30 novembro 2007

Ainda bem... por tão pouco (actualização)

E não é que vale a pena chamar a atenção!? Depois da crítica dois posts mais abaixo, eis que surge aqui a informação que se pedia. Ainda vai a tempo.

29 novembro 2007

Segundo "round"

Amanhã há Assembleia Municipal de Paredes de Coura. Pelas 21 horas, nos Paços do Concelho. Agradeço a informação fornecida pelo Eduardo Daniel Cerqueira, porque na página da Internet deste órgão autárquico só aparece a convocatória para a sessão de… Setembro. Acho que não se trata de lapso ou esquecimento. Provavelmente o site ficou bloqueado depois da última reunião. É que, recorde-se, a sessão ficou na memória não tanto pelo que lá se discutiu ou deixou de discutir, mas sim pela polémica causada pela intervenção da líder da bancada social-democrata que, segundo se pôde ler na comunicação social, terá dirigido duras palavras ao seu vereador. Coisa que, no entanto, o referido vereador já fez questão de desmentir.
De qualquer das formas, aguarda-se com expectativa a reunião de amanhã. Não se julgue, contudo, que é por estarmos à espera de ver Maria José Fontelo e José Augusto Viana de novo envolvidos em polémica pelo que disseram ou deixaram de dizer. Tricas que até ajudam a animar o serão no salão nobre da Câmara Municipal mas que não passam disso mesmo, de tricas, “fait-divers” e distracções. A expectativa reside, explique-se, na ordem de trabalhos da reunião, nomeadamente no segundo ponto da ordem do dia que é, nem mais nem menos, que a apreciação, discussão e votação das opções do Plano e Orçamento da autarquia courense para o próximo ano, o documento mais importante da gestão da Câmara.
Tema quente, portanto, mesmo sabendo de antemão que o Orçamento vai ser aprovado pela maioria socialista. Mas, num assunto tão importante como este, e sendo do conhecimento público que os presidentes de junta foram ouvidos na elaboração de tal documento, será curioso ver se haverá alguma reclamação em cima da votação. Além disso, tenho na memória as palavras de Décio Guerreiro aquando da votação em reunião de Câmara. Ele e José Augusto Viana votaram contra o Orçamento para 2008, mas deixaram bem claro que reconhecem liberdade de voto aos membros da AM eleitos pelo seu partido. Nomeadamente aos presidentes de junta, realçou o vereador.
E porquê, pergunto eu? Haverá represálias para os que se opuserem à escolha da maioria que governa a Câmara? É que essa é, pelo menos, a suspeita mais ou menos dúbia que deixam subentender as palavras de Décio Guerreiro. Serão apenas insinuações, mas não é por isso que deixam de ser muito graves. E, das duas, uma: ou são explicadas ou são investigadas.

28 novembro 2007

Ainda bem... por tão pouco

Ainda bem que temos o Notícias de Coura para nos dar a informação que a Câmara não consegue fazer passar. Afinal andava eu tão enganado, a pensar que a autarquia de Paredes de Coura se tinha esquecido das comemorações dos 50 anos da publicação de "A Casa Grande de Romarigães" quando tal não era verdade. Quer dizer, eu sabia que o escritor Mário Cláudio tinha sido incumbido de programar a evocação de tão grande efeméride, isso sabia. Como também sabia que o Executivo camarário tinha aprovado, no passado dia 5 de Novembro, uma proposta para essa celebração, feita pela Árvore, cooperativa portuense dedicada às questões culturais. Cerca de 50 mil euros para um encontro de leitores e uma actuação musical do guitarrista Pedro Caldeira Cabral. E mais nada.
No site da Câmara nem uma informação sobre a data de tal evento, ao que parece marcado assim em cima do joelho, do género "tem de ser em Dezembro porque os 50 anos comemoram-se em 2007 e não em 2008". Ahh... mas lembrei-me que, em Setembro, já tinha lido qualquer coisa sobre o assunto. Procurei aqui no meio da papelada e lá encontrei. Em Setembro a autarquia de Paredes de Coura anunciava que o tal encontro de leitores, o que foi aprovado este mês, em cima da hora, iria ter lugar a 1 de Dezembro.
Mas, o dia 1 de Dezembro é no próximo sábado! Não pode... assim tão em cima da hora! Se na Câmara não há qualquer informação, então é porque foi adiado, só pode. No entanto, como nestas coisas não há certezas, só me restavam duas coisas: esperar pela próxima agenda cultural e ver se aparecia lá alguma coisa, ou então aguardar a próxima edição do Notícias de Coura e ficar a saber tudo sobre o assunto. E assim fiz. Ontem ao chegar a casa abri o jornal e lá vinha o programa tão desejado. Ahh.. afinal é no dia 8 de Dezembro. Quase que não chegava a tempo...
Mas será que é mesmo nessa data? E é só isso? Admira-me a Câmara não divulgar mais um evento do género, por um lado, e por outro lado ficarem-se as celebrações apenas por um encontro de leitores. Mas, se vem no jornal, há que acreditar.
Se calhar o melhor mesmo é aguardar pela agenda cultural e ver se aparece lá alguma coisa sobre o assunto. Ou então continuar a seguir os blogues de Jofre Alves, a quem "pedi emprestada" a fotografia que ilustra este post. Ele que, bem preparado, tem evocado a efeméride ao longo de todo o ano, ocupando um papel que se calhar caberia à autarquia, será que foi convidado para participar no tal encontro de leitores?

27 novembro 2007

Contas feitas

Procurei…mas não encontrei. Em lado nenhum. Será de admirar? Não. E que procurava eu assim de tão transcendental? Nada de especial, apenas a proposta de orçamento da Câmara Municipal de Paredes de Coura para o próximo ano. Mas nada… Não encontrei em lado nenhum.
São já várias as autarquias que disponibilizam esses documentos online, nas próprias páginas Internet de cada município para poderem ser consultados pelos seus munícipes. Afinal, não será esse o objectivo principal dessa mesma página, ou seja fomentar uma melhor comunicação entre governantes e governados? Claro que sim! Basta fazer um pequeno exercício de pesquisa pela Net para verificar que muitos municípios têm ali, à distância de um click, toda a informação que interessa aos munícipes.
Em Coura também já temos muito e saúda-se o melhoramento substancial do site da Câmara nos últimos dois anos, mas ainda há documentos que lá não aparecem e bem que podiam aparecer. E exemplo maior é o orçamento do município para 2008. Não está lá! Sabemos que é de cerca de 23 milhões de euros, que foi analisado em reunião extraordinária da autarquia realizada há duas semanas, e que foi aprovado com os votos a favor da maioria socialista e os votos contra da oposição social-democrata. Ora, se a aprovação não é surpresa, já o voto contra da oposição é novidade, pois no ano passado, com um orçamento ligeiramente superior, o PSD votou ao lado da maioria. Será que o orçamento mudou assim tanto? Não sabemos, pois que não temos o documento…
Mas temos as críticas de Décio Guerreiro e José Augusto Sousa, os dois vereadores social-democratas, que dizem que no orçamento para 2008 constam diversas obras já executadas durante este ano, sinal de que foram feitas mas não foram pagas. O que, aliás, já tinha acontecido no ano passado, em que afirmavam que 20% do orçamento de 2007 se reportava a obras que já estavam terminadas em 2006. Ou seja, encontramos obras repetidas que já sabemos, à partida, que não serão feitas em 2008… porque já estão feitas e só aparecem no documento para justificar o seu pagamento.
A oposição critica ainda a repetição do orçamento de 2007 nas previsões para o próximo ano, naquilo que considera ser “reflexo da baixa percentagem de execução de 2007”. A finalizar, a informação de que o PSD não concorda com “a proposta da venda de água”. Estarão a falar da privatização? Não sabemos, não temos o documento, mas ficamos à espera do aumento das tarifas.

22 novembro 2007

Pelas notícias...

Também nós...
Os habitantes da Galiza querem ver os canais portugueses de televisão em sinal aberto. Pois... Também nós! E já nem pedimos a SportTv ou a SIC Notícias. Bastam-nos os quatro canais de acesso livre em boas condições de recepção. E daí, se pensarmos bem, até dispensamos a TVI. E acho que os galegos, quando conhecerem a programação, também dispensam.


E só eles é que protestam?
O Partido Ecologista "Os Verdes" contestou na Assembleia da República o PIDDAC 2008 para Viana do Castelo, aludindo ao "desinvestimento" da administração central neste distrito. Se não fossem "Os Verdes" estavamos bem tramados. Os deputados de "Os Verdes" eleitos pelo distrito é que fazem um bom trabalho. O quê? Não há deputados "verdes" eleitos por Viana? Só do PS, PSD e CDS-PP? Então e eles estão à espera de quê?


Às escuras não vi as horas
Números da EDP hoje divulgados no Jornal de Notícias dizem que, em média, os portugueses estiveram 105 minutos sem luz em 2006. Sinceramente não sei quanto tempo dura uma vela, mas tenho cá para mim que nós, em Paredes de Coura, estivemos mais. Tenho de comprar um relógio com mostrador luminoso pra começar a controlar isso. Ou então um gerador. O que gastar menos luz, porque ela por aqui tende a falhar... muito.

Esteve mesmo para passar por cá
O Dakar volta a ter Lisboa como ponto de partida, à semelhança do que aconteceu no ano passado. Mas a edição de 2008 passa também pelo Ribatejo, antes de rumar ao Algarve e daí a Espanha. Acho que a organização ainda equacionou uma etapa por terras de Coura, dado o estado em que se encontram algumas das estradas do concelho, mas depois achou que os jipes não aguentavam tanto. Paciência. Fica para a próxima.

Em pratos limpos

Alguém comprou? Alguém conseguiu comprar aquela colecção exclusiva? Falo da colecção única de seis pratos de porcelana, com motivos alusivos a Paredes de Coura, que uma empresa de Lisboa teve à venda recentemente, por um período limitado de tempo. Alguém comprou? A sério que queria comprar os seis pratos, mais não fosse para ter o prazer de comer um cozido à moda de Bico em cima da Câmara Municipal, ou um arroz das Vessadas sobre a imagem do edifício do Turismo!
Ai os pratos eram para enfeitar, não para utilizar?! Ahh!… Peço desculpa, não reparei. É que fiquei tão fascinado com os motivos representados em tão ilustre colecção que nem sequer vi para que serviam. Eram pratos, então pensei que fossem para comer. Ou para deitar ao lixo. Se calhar mais até para deitar no lixo…
Agora a sério, acredito que tenha havido muito gente a comprar a colecção de seis pratos em porcelana. Há gostos para tudo e, como costuma dizer-se, gostos não se discutem. Mas, desconhecendo quem teve a ideia e quais os critérios da escolha dos cenários, não posso deixar de criticar tal escolha.
É claro que tudo isto tem um objectivo comercial. Ninguém se lembrou de fazer estes pratos apenas com o intuito de homenagear o concelho e os courenses. Mas que dizer de uma iniciativa que, num concelho com 21 freguesias, cada qual com sua maravilha (basta ler o Notícias de Coura para as ficar a conhecer), foi buscar para “embelezar” os pratos seis imagens da vila, sede do concelho?
Não haveria cenários mais interessantes? Que dizer de uma ponte românica, de uma Cividade ou de uma igreja de S. Pedro de Rubiães? Não! Optaram os promotores desta colecção pela imagem da Igreja Matriz ou do chafariz junto à Misericórdia. Não retirando o devido valor a cada um, acho que não são suficientemente fortes para representar a beleza, ainda que arquitectónica, do concelho. Mas a cereja em cima do bolo surge no prato que ostenta um grande símbolo do concelho, da vila, da arquitectura courense até: a imagem do Tribunal de Paredes de Coura.
Será que, ao ouvirem dizer que estaria para fechar, os responsáveis pela colecção pensaram que seria um edifício marcante na história do concelho? Ou, com medo que ao fechar o deitassem abaixo, resolveram perpetuar a sua imagem na cristaleira de todos os courenses? Fiquei na dúvida e não comprei. E agora? Alguém tem para vender?

21 novembro 2007

À mesa é que a gente se entende (2)

Depois de escrever o post anterior, fiquei a matutar nesta questão da gastronomia enquanto chamariz turístico. Nada de novo, aliás. Quem não se recorda dos visitantes que faziam fila para provar a truta da Miquelina. Eu não, que não a cheguei a conhecer, mas pelo que me contaram justificava bem a fama que tinha.
Mas a gastronomia é mais que um chamariz. Acho mesmo que é um importante património do Minho que merece ser defendido, quer pelas entidades do sector, quer por parcerias como as confrarias que procuram zelar pelo bom nome de alguns pratos em particular, da gastronomia em geral, num tempo em que os rojões à moda do Minho têm de lutar taco a taco com os hambúrgueres “a la McDonalds”.
Tenho de admitir que gosto dos dois. Dos rojões, à moda do Minho ou da Bairrada, e dos hambúrgueres que proliferam em qualquer grande superfície comercial. Mas, neste duelo entre o tradicional e o fast food, verifico (e ainda bem) que, cada vez mais, lutam lado a lado, disputando clientes num mesmo espaço. É comum ver uma praça da alimentação onde os estabelecimentos de comida mais ou menos rápida partilham o espaço com restaurantes mais ou menos tradicionais. Vejo o exemplo do Estação Viana, onde entre McDonalds, Pizza Hut e Companhia das Sandes, encontramos a gastronomia típica do Alto Minho no Camelo ou o sabor fresco do peixe da nossa costa na Taverna do Valentim. Dois marcos da cozinha de Viana do Castelo, do Minho pois então, que ali participam numa miscelânea de sabores e culturas. Para quem quer continuar optar pelo tradicional em detrimento do global.

20 novembro 2007

À mesa é que a gente se entende

Será que a gastronomia ainda continua a ser motivo de atracção de turistas? Será que continuamos a ter na mesa um factor de peso quando surge a hora de decidir o destino de um fim de semana, de um passeio? A minha resposta a ambas as questões é a mesma: nem só, mas também.
Há turistas que continuam a vir ao Minho em busca da boa mesa, da boa gastronomia. E as entidades do sector reconhecem isso. Veja-se o exemplo da Câmara Municipal de Braga, que tem estado a promover na Galiza, uma iniciativa de cariz gastronómico que vai decorrer naquela cidade. O objectivo é mais que óbvio, apelar ao apetite de "nuestros hermanos".
Ainda acho que a gastronomia vale, por si só, enquanto atractivo turístico. Mas também sei que, nos tempos que correm, muitas vezes um bom restaurante não chega. Mas e se for um bom restaurante numa região onde pontificam vários outros pontos de interesse, sejam eles na natureza ou no património construído, na oferta cultural ou recreativa de uma determinada vila ou cidade? Então aí temos o pacote completo.
E o Minho oferece-nos o pacote completo? Claro que oferece! A gastronomia não está sozinha na oferta turística de uma região que, agora mais que nunca, deve ser vendida como um produto único, um todo, uma região. E tanto pode ser uma ida ao sarrabulho aliada à visita a um museu, como uma caminhada pela natureza regada a Alvarinho... Exemplos descabidos, é certo, mas que mostram bem a diversidade que pode ser criada de forma a gerar uma maior, ou melhor mais alargada, capacidade de atracção.

Frase do dia

"Uma ambulância? Só um momento, vou ver se arranjo um motorista!"

15 novembro 2007

Quantos são? Quantos são?

Dez concelhos tem o distrito de Viana do Castelo. Só dez, nem mais nem menos. E aqui fica a indicação de todos eles: Arcos de Valdevez, Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira. Informação acessível a qualquer um, basta consultar um mapa de Portugal ou uma enciclopédia daquelas de enfeitar as estantes.
Haverá quem, contudo, pense que são mais. Ou menos, sinceramente não percebi. Veja-se, por exemplo, as recentes declarações da oposição social-democrata na autarquia courense. Numa das últimas reuniões de Câmara, os dois vereadores do PSD resolveram deixar registado em acta o seu descontentamento pela forma como o distrito e o concelho foram (mal) tratados no PIDDAC previsto para o próximo ano. Nada de mais, sendo que até concordo com as críticas feitas, como já havia deixado transparecer aqui.
Mas, como diz o ditado, no melhor pano cai a nódoa, e aquela que até poderia ser uma boa intervenção política acaba manchada por um lapso bem ao estilo da história das contas do PIB que envergonhou António Guterres há uns anos. É que, conforme se pode ler na acta dessa reunião do Executivo, ainda não disponível na página da Câmara, mas afixada nos Paços do Concelho, os dois vereadores social-democratas dizem que o distrito deveria ter sido mais beneficiado, ainda para mais “tendo em conta que oito das câmaras aqui existentes são do Partido Socialista”.
Quantas, perguntamos nós? Pois… Oito, é o que eles dizem. Mas, se o distrito tem dez concelhos, e desse total Arcos de Valdevez e Caminha são do PSD e em Ponte de Lima ganhou o CDS-PP... afinal quantas ficam? Pois… ficam sete, apenas sete. Das duas, uma: ou o PSD ainda se lembra do episódio do orçamento do queijo, protagonizado pelo presidente da Câmara de Ponte de Lima, e tem Daniel Campelo como socialista, ou então já está a dar de bandeja uma das duas autarquias que tem no distrito, a pensar talvez nos resultados das autárquicas de 2009.


Actualização: A acta da referida reunião já está disponível aqui.

14 novembro 2007

(Des) Protegidos

Faz-me confusão ver caçadores numa área protegida. A sério que faz! E não tenho nada contra a caça, ou contra os caçadores (os bons caçadores, que não abandonam os cães no terreno quando estes não lhes servem mais). Mas, sinceramente, faz-me confusão como é que se pode caçar numa área protegida.
Não sei que pensar, por exemplo, quando ao domingo passo pela Área Protegida do Corno de Bico e vejo os carros e atrelados dos caçadores por ali espalhados. Nem sei se eles por ali podem andar, sinceramente desconheço. Mas ainda que possam, por nem todas as espécies animais ali existentes estarem protegidas, fico a matutar como é que se pode andar aos tiros numa área protegida. E se de repente, quando se faz pontaria a uma rola, se verifica que afinal é um picanço-de-dorso-vermelho? Será que disparam? Será que não?
E que dizer do avanço desregrado pela área protegida? E estou a falar daquela zona mais "restrita" com sinalização específica, trilhos programados, etc. Haverá algum cuidado por parte dos caçadores para não danificar a flora existente? Se não seguem os percursos marcados, porque certamente não será lá que anda a caça, como garantir que nada fica estragado ou sujo? Questões que, volto a dizer, me fazem confusão. Ainda para mais quando vejo no site do ICNB que um dos motivos que levou à classificação daquela zona como Área de Paisagem Protegida foi precisamente “a promoção do recreio ao ar livre em equilíbrio com os valores naturais salvaguardados”. Será?

13 novembro 2007

Hoje como ontem... infelizmente

O Prestige foi há cinco anos. Apenas cinco anos, mas que parecem mais, muito mais. Tantos que parece que já caíu no esquecimento. Não pode, é preciso lembrar, lembrar sempre.
Hoje, como ontem, continuam os atentados ambientais, as asneiras, as irresponsabilidades como as que originaram a catástrofe que se vive no Mar Morto. Estamos longe, mas não estamos fora de perigo. Todos os anos milhares de petroleiros continuam a passar ao largo da nossa costa.



Coura à noite

Um deserto iluminado

08 novembro 2007

Águas turvas

O que é que têm em comum o Festival de Paredes de Coura e a truticultura existente em Formariz? Para além do facto de ambos se desenvolverem a partir do rio Coura e na mesma freguesia? Para além de ambos levarem longe, cada qual à sua maneira, o nome do concelho (ainda há tempos descobri que os supermercados Pingo Doce são abastecidos de trutas “made in Coura”)?
A resposta é simples: ambos são apontados como causadores de episódios de poluição do rio Coura. A truticultura já por diversas vezes foi notícia por esse motivo e, inclusivamente, quem de direito já analisou à água da zona envolvente, e terá detectado elevados índices de factores poluentes. Já o Festival tem passado incólume e, a bem da verdade, não há nada que indique taxativamente que polui o Coura. Taxativamente, disse eu, porque indícios disso não faltam.
Que o digam as análises levadas a cabo semanalmente pelo INAG, durante toda a época balnear. Mesmo para quem, como eu, é um leigo nestas questões, salta à vista que a tradicionalmente “aceitável” qualidade da água do rio, na praia fluvial do Taboão, foi este ano, por duas vezes, considerada má. Uma delas, precisamente na semana do festival, com a colheita das águas efectuada no dia seguinte a ter terminado este evento, a registar um aumento considerável dos valores de coliformes totais e coliformes fecais existentes no Coura. Para um leigo, como eu, isto significa águas poluídas, com a indicação de que a praia fluvial ficaria (ficou mesmo?) interdita pelo delegado de saúde.
Um mal menor, dirão alguns. Pois, mas um mal… Se provocado pela concentração de milhares de pessoas naquele espaço ou se pelo deficiente encaminhamento dos esgotos das estruturas temporárias que são montadas de um lado e do outro do rio, isso já não sei. Sinceramente espero bem que se fiquem a dever ao primeiro cenário. É que se for por causa da canalização de esgotos para o rio, é um comportamento que deve ser punido. Se a Câmara está (parece?) tão preocupada com os despejos das vacarias, como se explica a falta de acompanhamento de uma situação como esta, numa zona que é um dos ex-libris turísticos do concelho?

07 novembro 2007

Não sei porquê...

... mas concordo com muito do que escreve o Pedro Morgado neste post do Avenida Central. Ou se calhar até sei...

Quando a sirene toca

Toca a sirene. Mais uma vez. Tem tocado bastante nos últimos dias. De dia. De noite. Toca a sirene. Parece Verão! Em Novembro? Sim, parece Verão.
No quartel a azáfama é grande. Todos os dias há um, dois, três focos de incêndio. De Mozelos a Parada, de Bico a Rubiães. Parece Verão, há quem diga. Pois parece. Há calor, há incêndios, há incendiários. Sim, parece Verão.
Mas é um Verão fora de horas, fora de meses, até. Onde vai já o “período crítico” dos fogos florestais, que este ano registou o menor número de ocorrências dos últimos tempos. Pudera, se só agora é que é Verão… Mas no Verão de Outubro, de Novembro, os incêndios multiplicam-se em Paredes de Coura, em Ponte de Lima, em Valença, no Gerês e um pouco por todo o lado, por todo o país. Nos jornais vem até a notícia de uma corporação que no último mês teve 40 intervenções na mesma freguesia. É por causa do Verão…
É que o Verão acabou e com o Outono regressaram as fogueiras para queimar os restos da limpeza dos campos. Pois o papel afixado na Junta de Freguesia diz que já se pode fazer fogueiras, porque não se hão-de fazer? Só porque, apesar de estarmos em Novembro, ainda é Verão?
E a sirene a tocar. De tal modo que, essa tal corporação, em Oliveira de Frades, já terá sido acusada de fazer muito barulho e, mais dia, menos dia, ainda a proíbem de tocar a sirene a chamar os voluntários. Que arda, então? Que se mude o sistema e se acabe com a sirene? Em muitas corporações a sirene já foi substituída por um pager, um alerta no telemóvel. Por cá continua a sirene, sem queixas. É que os telemóveis ainda perdem a rede com alguma facilidade. Toca a sirene. Infelizmente. Não pelo toque, mas pelo que ele representa.

06 novembro 2007

Exemplos

Às vezes é preciso dar o exemplo. Outras vezes é preciso ter um exemplo para seguir. Numa altura em que se discute o estatuto do aluno, sempre com a preocupação de combater o abandono escolar, eis que me deparo com um exemplo que merece ser tido em conta.
Um exemplo, ou melhor dois, que encontrei no passado fim-de-semana, em convívio académico, e que devem ser analisados pelos jovens e por todos os outros. Especialmente por aqueles que não dão à escola o devido valor e passam pela escolaridade obrigatória como quem passeia de carro num domingo à tarde: sem interesse, sem aplicação, sem grandes expectativas.
No primeiro caso, uma pessoa que, aos 77 anos de idade, decidiu que ainda estava muito a tempo de se aplicar nos estudos e conseguir um diploma universitário. Deixou os estudos cedo, aos 13 anos, para enveredar pelo mundo do trabalho. Décadas mais tarde, com a vida resolvida e os negócios entregues aos filhos, resolveu ir em busca daquilo de que tinha sido privado. E hoje é caloiro na universidade, mostrando que nunca é tarde, nunca é longe demais.
Mas o fim-de-semana trouxe-me ainda outro caso. O de um pai que deixou os estudos a meio do antigo liceu, mas que, anos mais tarde, quando viu que o filho se preparava para fazer o mesmo, decidiu que não seria esse o seu exemplo. Vai daí voltou aos estudos, acabou o ensino secundário e entrou na universidade. Ele e o filho, por ele impulsionado, por ele motivado.
É por isso que digo que, às vezes, um bom exemplo mostra o caminho. Na educação como noutras áreas. E se não o tivemos de outros, podemos sempre ser nós a dar o exemplo.

03 novembro 2007

Acreditar. Continuar.

O Mais pelo Minho assinala hoje dois anos de existência. Uma imensidão no mundo da blogosfera, onde todos os dias nascem e morrem blogs como este.
O Mais pelo Minho, no entanto, continua. Com o seu ritmo próprio, sem pressas, sem exageros. Ao ritmo de quem o escreve, de quem lhe dá vida. À velocidade que surgem as ideias, os assuntos, as opiniões.
Dois anos serviram para trazer algumas mudanças, alguns ajustes. Trouxeram alguns leitores assíduos, certamente que deixaram outros pelo caminho. Críticas também por cá passaram, continuarão a passar. Mas não são também as críticas fonte de inspiração?
A uns e a outros só tenho a agradecer. São eles que ajudaram a dar mais vida a estes dois anos. É por eles que, semana após semana, com maior ou menor assiduidade, aqui vou escrevendo.


PS: Não gosto particularmente de bolo de aniversário, por isso partilho aqui com vocês um semi-frio de café e chocolate para assinalar a data. A receita fica para outra altura.

02 novembro 2007

Reflexões em dia de finados

Dia de todos os santos. Dia de fiéis defuntos. Nunca fui muito adepto do culto dos mortos, confesso, muito embora tenha um certo fascínio, se é que assim se pode chamar, por cemitérios. Em tempos, inclusivamente, cheguei a fazer um trabalho académico sobre a importância artística e social de alguns túmulos, nomeadamente em cemitérios mais antigos, alguns com campas datadas de há centenas de anos.
Hoje em dia, mesmo não sendo daqueles que vai todas as semanas prestar tributo aos entes queridos que partiram, admito que vou ao cemitério de quando em quando. Pelo acto religioso em si, mas também por reconhecer que é um espaço onde, ao mesmo tempo, temos um misto de aula de história e momento de recolhimento. Haverá algum silêncio mais forte que o de um cemitério?
É claro que, em dia de finados, assinalado hoje mas que, dado o feriado de ontem, é por muitos celebrado no dia anterior, silêncio é coisa que não se encontra com tanta facilidade num cemitério. É o dia em que grande parte das famílias vai mesmo ao cemitério, numa visita que, muitas vezes, é apenas isso, uma visita, circunstancial, anual… Sentida? Às vezes nem isso… Mas enfim, cada qual é como cada um e se para muitos o meditar junto da última morada dos seus familiares e amigos é um momento de reflexão, para outros é apenas um ritual que cumprem porque pareceria mal não o fazer. São as flores, as campas lavadas, as velas… uma vez no ano.
E por falar em assuntos mais mundanos num dia onde se respeita a memória, lembrei-me de uma visita recente ao cemitério da vila de Paredes de Coura. Uma visita indesejada, infelizmente, mas que me possibilitou observar duas situações que deveriam ser corrigida, uma, e precavida, a outra. Por um lado reparei que o cemitério não dispõe de quaisquer instalações sanitárias. Nem os outros do concelho, podem retorquir! Pois não, mas a maioria deles está situada junto às respectivas igrejas paroquiais e essas, pelo menos, têm sanitários. Na vila tal não acontece e não se pense que por ser um espaço para cuidar dos mortos, não se deve olhar para os vivos. A corrigir.
Por outro lado, verifiquei que o cemitério da vila padece, infelizmente, do mesmo mal que outros cemitérios do concelho: está ficar lotado. Castanheira, por exemplo, já está a alargar o seu espaço e Insalde procura uma solução para aumentar a capacidade. E na vila, como estamos? Desconheço, mas a única solução que vejo para prolongar o actual cemitério é a expansão para os terrenos confiantes nas traseiras da capela. Terrenos privados, é claro, que será necessário adquirir. Com que dinheiros? Outra incógnita, mas esta é uma compra que certamente deverá ser equacionada dentro de relativamente pouco tempo. A precaver.