Sem agitação, sem polémicas de maior, assim foi a Assembleia Municipal da semana passada. Realizada na Junta de Freguesia de Ferreira, esta foi a quinta sessão que teve lugar fora dos Paços do Concelho, numa iniciativa que procurou levar os governantes ao encontro dos governados. Infelizmente, o resultado não tem sido dos melhores, e na sessão da passada sexta-feira o público resumia-se a, apenas, cinco pessoas.
Uma assistência reduzida que teve a oportunidade de testemunhar o regresso de Maria José Fontelo ao “circo” das lides políticas, depois de ter estado afastada do “palco” durante uns meses. Nem isso, contudo, trouxe alguma agitação ao encontro. Aliás, de início, a deputada social-democrata ainda criou alguma confusão, ao lembrar, em parceria com Venâncio Fernandes, que a acta da reunião de Dezembro estava incompleta. Tudo porque não era feita qualquer referência ao episódio que “embaraçou” a socialista Rosalina Martins.
Na altura, recorde-se, foi decidido juntar à ordem de trabalhos um ponto novo, a eleição dos dois representantes da AM na comissão municipal de protecção civil, e o PSD sugeriu dois nomes socialistas, o que levou à indignação da deputada do PS, que acusou os social-democratas de não fazerem o seu trabalho de casa, ao contrário da bancada socialista. Uma frase que gerou na oposição a suspeita de que a mesa da AM já teria informado o Partido Socialista sobre aquele ponto extra da ordem de trabalhos e que levou, inclusivamente, a que aquela eleição fosse retirada da ordem de trabalhos.
Agora, a suspeita voltou a ser referida nesta sessão, com o PSD a exigir que esse episódio fosse incluído na acta. E voltou, também, à ordem de trabalhos a eleição dos representantes da AM na referida comissão municipal de protecção civil. O PSD pediu a interrupção dos trabalhos para tentar encontrar uma solução de consenso com o PS mas, regressados do intervalo, apenas os socialistas traziam uma proposta: Ivan Morais e Joaquim Felgueiras Lopes, aprovados com os votos da maioria. O PSD, explicou depois Maria José Fontelo, votou em branco e criticou fortemente os socialistas, que acusou de nem sequer quererem discutir outros nomes dentro do seu partido, nomeadamente Maximiano Costa e Eugénio Pereira, as propostas dos social-democratas. “Fizeram uma triste figura”, atirou a líder do PSD. A resposta veio de Rosalina Martins, suave, e de Joaquim Felgueiras Lopes, mais certeiro, a explicar que os dois nomes que o PSD defendia tinham sido convidados dentro do grupo socialista… e tinham recusado. Para a história fica mais uma comissão onde os social-democratas não têm assento.