17 fevereiro 2011

Nova biblioteca em 2012 (2)

iphone03022011 004E no entretanto, erguem-se e derrubam-se paredes no Largo Visconde de Mozelos…

Porque é que tudo tem a ver com política?

CIMG0687Há uma tendência, cada vez mais generalizada, para ver a política em todo o lado. Se há alguém que resolve criticar uma determinada tomada de posição porque, simplesmente, a acha merecedora da sua crítica, logo virá quem diga que essa chamada de atenção tem contornos políticos. O mesmo acontece quando alguém toma determinado rumo, diferente do da maioria, e não falta quem veja esse desvio como um facto político.
Pessoalmente já senti na pele essa “mentalidade” mesquinha que vê motivos políticos em tudo o que se faz, como se não fosse possível ter opinião diferente sem ter uma visão política dessa divergência de sentido. Infelizmente é um cenário que todos os dias se repete, um rótulo que se cola às pessoas que, ao olhos de quem pouco vê, salta à vista como um adereço político.
O último caso, público e notório, tem andado pela comunicação regional, e até nacional, e envolve a Capital Europeia da Cultura – Guimarães 2012. Pondo de lado todo a polémica em torno dos salários elevados e, eventualmente, pouco justificados de um evento com bases públicas, eis que agora surge novo foco de interesse, pois, imagine-se o desplante, a fundação gestora do evento resolveu contratar um economista, especialista na sua área, que, pasme-se, tem uma vertente política na sua vida.
O presidente da Câmara de Guimarães, socialista, não gostou de ver incluído no leque de contratações da capital europeia da cultura o nome de Ricardo Rio, social-democrata que lidera a oposição na Câmara de Braga. E, não satisfeito, fez questão de divulgar essa sua insatisfação por se ter contratado alguém que “é opositor dos nossos parceiros”. Ou seja, se se tratasse de uma pessoa com igual competência (ou menos, talvez) mas que fosse simpatizante, estava tudo bem, mas como o homem até tem o defeito de estar contra o colega de Braga, pronto, temos o caldo entornado.
Infelizmente é este o país em que vivemos. Uma sociedade onde o tacho e o tachinho são por demais evidentes que se torna estranho quando, olhando mais longe que o cartão de militante, se ousa recrutar alguém que tem provas dadas em trabalhos semelhantes. Infelizmente, não é só em Guimarães. Felizmente, a excepção de Guimarães também não é caso único no país.

Nova biblioteca em 2012

O concurso público para encontrar o construtor ainda decorre, só terminando na próxima semana, mas parece ser já uma certeza que a construção da nova biblioteca municipal de Paredes de Coura vai avançar dentro de pouco tempo. Um milhão e duzentos mil euros depois, deveremos ter o novo edifício pronto a entrar em funcionamento em 2012, pelo menos assim o augura o presidente da Câmara.

Uma obra que se justifica, tendo em conta a falta de condições da antiga biblioteca e que dará vida à antiga escola primária do concelho, de que hoje só restam as ruínas. Ao mesmo tempo homenageia-se a passagem de Aquilino Ribeiro por terras de Coura, dando à nova biblioteca o nome do escritor de “A Casa Grande de Romarigães”.

E por falar em Casa Grande de Romarigães, voltou a andar pela comunicação social a intenção da Câmara Municipal, e também do filho do escritor, de transformar o edifício que inspirou Aquilino Ribeiro num museu dedicado àquela figura das letras lusas. Uma ideia que, contudo, não sairá da gaveta tão cedo, devido a “problemas de financiamento”. Costuma dizer-se que mais vale tarde que nunca, mas o certo é que as atenções já se deveriam ter virado para a Casa do Amparo há muito tempo, para evitar que atingisse o estado de degradação, descuido e irresponsabilidade que a marca nos dias de hoje. Pessoalmente, não creio que a sua transformação em museu seja o primeiro passo a dar, até porque, nos tempos que correm, tal será de muito difícil concretização. Mas, mesmo sem ser museu, há muito que pode ser feito.

15 fevereiro 2011

Faça-se luz! (2)

lua cheiaPara quem ainda tem dúvidas sobre algumas das consequências dos cortes selectivos da iluminação pública, fica aqui a ligação para uma notícia publicada na edição de hoje do jornal Correio do Minho. O título, acho eu, diz tudo: Falta de luz propicia assaltos”.

13 fevereiro 2011

Faça-se luz!

Na sexta-feira um amigo perguntava-me em que ponto estava aquela ideia dos municípios do distrito de Viana do Castelo de poupar na factura da EDP, se já tinham começado os cortes periódicos da iluminação pública. Não lhe soube responder. Sinceramente não sei se essa medida já está a ser aplicada por cá ou não,mas pelo que li na altura e depois no início do ano, parece que a EDP só estará tecnicamente habilitada para satisfazer esse pedido dos autarcas lá mais para o Verão.

Entretanto, contudo, parece não haver necessidade de poupança. Pelo menos é essa a imagem que passa num vídeo carregado esta semana no Sapo Vídeos que dá conta da passagem de um casal de turistas por Paredes de Coura. Dois minutos e trinta seis segundos que pouco mostram do concelho, centrando-se praticamente na zona envolvente da igreja do Espírito Santo. Nada tenho contra o conteúdo do vídeo, mas basta dar uma olhadela para perceber que alguma coisa não está como deveria estar. Seria de noite? Não, mas não deixa de ser irónico.

09 fevereiro 2011

Não deixa de ser irónico…

CIM disponível para salvar Coliseu de Viana – Notícia da Rádio Geice

… que há pouco mais de um ano a Câmara de Viana do Castelo não quisesse ter nada a ver com a Comunidade Intermunicipal Minho-Lima (CIM). E agora, com os cofres da Câmara sem verba para sustentar a construção do Coliseu de Viana, pode ser a mesma CIM que foi rejeitada a dar a mão à autarquia para levar por diante aquele projecto. Ironias à parte, não deixa de ser questionável o facto de se avançar para uma obra daquela envergadura sem ter o seu financiamento assegurado. Dá a ideia de que se quer dar um passo maior do que a perna.

08 fevereiro 2011

Especificidades a aproveitar

 Foto jornal Público

Sou daqueles que defende que o ambiente pode ser um bom catalisador para o desenvolvimento de uma região, mais do que de um concelho porque o ambiente não conhece fronteiras. Por isso, é com agrado que recebo a notícia de hoje do Público que dá conta do esforço da Câmara Municipal de Paredes de Coura para a preservação de uma planta que encontrou nesta região um ambiente propício e, dada a sua exclusividade, apresenta-se como uma oportunidade a não desperdiçar.

O narciso-amarelo foi alvo de um estudo do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto e da Escola Superior Agrária de Ponte de Lima, que chegaram à conclusão que, apesar de ser um dos concelhos onde esta espécie é mais abundante, é necessário assegurar a sua protecção e preservação, nem que seja necessário vedar alguns núcleos mais sujeitos a ameaças. Conclusões a que a Câmara de Paredes de Coura promete não ficar indiferente, até porque vê no narciso-amarelo a possibilidade de ter um “ex-libris” do interior do Alto Minho.

Haja acompanhamento e bom senso e o narciso-amarelo bem que pode ser um bom atractivo para cativar um outro tipo de visitantes. Turismo ambiental, pois claro, sector que ainda tem muito para dar, neste e noutros concelhos. Com conta, peso e medida, certamente, e sem esquecer que não basta pensar apenas nos que vêm de fora, mas nas implicações que as acções a tomar podem ter junto dos que cá vivem.

02 fevereiro 2011

Perguntas de resposta fácil

sinal estrada nova

PCP: Honório Novo questiona o Governo sobre "a obra de Santa Engrácia do Alto Minho" – notícia da Rádio Geice

O deputado comunista Honório Novo quer saber em que pé estão as coisas relativamente à desejada/projectada/prometida/adiada ligação de Paredes de Coura à A3 e vai daí apresentou no Parlamento um pedido de informação dirigido ao Ministério das Obras Públicas. E aproveitou para criticar o Governo por ainda não ter avançado com esta promessa antiga e até hoje por cumprir. Está a tentar “atirar areia para os olhos” da população local, considera o deputado.

Antes de mais, não deixa de ser estranho que tenha sempre de ser um deputado da oposição a zelar pelas acessibilidades dos courenses. Do CDS-PP, com Daniel Campelo, há largos anos, a Honório Novo, já foram várias as intervenções sobre o mesmo assunto. Aliás, referia-se que Honório Novo nem sequer foi eleito por Viana do Castelo, mas assume-se como defensor dos interesses dos PCP neste distrito também. De qualquer das formas, pergunta-se: não deveriam também ser os deputados socialistas a querer saber o que se passa com a ligação à A3? Ou será que já sabem?

De qualquer das formas, Honório Novo não precisava de ter tido o trabalho de questionar o Ministério da Obras Públicas sobre este assunto. Bastava ter vindo a Paredes de Coura e qualquer pessoa lhe poderia dar as respostas que procura. Mantém o Governo a intenção de construir esta ligação? Mantém, ideias e projectos não ocupam espaço. Que razão invoca para justificar tantos atrasos na construção desta ligação? São vários. Primeiros os técnicos, depois os políticos, depois os económicos. Os dois primeiros foram sendo ultrapassados, os últimos, aparentemente, não. Em que ponto estão os estudos e projectos há tanto tempo anunciados? Não sabemos, mas também não interessa, porque é consciência geral que, não obstante projectos e estudos, o mais certo é a obra, em tempo de crise, não sair sequer do papel.

Dito isto, até que o título de “obra de Santa Engrácia do Alto Minho”, utilizado por Honório Novo, não assenta mal. Ou esse ou o de “promessa antiga que queria concretizar antes do fim do meu mandato mas que já não vai ser possível”. É escolher!