Foto: Alfredo Cunha/Arquivo JN
Fogos florestais, foguetes e legislação que dificilmente se cumpre. Para ler na edição de hoje do Jornal de Notícias.
Foto: Alfredo Cunha/Arquivo JN
Fogos florestais, foguetes e legislação que dificilmente se cumpre. Para ler na edição de hoje do Jornal de Notícias.
Nas últimas semanas tem dado gosto ver a vila, nomeadamente a zona central, com bastante movimento a atestar o ambiente de férias e de regresso de courenses (e)migrantes, que por estas alturas procuram o conforto psicológico da terra de origem. E, depois de se assistir a domingos desertos, noites de silêncio e dias em que se contavam pelos dedos de uma mão as pessoas que circulavam por Paredes de Coura, é com bom grado que se vê a rua Conselheiro Miguel Dantas e sua envolvente cheia de gente, repleta de sons e de conversas animadas, com esplanadas a convidar a uma bebida fresca e dois dedos de conversa para justificar um ano de ausência.
O cenário seria quase perfeito não fossem duas situações. Em primeiro lugar, o facto de esta ser uma situação sazonal e sabermos que, daqui a alguns dias, a vila volta à sua rotineira existência. Em segundo lugar, custa-me ver que, por entre as esplanadas e as brincadeiras das crianças numa zona que supostamente está interdita ao trânsito, continuem a transitar automóveis, seja em operações de carga e descarga seja em distraídos passeios pela “rua principal”, a par com viaturas estacionadas em plena rua Conselheiro Miguel Dantas.
Afinal a proibição de circulação e as restrições de horário para cargas e descargas não são válidas no Verão? É que, pelo cenário que se pode ver naquela artéria nas últimas semanas, de pouco ou nada vale a postura municipal de trânsito que a autarquia emitiu há quase quatro anos e com a qual pretendia regular a circulação de automóveis nas zonas pedonais. De que adianta estipular horários para cargas e descargas se depois ninguém cumpre e uma rua supostamente pedonal continua a ver passar carros sem controlo?
Já houve quem se insurgisse contra a passagem de cavalos por aquela zona, tendo inclusivamente a Câmara optado por vedar a rua Conselheiro Miguel Dantas à passagem dos animais. Depois veio a contestação às bicicletas, para já ainda sem efeitos visíveis e que, na minha opinião, nem tem razão de ser. Mas, em relação aos automóveis, para os quais existe uma posição municipal definida há muito, parece não haver fiscalização…
Nota: já agora, e em relação à rua Conselheiro Miguel Dantas, não seria de todo descabido pensar em assinalar a rampa de acesso à mesma, com sinalização adequada ou até com outra cor no pavimento, de modo a alertar para altura da mesma. É que, de vez em quando, é cada batida que até dói…
O secretário de Estado das Obras Públicas veio ontem a Viana do Castelo anunciar que o prolongamento da A28 até Valença e a ligação de Paredes de Coura à A3 são prioridade para o Governo. Mas os aplausos vão ter de esperar…
É que, em primeiro lugar, o anúncio de ontem segue-se a uma série deles em ocasiões anteriores que, infelizmente, não passaram disso mesmo: de anúncios de intenções. E nestas coisas de promessas políticas é mesmo melhor ver para crer. E depois, o anúncio de ontem de Paulo Campos foi acompanhado de um outro, o de que ao contrário do que foi anunciado inicialmente, a utilização da A27 entre Ponte de Lima e Viana do Castelo e também do troço da A28 entre a capital de distrito e Vila Nova de Cerveira pode vir a ser alvo de pagamento de pagamento de portagem.
Ora, a ser assim, ao género de quem dá com a mão esquerda, mas tira com a mão direita, é mesmo melhor esperar para ver… não vá a ligação de Paredes de Coura à auto-estrada obrigar também ao pagamento de portagem!
Sempre ouvi dizer que em terras marcadas pela emigração, a população quase duplica no Verão. Paredes de Coura não será excepção à regra e, não apenas por causa da componente emigrante, mas também devido à realização do Festival, o concelho atinge nas últimas semanas de Julho e nas primeiras de Agosto, números populacionais com que só pode sonhar durante o resto do ano.
Mas, no Verão, há situações que em nada contribuem para a qualidade de vida em Paredes de Coura. Veja-se o que aconteceu na semana passada com a recolha de lixo em algumas zonas do concelho. Uma simples viagem por alguns pontos do concelho, no final da semana passada e já no início desta, deu para observar várias imagens como a que ilustra este post. Contentores a acumularem lixo (dentro e fora), numa clara demonstração de que, se fora deste período uma passagem semanal do camião de recolha é suficiente, nesta altura do ano, com o crescimento significativo dos residentes, essa volta semanal não chega para dar vazão ao lixo produzido que, como é de esperar, aumenta ao mesmo ritmo que o número de habitantes.
Como é óbvio, não se pode pedir a ninguém para, com este calor, manter o lixo em casa à espera da recolha semanal, mas por outro lado, ao estar depositado dias a fio na rua, não será também esta uma situação que atenta à saúde pública? É certo que, por esta altura, os serviços municipais estão a meio gás, mas creio que uma melhor adaptação dos serviços iria certamente ajudar a minimizar esta questão. Ou isso ou uma redefinição de prioridades…