questão de pormenor, que nem sequer dizia respeito ao seu partido, deixando livre o único púlpito que lhe está reservado para fazer oposição no concelho. E agora o que é que vai dizer? Que não sabia de nada? Que não tem nada a ver como isso? Uma coisa não pode dizer, que não aprovou nada, porque ao sair da sala deu o seu voto ao PS. Uma coisa é votar contra, outra bem diferente é não votar.
A sessão de sexta-feira nem chegou a aquecer, pois o PSD saiu da sala ainda antes do período da ordem do dia. Depois da aprovação da acta, o presidente da AM reservou um período de 20 minutos para a apresentação de moções. O PS entregou duas, o PSD uma e o PCP outra. No entanto, a discussão gerada em torno da moção laranja, que pretendia que a construção de creches fosse uma prioridade no orçamento de 2007, acabaria por esgotar o tempo, levando a que a moção comunista fosse adiada para a próxima reunião.
Arlindo Alves, o representante do PCP, protestou, mas foi Maria José Carranca quem lhe tomou as dores e, depois de criticar o “exercício escandaloso da musculatura dos votos” por parte de José Augusto Pacheco, pediu a suspensão dos trabalhos por dez minutos. Quando o PSD regressou à sala, a sua líder explicou que foram desrespeitados vários artigos do regulamento e que não aceita poderes autoritários, pelo que os social-democratas se retiraram da sala, no que foram seguidos pelo único elemento do PCP, que ainda foi dizendo que a sua moção foi a primeira a ser entregue.
E depois? Depois foi ver a maioria a aprovar por unanimidade quase todos os assuntos, excepção feita à carta educativa, que provocou várias intervenções da bancada da maioria levando mesmo a uma divisão na votação. Uma fractura que a oposição não soube aproveitar.

22 setembro 2006

Zona industrial


Os mais optimistas dizem que se prepara ali a instalação de mais uma fábrica na zona industrial de Formariz, quem sabe se a Arminho ou mesmo a empresa de Transportes Courense, que há muito se fala que hão-de vir, um dia, quem sabe, para ali. São optimistas, é o que dá.
Os mais pessimistas, por outro lado, lembram que o aterro intermunicipal de S. Pedro da Torre está para fechar e que, já em Outubro será conhecido o novo local que vai acolher esta estrutura que recebe os lixos de Paredes de Coura, Valença, Monção, Melgaço, Cerveira e Caminha. E é precisamente a câmara de Caminha que está a atrasar todo o processo de escolha, vá-se lá saber porquê. Se calhar é como os mais pessimistas e não quer ter o aterro à porta de casa.
Para já, contudo, nem optimistas nem pessimistas estão correctos. Diz quem sabe que se trata apenas de remoção de terras que estão a servir de suporte à construção da variante à estrada nacional que vai renovar a entrada na vila. E ao mesmo tempo, garantem, aproveita-se para terraplanar toda aquela área de Formariz onde, quem sabe, talvez num futuro não muito longínquo, surgirá um novo sector da zona industrial. Esperamos para ver.

19 setembro 2006

Educar pelo Ambiente


Se não houver alterações de última hora, está marcada para amanhã a inaguração do novo Centro de Educação e Interpretação Ambiental do Corno de Bico. Uma obra que aproveitou e alargou as antigas instalações da escola primária da Colónia, em Vascões, mesmo no coração daquela área protegida. A sinalização já lá está há algum tempo a indicar o caminho certo, agora é altura de canalizar para lá os jovens, e não só, de Paredes de Coura e de outros pontos do país. O Ambiente precisa, o espaço merece-o.

18 setembro 2006

Festival à beira do fim?

Isto de estar de férias tem destas coisas. Uma pessoa desliga-se do mundo e quando retoma a ligação fica a saber que o Festival de Paredes de Coura tem os dias contados. Pensei que era brincadeira, mas foi mesmo verdade: a Ritmos tinha estado numa reunião de Câmara a lamentar os maus resultados dos últimos festivais e equacionava acabar com aquele evento ou realizá-lo noutras paragens.
O Coura chega a falar em chantagem, mas sabemos como o Coura costuma exagerar. Mas depois de ler a acta da Câmara, tenho de admitir, fica-se mesmo com essa impressão, de que se está a fazer um ultimato do género: ou aumenta a comparticipação do município (não apenas da câmara, refira-se) ou o festival vai para longe daqui.
Para mim, que não conheço as contas do festival, deste ou dos anteriores, é uma situação plausível. Aliás, já antes, quando escrevi sobre o festival, elementos da Ritmos me disseram que o panorama dos festivais em Portugal estava muito mau. Exemplo disso, terá sido, aliás, o fim do CBT Dance Festival, que a Ritmos organizou em Celorico de Basto e depois tentou mudar para Esposende, já devido aos maus resultados obtidos naquele concelho do interior, mas que também não chegou a vingar ali.
Mas depois vemos também as notícias de que a última edição do Festival de Paredes de Coura (como 2004) foi um sucesso, mais de 20 mil pessoas por dia, tudo a exceder as expectativas da organização e ficamos na dúvida. Ainda para mais quando, de outros festivais, nomeadamente do Sudoeste, os ecos são semelhantes. Em que ficamos: o festival foi um sucesso, mas perdeu-se dinheiro? Então foi um sucesso de quê? Se excedeu as expectativas estava condenado a dar prejuízo à partida, como aconteceu com Vilar de Mouros?
É por estas e por outras semelhantes que as pessoas torcem o nariz e depois especulam sobre as capacidades financeiras do Festival e da sua organização. Como disse, desconheço as contas e não tenho de as conhecer no total, muito embora faça parte do leque daqueles que defende que quem recebe dinheiros públicos tem de os justificar perante o público, mas com 100 mil euros muito pouco se fará num festival de milhões. O Sudoeste, por exemplo, custou cerca de 3 milhões de euros, um quarto dos quais pago pelos patrocínios. Num total como este, os 100 mil da Câmara são chuva míuda, mas, repito, devem ser explicados.
Prefiro, por isso, recordar as palavras da organização do Festival de Paredes de Coura no seu site oficial: "desde o início, o Festival procurou sempre contrariar as visões fatalistas de uma juventude impotente. Somente pretendia, apenas, declinar a ideia de que a interioridade era sinónimo de lamentação e argumento justificativo da derrota fácil." Assim sendo, não creio que seja, e espero que não seja, agora a altura de desistir.
E depois, vejam lá, como é que podiam fazer Paredes de Coura noutro lugar? Então como é que faziam para levar o Coura (o rio, entenda-se) para outras paragens? E o ambiente bucólico do Taboão que tanto dinheiro tem custado à autarquia, como é que ficava, depois, sem utilização? E aqueles recantos e encantos únicos que ajudam a fazer do festival um dos melhores a nível internacional?
Não, acho que o problema do Festival não é o dinheiro. O problema será, talvez, a mentalidade daqueles a quem custa acreditar que o Festival são só custos e nenhuns proveitos. Não ficava nada mal, por exemplo, admitir que o festival dá, ou pelo menos deu, dinheiro. Se calhar até era mais fácil conquistar novos apoios a nível local, muito embora tenha quase a certeza que eles vão surgir de modo a garantir por aqui a realização do festival.


PS: A própósito de contas, gostei muito de ficar a conhecer as contas das Festas do Concelho. Só que entre os quase 25 mil euros do fogo e os 11 mil euros que a Ruth Marlene levou para a casa, fiquei na dúvida de qual tinha gostado mais.

14 setembro 2006

Não é o fim do sonho, mas...


Não sei porquê mas, quando a nova escola básica integrada surgiu tive a sensação, ingénua, de que estava a viver numa sociedade perfeita, onde as crianças dispõem de uma escola de qualidade, onde é possível ter um ensino de qualidade, gratuito, e com todas as condições necessárias a uma boa aprendizagem e mais algumas. Hoje, dois anos volvidos, já não será assimi: a escola continua com muita qualidade, mau grado algumas falhas, e o ensino depende de quem o dá, mas em relação à ausência de custos...
A escola não tem dinheiro. Isso mesmo disse a presidente do Agrupamento de Escolas que, com a sua habitual sinceridade, chegou a dizer aos pais que, se conhecessem as finanças daquele estabelecimento de ensino, "iam pedir para dar à escola". Tudo porque, ao fim de dois anos em que a escola oferecia o lanche da tarde aos alunos, verifica-se agora que não consegue suportar os 1500 euros mensais desta despesa e vá de pedir 5 euros por mês aos pais. Confesso que, com 5 euros por mês não consigo comprar pão e leite para o lanche diário do meu filho, por isso não foi o valor que me causou estranheza. Foi a lembrança da primeira reunião de pais da nova escola, há precisamente dois anos, com os responsáveis autárquicos e escolares a apresentarem um mar de vantagens aos pais, onde se incluia o lanche gratuito das crianças.
Já nessa altura, em artigo que custou a sair no Notícias de Coura, alertava para a impraticabilidade desta situação, dados os elevados custos que não iriam ter grande comparticipação por parte do Estado. Foram apenas dois anos até que a realidade se sobrepusesse à vontade daqueles responsáveis.
E o próximo passo será...? O pagamento dos transportes escolares por parte dos pais? Quem sabe, mas não seria de estranhar, tendo em conta que este serviço custa mais de 50 mil euros todos os meses. Vamos esperar para ver.
Já agora, neste ínicio de ano lectivo, uma palavra para a boa ideia que o Agrupamento de Escolas teve este ano, ao separar os intervalos dos alunos do 1º e 2º ano, dos do 3º e 4º. Evitam-se confusões e contribui-se para um melhor ambiente escolar, num estabelecimento que, apesar de muito bom, continua a primar pela ausência de espaços exteriores para as brincadeiras dos mais pequenos.

12 setembro 2006

De regresso...

A casa, das férias, ao trabalho, à escola. Tempo de voltar à rotina que se tenta a todo o custo impedir que domine os nossos dias.
Para trás fica um Agosto marcado por incêndios e festas, música e alguma chuva à mistura. Muita gente por Coura, menos do que noutros anos, eventualmente. Ainda assim muito mais gente do que... actualmente.
Vai-se Agosto e vão-se as gentes. Aqueles que regressam à terra uma vez por ano, aqueles que por cá passam as férias, em férias, de passagem ou como destino final. Aqueles que, cada vez mais, escolhem passar por cá uns dias agradáveis.
Desconheço, contudo se passam cá esses dias, ou se simplesmente passam por cá. De acordo com os dados da Região de Turismo do Alto Minho existem para cima de 150 camas turísticas disponíveis no concelho mas, no que se refere à sua ocupação, a informação encontra-se sujeita a segredo estatístico, vá-se lá saber porquê e poque é que em relação a outros municípios isso não acontece.
De qualquer das formas, tendo em conta a evolução sentida no número de visitantes que passam pelo posto de turismo, acredita-se num bom número. De referir, por exemplo, que entre 2004 e 2005 houve um aumento de quase 30% do número de pessoas que utilizaram os serviços da RTAM em Paredes de Coura. E, dos quase 12 mil visitantes de 2005, mais de um quarto era oriundo do estrangeiro.
Há que ter em conta, contudo, que para estes números também contribuirão, em grande parte, os participantes do festival e que, ainda assim, Paredes de Coura está na cauda de todos os concelhos da região de turismo em número de visitantes, um pouco atrás de Melgaço e Vila Nova de Cerveira.
Continuo a acreditar, contudo, que o turismo pode trazer um grande futuro a Paredes de Coura, a exemplo do que defende o estudo levado a cabo há alguns anos pela Quaternaire Portugal. Um estudo que referia, por exemplo, que Coura precisava de um turismo de personalidade, ou seja de pessoas famosas que escolhessem o nosso concelho como destino de férias, como acontece noutras paragens aqui bem perto de nós. Alguém tem sugestões? então toca a convidar os amigos para passarem por cá nas férias.

Bancos de Coura (4)

04 setembro 2006

Bancos de Coura (1)












Uma volta pelos bancos (de jardim) de Paredes de Coura. Entre declarações de amor e ódio, a sensação de que muita gente por ali passou.

15 agosto 2006

Festas


Agosto vai a meio. Acabaram as Festas do Concelho mas por todo o concelho, até meados de Setembro, ainda se esperam mais algumas festividades, em honra deste e daquele santo, do mártir ou dos martírios. Tantas que, no total, Paredes de Coura conta perto de 100 festas, dados da Região de Turismo do Alto Minho. Poucas? Muitas? Na minha opinião, demais. Especialmente se tivermos em conta que a algumas freguesias não basta ter uma festa por ano, não senhor, é preciso ter três ou quatro, separadas por meia dúzia de dias, por meia dúzia de metros.
A propósito veio-me à memória uma proposta, não me lembro já de quem, que foi feita em Assembleia Municipal no sentido de as freguesias/paróquias/comissões de festas chegarem a acordo entre si para realizarem apenas uma festa em cada freguesia. Não me recordo do proponente, mas lembro-me que a proposta não recolheu grande apoio.
E porque não? Será que faz sentido uma freguesia ter de suportar, financeiramente esclareça-se, duas ou três festas, quando mal tem dinheiro para aguentar uma? Será que não fazia mais sentido juntar toda a população em torno de uma única festividade, dando-lhe mais qualidade e ao mesmo tempo mais significado? Ou será que as comissões de festas pensam que, nos tempos que correm, o dinheiro chega não para um, mas para dois, três ou mais peditórios?
Que sentido faz, por exemplo, uma freguesia promover duas ou três festas, quando depois tem de alargar à vila o seu peditório tradicional, para que consiga, junto dos comerciantes ali radicados, reunir dinheiro suficiente para pagar a festa? Se não têm dinheiro, porque continuam a organizar as várias festas.
Lembro, já agora, o caso de Guimarães, em que a câmara municipal, cansada de tantas festas e festinhas, deixou de fornecer a energia eléctrica de forma gratuita aos vários festejos. Agora, quem quer festa tem de comparticipar no pagamento da conta da luz. E por cá, se fosse assim, se não fosse muitas vezes o palco cedido pela autarquia, qual seria o futuro de muitas das festas?

11 agosto 2006

Cortejo relâmpago

O primeiro dia das festas do concelho já lá vai e, aquilo que se pode dizer do que, normalmente, é o ponto alto dos festejos, o cortejo luminoso, é que foi, na melhor das hipóteses, muito fraquinho. Não quero, de maneira alguma, dar menos valor ao trabalho desenvolvido durante longo tempo por todos os envolvidos neste símbolo das festas de Paredes de Coura, mas o que se viu ontem nas ruas da vila não chegou a ser um cortejo luminoso, foi um "cortejo relâmpago".
Em cerca de vinte minutos os doze quadros "correram" pela rua principal. Bem sei que a seguir actuava a grande Ruth, mas não era preciso tanto. Acresce que o som que acompanhava o desfile com as devidas explicações de cada quadro também não era o melhor, aliás, como já aconteceu em anos anteriores.
Bastante notado por muitas das pessoas que assistiam ao cortejo, foi também o reduzido número de figurantes. Houve mesmo quadros que tinham apenas dois figurantes, incluindo o rapazinho que transportava o nome do quadro. Muito menos do que no ano passado, por exemplo. Sinal dos tempos, de que cada vez é mais difíicil mobilizar quem queira participar neste tipo de iniciativas, que ajudam a preservar a memória colectiva de uma terra? Estou em crer que sim, porque a mesma organização do cortejo de ontem já nos mostrou que consegue fazer melhor, muito melhor. Está, portanto, nas mãos de todos nós, contribuir para evitas estas situações.

09 agosto 2006

Gostos...

..não se discutem!
Há quem prefira o espectáculo de amanhã, no primeiro dia das Festas do Concelho.

E há quem opte pelo concerto de terça-feira, no segundo dia do Festival de Paredes de Coura.
Pessoalmente, opto pelo segundo. São gostos.

07 agosto 2006

Fim de semana para esquecer

Para onde quer que se olhasse o cenário era o mesmo: muito fumo e incêndios a dominar o fim de semana em Paredes de Coura. A nossa mancha verde está cada vez mais pequena. Depois dos grandes incêndios do fim de Agosto do ano passado, o inferno voltou a Coura, desta vez mais cedo. É preciso ter mão nas mãos criminosas que acendem o rastilho de devastação que teima em assolar o concelho, o país. E é preciso agradecer aos bombeiros, voluntários, que durante o fim de semana não tiveram, ainda não têm, mãos a medir.

03 agosto 2006

Tempo de reflexão

Aproveitando o tempo de Verão, e porventura a maior disponibilidade das pessoas, a Câmara de Paredes de Coura tem em apreciação pública três documentos que vão delinear alguns aspectos do concelho. O mais importante será a proposta da Carta Educativa, de onde se destaca a unificação de vários jardins de infância de Coura que, ao invés dos actuais 13, passarão a ser apenas cinco. Um cenário que teve em linha de conta estudos feitos para averiguar a evolução do número de crianças em idade escolar para os próximos anos e a sua localização geográfica. Pode ser consultada aqui, apenas até amanhã.
Também em período de discussão pública, até à próxima segunda-feira, está a proposta de regulamento de instalação, exploração e funcionamento dos estabelecimento de hospedagem, que tenta criar alguma fiscalização em torno deste sector, talvez para evitar situações como as que já hoje vi descritas noutro blog onde referiam que há pessoas a cobrar 90 euros por uma dormida em Paredes de Coura. Para ver aqui.
Por último, em consulta pública até ao próximo dia 17, está uma proposta municipal de trânsito que surge, sobretudo, por causa da futura instalação de parcómetros nas ruas da vila. Regulamenta o estacionamento, define quais as situações de excepção e chega mesmo a apontar valores para as tarifas a cobrar. Pode ver aqui, para depois não dizer que não conhece.
Não esquecer que são documentos que, mais cedo ou mais tarde, nos podem afectar, directa ou indirectamente. E nestas coisas não chega dizer que não tivemos conhecimento ou criticarmos apenas quando somos confrontados com as novas exigências.

02 agosto 2006

Previsão de calor

Com as previsões do Instituto de Meteorologia a apontarem para a subida das temperaturas nos próximos dias, só se vai estar bem aqui, nas margens do Coura... ou então, para aqueles que ainda estão a trabalhar, um saltinho a um destes....

28 julho 2006

Taboão: o azar de um restaurante


É fim de semana outra vez e por isso lembro-me do último e da desilusão que apanhei no restaurante da praia fluvial do Taboão. Aberto há pouco mais de um mês, com uma nova gerência, parecia ter tudo para transformar aquele espaço num ponto de paragem obrigatório em Paredes de Coura mas… infelizmente, deixa muito a desejar.
Não falo, obviamente, das qualidades gastronómicas, que deixo a quem de direito para apreciar. Refiro-me, contudo, à má qualidade do serviço ali prestado: lento, pouco higiénico e, em certos aspectos, abusador.
Imagine-se, por exemplo, sentado numa mesa onde estão dois copos dos anteriores ocupantes. O funcionário, depois de muita insistência, lá os leva mas deixa na mesa a marca dos copos. Daqueles e de outros que passaram pela mesma mesa ao longo dia. Os copos, porque um pano molhado a mesa não viu.
E a lentidão? Pode ser até falta de experiência mas, com o restaurante vazio, ter de esperar quase vinte minutos para ver o gelado pedido chegar finalmente à mesa é um bocado demais. E que dizer, por último, da atitude, pouco digna a meu ver, de alterar o preço tabelado dos gelados durante o fim de semana. Para aproveitar o maior número de pessoas que frequenta a praia fluvial naquele período e que não têm outra alternativa à volta? Só pode.
É pena que tudo isto contribua para uma fraca imagem de uma casa que, à partida, teria tudo para ganhar, a começar pela localização excelente que bate aos pontos qualquer outro restaurante do concelho.