20 março 2013

As palavras dos outros (7)

Introduzir à má fila, e com um sistema de cobranças absurdo, portagens nas A28 e A27 é espetar uma faca nas costas do desenvolvimento de uma região com uma riqueza de 62% da média comunitária (do outro lado do rio Minho, a percentagem sobe para 93%).

Artigo de Jorge Fiel, subdirector do Jornal de Notícias, sobre as desvantagens de introduzir portagens nas ex-SCUTs e o seu impacto no desenvolvimento económico da região alto-minhota.

E o nosso como fica?

Melgaço: Autarquia diz que Tribunal Judicial não encerra – notícia da Rádio Geice

Por Paredes de Coura também há já algum tempo que se diz que o Tribunal local também não vai fechar. Da parte dos responsáveis camarários, contudo, depois da luta dos últimos meses, ainda não se ouviu a confirmação desta situação. Será por não terem ainda no papel a informação que há meses circula nos corredores dos Paços do Concelho? Ou será com receio de que, da maneira como as coisas andam, o que hoje é verdade nos meandros de Paula Teixeira da Cruz, amanhã poder ser mentira e sair pior a emenda que o soneto?

19 março 2013

Reconhecimento

VALE DO MINHO -Comédias do Minho vão receber cerca de 760 mil euros durante quatro anos – notícia da Rádio Vale do Minho

Numa altura em que afirmaram já, e com sucesso, o seu modo de trabalhar, onde a comunidade é também, não raras vezes, parte activa, o apoio da Direcção Geral das Artes não é mais que o reconhecimento pelo dinamismo de um grupo que, mesmo longe dos tradicionais centros culturais, tem conseguido mostrar o seu valor. Uma boa notícia, ainda para mais sabendo que as Comédias do Minho foram a entidade que recebeu a melhor classificação relativamente à zona Norte. Dentro de meses outra boa notícia engrandecerá ainda mais esta companhia de teatro que tem trazido um outro colorido à região: a nova sede actualmente em construção, fruto da reconversão do antigo quartel dos bombeiros voluntários de Paredes de Coura.

Metamorfoses do rural

O que é o urbano e o rural nos dias de hoje? Esta a questão que dominou o último Café com Temas, onde Álvaro Domingues, geógrafo, docente da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, mas também fotógrafo e minhoto (entre uma diversidade de outros rótulos que lhe poderiam ser colados), conversou e provocou a assistência, numa intervenção onde as fotografias que ilustram o seu último livro (Vida no Campo, Dafne Editora), serviram de mote à discussão.

Falando duma mitificação do mundo rural, Álvaro Domingues foi explicando que o rural enquanto cultura está conotado com as chamadas culturais tradicionais, num oposto ao que se pode apelidar de cultura contemporânea, “que é um misto de extremos” e onde se assiste àquilo que apelidou de “deslocamento entre sociedade e território”. Uma situação em que o exemplo mais flagrante serão as relações que os emigrantes têm com o seu local de origem. “Os de Melgaço, hoje em dia, não são apenas os que ali residem”, exemplificou o professor universitário, aludindo à sua própria naturalidade.

Álvaro Domingues lembrou ainda que “o território não é mais que a forma de organização de uma sociedade”, pelo que, se muda a sociedade, mudará necessariamente o território. Ao mesmo tempo recordou a influência que factores como a oferta de emprego ou a facilidade de acesso têm na captação de população e na evolução do número de habitantes.

Numa sala cheia, como tem acontecido nas últimas edições do Café com Temas, Álvaro Domingues falou ainda da “cenarização do mundo rural”, em que se procede à estetização daquilo que já foi o mundo rural de outros tempos. “Acabou, deixou de funcionar, é fácil estétizá-lo”, explicou, culminando a sua intervenção com a identificação daquilo que apelidou de “paisagens transgénicas”, num cruzamento entre a geografia, a arquitectura e a biologia. “São paisagens que têm um ADN compósito”, onde convivem elementos antigos, modernos, rurais e urbanos.

18 março 2013

Câmara tem de aproveitar melhor o festival (2)

Pereira Júnior, actual presidente da Câmara de Paredes de Coura, parece que esclarece as dúvidas e questões lançadas pelo seu assessor e candidato à sua sucessão. E, apesar de reconhecer a importância do “balão de oxigénio” do festival para o concelho, sempre vai dizendo que não sabe se o município terá hipótese de tirar muito mais proveito do que isso daquele evento. Para ler numa reportagem sobre o Festival de Paredes de Coura, publicada este fim de semana no Jornal de Notícias.

14 março 2013

Câmara tem de aproveitar melhor o festival

© Constança Quiteiro/Talkfest “Temos de aproveitar melhor o festival para projectar mais a terra ao longo do ano”. E quem o diz é Vitor Paulo Pereira, no decorrer de um debate onde, durante três dias, a discussão girou em torno dos festivais de Verão. O programa desta iniciativa trazia o nome de António Pereira Júnior como participante no evento, mas acabaria por ser o seu assessor, e actual candidato à sua sucessão, a participar no painel que discutiu os festivais de música como factor turístico e económico.

Curiosamente, a participação de Vitor Paulo Pereira parece ter gerado alguma confusão por parte de quem fez a cobertura noticiosa do evento, com alguns meios de comunicação social a apresentá-lo como ex-elemento da organização do Festival de Paredes de Coura, enquanto outros ainda o identificam como organizador do festival courense. Todos o referenciam, contudo, como candidato à autarquia.

E foi nessa dupla qualidade, defendendo as duas camisolas, que Vitor Paulo Pereira referiu que a Câmara courense “tem o dever de melhor aproveitar este evento”. Uma crítica a que se juntou a constatação de que acabar com o festival é prejudicial para o concelho, em termos económicos, até porque, explicou aquele responsável, alguns sectores de actividade apenas sobrevivem por causa do festival, nomeadamente a restauração, onde “há quem faça 60% da facturação anual naquela altura”.

Na sua participação, Vitor Paulo Pereira lamentou também que as margens de lucro dum evento como o Festival de Paredes de Coura não permitam apostar numa complementaridade de conteúdos a nível cultural, como seria desejável. “As margens de lucro estão esmagadas. Hoje os lucros podem vir de uma sandes ou de uma bifana”, acrescentou.

12 março 2013

Mais um que passa ao lado

 Fábrica espanhola de atum poderá criar 200 novos empregos no Alto Minho – notícia da Rádio Vale do Minho

Uma boa notícia para o Alto Minho, sem dúvida. E por Alto Minho entenda-se Viana do Castelo, Ponte de Lima e Valença, os concelhos apontados como candidatos a receber uma nova fábrica, que irá criar 200 postos de trabalho. Numa altura em que os números do desemprego sobem todos os meses, esta é, sem dúvida, uma boa notícia.

Lamentavelmente, Paredes de Coura não surge no lote de possíveis destinos desta nova unidade industrial. É mais um investimento que nos contorna e que bem poderia ter cabimento em qualquer uma das nossas zonas industriais, onde o espaço abunda e os projectos anunciados teimam em não se concretizar.

A propósito de projectos anunciados, verifiquei esta semana que o projecto do hotel e campo de golfe na Pena, Mozelos, ainda parece estar de pé. Pelo menos tendo em conta o pedido feito à Câmara municipal de Paredes de Coura pela empresa promotora, que deseja ver reconhecida a qualidade de Projecto de Interesse Nacional daquela aposta que, sinceramente, julguei que já tinha sido colocada de parte há muito. Haja esperança!

11 março 2013

Vale a pena reclamar!

Na última assembleia municipal de Paredes de Coura, José Cunha, do PSD, questionou o presidente da Câmara sobre o mau estado de conservação dos jardins da vila e quis saber quando é que o autarca os iria “mandar arranjar”. Na altura, Pereira Júnior reconheceu o estado de abandono dos jardins, mas explicou que a Câmara tinha outras prioridades e que, eventualmente, essa situação poderia ser tida em conta aquando dos arranjos finais dos jardins das Portas do Corno de Bico.

No entanto não foi preciso esperar tanto. E na semana passada, mesmo com o mau tempo a fazer-se notar, eis que uma equipa de funcionários municipais já começou a arranjar alguns dos jardins do município, prevendo-se que esse trabalho seja, agora, alargado aos restantes. É caso para dizer que, às vezes, vale a pena reclamar.

09 março 2013

Alternativas

Macedo de Cavaleiros reduz fatura da iluminação pública – notícia da LUSA

Como seria de prever, há sempre várias soluções para um mesmo problema. Realço, nesta notícia, o “sem privar a população do serviço”. Já agora, alguém sabe se as medidas tomadas por Paredes de Coura surtiram impacto? E qual foi?

08 março 2013

Esquecimentos (actualizado)

No artigo sobre blogues de Paredes de Coura que saiu na última edição do Notícias de Coura, Eduardo Daniel Cerqueira, autor do blogue Paredes de Coura – Território com Alma, explicava que a ideia de criar aquele espaço surgiu para colmatar “algumas falhas de informação ou simples esquecimentos”. Nem de propósito, bastou-me percorrer os últimos posts daquele blogue para encontrar um exemplo gritante de esquecimento… por parte das entidades municipais.

Falo do centenário da classificação da Igreja Românica de Rubiães como monumento nacional, que parece ter escapado à memória da autarquia. Trata-se, simplesmente, de um dos dois únicos exemplares do património courense que detém aquela classificação (o outro é conjunto formado pelo troço da via romana e dos 14 marcos miliários existentes também em Rubiães). A efeméride, contudo, passou completamente despercebida. Ou passaria, não fosse o Eduardo Daniel Cerqueira republicar uma informação veiculada inicialmente no Blogue do Minho, de Carlos Gomes, outro que tem feito um trabalho excepcional na divulgação do que se vai fazendo nesta região.

Actualização – Entretanto chegou-me às mãos a última edição de O Coura, onde, por coincidência, vem referido o centenário da classificação da Igreja Românica de Rubiães. No entanto, também O Coura parece ter-se esquecido… de indicar a origem da informação.

05 março 2013

Décio candidato confirmado… em Dezembro

Na última edição de O Coura, Décio Guerreiro desmentia o convite a Miguel Figueiredo, noticiado na semana anterior pelo Notícias de Coura. E, surpreendentemente, dizia que ainda nem sequer era candidato para poder andar a convidar quem quer que fosse. O PSD, contudo, parece contrariar esta última informação adiantada por Décio Guerreiro

É que o nome do actual líder do grupo municipal social-democrata na Assembleia Municipal courense, surge incluído numa lista de candidatos homologados pelo Conselho Nacional do PSD, já em Dezembro de 2012, altura em que, aliás, a comunicação social deu conta do avanço da sua candidatura à Câmara de Paredes de Coura. Décio Guerreiro, contudo, justifica essa situação com alguma confusão por parte das estruturas nacionais do seu partido, que teriam homologado o seu nome antes de tempo.

O certo é que, mesmo ao nível distrital, o nome de Décio Guerreiro é já tido como certo na corrida à Câmara de Paredes de Coura. Isso mesmo dá a entender Eduardo Teixeira, presidente da distrital de Viana do Castelo do PSD, que diz que o nome de Décio Guerreiro surge por proposta dos órgãos locais do partido e que a distrital respeitou a decisão dessas estruturas locais. Eduardo Teixeira, que diz depositar grandes expectativas nesta candidatura, realça a personalidade de Décio Guerreiro e a sua experiência autárquica, estando confiante de que o candidato social-democrata irá congregar as várias forças à sua volta e conseguirá afirmar o seu projecto e ganhar a câmara.

Será? Será mesmo?

 PONTE DE LIMA - Concelho pode investir sem se endividar – notícia da Rádio Vale do Minho

Se for assim, não basta fazer, é preciso ensinar a quem não sabe.

04 março 2013

Dinheiro do PAEL está a chegar

O Tribunal de Contas já emitiu o visto relativamente ao pedido de empréstimo da Câmara de Paredes de Coura e o dinheiro deve chegar nos próximos tempos. A autarquia courense, recorde-se, pediu 3,5 milhões de euros ao abrigo do Plano de Apoio à Economia Local (PAEL), com vista à regularização e pagamento das dívidas contraídas até 31 de Dezembro de 2012.

Não serão, contudo, os 3,5 milhões de euros que virão para os cofres do município courense. Isto porque o Tribunal de Contas não aceitou os documentos referentes a Dezembro de 2012, por entender que ainda não se tratava de dívida vencida. Deste modo, a Câmara de Paredes de Coura vai receber apenas 2,8 milhões de euros, para saldar as dívidas da autarquia que, adiantou o seu presidente, no que se refere a 2013, tem tudo pago.

União de freguesias: ninguém avançou para tribunal

scanNenhuma das dez freguesias courenses afectada pela proposta de reorganização administrativa emanada pela Unidade Técnica para a Reorganização Administrativa do Território, avançou com o pedido de impugnação desta proposta nos tribunais. Aquando da discussão da proposta na Assembleia Municipal de Paredes de Coura ficou no ar a hipótese das freguesias afectadas recorrerem da decisão junto das instâncias judiciais, mas agora, volvidos cerca de três meses, ficou a saber-se que nenhuma delas o fez.

A questão foi levantada por Décio Guerreiro, que quis saber se alguma junta de freguesia tinha avançado para tribunal e a resposta foi uma e apenas uma: não. A proposta, recorde-se, prevê a união de Paredes de Coura e Resende, Cristelo e Bico, Cossourado e Linhares, Insalde e Porreiras e Formariz e Ferreira. Esta última freguesia, aliás, chegou a solicitar uma audiência a alguns dos partidos com assento na Assembleia da República e levou a sua contestação a Lisboa, mas agora também não avançou para tribunal.

A justificação para esta atitude surgiu pela boca de Carlos Barbosa, advogado e membro eleito do grupo municipal do Partido Socialista, que explicou que, em casos de outras freguesias, os tribunais estariam a conotar essas acções com uma postura política e não com a questão civil em mente, como se esperava. “Seria gastar dinheiro sem resultados”, acrescentou.