31 janeiro 2007

Finalmente... as lombas

Já não era sem tempo. Finalmente o cruzamento dos Bombeiros vai ter lombas para tentar reduzir a velocidade dos automóveis que por ali passam. O cruzamento é perigoso, já para não dizer esquisito, e o facto de não existir ali nada que obrigasse a colocar o pé no travão, fazia com que aquela rua se tornasse uma autêntica pista de corridas no centro de Paredes de Coura.
Ontem já lá estava um lomba, para quem segue do túnel para Resende, e hoje devem colocar igual estrutura no sentido contrário, também à entrada do cruzamento, para obrigar quem por ali passa a circular mais devagar.
Não se compreende é porque foi preciso tanto tempo para colocar lá as lombas. Aliás, o próprio cruzamento em si não se compreende, pois não faz sentido que quem venha da Rua Narciso Alves Cunha, do lado da Albergaria, tenha de colocar metade do carro no centro da via para ver se vem algum automóvel do lado de Resende. Mas, enfim, são resultados da requalificação do centro da vila que, possivelmente, não foi muito bem pensada para aquela área. De qualquer das formas, com a colocação das lombas, o perigo diminui.
Só não se compreende muito bem é a resposta do presidente da Câmara na última Assembleia Municipal quando Paula Caldas, deputada do PSD, falou da velocidade naquela rua e pediu a colocação de lombas no cruzamento dos Bombeiros. Na altura, Pereira Júnior respondeu que tal não poderia ser feito porque, devido ao transporte de doentes nas ambulâncias, as lombas não eram permitidas. Ora, e agora já são? Ou o objectivo é, neste como noutros casos, criticar e chumbar o que Paula Caldas propõe na Assembleia para depois colocar em prática em nome da Câmara?


29 janeiro 2007

Abram água

Um incêndio ocorrido na manhã de ontem em Cascais, de que resultaram duas mortes, transformou-se numa guerra de argumentos entre bombeiros, autarquia e populares. Estes últimos acusam os bombeiros de demorarem muito tempo, mas os "soldados da paz", por seu lado, dizem que as bocas de incêndio existentes na urbanização não eram compatíveis com o seu equipamento. E a empresa responsável pelas bocas de incêndio não perdeu tempo a dizer que tal não era verdade.
Independentemente de tudo isto, de quem tem ou não razão, podemos aproveitar para retirar daqui alguma lição. É que, em Paredes de Coura também temos bocas de incêndio, umas mais antigas, outras mais modernas, especialmente depois da requalificação do centro da vila. Mas, será que funcionam?
Sinceramente nunca vi ninguém, autarquia ou bombeiros, a testar este tipo de equipamentos, especialmente na vila onde podem fazer toda a diferença. E olhem que já tivemos alguns casos em que foi preciso utilizar as bocas de incêndio e, ou estas não existiam onde deveriam existir, ou então não estavam funcionais. Melhor do que esgrimir argumentos depois da tragédia seria precaver qualquer incidente e ir dando uma vista de olhos às bocas de incêndio do concelho a ver se estão operacionais.

Civismo e inconsciência

Civismo 1
É certo e sabido que, ainda para mais depois da instalação dos parcómetros, o espaço existente nos estacionamentos não é o melhor. O objectivo é aumentar o número de lugares e por isso sacrificam-se alguns centímetros no espaçamento entre os automóveis. Não muitos, apenas aqueles que dariam mais espaço para abrir a porta do carro por exemplo. Apesar disso, qualquer pessoa com um mínimo de civismo procura abrir a sua porta sem danificar o carro do outro.
Por isso, só por manifesta falta de civismo se assiste, como assisti há pouco tempo, a alguém que abre a porta sem se preocupar com o carro ao lado. O estrondo foi tão grande que se ouviu a quase cem metros de distância. Mas não se terá ouvido ali mesmo, onde foi produzido, porque o descuidado automobilista entrou no carro e arrancou.
Rezam as leis das boa educação que, ao menos, se deixe um bilhete a dar conta do sucedido. Mas há quem paute pela falta de civismo e deixe apenas a mossa, e que mossa, no carro ao lado. Perante isto só me ocorreu dizer: ainda bem que não era o meu.

Civismo 2
Chegar a casa e pegar no correio. O ritual é corrente na maioria das casas portuguesas. Só não é normal é abrir a caixa e deparar com o correio aberto. As cartas ainda conseguem safar-se, mas jornais e revistas não escapam à curiosidade de quem mete a mão na caixa do correio e vá de abrir as embalagens e dedicar-se à leitura. E depois voltam a meter tudo dentro da caixa, não se esquecendo, contudo, de rasgar um ou outro artigo que lhes chamou mais a atenção.
Será que depois daquele famoso autocolante amarelo e vermelho a proibir a publicidade não endereçada, vamos ter um outro, a proibir a leitura de correspondência alheia? Ah, não é preciso, esqueci-me que já era proibido por lei.

Inconsciência
Tenho dois filhos, pequenos, e preocupo-me com eles. Por isso, quando andam de carro, seguem nas devidas cadeirinhas. Não é prático, não é estético, mas é seguro. Ponto final. Estranho, por isso, a inconsciência daqueles automobilistas com quem me cruzo diariamente e que transportam as crianças sem as mínimas condições de segurança, muitas delas no banco da frente (com 6, 7 anos senhores!!!). Será que se esquecem que, na estrada, o perigo pode estar em cada curva?

25 janeiro 2007

Por falar em parques e parcómetros

Por falar em parques e parcómetros, numa altura em que o assunto já ameaça tornar-se anedota, podem ver aqui aquilo que todos querem saber: o que se esconde no túnel e nos parques subterrâneos de Paredes de Coura, por debaixo da vila. Quem sabe se é ali que se escondem todos aqueles que atribuem ao estacionamento pago as culpas de todos os males, desde a crise que afecta o comércio à dor de dentes que não passa. Quem sabe, até, se não é por lá que andam aqueles que vêem nos parcómetros a causa da diminuição das receitas dos seus negócios nos últimos anos.
Brincadeiras à parte, fica a sugestão. Para ver amanhã, no Centro Cultural.

22 janeiro 2007

No lugar errado

E bem que precisamos de promoção porque alguns continuam a colocar-nos muito longe de onde realmente estamos. Aulas de Geografia, um mapa de estradas do ACP (versão actual ou antiga), ou ainda um moderno sistema de GPS são as minhas sugestões para a Ordem dos Arquitectos. Se calhar é por isso que não se consegue achar o Norte a muitas das construções actuais.

O que os vizinhos fazem por nós

Para ver aqui como os nosso vizinhos mais próximos também ajudam à promoção de Paredes de Coura. Com a devida vénia ao blog que defende as cores de Rendufe, Labrujó e Vilar do Monte e ainda aos responsáveis pelo vídeo em questão.

19 janeiro 2007

Eu também quero um parcómetro

Três semanas depois de entrarem em funcionamento, os parcómetros de Paredes de Coura continuam na ordem do dia. Pelos mais variados motivos. Porque uns querem o seu lugar cativo à porta de casa ou do seu negócio, porque outros acham que com os parcómetros se está a contribuir ainda mais para a desertificação do concelho, porque outros ainda argumentam que esta é apenas uma medida para encher os depauperados bolsos da Câmara.
Vamos aos lugares cativos. Eu pergunto: então e o meu lugar privativo? Eu também moro na vila, numa zona de estacionamento pago por isso também deveria ter direito a um lugar reservado. Não? Claro que não! Câmara, comércio, oposição, fosse quem fosse que pediu a o estacionamento pago, o certo é que fez bem. Os principais beneficiários da ausência de limites eram, acima de tudo, os comerciantes, que agora tem de andar 200 ou 300 metros para estacionar o carro. Coitadinhos!
Que dirão, por exemplo, os comerciantes da rua Conselheiro Miguel Dantas? Não tinham eles, já antes dos parcómetros, de estacionar também afastados do seu negócio? Então em que é que eles são menos que os outros que agora têm de fazer o mesmo? E não me venham com historinhas que nem todos podem pagar os 15 euros mensais do parque, sim porque estamos a falar de 15 euros por mês. Dinheiro que, reconheço, faz falta a muita gente, mas que muitos de nós gastamos (ou mais ainda) noutras coisas que não nos fazem falta nenhuma.
Sou, assumidamente, a favor dos parcómetros! E dos parques, ainda que reconheça que um seria suficiente para Paredes de Coura. Utilizo-os desde o primeiro dia, mesmo não trabalhando na vila, mas a eles recorrendo sempre que necessito de ali me deslocar. Não foi preciso muito para chegar à conclusão de que gastava mais em combustível às voltinhas à procura de um lugar na rua, do que no parque coberto, vigiado, disponível.
Sobre o dinheiro que a Câmara vai recolher, basta fazer as contas. Cada máquina custou quatro mil euros, compraram-se 10, e some-se ainda a sinalização que foi necessário substituir. Vejam lá quantos carros são precisos para pagar o investimento.
Resta o argumento da desertificação. Mas alguém acredita mesmo que sem parcómetros essa tendência reverteria? Se me falassem em acessibilidades, em atractivos, ainda vá, mas dizer que com estacionamento pago a população de Coura diminuirá… E nem as queixas dos comerciantes me comovem. Que metam mãos à obra e promovam-se junto dos seus potenciais clientes. Não fiquem, como a maioria, à espera que as pessoas lhes entrem portas adentro, vejam porque é que os clientes fogem para outras paragens e reajam. Como estão, mais cedo ou mais tarde, nem com estacionamento dentro da loja.

15 janeiro 2007

À volta dos blogs

Da autoria de Catarina Rodrigues, da Universidade da Beira Interior, fica a aqui a ligação para um estudo sobre os blogs de carácter regional, publicado na Revista de Ciências da Informação e da Comunicação do Centro de Estudos das Tecnologias, Artes e Ciências da Comunicação da Universidade do Porto. A emergência dos blogs como espaços de cidadania e participação é o tema do artigo que aborda a utilização deste meio para a promoção da região onde têm origem. Quais os objectivos, o impacto causado e os resultados efectivamente alcançados? Para ler.

12 janeiro 2007

Dizem por aí (2)

... que alguns comerciantes do centro da vila já se lançaram num abaixo-assinado que querem entregar na Câmara e que pede o fim dos parcómetros em Paredes de Coura. Dizem eles que estão a perder clientes, que deste modo recorrem a estabelecimentos comerciais e hoteleiros onde têm mais facilidade de estacionamento. Mas, assim sendo, há outros comerciantes a lucrar com o estacionamento pago que, se calhar, estariam em pior situação até agora. Não será tempo de os afectados pelos parcómetros começarem a pensar noutros atractivos para cativar os clientes? Ou entao comecem a prestar um verdadeiro serviço público e informem os clientes que os parques até são centrais (para a maioria das ruas onde se instalaram os parcómetros), custam muito pouco e não são impedimento para deixar de vir à loja ou ao restaurante do costume.

Dizem por aí (1)

...que afinal a Ritmos não andou a pedinchar nada junto da Câmara de Paredes de Coura e que, perante a constatação de que o festival em Coura iria mesmo acabar, terá sido a própria Câmara a sugerir o aumento das verbas do protocolo existente entre as duas entidades para viabilizar a continuação do festival. A ser assim só demonstra que, afinal, a Câmara, ciente do valor que o festival tem para o concelho, é que resolveu abrir os cordões à bolsa, esquecendo os tempos difíceis. Mas atenção! É que as mesmas pessoam realçam que os valores anunciados pela Câmara não correspondem à realidade, sendo muito superiores ao que realmente é investido no festival pela autarquia. Eu, que continuo sem conhecer os números desse apoio, tenho de acreditar.

O exemplo que vem de cima

Um estudo da AICCOPN – Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas analisou as dívidas a fornecedores de 80 municípios e chegou a uma conclusão no mínimo engraçada: apenas 14% das autarquias cumpre as suas obrigações num prazo inferior a 3 meses. Estamos a falar de pagar dívidas a 90 dias, prazo dilatado mas ainda assim bastante consensual com a esmagadora maioria das empresas do nosso país.
O problema é que são apenas 14% as câmaras que estão nesta situação. O pior vem depois, quando as dívidas das autarquias só são pagas mais de um ano após a realização dos trabalhos contratados. E não são poucas as câmaras que arrastam dívidas assim.
Paredes de Coura não está neste lote. Felizmente. Mas também não está muito bem, pagando as suas dívidas entre nove meses e um ano depois do trabalho feito. No mesmo patamar de Arcos de Valdevez e Viana do Castelo, por exemplo, mas bem atrás de Vila Nova de Cerveira e Ponte de Lima que fazem questão de ser cumpridoras.
Não se julgue, contudo, que o problema é do município courense. O exemplo deveria vir de cima, do próprio Governo, mas se é o próprio governo quem se furta ao pagamento dos seus compromissos como o diabo da cruz. Que o diga Pereira Júnior que, mais de dois anos depois de concluída a Escola Básica Integrada, a tal que é apontada pelo Governo como modelo a seguir, aguarda ainda, da parte do mesmo Governo, o pagamento da sua parte no custo total, ou seja cerca de 25% do valor da obra.
Com exemplos assim convenhamos que é muito difícil honrar seja que compromisso for. Quem sofre, diz o estudo da AICCOPN, são as pequenas empresas que não tem arcaboiço financeiro suficiente para aguentar tanto tempo sem receber e das duas uma, ou deixam de trabalhar para as autarquias e perdem os seus melhores clientes, ou alinham em esquemas “duvidosos” para continuarem a trabalhar.

10 janeiro 2007

O filho pródigo e mimado

Ora aí está a grande surpresa de 2007 e o ano ainda agora começou. Diz o Notícias de Coura de ontem que, afinal, o Festival já não sai de Paredes de Coura. Mas esteve para sair? Quando? E porquê? Alguém tinha dúvidas que o “choradinho” de Setembro não ia dar bons resultados?
Diz o artigo que Ritmos e Câmara chegaram a um acordo e que os primeiros não saem porque os segundos abriram os cordões à bolsa. Não com investimento directo (e realço o investimento), mas com outro tipo de apoio. Por outras palavras, o subsídio da autarquia àquela empresa mantém-se o mesmo, mas o apoio logístico sai reforçado, quer com mais meios humanos (será que a Câmara tem pessoal que chegue), quer com o assumir de algumas despesas até agora suportadas pelos organizadores.
Nada de mais. Nem sequer o estudo encomendado pela Ritmos para mostrar que o festival leva Paredes de Coura para as bocas do mundo. Mas alguém tinha dúvidas? O que gostaria de ver era um estudo a garantir que essa publicidade gratuita que o concelho recebe tem efeitos práticos depois ao longo do ano. Alguém sabe quantos dos que vêm ao festival, ou que vêem a publicidade e as notícias, visitam depois Paredes de Coura?
Eu nunca vi nenhum estudo desses. Como não vi, aliás, o inventário do apoio logístico que a Câmara concedeu à organização do festival em 2006, como havia prometido o presidente da autarquia. Assim, como é que sabemos que o reforço de apoios agora anunciado não estava já a ser praticado.

08 janeiro 2007

Regimentos e batalhões

É um cenário que se repete em cada sessão da Assembleia Municipal de Paredes de Coura: a discussão entre a oposição e o presidente da mesa em torno do regimento daquele órgão autárquico. A mudança do regimento, tornando-o mais actual, foi um dos grandes cavalos de batalha de José Augusto Pacheco quando ocupou o lugar, mas a reforma foi feita com a participação de todos os partidos políticos que têm assento naquela assembleia.
No entanto, sessão após sessão, eis que surgem as críticas, principalmente do PSD, em relação ao modo como o regimento limita a intervenção dos deputados municipais. Ou ainda no que respeita às limitações impostas no que toca à intervenção por parte do presidente da Câmara, de tal modo que, na última reunião, Maria José Fontelo chegou mesmo a dizer que José Augusto Pacheco teria uma “tutória especial” para com Pereira Júnior.
De que adiantou, assim sendo, andar a discutir a alteração do regimento com todos os partidos? Aliás, recuando um pouco no tempo, recordo a sessão onde estas alterações foram todas aprovadas, já com as críticas do PSD que tinha acabado de as analisar em conjunto com PS e CDU. Se foi para isto, mas valia terem estado quietos.
Já agora, aproveito e deixo também eu um reparo à “ditadura” do regimento. É certo que o público que assiste às reuniões tem vindo a aumentar, muito embora ainda sem grande participação. Também, convenhamos, o período que lhe está destinado não é o melhor. Não é qualquer um que aguenta, como na última sessão da Assembleia, até à 1.30 da manhã para expor o que quer que seja…

05 janeiro 2007

A energia da oposição

Quem te viu e quem te vê, poderíamos dizer dos partidos da oposição na Assembleia Municipal. Quem já viu elementos do mesmo partido a criticarem-se mutuamente e a votarem contra as propostas apresentadas pelo seu próprio partido, pode dizer que, na última sessão deste órgão autárquico, a oposição, ou melhor dizendo o PSD, esteve muito diferente.
E digo o PSD porque da CDU não esteve ninguém, nem sequer para defender a proposta que não chegou a ser apresentada em Setembro e que, por isso mesmo, tanta celeuma provocou, levando ao abandono da sala por parte de social-democratas e do representante comunista. Desta feita, sozinhos do outro lado da barricada, os deputados do PSD ainda começaram a reunião com o pé errado (aquela das avenças gratuitas nos parques para os comerciantes e trabalhadores da vila, nem ao diabo lembrava…), mas cedo se verificou que, naquele dia, tinham feito os trabalhos de casa. Nem sequer a informação, por parte do presidente da Assembleia, de que o abandono da última reunião foi comunicado ao Ministério Público e a senha de presença não seria paga beliscou Maria José Fontelo, que respondeu à letra dizendo que “quem está convicto dos seus direitos não pensa na senha”.
A discussão do Orçamento passou meio apagada, mas já antes a bancada laranja tinha feito várias intervenções. Ao todo mais de metade dos representantes do PSD utilizaram da palavra, quer no período antes da ordem do dia, quer na interpelação ao presidente da Câmara.
Seria, contudo, o último ponto da ordem de trabalhos a mostrar uma Maria José Fontelo bem preparada, em sintonia com o resto dos seus colegas e com os seus vereadores, como não é habitual ver-se. A venda, por parte da autarquia, da participação na VentoMinho arrastou-se durante quase hora e meia, com a líder da bancada social-democrata a rebater, ponto por ponto, as vantagens anunciadas pela Câmara Municipal. Para a autarquia a venda afigura-se proveitosa e, como explicou Pereira Júnior, “faz-nos jeito”, mas a oposição, baseada no mesmo estudo encomendado pelo município, deu a conhecer que, a longo prazo, a participação nas eólicas, sem qualquer investimento, poderia representar uma receita oito vezes superior à que se espera obter com a venda.
A proposta acabaria por ser aprovada com os votos da maioria socialista, mas as críticas do PSD, que pediu mesmo à mesa para deixar falar Décio Guerreiro (habitualmente os vereadores não intervêm na Assembleia Municipal), chegaram ao ponto de se sugerir o adiamento da discussão para uma reunião extraordinária, dando assim mais tempo para analisar a questão. E houve até quem aproveitasse para lembrar que esta seria uma boa questão para levar a referendo e ver qual a opinião dos courenses.

04 janeiro 2007

Vender património para pagar dívidas

O ano ainda mal começou e já se está mesmo a ver que o cenário vai continuar a ser o mesmo de 2006. A Câmara de Paredes de Coura continua (cada vez mais?) apertada de dinheiros e, vai daí, há que fazer como qualquer outro cidadão e toca a vender algum património. A diferença é que, no caso do cidadão comum que não fez contas à subida dos juros do crédito habitação, vende-se o que se pode, muitas vezes a própria casa, mas que é dele. No caso da Câmara, por aguardar indefinidamente dinheiros que nunca mais chegam, o património que se vende não é apenas de dos representantes do município, é de todos os que nele habitam.
Na última reunião da Assembleia Municipal, bastante animada por sinal e com a opsição a mostrar (finalmente) que fez o trabalho de casa, foi aprovada a venda da participação da autarquia na empresa concessionária da produção de energia eólica no concelho. São cerca de 1,5 milhões de euros que vão entrar para os cofres da Câmara. No mínimo, porque o concurso público pode trazer ainda alguma proposta mais elevada.
Mas este dinheiro vai lá estar por pouco tempo. O presidente da autarquia já anunciou que os cerca de 300 mil contos se destinam a pagar dívidas de curto prazo que o município tem, e que o mais certo é esta verba servir para pagar parte das obras de saneamento que estão a decorrer no concelho. O PSD, por seu lado, preferia que fosse aplicado na amortização da grande dívida, a 20 anos, que vai continuar a ser paga em "suaves prestações", até porque Pereira Júnior diz que desta forma não custa a pagar. E por falar em 20 anos, não esquecer que, na mesma assembleia, os social-democratas demonstraram por A+B que, caso o município decidisse manter a participação na empresa das eólicas, a longo prazo, esta resultaria num possível lucro de cerca de 12 milhões de euros. Sobre isso falarei noutro post.
Além das acções da VentoMinho, a Câmara de Paredes de Coura equaciona também a venda de outros bens, nomeadamente imóveis. Na calha está a venda de três apartamentos que a autarquia detém na vila, dois deles ocupados, e ainda de terrenos na Quinta da Casa Grande. Património que, estima o município, deverá render cerca de 300 mil euros aos cofres municipais.
Tudo receitas já incluídas no Orçamento da autarquia para este ano, aprovado pela maioria socialista e com a abstenção de toda a oposição, no caso apenas o PSD, porque a CDU esteve ausente da reunião. Um orçamento que, explicou o presidente, "é muito influenciado pela nova Lei das Finanças Locais" e que, por isso mesmo, mostra "alguma contenção", até porque o objectivo, acrescentou o autarca, "é baixar a nossa dívida para depois trabalhar com as contas certinhas".

Multas à experiência

Já alguém foi multado nas novas zonas de estacionamento pago do centro de Paredes de Coura? É que, em declarações à Rádio Geice, o presidente da Câmara referiu que, por enquanto, os parcómetros estão apenas a trabalhar a título experimental, prevendo que entrem em funcionamento efectivo algures durante o corrente mês.
E será que a GNR sabe disso? E se sabe, e por isso ainda não multa, o que pensarão aqueles que já meteram alguma moedinha na máquina? De qualquer das formas, a ver pelo cenário dos últimos dois dias, poucos têm sido os trocos a cair ali.

01 janeiro 2007

Previsões de Ano Novo

Como é habitual nestas alturas um pouco por todo o lado, também eu aqui deixo algumas previsões para 2007. Nada de olhar as estrelas, nada de consultar um qualquer oráculo, o que é preciso mesmo é olhar em frente e depois logo se vê... pelo menos alguma coisa (aquilo que já está previsto) há-de ser realidade no próximo ano. Mas, como nestas coisas das previsões é preciso ver para crer, o melhor é fazer como o outro e dizer que previsões só no final do ano.
Ainda assim aqui ficam algumas constatações:

Arquivo - As obras já começaram. Se o túnel não cair, é quase certo que vamos ter arquivo.

Bombeiros - O próximo ano tem 365 dias. Seria muito mau que, com tantos dias, pelo menos num deles não aparecesse um candidato à direcção da associação. Já as obras do quartel, se calhar vão ter de esperar mais algum tempo. Quem sabe lá para 2010...

Corno de Bico - Amanhã já temos CEIA. É certo, confirmado. Mas é melhor esperar para ter a certeza.

Dívidas - "Rejeitamos com toda a veemência o labéu que nos quiseram colar de gastadores e de maus gestores", Pereira Júnior em declarações ao NC

Esgotos (o mesmo que saneamento, mas já tenho outra coisa para o S) - Para continuar e cobrir todo o concelho. Assim é que é, mas é preciso mais celeridade no arranjo das estradas.

Feira - Depois da mudança, positiva, ficamos à espera de ver o que surge no antigo largo.

Justiça - Os planos do Governo apontam para que o concelho perca o Tribunal para Valença. Já agora que nos levem também o centro de saúde, as finanças, os correios e a segurança social. E a nós também, pois pouco resta.

Lei das Finanças Locais - "2007 será um ano difícil", Pereira Júnior em declarações ao NC

Música - Será que vamos perder o festival? Será que vamos perder com o festival? Será... Em Agosto logo se vê.

Notícias - Poucas, muitas, nenhumas, sobre tudo e sobre coisa nenhuma.

Oposição - Uma coisa é certa, vai continuar a existir oposição em Paredes de Coura. Outra coisa já não é tão previsível: é se vai funcionar ou não.

PDM - E dura, e dura...

Sapardos - Do concurso nem uma palavra. A A3 continua(rá) tão longe...

Trocos - É o que vamos ter nos bolsos, pelo menos quando viermos à vila e quisermos estacionar, com a entrada em funcionamento dos parcómetros. Uma medida contestada mas que, no meu entender, é bem vinda. E eu até sou dos que tenho de pôr lá a moedinha se quiser parar à porta de casa.

Variante à EN303 - Alguém sabe quanto tempo é que deveria durar a obra? E porque é que está parada?