19 agosto 2010

Rua cheia de vida… mas sem carros

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Nas últimas semanas tem dado gosto ver a vila, nomeadamente a zona central, com bastante movimento a atestar o ambiente de férias e de regresso de courenses (e)migrantes, que por estas alturas procuram o conforto psicológico da terra de origem. E, depois de se assistir a domingos desertos, noites de silêncio e dias em que se contavam pelos dedos de uma mão as pessoas que circulavam por Paredes de Coura, é com bom grado que se vê a rua Conselheiro Miguel Dantas e sua envolvente cheia de gente, repleta de sons e de conversas animadas, com esplanadas a convidar a uma bebida fresca e dois dedos de conversa para justificar um ano de ausência.

O cenário seria quase perfeito não fossem duas situações. Em primeiro lugar, o facto de esta ser uma situação sazonal e sabermos que, daqui a alguns dias, a vila volta à sua rotineira existência. Em segundo lugar, custa-me ver que, por entre as esplanadas e as brincadeiras das crianças numa zona que supostamente está interdita ao trânsito, continuem a transitar automóveis, seja em operações de carga e descarga seja em distraídos passeios pela “rua principal”, a par com viaturas estacionadas em plena rua Conselheiro Miguel Dantas.

Afinal a proibição de circulação e as restrições de horário para cargas e descargas não são válidas no Verão? É que, pelo cenário que se pode ver naquela artéria nas últimas semanas, de pouco ou nada vale a postura municipal de trânsito que a autarquia emitiu há quase quatro anos e com a qual pretendia regular a circulação de automóveis nas zonas pedonais. De que adianta estipular horários para cargas e descargas se depois ninguém cumpre e uma rua supostamente pedonal continua a ver passar carros sem controlo?

Já houve quem se insurgisse contra a passagem de cavalos por aquela zona, tendo inclusivamente a Câmara optado por vedar a rua Conselheiro Miguel Dantas à passagem dos animais. Depois veio a contestação às bicicletas, para já ainda sem efeitos visíveis e que, na minha opinião, nem tem razão de ser. Mas, em relação aos automóveis, para os quais existe uma posição municipal definida há muito, parece não haver fiscalização…

 

Nota: já agora, e em relação à rua Conselheiro Miguel Dantas, não seria de todo descabido pensar em assinalar a rampa de acesso à mesma, com sinalização adequada ou até com outra cor no pavimento, de modo a alertar para altura da mesma. É que, de vez em quando, é cada batida que até dói…

09 agosto 2010

A lei foi feita para não se cumprir

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Há três coisas que marcam sempre o Verão: férias, festas populares e incêndios. As primeiras vou deixá-las de fora deste post e debruço-me apenas sobre as duas últimas. E faço-o porque me custou ver, na noite do passado sábado, no regresso a casa depois de uma passagem pelas Festas do Concelho, uma dualidade de cenários que me chamou a atenção, aumentada pela escuridão da noite: de um lado os foguetes que rebentavam sobre o céus de Linhares na festa do Senhor do Amparo; do outro lado o vermelho forte do fogo que consumiu uma grande área de mato nas encostas de Infesta e Cunha, com casas ali ao lado.
Não quero com isto dizer, obviamente, que o fogo de Infesta, ou outro qualquer que seja, se ficou a dever ao lançamento de foguetes em Linhares, ou noutro local qualquer. Mas é óbvio que, à luz dos olhos de quem vê um e outro cenário, fica sempre a questão: porque é que se continuam a lançar foguetes numa altura em que qualquer coisa mais quente parece ser suficiente para dar origem a um grande incêndio? A dúvida aumenta para indignação quando se sabe que há legislação que, teoricamente, proíbe o lançamento de foguetes durante o período crítico. E se este é um período crítico… Aliás, ainda recentemente a própria Câmara Municipal de Paredes de Coura aprovou o quadro regulamentar do uso do fogo que diz taxativamente que durante o período crítico não é permitido o lançamento de “quaisquer tipo de foguetes”. Ora, como é público e notório, festa que é festa tem de ter sempre o seu arraial de foguetório e este ano não é excepção, mesmo com este novo quadro regulamentar.
Mas quando o assunto é incêndios e legislação, vem também sempre à baila a questão da limpeza das matas, cuja ausência não provoca mas muito ajuda a propagar os incêndios. Ainda ontem, num apanhado noticioso sobre os incêndios do fim de semana que via no noticiário televisivo, um popular se queixava da falta de limpeza dos pinhais que agora ardiam e ameaçavam a sua casa. E, lembrava o mesmo indivíduo, de que adiantava a limpeza das matas ser obrigatória, se ninguém a cumpre? Uma sensação de derrota que podia muito bem ser evitada, se as entidades competentes fizessem o que lhes compete, quer fiscalizando, quer limpando compulsivamente (e obrigando o proprietário a pagar, claro). É claro que, a agir assim, também essas entidades, sejam locais ou estatais, teriam de dar o exemplo e cumprir, também eles, a Lei. O problema é que, se calhar, é esse o problema…

06 agosto 2010

Com ou sem portagens?

O secretário de Estado das Obras Públicas veio ontem a Viana do Castelo anunciar que o prolongamento da A28 até Valença e a ligação de Paredes de Coura à A3 são prioridade para o Governo. Mas os aplausos vão ter de esperar…

É que, em primeiro lugar, o anúncio de ontem segue-se a uma série deles em ocasiões anteriores que, infelizmente, não passaram disso mesmo: de anúncios de intenções. E nestas coisas de promessas políticas é mesmo melhor ver para crer. E depois, o anúncio de ontem de Paulo Campos foi acompanhado de um outro, o de que ao contrário do que foi anunciado inicialmente, a utilização da A27 entre Ponte de Lima e Viana do Castelo e também do troço da A28 entre a capital de distrito e Vila Nova de Cerveira pode vir a ser alvo de pagamento de pagamento de portagem.

Ora, a ser assim, ao género de quem dá com a mão esquerda, mas tira com a mão direita, é mesmo melhor esperar para ver… não vá a ligação de Paredes de Coura à auto-estrada obrigar também ao pagamento de portagem!

04 agosto 2010

Lixo estival

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Sempre ouvi dizer que em terras marcadas pela emigração, a população quase duplica no Verão. Paredes de Coura não será excepção à regra e, não apenas por causa da componente emigrante, mas também devido à realização do Festival, o concelho atinge nas últimas semanas de Julho e nas primeiras de Agosto, números populacionais com que só pode sonhar durante o resto do ano.

Mas, no Verão, há situações que em nada contribuem para a qualidade de vida em Paredes de Coura. Veja-se o que aconteceu na semana passada com a recolha de lixo em algumas zonas do concelho. Uma simples viagem por alguns pontos do concelho, no final da semana passada e já no início desta, deu para observar várias imagens como a que ilustra este post. Contentores a acumularem lixo (dentro e fora), numa clara demonstração de que, se fora deste período uma passagem semanal do camião de recolha é suficiente, nesta altura do ano, com o crescimento significativo dos residentes, essa volta semanal não chega para dar vazão ao lixo produzido que, como é de esperar, aumenta ao mesmo ritmo que o número de habitantes.

Como é óbvio, não se pode pedir a ninguém para, com este calor, manter o lixo em casa à espera da recolha semanal, mas por outro lado, ao estar depositado dias a fio na rua, não será também esta uma situação que atenta à saúde pública? É certo que, por esta altura, os serviços municipais estão a meio gás, mas creio que uma melhor adaptação dos serviços iria certamente ajudar a minimizar esta questão. Ou isso ou uma redefinição de prioridades…