27 janeiro 2011

Finalmente, alguém com bom senso!

COURA - Associação dos Bombeiros Voluntários considera que a SIV veio prejudicar e "substituir" o trabalho dos bombeiros – notícia da Rádio Vale do Minho

Custos desnecessários e meios que não são utilizados quando o poderiam ser. Finalmente alguém com bom senso a dizer que o facto de termos um ambulância de Suporte Imediato de Vida no concelho não são só vantagens. Mais mais haveria para criticar, a começar pela redução do horário do Centro de Saúde, encerrado que foi o SAP. E lembrar que nem tudo o que foi acordado foi cumprido, por este ou por aquele motivo, uns mais válidos que outros. Promessas, é o que é!

23 janeiro 2011

Coura com Cavaco

Paredes de Coura manteve a sua tradição e votou à direita para eleger o novo Presidente da República. Resultado: revalidou o título para mais uma viagem de Cavaco Silva para os lados do Palácio de Belém. O actual e futuro presidente conseguiu, por terras de Coura, quase 61% dos votos. O seu mais directo opositor, apoiado pelo PS e Bloco de Esquerda, não logrou chegar aos 16%. Muito, muito longe de Cavaco.

À parte todas as ilações políticas que as televisões nos têm transmitido, com comentadores a torto e a direito, reservo-me o direito de também tecer alguns comentários a este acto eleitoral, sob a perspectiva local. E foco-me apenas em dois pontos. O primeiro, a abstenção, um monstro a nível nacional que também deixou marcas no concelho. Apenas 40% dos cidadãos recenseados em Paredes de Coura exerceram o seu direito de voto e em algumas freguesias os números da abstenção atingiram mesmo número assustadores (os mais de 72% de Bico deveriam de ser alvo de reflexão). Será a abstenção uma forma de protesto? Não creio, antes uma forma de desleixo.

O outro ponto prende-se com a candidatura pseudo-alternativa dos que não se reviram na escolha oficial do Partido Socialista. Defensor Moura nunca foi alternativa a coisa alguma e conseguiu até a proeza de ficar atrás da “coisa” mais divertida que esta campanha eleitoral teve, de seu nome José Manuel Coelho. No distrito, que foi onde quase exclusivamente fez campanha, ficou-se pelo terceiro lugar, com pouco mais de 11 mil votos, oito mil dos quais alcançados na sua Viana do Castelo, a cujos destinos presidiu até há pouco mais de um ano. Pergunto: valeu a pena?

Resultados em Paredes de Coura

Votantes 40,12%

Votantes: 3.914

Inscritos: 9.756

Cavaco Silva   60,84%   2.256 votos

Manuel Alegre  15,91%   590 votos

Fernando Nobre  9,71%  360 votos

Defensor Moura  5,93%  220 votos

José Coelho  4,64%  172 votos

Francisco Lopes  2,97%  110 votos

21 janeiro 2011

A culpa é da assessora

08-02-09_2206Receber uma nota de imprensa da Câmara de Arcos de Valdevez a dar conta da campanha eleitoral de Cavaco Silva é algo de impensável? Talvez não, porque na semana passada as redacções dos órgãos de comunicações da região receberam um email, do gabinete de imprensa da câmara arcuense, que falava disso mesmo, da campanha eleitoral do actual Presidente da República. A culpa? Costuma morrer solteira, mas desta vez calhou ser atribuída à “inexperiente” assessora de imprensa daquela câmara.

Foi “um erro da assessora de imprensa, que já assumiu responsabilidade total pelo acto e já pediu desculpa pelo mesmo”, esclarece o presidente da Câmara, o social-democrata Francisco Araújo, que vai mais longe e diz mesmo que aquela profissional “é nova” e saiu “há poucos dias dos bancos da universidade”. Assim mesmo, num quase atestado de incompetência passado pelo patrão à funcionária.

Até pode ter sido mesmo um “erro” da jovem assessora, mas o que é certo é que, não raras vezes, acontecem situações do género em vários municípios do país, onde muitas vezes se confunde o serviço da autarquia com as funções de campanha eleitoral. E se há algumas situações que conseguem passar mais ou menos despercebidas, como as inaugurações em vésperas de eleições e os famosos boletins municipais que, apesar de serem obrigados a permitir a participação da oposição, só trazem as fotografias com os elementos da maioria do executivo, outras há que são mais evidentes e muitas vezes resultam em queixas junto da Comissão Nacional de Eleições, como aconteceu agora em Arcos de Valdevez.

Em política, como noutras situações aliás, é preciso saber separar as águas e não basta ir assistir ao comício do candidato com o carro próprio em vez de levar o carro da câmara. É preciso também assegurar que a secretária ou o assessor ou outro funcionário camarário qualquer, que até podem participar também no comício, ali estão como cidadãos e não como funcionários municipais. E, assim sendo, no caso de Arcos de Valdevez é válido questionar se o erro foi a assessora ter enviado a referida nota de imprensa à comunicação social ou o facto de ter ido ao jantar-comício de Cavaco Silva investida do papel de assessora de imprensa da câmara? São os dois inadmissíveis, mas um deles pode não ser só dela!

20 janeiro 2011

É o que temos!

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O tema que se segue é recorrente por estas bandas. Infelizmente! É que, não sei porquê, mas sempre que tenho necessidade de me deslocar ao Centro de Saúde de Paredes de Coura, quase que venho de lá mais doente do que quando entrei, mesmo quando nem sequer era eu o doente a assistir. Longas horas de espera têm o condão de me fazer sentir doente, vá-se lá saber porquê.

Na minha última visita ao Centro de Saúde só precisei de esperar pouco mais de duas horas para ser atendido. Coisa pouca disse-me depois quem conseguiu ultrapassar a barreira das três horas. Ah! E eu a pensar que tinha, finalmente, conseguido atingir um qualquer recorde.

Vistas bem as coisas, até que não foi mau de todo. Só tenho pena que não me tivesse precavido. É que, talvez por já não estar habituado a estas coisas de longas demoras no Serviço Nacional de Saúde, não estava preparado para a espera . Se estivesse podia ter aproveitado para, imagine-se, preencher o meu IRS ou satisfazer aquela minha vontade de reler “Guerra e Paz” enquanto aguardava na sala de espera do Centro de Saúde. Mas não, não levei os papéis com a contabilidade do ano passado nem a obra prima de Tolstoi e por isso limitei-me a esperar.

Que remédio, diziam-me. Pois, que remédio temos quando isto é o que temos por cá, por Paredes de Coura? Pois que deixamos fugir as urgências nocturnas, primeiro, e o serviço de atendimento permanente, logo, logo a seguir. Ficamos com uma consulta aberta que parece não dar vazão a quem a procura o que origina esperas de, ora deixa cá ver, mais de duas horas. Longe vai aquela noite fria e chuvosa de Abril onde duas dezenas de courenses e outisider’s se manifestaram pela manutenção do serviço de atendimento permanente, perante a indiferença (desdém até?) dos poderes instalados. Da manifestação resta apenas um papel afixado na porta do Centro de Saúde (que, realce-se, já nem sequer maçaneta tem) a anunciar o horário reduzido de atendimento. Pena que não seja tão reduzido como o tempo de espera da consulta aberta.

 

PS: Apesar de tudo, ainda há quem se preocupe com o bem estar dos doentes que acorrem ao Centro de Saúde. No meio disto tudo, valha-nos ao menos o bom serviço desses profissionais.

12 janeiro 2011

Contenção

Na sua primeira edição de 2011, o Notícias de Coura deu a conhecer algumas das medidas de contenção que a Câmara Municipal de Paredes de Coura se propõe implementar. Novidades? Algumas. Ou se calhar nem por isso.

O aumento das tarifas da água é tema que há muito vem sendo abordado pela autarquia courense, que não perde a oportunidade para se queixar que está a subsidiar metade do custo deste bem essencial. Ora, em tempo de contenção, será que vai deixar de o fazer? Sim, explica o presidente da Câmara. E vai subir muito? Pereira Júnior fala num “aumento ligeiro”, por isso é de pensar que a autarquia vai continuar a suportar parte da diferença existente entre o valor a que compra e o valor a que vende a água no concelho. Aqueles que estiveram compra os negócios entre a Câmara e as Águas do Minho o que pensarão disto agora?

Depois fala dos cortes na iluminação pública, por demais abordados e criticados aqui, e cujos efeitos se questionam, até porque, pelos vistos, este ano pouco se sentirão, pois só lá para Junho é que estarão reunidas condições para se fazerem. EDP dixit. Oportunidade, no entanto, para ficar a saber a opinião da oposição sobre este assunto, com o regressado José Augusto Viana a contestar esta atitude, explicando que cortaria apenas na iluminação ornamental.

Mas o vereador social-democrata vai mais longe e atira: em tempo de crise não são necessários dois vereadores a tempo inteiro e um assessor da presidência. A autarquia, contudo, a nível interno recomenda apenas um esforço de poupança na despesa corrente, nomeadamente ao nível de comunicações e consumíveis. De fora fica o pessoal, até porque, umas páginas mais à frente no mesmo jornal, verificamos que ficou porta aberta para aumentar o quadro de pessoal do município.

Novidade, ou talvez não, é o assunto que o Notícias de Coura puxa para título da notícia, em que Pereira Júnior diz querer baixar os gastos com transportes escolares, que actualmente rondam os 50 mil euros mensais. Como? Com a definição de uma nova estratégia de transporte que possibilite a diminuição dos custos. Esclarecido? Nem por isso. Não sei porquê mas estas “definições de estratégias” deixam-me sempre com a pulga atrás da orelha, até porque mais adiante se pode ler que os cortes na despesa da Câmara não afectarão a área social e a educação. Não? A ver vamos. É que, pelo que consta, a mudança de “estratégia” para o transporte dos alunos do primeiro ciclo passa pelo abandono das recolhas quase à porta, passando para um circuito de transportes semelhante aos dos alunos da escola EB 2.3 e Secundária, cuja recolha é feita apenas nas estradas principais. Ora, para muito dos alunos das freguesias, isto é voltar à situação que existia antes da concentração das escolas que apontava o transporte dos alunos como uma das vantagens. Mais, para muitos alunos é ainda pior (leia-se mais longe) do que quando as escolas estavam nas freguesias!

06 janeiro 2011

Boas notícias

COURA - Empresa de produtos plásticos cria 50 postos de trabalho – notícia da Rádio Vale do Minho

Mais do que a vinda de uma nova empresa para Paredes de Coura, que permitirá colmatar o fecho anunciado de outras, é de salientar o optimismo da autarquia courense, com o presidente da Câmara a afirmar que há vários empresários, nomeadamente espanhóis, interessados em instalarem-se no concelho. Assim seja!

Apertar o cinto… no cinema

centro cultural 1O novo ano chegou e com ele o anunciado apertar (ainda mais) do cinto. A crise é palavra de ordem e poupar é ordem que a ver vamos se se cumpre. E em Paredes de Coura, curiosamente, o primeiro sinal surgiu com a agenda cultural: vamos ter menos sessões de cinema em Paredes de Coura.

Antes que perguntem, eu esclareço: sou um fervoroso apoiante das sessões de cinema no Centro Cultural de Paredes de Coura. A minha assiduidade já foi melhor (muito melhor) mas não me esqueço da boa surpresa que tive quando para aqui vim morar e me deparei com sessões de cinema a menos de metade do custo das grandes cidades. É certo que com algum atraso nas exibições, mas a esse preço não se pode exigir que os hits de bilheteira cheguem cá no momento da estreia e para mim ainda há muitos filmes que valem mais no cinema do que no abrigo do sofá cá de casa.

Neste momento desconheço qual o índice de afluência dos courenses ao cinema. Nos últimos filmes que vi a sala estava praticamente cheia, a contrastar e de que maneira com o cenário de há 11 anos, em que o público muitas vezes não chegava às duas dezenas. Não sei, por isso, se o público continua a aparecer no Centro Cultural ou se virou as costas ao cinema cá na terra. Desconheço, por isso, se os cortes nas exibições se ficam a dever a falta de público ou a outros factores, nomeadamente falta de pessoal para assegurar o funcionamento do cinema em paralelo com outros eventos no Centro Cultural. É que, pelo que se pode ver na agenda cultural de Janeiro, agora só temos cinema um dia por semana, ao sábado ou ao domingo, dependendo da utilização do Centro Cultural com outros eventos.

Ou seja, ao invés de três sessões semanais, passamos a ter apenas duas. Em tempos de austeridade, é uma medida com que temos de viver e seguramente não será nem a única, nem a pior. Ainda assim, faz-me confusão que não haja um dia fixo para ir ao cinema, pois se esta semana é ao sábado, na próxima é no domingo e depois volta a ser ao sábado, porque o Centro Cultural está ocupado com outras actividades nos domingos. E se nos shoppings das grandes cidades temos sessões durante toda a tarde e noite, não sei porquê mas aqui faz-me confusão ir assistir a uma sessão de cinema a um sábado ao início da tarde. Não sei porquê, mas quer-me parecer que a essa hora há mais coisas para fazer!