Nada, rigorosamente nada, é o que nos reserva o PIDDAC de 2010. Traduzindo: à luz do Orçamento de Estado para 2010, ainda por aprovar, o Governo não reserva para Paredes de Coura qualquer verba para qualquer projecto no decorrer deste ano. Um cenário que, contudo, nem será de admirar, tendo em conta os orçamentos de anos anteriores, cada vez mais esquecidos de Paredes de Coura. O do ano passado, recorde-se, contemplava apenas a obra do Arquivo Municipal, que já estava em funcionamento desde o ano anterior.
Este ano, contudo, nem um cêntimo nos calha. A nós e a outros, é certo, como Vila Nova de Cerveira, que também vai ficar à míngua. O presidente da Câmara de Paredes de Coura, em declarações à Rádio Geice , diz que já está habituado a este tipo de esquecimento, que considera um sinal do desinvestimento que tem sido feito nos últimos anos no distrito. Uma posição com a qual concordo plenamente. De ano para ano as verbas destinadas ao distrito têm vindo a diminuir e, se este ano subiram ligeiramente, tal não representa um aumento do investimento nos dez municípios, já que Viana do Castelo (e o eterno Polis) ficam com a fatia de leão e aos restantes cabem as migalhas. A excepção será Melgaço, com 285 mil euros inscritos para a construção do lar de idosos da Santa Casa. Muito longe, ainda assim, dos mais de 3 milhões de euros que vão direitinhos para a capital de distrito.
O PIDDAC é, contudo, em muitos aspectos, apenas uma previsão de intenções. Por um lado nada obsta a que projectos que não estejam ali contemplados venham a surgir e a ser concretizados, e assim o espera o autarca courense relativamente à instalação da unidade de cuidados continuados ou à ligação à A3, por exemplo, projectos que mesmo não estando incluídos em PIDDAC podem ver a luz do dia. Por outro lado, mesmo tratando-se de simples intenções, é muito triste que um dos principais documentos previsionais do pais não dedique uma única linha a todos os seus municípios. Triste sinal de que ainda há muito para fazer.
Nota: Aproveito para recomendar a leitura deste artigo de Manuel Pires de Trigo com a sua crítica à distribuição de verbas do OE 2010.