29 maio 2008

A arte de repartir

A notícia do Semanário Económico não é nova, mas como assunto não perdeu actualidade, trago aqui mais um exemplo da forma desigual como é tratado o distrito de Viana do Castelo. Nada de novo também, portanto. Basta termos em linha de conta os valores do último PIDDAC para verificarmos que Viana já há muito havia caído no esquecimento de quem nos governa.
A análise do quadro do Semanário Económico, cujos créditos vão para aqui, só vem comprovar isso mesmo. O quadro apresenta a distribuição do investimento previsto para os vários distritos do país e a evidência é só uma e é aquela que já se esperava: Lisboa parte à frente e com mais de uma volta de avanço em relação a todos os outros.
A Viana do Castelo é reservada uma fatia de apenas 71 milhões de euros, 0,3% do bolo total. Um valor que é, apenas, o terceiro mais baixo de toda a lista. Atrás de nós ficam somente Portalegre e Castelo Branco. No investimento per capita ficamos ainda mais abaixo, só seguidos por Castelo Branco que, curiosamente, não apresenta qualquer valor de investimento.
Numa altura em que se fala de desertificação, será esta a melhor maneira de contrariar a tendência que se tem vindo a verificar num distrito que, apesar de algumas franjas mais desenvolvidas, continua a necessitar de muito investimento? Não será este um ciclo a evitar, ou seja não se investe porque não há população, e esta é cada vez menos devido à falta de investimento?

O senhor que se segue


Estas coisas das sondagens, como é hábito dizer-se, valem o que valem. E no caso de se tratar de um inquérito feito através da Internet o seu valor é ainda mais subjectivo. De qualquer das formas, dão-nos sempre uma vaga ideia da forma como andam as ideias. Falo a propósito do inquérito que habitualmente ocupa lugar de destaque na coluna da direita deste blogue e que, nas últimas semanas, questionava sobre quem seria o candidato que PS e PSD deveriam apresentar nas autárquicas do próximo ano.
Numa análise assim ao de leve, e sempre tendo em conta que os resultados duma iniciativa deste género nada têm de científico, destaca-se, logo à partida, o facto de, no Partido Socialista, a escolha da maioria dos participantes não ter recaído sobre o actual autarca. Cansados de Pereira Júnior? As razões são desconhecidas, mas o certo é que, no que ao PS diz respeito, Pereira Júnior foi apenas uma terceira escolha. Quem de direito que ire daí as ilações, se a isso se quiser dedicar.
Por outro lado, realce-se o facto de António Esteves, presidente da concelhia socialista, ter sido o nome que mais votos recolheu, eleito por 29% dos participantes. Mais uma vez desconhecem-se as razões, por isso só podemos especular se se trata de recompensa pelo trabalho feito nos últimos mandatos ou outra coisa qualquer. A fechar o pódio, com 21% das votações, surge José Augusto Pacheco, actual presidente da Assembleia Municipal de Paredes de Coura. É público, contudo que a promoção a líder do Executivo camarário não é vista com bons olhos por alguns elementos do seu próprio partido.
Do lado dos social-democratas, a surpresa pode residir na votação maioritária (21%) que foi atribuída a Paula Caldas, logo seguida de João Cunha, o novo líder do PSD courense, que ficou a um voto de distância da deputada municipal. Conhecido o terceiro mais votado, Fernando Carranca com 17%, fica-se com a ideia de que, mais uma vez, esteve em destaque a eterna rivalidade a que se assiste no PSD de Paredes de Coura.
Mas há, no meu entender, mais duas situações dignas de reparo. Por um lado, verifica-se que os nomes que o PSD tem levado a sufrágio nas últimas eleições, foram relegados para segundo plano. Por outro lado, registe-se que uma grande percentagem (16%) dos participantes optava por outro nome para concorrer à Câmara.
Na coluna da direita está agora novo inquérito, que reúne, numa única questão, os três mais votados de cada partido. Participe!

27 maio 2008

Dificuldades

Sobre este assunto, Pereira Júnior diz, em declarações à Rádio Geice, que a falta de plano de ordenamento dificulta o trabalho da autarquia na Área de Paisagem Protegida do Corno de Bico. Acredita-se e espera-se que, em Lisboa, haja quem acredite e dê valor a este propósito do município. É que estamos à espera desde 1999...

Sugestão de leitura

A Feira do Livro de Paredes de Coura abre as portas amanhã. E até domingo os livros vão ser os reis e senhores do Centro Cultural de Paredes de Coura. Uma feira que, apesar da sua reduzida dimensão, quer em espaço, quer em tempo, consegue superar algumas das suas congéneres das redondezas.
O mesmo acontece com o seu programa cultural que, não misturando com os livros aquilo que deve ter um espaço à parte, consegue reunir alguns focos de atracção. Veja-se o caso da presença entre nós do escritor António Torrado, numa sessão dedicada aos mais novos, e ainda de Ricardo Araújo Pereira, que vem a Paredes de Coura divulgar o livro que publicou no ano passado e que reúne as suas crónicas na revista Visão. De destacar também o projecto escolar “Uma aventura em Cabo Verde”, que promete trazer a cultura daquele arquipélago à nossa terra numa série de actividades ao longo de toda a feira.
E já que estamos em maré de Feira do Livro, aproveito para deixar aqui uma sugestão de leitura. Aliás, não se trata apenas de uma sugestão de leitura porque, além do texto, o livro em questão vale também pelo espólio fotográfico que apresenta. Ahh… e tem a vantagem de estar, de algum modo, relacionado com Paredes de Coura. Falo de “Casas de Escritores no Minho”, com textos de Secundino Cunha e fotos (as actuais, claro está) de Sérgio Freitas. O livro, como o próprio título indica, retrata, e retratar é aqui o verbo certo, 15 casas de escritores que nasceram ou viveram no Minho, desde João Verde, em Monção, até Raul Brandão, em Guimarães.
E, como não poderia deixar de ser, relembra também a passagem de Aquilino Ribeiro por Terras de Coura, com a Casa Grande Romarigães a ocupar algumas das páginas desta obra. Ali se evoca o tempo que o escritor viveu por cá, a reconstrução da Quinta da Senhora do Amparo e a ligação, afectiva e não só, que ficou desses tempos até hoje, incluindo um depoimento de Aquilino Ribeiro Machado, filho do autor de “A Casa Grande de Romarigães”.
“Casas de Escritores no Minho” traz-nos, aliás, o testemunho de familiares dos diversos escritores analisados, numa perspectiva mais pessoal do que foi a sua vivência nestas paragens. Disso mesmo falou o seu autor na apresentação da obra, qem passagens recentes por Monção, Vila Nova de Cerveira e Valença, na feira do livro deste concelho. Curiosamente Valença, ao contrário de Paredes de Coura, não tem qualquer casa ou escritor retratados na obra em questão, mas ainda assim o município resolveu apostar na divulgação deste livro.

23 maio 2008

A rádio do vizinho

Na era da Internet e da televisão, a Rádio continua ser um dos melhores, senão mesmo o melhor meio de comunicação para transmitir uma qualquer mensagem. Então se estivermos numa zona rural, com uma população dispersa e pouca dada às novas tecnologias, é a velha telefonia que continua a dar as melhores e as piores notícias. A Rádio faz, por isso, falta a Paredes de Coura.
O concelho, apesar de ter uma frequência atribuída, não tem qualquer emissão local há mais de dez anos. A falecida Rádio Coura perdeu-se no correr do tempo e a frequência que lhe cabia foi passando de mão em mão. Enquanto esteve na posse da Rádio Capital ainda chegou a ser utilizada, se bem que apenas como retransmissor do que se fazia por Lisboa, mas agora está simplesmente muda, calada, apesar de haver quem deseje o regresso da Rádio a Paredes de Coura.
A propósito disso, recordo um abaixo-assinado que há uns anos, quatro ou cinco se não estou em erro, circulou pelo concelho na busca de assinaturas suficientes que permitissem a recuperação da antiga frequência e o regresso à sua exploração por uma rádio de características locais. Desconheço se o abaixo-assinado teve seguimento, mas como continua tudo na mesma desconfio que não deu em nada.
Paredes de Coura continua, deste modo, a depender das rádios instaladas em municípios vizinhos para trazer até aos courenses as novidades do que por aqui vai acontecendo. E assim, dependendo do local onde nos encontramos, os rádios podem estar sintonizados em emissoras de Arcos de Valdevez, Ponte de Lima ou Valença. Ou ainda em duas das estações que emitem a partir de Viana do Castelo e onde o concelho ainda consegue ter algum tempo de antena.
Por Paredes de Coura temos apenas o sistema sonoro que está espalhado pelas ruas do centro da vila. Não, não é uma rádio local, mas é o que de mais aproximado temos e tem, pelo menos, a vantagem de divulgar as actividades que por aqui vão tendo lugar. Uma espécie de som ambiente como que o têm os hiper e supermercados, só que em vez de publicitar as promoções da semana, dá a conhecer o programa das festas do dia.
A rádio local, essa, continua a ser um sonho. Mas há que admitir que fazia falta, mais não fosse por ter a possibilidade de se assumir como um verdadeiro órgão de informação para o concelho. Se houver condições para essa rádio funcionar e interessados em avançar, uma coisa garanto: podem contar com a minha assinatura.

19 maio 2008

A ironia da Natureza

Pode até ser uma simples coincidência, mas não deixa de ser irónico. E, quem sabe, pode até ser utilizado como instrumento de pressão. Basta, para tal, que convidem o ministro do Ambiente ou o presidente do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade.
Em causa está a realização em Paredes de Coura, nos próximos dias 14 e 15 de Junho, das jornadas promovidas pela Aldeia, cujo tema é, precisamente, a Gestão de Áreas Protegidas. Com um programa rico, onde se inclui a visita à Área de Paisagem Protegida do Corno de Bico, neste concelho.
Acontece que esta área protegida, criada em Setembro de 1999, aguarda, praticamente desde essa altura, pela aprovação do seu plano de ordenamento. Uma espera longa, está bom de ver. Tão longa que nem mesmo o ministro do Ambiente parece dar conta do recado. Pelo menos a fazer fé nas promessas que deixou por cá aquando da inauguração do Centro de Educação e Interpretação Ambiental daquela área protegida. Foi em Julho do ano passado.
Na altura, recorde-se, Nunes Correia garantia que, até ao final desse ano o ICNB teria o plano de ordenamento aprovado. Quase um ano depois, continua tudo na mesma. A ver se, com as jornadas sobre Gestão de Áreas Protegidas, alguém se lembra de trazer na pasta o tal plano, aquele que falta para um melhor funcionamento da Área de Paisagem Protegida do Corno de Bico.

Foto retirada daqui.

16 maio 2008

O outro lado de Pereira Júnior

"Quase se podia dizer que dos últimos não reza a história, tal a pequenez dos números que lhe são atribuídos. O sétimo bem merecia melhor sorte. António Pereira Júnior, Presidente da Câmara de Paredes de Coura sofre talvez pela frieza e incaracterística do seu concelho. Mas é de realçar o seu empenho no combate à desertificação, na defesa da sua área protegida do Corno do Bico, na construção dum excelente Parque Desportivo e de toda a estrutura urbana da Vila.Pereira Júnior dá o seu suporte ao maior Festival de Música de Verão na Praia Fluvial do Tabuão que atrai em Agosto dezenas de milhares de jovens a conhecer o Minho. Mas o facto de a auto-estrada passar nos limites poentes do seu concelho marginalizou bastante esta bacia do Alto Coura que decerto Júnior, com a sua “coragem e visão”, se dispusesse de meios, faria progredir ainda mais."


Excerto do post Crónica Política - Um inquérito fatal para alguns Presidentes de Câmara, da autoria de Manuel Trigo. Ler o texto completo aqui.

14 maio 2008

Vou ali ao lado abastecer e já venho...

Quinze. É o número mágico do dia… Quinze aumentos do preço dos combustíveis desde o início do ano. Pois… mas a carteira continua a ser apenas uma.
Não sou economista, nem quero saber como é obtido o preço final dos combustíveis, antes ou depois de impostos. E o preço do petróleo, esse, passa-me ao lado. A mim, como consumidor final que sou, importa-me apenas uma coisa: o preço final do produto e esse, infelizmente, não tem parado de aumentar. Aliás, tem aumentado na mesma proporção dos aumentos recordes dos lucros das gasolineiras, inclusivamente a nossa.
É isso que interessa a todos os portugueses que, de cada vez que vão abastecer o depósito do carro, esvaziam cada vez mais a carteira. E depois admiram-se que os portugueses, especialmente os das zonas fronteiriças, deixem os postos nacionais às moscas e se dirijam, quase em fila indiana, ao lado de lá da fronteira para atestar.
Basta atravessar a ponte de Valença para ver o aglomerado de automóveis que se gera logo na primeira bomba de gasolina que se vê em Espanha, quando, alguns metros atrás o último posto antes da fronteira está praticamente fechado. E se avançarmos mais alguns quilómetros Espanha adentro o preço dos combustíveis desce ainda mais.
A ser assim, não é de admirar que a viagem até à fronteira ganhe cada vez mais adeptos. Com diferenças que chegam quase aos 25 cêntimos por litro só pode ser assim. E, se ao combustível no depósito, acrescentarmos mais algum num garrafão improvisado e uma ou duas botijas de gás na mala do carro, mesmo indo contra a Lei, a poupança sobe e de que maneira e, sinceramente, no estado em que estão as coisas, é isso que interessa aos consumidores.
Mas também em Portugal há postos de abastecimento de combustíveis com preços mais concorrenciais. Aliás, ainda há pouco tempo foi criado o Mais Gasolina, que dá conta dos preços dos combustíveis um pouco por todo o país e mostra isso mesmo, as diferenças entre várias marcas, entre várias localidades, entre vários postos nas mesmas localidades. É a concorrência, claro, a trabalhar em prol dos consumidores. Curiosamente os melhores preços aparecem nos postos que estão ligados a grandes superfícies comerciais que, mesmo comprando os combustíveis às gasolineiras, conseguem melhores preços que estas. Vá-se lá saber porquê...

Garantias


Procura-se: garantia para reparar danos em edíficio público com pouco mais de três anos. Oferece-se boa recompensa.




12 maio 2008

Parcómetros quase pagos

Se o objectivo inicial era o ordenamento do estacionamento no centro urbano de Paredes de Coura, passado pouco mais de um ano da entrada em funcionamento dos parcómetros, pode também dizer-se que este foi um bom negócio. É que, pelas contas da autarquia, o investimento inicial está praticamente saldado e daqui para a frente é só lucro.
De acordo com a informação veiculada pela Câmara Municipal de Paredes de Coura, as receitas do estacionamento pago à superfície rondam os 2500 euros mensais no período de Inverno, aumentando para mais do dobro durante o Verão. Ou seja, estimando que o período de Verão se reporte apenas aos meses de Junho, Julho, Agosto e Setembro, temos qualquer coisa como 20 mil euros de receitas apenas nestes quatro meses. Valor igual ao que se obtém com a recolha mensal de 2500 euros nos restantes oito meses do ano.
Ora, sabendo de antemão que o investimento feito nas dez máquinas cobradoras que começaram a funcionar em Janeiro do ano passado foi de cerca de 50 mil euros, podemos dizer que o investimento feito pela Câmara de Paredes de Coura está prestes a ser amortizado na sua totalidade. Com receitas estimadas de 40 mil euros/ano, as máquinas ficam pagas em pouco mais de um ano e, muito embora a Câmara admita que a função dos parcómetros não era fazer ganhar dinheiro, é isso que vai começar a acontecer, para gáudio dos cofres do município.
Mas, se o estacionamento pago à superfície parece estar no bom caminho, mau grado as críticas aquando da sua entrada em funcionamento, já o mesmo não acontece com os parques de estacionamento subterrâneo. Com despesas de funcionamento bastante elevadas e pouca adesão por parte dos automobilistas, os dois parques continuam a gerar uma receita praticamente residual. E não se percebe, por exemplo, porque é que muitos automobilistas continuam a optar pelos parcómetros, quando o custo do estacionamento subterrâneo é consideravelmente inferior ao que é praticado à superfície.

07 maio 2008

Espantalhos e "bandalhos"

Os primeiros surgiram numa iniciativa da Câmara de Paredes de Coura, em parceria com vários estabelecimentos de ensino e associações culturais do concelho. Os segundos apareceram por iniciativa própria, num fim-de-semana prolongado e, ao que parece, tresloucado.
Já não são de agora os actos de vandalismos cometidos a coberto da noite, especialmente ao fim-de-semana, e que tomam como alvo diverso mobiliário urbano da vila. E assim depois de uma noite de copos, é ver caixotes do lixo estragados, paredes pichadas, bancos danificados... No fim-de-semana passado, contudo, os “bandalhos” arranjaram um entretenimento novo, os espantalhos que alguns se dedicaram a embelezar, e que outros, eventualmente com dor de cotovelo, não quiseram deixar de danificar. E inclusivamente roubar, pois logo na primeira noite dois deles desapareceram.
Falta de diversão na noite courense? Provavelmente, mas nem isso é desculpa para estragar um dos atractivos que a autarquia tinha previsto para quatro dias de animação na sede do concelho. Que bonita imagem de Paredes de Coura dão esses indivíduos que se dedicam a estragar o alheio…
Não falo, como referiu um anónimo em comentário ao post anterior, em clima de impunidade. Porque, por um lado, creio que a pouca GNR que “toma conta” do concelho à noite tem mais com que se preocupar, e porque, por outro lado, creio que o problema não tem a ver com criminalidade ou insegurança. Tem, isso sim, a ver com falta de respeito para com os outros, aqueles que perderam algumas horas para tentar dar mais vida a um centro urbano que, pelos vistos, para estar animado, só precisa de meia dúzia de “bandalhos” que não gostaram de ser trocados por bonitos espantalhos.

05 maio 2008

O regresso do Celeiro

Num fim-de-semana dedicado à agricultura, não pude deixar de notar, com agrado, que ainda há muita gente que se preocupa com o cultivo dos campos em Paredes de Coura. Muitos, muitos mesmo, é certo, continuam abandonados, mas há ainda muita gente que amanha a terra, a maior parte para sustento próprio. Precisamente por isso, nos últimos tempos, com o agudizar da crise que paira sobre o nosso país, vi muitos campos que estavam votados ao esquecimento a ganhar novamente vida.
Batatas, couves, cebolas… Um pouco de tudo para encher a despensa e poupar a carteira, porque, se o tempo é de apertar o cinto, há que aproveitar ao máximo o que a terra nos dá. Longe vão, contudo, os tempos do “Celeiro do Minho”. Um cenário que, a bem da verdade, nunca cheguei a conhecer. Nem o frenesim do cultivo de batatas na Boalhosa de que muitos falam.
Mas, numa altura em que se fala, e de que maneira, no aumento do preço dos cereais e das consequências dessa situação, o “Celeiro do Minho” surge nos meus pensamentos, mais do que como uma recordação de algo que não conheci, mas como uma resposta ao aumentos dos preços, uma solução para aumentar a oferta deste bem essencial.
Sonhos utópicos, claro, mas que não deixam de tocar na questão principal, a quebra da produção. Portugal é, cada vez mais, dependente de outros países no que respeita ao consumo de cereais, como de outros produtos de primeira necessidade. E no entanto, a produção agrícola está muito longe do que já foi. Os subsídios para não produzir sobrepõem-se à necessidade de sermos auto-suficientes.
Veja-se o que aconteceu há algum tempo com o leite. A União Europeia impôs as suas quotas, multou quem produziu mais do que o autorizado, e há alguns meses chegou a falar-se em falta de leite. Especulação? Certamente, mas também incompreensão quando se está perante um cenário de falta, por um lado, e de proibição de produzir mais, por outro.
Com os cereais não será também um pouco assim, esta contradição de factores que, por um lado, nos leva a abrir os cordões à bolsa para matar a fome, e por outro lado nos deixa as terras vazias porque não queremos/podemos produzir?

Inquérito

O inquérito habitual da coluna da direita tem, agora, uma questão dupla. Ou melhor, a questão é a mesma e diz respeito ao eventual candidato à Câmara de Paredes de Coura, mas tem duas versões: uma dedicada ao Partido Socialista; outra ao Partido Social Democrata, mudando os nomes indicados e em que se pode votar.
Deste modo, quando se acede a página inicial do Mais pelo Minho e a página é carregada, surge uma das versões, de forma aleatória. Para ver a outra, e votar se for caso disso, é necessário recarregar a página (fazer reload, refresh, actualizar, etc).
Participe!