30 outubro 2007

Boas novas... e más notícias

Temos estudo… outra vez
Quase dois anos volvidos desde que foi encontrada a empresa vencedora, eis que, finalmente, é adjudicada a execução do estudo que vai definir o traçado da futura ligação de Paredes de Coura à A3 e a Vila Nova de Cerveira. Prazo para execução do estudo: mais de um ano. Prazo para o estudo ser aprovado: uma incógnita. Prazo para começar a construir: há quem diga que será nesta legislatura. Eu não sou tão optimista…
O que importa aqui é realçar a atitude da Câmara de Paredes de Coura, que se colocou à disposição da empresa vencedora para prestar a assessoria necessária no terreno, já que tem obrigação de conhecer melhor que os técnicos que cá vêm pela primeira vez. Registe-se o forte interesse da autarquia em avançar com este dossier que se arrasta há anos, por um lado, e a tentativa de evitar um chumbo como o de 1998, por outro lado. A ver vamos se o traçado sai ou não.


Sem fios e sem euros
O Território com Alma traz a informação. A newsletter da Vale do Minho comprova-o, já estão no terreno os trabalhos de instalação da rede wireless de acesso à internet em algumas zonas públicas de Paredes de Coura. Ou melhor da vila, porque os dois hot-spots conhecidos até à data estão instalados na Câmara Municipal, supostamente para servir os largos envolventes, e no Centro Cultural, para quem optar por aceder à Net naquela zona.
Ainda não estão em funcionamento e desconhece-se como vai ser gerido o acesso a este sistema, mas aplaude-se a iniciativa que se vê já um pouco por todo o lado, desde centros comerciais das grandes cidades a jardins e esplanadas das pequenas vilas portuguesas.


É mesmo para pagar?
Mário Lino, o ministro das Obras Públicas garante que sim. Mas vindo dele até pode ser que seja anedota, nunca se sabe. Mas o seu secretário de Estado alinha pelo mesmo diapasão, por isso temo que seja mesmo para avançar a introdução de portagens na A28, entre Viana do Castelo e o Porto.
Venceu a casmurrice do ministro? Esperemos que não, que ele e todos os que apoiam a sua ideia luminosa voltem a si e reconsiderem. A ser verdade é uma grande injustiça para as gentes dessa zona e, por inerência, também para nós, que temos ali um acesso facilitado e gratuito ao Porto. O presidente da Câmara de Viana do Castelo é que não gostou da história e já avisou: se avançarem as portagens na A28, os pesados que circularem por Viana vão ter de pagar. Ou seja, se não quiserem pagar num lado, lá terão de pagar no outro.

26 outubro 2007

É para aqui que nos querem mandar?

O serviço de urgência do Hospital de Ponte de Lima não tem condições. A sério! E não sou eu que o digo, é o próprio director do Centro Hospitalar do Alto Minho, que coordena também a unidade de saúde de Ponte de Lima. Surpresa? Nem por isso…
Acho que ficaria surpreendido se, isso sim, me garantissem a pés juntos que o Hospital de Ponte de Lima tem as melhores condições, ou melhor as condições necessárias, para receber os doentes de três concelhos, dois dos quais dos mais populosos do distrito. Aí sim ficaria de pé atrás. É que, conhecendo eu as instalações da urgência limiana, sei que numa escala de 0 a 10, em termos de edifício e estruturas, não conseguiriam mais que um… negativo. Comparado com o Centro de Saúde de Paredes de Coura, e repito, falo apenas do espaço físico, a urgência de Ponte de Lima está a anos luz. E no entanto, é para lá que, quando o SAP fechar e todas as alternativas (?) prometidas estiverem a 100%, serão recambiados os courenses que precisarem de cuidados médicos mais exigentes.
O director do Centro Hospitalar fala também em obras, necessárias para o bom funcionamento do serviço, mas ainda sem data prevista para a sua realização. E acima de tudo sem financiamento anunciado. Outra coisa que não é novidade, nem na saúde nem outros sectores da sociedade. Ainda há pouco tempo, no início de mais um ano lectivo, se ouviu falar de escolas remodeladas recentemente mas que foram encerradas e os seus alunos transferidos para outras sem capacidade de os acolher e, acima de tudo, com muito menos condições que a ficou abandonada. Sinceramente não compreendo essa lógica de gastar dinheiro a recuperar um espaço para logo a seguir o fechar e deixar sem utilização, mas deve ser moda lá para os lados de Lisboa… Primeiro muda-se sem olhar a quê, depois acertam-se os pormenores necessários à mudança.

23 outubro 2007

Vamos a contas 2

Lá diz o velho ditado: olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço!

Vamos a contas 1

Seis euros. Apenas seis euros. É, aparentemente, quanto vale cada cidadão courense para o Governo de Lisboa. Isto pelo menos a fazer fé nos valores que o PIDDAC (Plano de Investimento e Desenvolvimento da Administração Central) prevê para Paredes de Coura durante o próximo ano, menos de 60 mil euros…
Menos que no ano passado? Claro que sim, muito embora 2007 também não tenha sido ano de fartura para estes lados. Além dos cerca de 40 mil euros destinados a financiar a construção do arquivo municipal, só tínhamos inscritos no plano anual de investimentos do Executivo cerca de 400 mil euros para custear as obras de beneficiação da EN303, da vila até Sapardos, obra que está agora a começar.
E este ano, a que se devem os cerca de 60 mil euros a que temos direito? Pois é, novamente para a construção do arquivo. E o Ministério da Cultura já inscreveu verbas relativamente mais baixas para os próximos dois anos, igualmente com o mesmo objectivo: o arquivo. Como que a dizer “ARQUIVE-SE”. Arquive-se o concelho, pois não vale a pena investir (ou será gastar) mais dinheiro em algo que não tem futuro. Preserve-se a história, o património, mas não adianta pensar em modernização, melhores acessibilidades ou outros benefícios que poderão, imagine-se, melhorar a qualidade de vida dos poucos que ainda por aqui residem e trabalham.
Sessenta mil euros, nem isso. É pouco, muito pouco, para um concelho que procura, a todo o custo, criar mais atractivos para quem cá mora, para quem cá quer morar. Só se trouxerem o investimento, porque o Governo entende que não é por aí o caminho. E nem é preciso pensar muito para ver do que Paredes de Coura necessita. Bastava aos membros do Governo consultar o arquivo para ver o correio recebido, os pedidos da Câmara, as exigências que estão à vista de todos.
Mas não! O Governo, qual animal de carga e trabalho, tem a vista limitada. As palas não o deixam ver à volta e por isso limita-se a olhar em frente. E em frente o que vê? Vê que continuamos a afundar-nos no coração do Alto Minho. Cada vez mais no centro, cada vez mais no fundo.
Sessenta mil euros… Melhor sorte que Valença. Ou que Melgaço, poderão dizer, já que este concelho não tem qualquer verba inscrita em PIDDAC. Pois… mas com o mal dos outros podemos nós bem. É que Melgaço, há muito que nos deixou para trás, se não ainda politicamente, pelos menos em termos económicos e de desenvolvimento. Eles avançam no tempo, nós ficamos cada vez mais… arquivados.

19 outubro 2007

Falta a prenda

O Sporting Clube Courense assinala este fim de semana os seus 75 anos de vida. Com festa e um colóquio, logo à noite, onde participam Agostinho Oliveira e o árbitro Paulo Pereira. Mas, ainda, sem o mais importante: a prenda de anos, a desejada relva para o campo de jogos.
Já aqui tinha falado do assunto, há mais ou menos um ano. Na altura, Laurentino Dias, secretário de Estado do Desporto, apresentou no Parlamento a integração no Orçamento de Estado para o corrente ano de uma verba de mais de um milhão de euros para relvar campos de futebol, com prioridade para os municípios que ainda não tinha uma infraestrutura do género. A Câmara não perdeu tempo e, logo na primeira reunião do Executivo de 21007, fez aprovar o protocolo a celebrar com o clube que, em linhas gerais, cede o campo à autarquia por um período de 10 anos.
Estava dado o derradeiro passo para fazer avançar a candidatura de Paredes de Coura à receber a desejada relva. Até agora, contudo, a terra batida continua a ser o palco das actuações do Courense…
Até quando, perguntamos? Até muito breve, é a resposta. É que, se começou como um desejo, eventualmente um sonho, o relvado é hoje uma necessidade, tendo em conta as exigências que todas as épocas são feitas aos clubes de futebol do escalão em que milita o Courense. Ver o Courense a jogar fora de casa poderá ser uma realidade, cruel para um clube com 75 anos de história. A ver se não temos de lidar com isso.

17 outubro 2007

"A da minha terra é mais bonita"

Fátima, fado e futebol? Só faltou o fado, no passado fim de semana. O futebol trouxe-o uma selecção nacional aflitinha lá para os confins da Europa. E Fátima? Fátima marcou o fim de semana, como tinha já marcado toda a semana anterior, a avaliar pelo que se lia nos jornais e via nas televisões deste país. Só faltou o fado, mas sempre tivemos a Família Superstar…
Mesmo não fazendo parte dos milhares que rumaram a Fátima para “inaugurar” a nova Igreja da Santíssima Trindade, não me livrei de contemplar cada pormenor e cada opinião que, tão diligentemente, a nossa televisão, pública ou privada, fez questão de nos levar casa adentro. Das cadeiras almofadadas à imagem controversa do Cristo na cruz, das novas tecnologias ao conjunto de obras de arte que embeleza o espaço, nada faltou.
Nem sequer a opinião popular daqueles que esperaram horas à porta do novo espaço religioso do país para depois entrarem por ali “à doida” a olhar para todo o lado como se a igreja acabada de inaugurar fosse desaparecer alguns minutos depois. Um ritual tipicamente português… Como os comentários que se seguiram à visita, um dos quais me levou às lágrimas de tanto rir. Uma senhora, com sotaque do Norte, questionada sobre se tinha gostado da nova igreja, não esteve com meias medidas e sem hesitar lançou: “a da minha terra é mais bonita”.
Também a da minha terra. É mais bonita e mais próxima, mais sentida. Não custou 80 milhões de euros e os bancos são de pau. E obras de arte também não as terá, ao contrário da de Fátima, até porque não teriam segurança. É que, recordo eu, há anos não instalou um sistema de alarme porque não tinha os cerca de 10 mil euros necessários para o custear.
Apesar disso, continua ali, disponível, aberta, acessível, discreta. Com ou sem dinheiro para lá deixar. Nos bons e nos maus momentos. Quando é preciso, quando precisamos.

Cavalo não entra

Aplauda-se! Agradeça-se a iniciativa da Câmara de Paredes de Coura de vedar a rua Conselheiro Miguel Dantas à passagem de cavalos e éguas, poldros e afins. Gado cavalar de uma forma geral que, como bem deu a conhecer o Eduardo Daniel Cerqueira, sempre que por ali passava deixava atrás de si um rasto de porcaria e, ao mesmo tempo, de alívio da parte de quem tinha de se cruzar com tais animais.
É claro que estamos a falar de um pequeno grupo que, habitualmente nas tardes de domingo, percorre parte do concelho a cavalo, exercitando as suas montadas e criando entre si um ambiente de convívio que se quer são e salutar. Justifica-se, assim mesmo, a tomada de posição da autarquia? Creio que sim, mais não fosse para evitar que o pior acontecesse. E não estou a falar de porcaria nas ruas, porque essa não são precisos cavalos para a fazer (basta olhar os cães vadios). Refiro-me, isso sim, à convivência entre cavalos e peões, ou não é aquele troço da Miguel Dantas uma zona pedonal?
Se o objectivo é dar a rua aos peões, para que estes circulem mais à vontade, passeando-se pelo centro da vila, não faz sentido expor esses peões a eventuais investidas de cavalos montados por cavaleiros menos experientes. Aliás, estou em crer, que a Câmara mais não terá feito que recuperar uma antiga postura municipal, do tempo do próprio Conselheiro, que impedia o trânsito de animais pela chamada “rua da frente”. Se ontem a preocupação era a estética, hoje deverá ser a segurança.
Uma coisa fica, no entanto, por esclarecer. Ou melhor, duas. Em primeiro lugar ficamos sem saber se esta proibição se estende também a carros de bois, burros ou mesmo charretes puxadas por cavalos, ou se se fica apenas pelos cavalos montados. E depois, a pergunta óbvia: o que é a Câmara vai fazer em dias de cortejo etnográfico e outros que tais? Impedir os cavalos de embelezarem o desfile, tapar os sinais ou pedir à GNR para ignorar a sinalética? Ainda bem que nós por cá não temos GNR a cavalo…

15 outubro 2007

Convite 2

E já que estamos em maré de convites, aproveito para falar de um outro. Também é para o Centro Cultural de Paredes de Coura mas desta feita vou ter de recusar. É o que dá realizarem actividades deste género num dia de semana, à tarde. Depois do sucesso do encontro sobre a Agenda 21 Local de Paredes de Coura, que decorreu numa noite de sexta-feira naquele espaço, a equipa coordenadora da Agenda 21 no Vale do Minho agendou a apresentação pública dos resultados dessa reunião, e das que se realizaram nos outros concelhos da comunidade intermunicipal, para a tarde da próxima quarta-feira.
Eu questiono: é assim que querem atrair a população para este tipo de iniciativas?

Convite 1

Este fim de semana recebi um convite. Nada de casamentos, baptizados ou afins. Apenas um convite, irrecusável. Não pelo conteúdo, se bem que também, mas acima de tudo por quem me convidou: os meus filhos. No âmbito do projecto “Eu convido”, que pretende levar os pais ao Centro Cultural para participar em actividades conjuntas com os seus filhos. Uma boa ideia que, a ver pela participação de ontem, parece ter futuro.
Na prática trata-se de um “dois em um”, daqueles que só nos traz vantagens. Por um lado temos o aproveitamento de um equipamento único na região, que muitas vezes é visto de lado por muitos courenses que nem sequer ousam aproximar-se dele. Por outro lado, e na minha opinião o mais importante desta iniciativa, privilegia-se o partilhar de experiências entre grandes e pequenos, entre pais e filhos, relação essa que deve estar no topo das prioridades.
Será que custa muito passar algumas, poucas, horas, num fim de semana de dois dias, com os filhos, a brincar, a estudar, a ver um filme, a fazer algo em conjunto? Custa, especialmente para quem tem de trabalhar também ao fim de semana. Mas para aqueles que não têm, é tempo de qualidade que estão a desperdiçar. E que não se recupera.
Num concelho onde se exalta a necessidade de mais crianças, num país onde se exorta o aumento da natalidade, é importante criar incentivos, financeiros, para que esse cenário se concretize. Mas de que adiantam esses apoios se depois falta o mais importante: tempo (ou será vontade) para viver essa natalidade.
Uma tarde no café ou uma tarde na melhor companhia do mundo, os nossos filhos? A escolha é fácil, e o projecto do Centro Cultural só vem dar mais uma ajudinha. Muito bem vinda.


PS: Foto respeitosamente retirada daqui.

12 outubro 2007

Pelas notícias...

Uma vista de olhos pelas notícias do dia.



No Jornal de Notícias a informação de que vai mesmo avançar a reorganização territorial da GNR. Ou seja, que vão encerrar alguns dos actuais postos, nomeadamente "em zonas despovoadas do interior do país". Teremos razões para pensar que Paredes de Coura é um dos postos a abater? (Actualização: a Rádio Geice já divulgou a lista dos postos que fecham e dela não consta Paredes de Coura)



Mais à frente, no mesmo jornal, a notícia de que até ao final do ano, os dez concelhos do distrito, unidos (ainda que só de fachada e por interesse), vão definir um programa de acção com vista a trazer para a região alguns investimentos no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacinal. A minha pergunta é: aceitam-se sugestões?



Por último, na Rádio Geice, o anúncio de que, na próxima quarta-feira, vai ser inaugurada a Escola de Hotelaria e Turismo de Viana do Castelo. Não foi este equipamento que chegou a estar previsto para a Casa do Outeiro, em Agualonga?

Tecnologicamente isolados

Uma trovoada. É quanto basta. Uma trovoada e deixamos de estar ligados ao mundo. Sinónimo de fragilidade? Ou de incompetência? Estamos em pleno século XXI, aquele que o Governo de José Sócrates nos apresenta como sendo o do “choque tecnológico”. Computadores a 150 euros para alguns, Internet para todos, tecnologia ao serviço do cidadão… balelas?
De que adianta investir num sistema que praticamente obriga os cidadãos a utilizar a Internet para comprar o “selo” do carro se a maior parte dos portugueses continua analfabeta em termos informáticos. Pede ao vizinho, paga ao conhecido que lhe faz esse “favor”? Que remédio! Investir em computadores a preço da chuva não vai acabar com essa situação. Falta o resto. Falta a cana, a linha e o anzol, porque o peixe oferecido já confeccionado e no prato todos o sabem comer…
Uma trovoada, repito.
Vivemos numa sociedade pontilhada de telemóveis e pda’s, gps e outros que tais. Tecnologias, dizem. Tecnologias que não funcionam em todo o país, e que, assim sendo, contribuem ainda mais para a o fosso que separa as zonas desenvolvidas das zonas que não vale a pena desenvolver. Muito duro? Talvez, mas é o que acontece. De que adianta telemóveis 3G se a antena se fica pela tecnologia anterior? E porque somos obrigados a comprar uma placa 3G para aceder à Internet móvel capaz de atingir velocidades estonteantes quando sabemos à partida que estamos limitados ao mínimo que a rede nos vai disponibilizar… Ah, já me esquecia, é porque é móvel e podemos ir para outro lado... Para longe daqui, é o que parece. É o que querem?
Só pode ser. Ir para um lado onde a concorrência exista. Dois, três, quatro, doze operadores a oferecerem a mesma coisa, mais barata, com melhor condições. É o que nos falta. É do que nos privam. É o tal fosso… tecnológico. E daí a trovoada. A tal que nos corta as ligações telefónicas que demoram dias a ser reatadas. A mesma que, durante semanas, nos condiciona a ligação ADSL, a única que parece (parecia) funcionar sem grandes problemas num concelho que dista 45 minutos da sede do distrito… Da civilização? Estaremos tecnologicamente isolados? Quem conseguir ligar à Internet que responda.

10 outubro 2007

Pela hora da morte

A questão não é nova, nem aqui no Mais pelo Minho, nem na Assembleia Municipal. Paula Caldas levou o assunto das casas mortuárias nas freguesias à reunião de Junho, Pereira Júnior recuperou-o na reunião de Setembro. “Fiquei preocupado com a situação”, explicou o presidente da Câmara de Paredes de Coura.
De tal modo que apresentou à Assembleia o esboço da ideia que tem para concretizar a ideia de Paula Caldas de que cada freguesia tenha um espaço destinado a velar os seus mortos. A solução poderá passar por um modelo de financiamento como o que foi utilizado para a construção dos balneários dos polidesportivos, em que a Câmara será responsável pelo pagamento de uma parte, ficando o restante a cargo da sociedade civil de cada freguesia. “Tem de se criar em cada freguesia um movimento cívico para encontrar solução”, referiu ainda o autarca.
É claro que cada freguesia tem uma especificidade própria, a começar pelo facto de algumas delas já terem casa mortuária em funcionamento, havendo algumas que não têm que optariam por utilizar um espaço já existente, devidamente adaptado, e outras que preferem construir um edifício de raiz. E para facilitar a decisão, a câmara pondera até ter disponíveis projectos tipo para a construção de casas mortuárias, como acontece com a habitação de cariz social no concelho.
E ao ouvir tudo isto, lembrei-me que, num dia de férias, refastelado no sofá a fazer zapping, dei comigo a assistir a um típico “programa da tarde” na TV Galiza onde o tema era precisamente uma casa mortuária móvel. É que, lá, a dispersão da população e o reduzido número de habitantes dos aglomerados populacionais, levou uma funerária da zona a transformar um camião TIR numa sala de velórios ambulante, devidamente equipada e munida das melhores condições de conforto e higiene. Estaciona, abre portas e durante o tempo que for necessário dá à freguesia uma casa mortuária. Por cá só teria dois problemas: a dificuldade de alguns acessos nas freguesias, pouco próprios para veículos de grande porte, e a elevada taxa de mortalidade, que muitas vezes requisitaria o camião para dois lugares diferentes no mesmo dia.

PS: De que serve, afinal, pensar nas casas mortuárias, se os cemitérios não têm capacidade para receber os nossos mortos. É que, da maneira como isto está, é preciso alargar o espaço disponível para a última morada dos courenses. Que o diga Insalde, onde, reza a notícia publicada aqui, é proibido morrer.

09 outubro 2007

Mostrar trabalho

Fará sentido a existência de uma comissão ou um qualquer organismo de índole municipal que, independentemente do seu objectivo, não tenha reunido durante quase dois anos? Pessoalmente penso que não. Venâncio Fernandes, deputado municipal do PSD também pensa assim e, vai daí, na última Assembleia Municipal trouxe o assunto a terreiro ao defender a extinção de qualquer comissão que estivesse nessa situação.
Mas foi mais longe. Pediu também a exoneração dos representantes eleitos pela Assembleia Municipal que, das duas uma, tivessem participado em reuniões e não prestassem esclarecimentos aos restantes elementos da AM, ou que, tendo existido reuniões, não tenham participado delas. “Ou as comissões não estão activas e por isso não têm razão de existir, ou os membros da AM não foram às reuniões e devem ser substituídos ou foram e não deram qualquer esclarecimento”, questionou Venâncio Fernandes.
Não teve sorte, o social-democrata, isolado num plenário dominado pela maioria socialista. Mas isso já ele, certamente, esperava. Com o que não contaria, ou não deveria contar, era com a falta de apoio da sua bancada. Não foi total, mas quase. Do seu lado ficou apenas… Paula Caldas.
Cenários que, infelizmente, não são novidade na Assembleia Municipal courense, onde o principal partido da oposição se apresenta a, pelo menos, duas vozes, quando não mesmo três. Possivelmente à espera de uma luta acesa na formação das listas eleitorais de 2009, onde se antevê um interessante diálogo entre Paula Caldas e Maria José Fontelo. Já agora, de realçar o regresso desta última às noites de assembleia, depois de um afastamento de algumas sessões. Sempre serve para agitar as águas.

02 outubro 2007

Quem não é visto...

E já que recordamos a viagem da massa autárquica courense a Lisboa, lembremos também as palavras de Joaquim Felgueiras Lopes, na última Assembleia Municipal, a propósito desta visita. Por entre agradecimentos a Rosalina Martins e a Jorge Fão, deputados socialistas eleitos pelo círculo de Viana do Castelo que receberam a comitiva courense em Lisboa, o autarca da vila lembrou ainda que também o limiano Abel Batista, eleito pelo CDS-PP pelo mesmo círculo, ao tomar conhecimento de que se encontrava ali um grupo de visitantes do distrito, fez questão de os ir cumprimentar.
Já não tiveram tanta sorte com José Eduardo Martins e Luís Campos Ferreira, os dois eleitos de Viana do Castelo pelo PSD que, diz Joaquim Felgueiras Lopes, fizeram de conta que não viram o grupo de autarcas courense. Seria por não conhecerem quem foi de visita? Não creio, até porque, se consultarmos a ficha de identificação de um destes deputados na AR (clicar aqui para ver) facilmente descobrimos que, surpresa das surpresas, ele já foi membro da Assembleia Municipal de Paredes de Coura e terá até ligações familiares a este concelho. Será esquecimento?

Obrigado! Obrigado! Obrigado!

É costume, e acima de tudo boa educação, agradecer algo que fizeram por nós. Por isso mesmo, e porque os membros da Assembleia Municipal de Paredes de Coura não são mal educados, foi com naturalidade que a mesa da assembleia apresentou, na última reunião, um voto de agradecimento a Rosalina Martins, deputada socialista ali e na Assembleia da República, pelo convite para visitar o Parlamento em Lisboa, por ocasião da transladação dos restos mortais de Aquilino Ribeiro para o Panteão Nacional.
O voto foi apresentado pela mesa, como que em nome de todos os partidos ali representados, e estes não o contestaram, até porque os elogios não faltaram de parte a parte. Lembrou-se o passeio até à capital, a visita à Assembleia da República, o animado jantar… e depois aprovou-se o voto de agradecimento. Por unanimidade.
Tudo normal? Aparentemente sim, mas penso que a atitude de Rosalina Martins não terá sido a melhor. Não pelo convite, que se entende e ao qual se reconhece o mérito (se não mais, pelo menos o de ter levado muitos autarcas courenses pela primeira vez à AR), mas pela atitude que esta tomou, ou melhor não tomou, aquando da votação. É certo que o constar na acta “aprovado por unanimidade”, dá mais força ao voto de agradecimento, mas não lhe ficava nada mal ter saído da sala aquando da votação. Só para não ter de agradecer… a si própria.

PS: A fotografia foi retirada daqui.

01 outubro 2007

Mas só agora é que descobriram?

Não foi, certamente, por falta de aviso. Lembro-me perfeitamente de ter ouvido Pereira Júnior, presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura, a alertar para esta situação (clicar aqui para relembrar).
Parece, contudo, que ninguém o escutou. E agora ouvem-se comentários como o que se pode ler abaixo e que é transcrito da página da Rádio Antena Minho. Se os médicos moram longe, como é que vão estar disponíveis para acudir a uma emergência? Já para não falar no problema financeiro que alertam lá mais para o meio da notícia e que ainda deverá fazer correr muita tinta...

Da Rádio Antena Minho
"Nova rede de urgências de Viana do Castelo ainda sem médicos suficientes para assegurar regime de chamada

O coordenador da Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo, João Carneiro, admitiu hoje dificuldades em arranjar médicos suficientes para assegurar o regime de chamada, previsto para a implementação da nova rede de urgências no distrito. João Carneiro disse à Lusa que um dos casos mais complicados é o de Paredes de Coura, uma vez que dos nove médicos que lá prestam serviço seis são espanhóis e vivem do outro lado da fronteira, o que dificulta o cumprimento do tempo estipulado por lei (meia hora) para se apresentarem no Centro de Saúde para atender algum doente. Além da distância, João Carneiro aludiu ao facto de alguns médicos se mostrarem renitentes em aceitar o regime de chamada, sobretudo porque vão ganhar apenas metade do que ganhariam caso estivessem efectivamente de serviço, toda a noite, no centro de saúde.
A Administração Regional de Saúde do Norte anunciou, em comunicado, que a entrada em vigor da nova rede de urgências do distrito de Viana do Castelo, prevista para hoje, foi adiada devido ao atraso na entrega das unidades móveis de saúde. Para o distrito estão previstas oito unidades, mas até ao momento apenas três foram entregues (Ponte da Barca, Paredes de Coura e Arcos de Valdevez). João Carneiro admitiu que até ao final deste mês deverão ser entregues as restantes cinco, sendo Melgaço, Monção, Valença, Vila Nova de Cerveira e Caminha os concelhos contemplados. A ARSN considera que estas unidades constituem um passo essencial para melhorar a prestação de cuidados de saúde de proximidade à população idosa e com limitação na sua mobilidade."