29 março 2006

Saúde pelas freguesias

O PSD de Paredes de Coura quer que a Câmara apoie a criação de um serviço de consultas médicas itinerantes, que percorra as várias freguesias do concelho e providencie um serviço médico mais próximo aos seus habitantes. Uma medida a fazer lembrar os velhos médicos de província que andavam pelas aldeias e que até não será de todo descabida, se atentarmos que muitos dos utentes do Centro de Saúde são idosos oriundos de fora da vila que, para vir a uma consulta, perdem praticamente um dia e têm ainda de estar dependentes de quem os traga e os leve de regresso.
A ideia, que até já foi apresentada em reunião de Câmara, é que duas viaturas médicas devidamente equipadas façam percursos pré-definidos, apenas durante a semana, e que parem em locais centrais das freguesias funcionando como postos médicos avançados. Um projecto que, na opinião dos seus impulsionadores, permitira igualmente descongestionar o Centro de Saúde.
Resta saber se as consultas itinerantes têm ou não pernas para andar, até da parte dos Ministério da Saúde e mesmo dos profissionais médicos a exercer no Centro de Saúde. É que, se alguns deles já fazem este serviço (exemplo disso é o serviço médicos prestado em Bico), outros há que poderão não gostar de andar pelo concelho em nome da saúde.
Novo inquérito
Já agora, fica aqui um novo inquérito sobre este assunto. Concordam ou não com a eventual criação de um serviço ambulante de consultas médicas?

27 março 2006

Turismo recupera imóveis

O exemplo vem de Monção. A breve prazo vão abrir naquele concelho três novas unidades hoteleiras que, a par com o aumento do número de camas disponíveis, trouxeram uma outra vantagem para o município: a recuperação de três edifícios históricos do concelho.
Uma ideia que o presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura tem vindo a defender para o antigo sanatório de Mozelos e que poderia devolver à vida aquele monstro adormecido e, cada vez mais, em risco de se tornar irrecuperável. Projectos não faltam, pelo menos a atentar nas declarações de alguns autarcas e, conforme anunciou o ministro da Saúde na passada semana, aquele ministério não tem qualquer plano para a sua recuperação.
Assim sendo, urge clarificar a situação aparentemente complicada da propriedade do imóvel para não perder a oportunidade de ver algum grupo empresarial, ao que tudo indica português e já com cartas dadas no sector, recuperar o edifício, dignificar a área envolvente e trazer mais dinamismo ao concelho.
O golfe, de que também fala Pereira Júnior, também poderia vir, até porque julgo ser um dos principais atractivos de uma eventual unidade hoteleira naquele espaço, mas a recuperação do antigo hospital psiquiátrico não deveria tardar. É que, pelo andar da carruagem, qualquer dia a doença do imóvel não tem cura.

26 março 2006

A Câmara e o lixo: alguém anda enganado

Das duas uma: ou alguém na Câmara não anda a fazer o seu trabalho ou então alguém na Câmara não sabe como estão as coisas no terreno. Vem isto a propósito de uma carta que a autarquia de Paredes de Coura está a enviar a vários munícipes, pelo menos da vila, onde alerta para a necessidade de se colocar o lixo nos respectivos contentores.
Até aqui nada de mais, até se louva esta tentativa de sensibilização para as questões ambientais, não fossem os termos em que esta é feita. É que, na referida carta, a Câmara diz que, no edifício em que mora o destinatário, alguém anda a colocar o lixo fora dos contentores. E é aqui que tudo se complica, pois se o destinatário é daqueles que utiliza os receptáculos para o lixo, logo fica com a suspeita de que os seus vizinhos o nao fazem e está gerada a desconfiança.
E, se contactados todos os moradores do prédio se constatar, como seria de esperar, que nenhum deles coloca o lixo fora dos contentores? É precisamente aqui que defendo que algúem na câmara não fez o seu trabalho em condições. Sei que existe um regulamento para a recolha dos resíduos sólidos urbanos que tem de ser cumprido, mas a fiscalização estará a funcionar? Creio que não, caso contrário não se acusaria ninguém sem provas. Aliás, o teor da missiva, só mostra que, havendo lixo fora dos contentores, os serviços camarários desconhecem a sua proveniência.
Por outro lado, o envio e os termos da carta que os munícipes estão a receber, mostra igualmente que alguém na Câmara desconhece situações concretas que se verificam nas ruas e nos espaços públicos. Que autoridade tem a autarquia para exigir limpeza e o cumprimento do regulamento da recolha de lixos por parte da população quando é a primeira a não dar o exemplo? Quem não conhece a situação da autêntica "lixeira" que é o depósito de materiais da Câmara na zona industrial de Castanheira? E o que o dizer dos contentores que têm de aguentar uma semana inteira para ser despejados. E a limpeza de terrenos camarários? Será que os moradores da freguesias não têm os mesmos direitos que os da vila?

22 março 2006

Ministro em Coura (actualização)

Parece que afinal as notícias da vinda do ministro da Saúde a Paredes de Coura não foram más.
Correia de Campos esteve numa reunião de trabalho no Centro de Saúde e no final deixou escapar que gostaria de ver no concelho uma unidade de saúde familiar, seja lá o que isso for. E também terá garantido que as urgências do Centro de Saúde não vão fechar, pelo menos para já.
Relativamente ao antigo hospital psiquiátrico terá dado como quase certo que o seu futuro não passa pela área da saúde.

Ministro em Coura - boas ou más notícias

O Ministro da Saúde está hoje em Paredes de Coura, numa deslocação inserida num périplo pelo distrito de Viana do Castelo.
Será que traz boas ou más notícias? Será que vai, finalmente, anunciar que o concelho vai dispor de um internamento capaz, aproveitando algum dos imóveis existentes (se bem que, tendo em conta o projecto turístico falado para Mozelos, o turismo seria uma muito melhor solução para este edifício). Ou será que, pelo contrário, vem anunciar o igualmente comentado enceramento das urgências do Centro de Saúde no período nocturno. Se assim for espero que a viagem, pelas estradas sinuosas do concelho e no percurso até Ponte de Lima e Viana do Castelo, o façam mudar de opinião.
Ele, que é tão democrático ao ponto de colocar no site do Ministério da Saúde um inquérito sobre o encerramento das urgências, bem que podia também escutar a população de Paredes de Coura e ficar a saber porque queremos manter as urgências e internamento no concelho.

Ainda a concentração de escolas...

A propósito da concentração de escolas, referência para dois artigos, distintos, publicados na imprensa por estes dias. O primeiro, no Público de domingo, uma reportagem alargada sobre a escola básica integrada de Paredes de Coura e as implicações do fim das escolas nas freguesias. O segundo, publicado na edição de ontem do Notícias de Coura, uma entrevista com uma antiga professora primária do concelho.
Um e outro alertam para situações que, desde o início eram previsíveis e que poderão ser tidas em consideração nos próximos anos lectivos. No Público a jornalista refere que as crianças de algumas freguesias passam cerca de 10 horas fora de casa para irem à escola na vila e a repsonsável do agrupamento lembra a ausência de um campo de futebol e de um recreio coberto. No Notícias de Coura, alerta-se para a ausência de vigilantes no transporte das crianças, contrariamente ao que tinha sido prometido.
Situações que em nada abonam para atenuar as críticas à concentração das escolas mas que, pelo menos no que respeita aos vigilantes, já têm solução garantida, por Lei, para o próximo ano.

Escolas antigas, vidas novas

Ano e meio depois do encerramento das escolas primárias nas freguesias, a maior parte dos antigos estabelecimentos de ensino voltou a ter vida, com novos ocupantes e algumas obras de beneficiação. Edifícios há, contudo, que continuam sem ocupação ou ocupante definido, mas mesmo para esses julgo que surgirão pretendentes nos próximos tempos.
De entre todos, alguns têm sido mais falados que outros. É caso do edifício da antiga Escola da Costa, em Rubiães, que está a receber grandes obras para reabrir como albergue de apoio aos peregrinos de Santiago de Compostela. A abertura já esteve aprazada para este mês, mas, na semana passada, em declarações ao jornal Correio do Minho, António Esteves, vereador da Câmara de Paredes de Coura, apontava-a mais para o final do ano. O certo é que, aparentemente, os trabalhos parecem decorrer a bom ritmo, tanto no edifício principal, como na antiga arrecadação que também foi aproveitada no projecto do albergue.
Também em Vascões a antiga escola é mediática, até porque vai albergar o Centro de Educação e Interpretação Ambiental. De acordo com a última informação, a inauguração estará aprazada agora para a Primavera
Em Resende a escola vai receber a Junta de Freguesia, ao Ousam foram entregues as escolas de Antas, já recuperada, Bico, em vias de recuperação, Ferreira, Abróteas, Cerdeira, Cristelo e a da vila, e outros edifícios foram cedidos, em regime de comodato a algumas associações do concelho.
Em Castanheira reside, para já, um dos edifícios ainda por recuperar. O imóvel já foi entregue à Junta, e a freguesia gostaria de ali ver um centro de dia para apoio aos idosos, mas há quem prefira vê-lo a funcionar noutro local. O importante é que nenhuma das antigas escolas fique sem aproveitamento. E, se porventura isso acontecer, porque não fazer o que se sugere agora para Ponte de Lima, também a braços com o encerramento de algumas escolas, e transformá-las em centros comunitários onde as crianças e os jovens possam passar as tardes e os fins de semana em actividades lúdicas e pedagógicas. De certo modo seria, como defendem alguns acérrimos críticos da concentração de escolas, uma forma de as crianças continuarem ligadas à freguesia de onde estão afastadas durante o horário escolar.

16 março 2006

Passaram-nos... ao lado

Enquanto Paredes de Coura continua a sonhar com a desejada ligação rápida à auto-estrada, os nossos vizinhos de Monção, Arcos de Valdevez e Ponte da Barca parece que vão ter mais sorte e passaram-nos, mais uma vez, à frente.
De acordo com o Correio do Minho de hoje, estes três municípios alto minhotos vão estar ligados por uma via rápida, que passa ainda por Vila Verde e termina em Braga. Um novo acesso que já tem luz verde do Governo, que prometeu arrancar com o processo dentro de dois meses. Uma nova estrada que, nas palavras do presidente da Câmara de Ponte da Barca, visa combater a desertificação e atrair mais indústria para os municípios do interior.
Onde é que eu já ouvi isto? Ah, já sei, são os mesmos objectivos de Paredes de Coura. Só que nós não temos tido sorte e, entre projectos chumbados ou abandonados a meio, andamos há quase uma década a lutar pelo mesmo. Será que desta vez é mesmo para andar?

15 março 2006

Todos juntos... outra vez

O que se previa pode estar prestes a acontecer: a fusão da Valimar e da Comunidade Intermunicipal do Vale do Minho. Depois da euforia inicial que ditou a divisão desta região natural, eis que as finanças falaram mais alto e, de acordo com o Jornal de Notícias de hoje, as duas comunidades de municípios equacionam agora a criação de uma única região, que reunirá todo o distrito de Viana do Castelo.
Será, assim, o fim da estranha divisão a que se assistiu aquando da imposição governamental de criar comunidades de municípios. Nessa altura a política falou mais alto, agora, com as limitações impostas pelos quadros comunitários de apoio, será a carteira das autarquias a ditar as regras.
E que dizer da decisão de deixar Esponsende de fora, que se concretizará, pelo menos assim o diz o Jornal de Notícias. Será que eram tão bons companheiros há três anos e agora são simplesmente jogados fora do barco? Pelo menos resta a decência de ver regressar Caminha ao seu rumo natural, muito embora agora num grupo de dez.

12 março 2006

Homenagem


Nasceu em Coura, percorreu o mundo e a Coura acabaria por regressar no passado sábado. Francisco João Gomes de Castro, antigo presidente da Assembleia Municipal de Paredes de Coura, que abandonou há poucos anos por motivo de doença, faleceu na passada sexta-feira. Aos 83 anos, o seu desejo era vir morrer à terra que o viu nascer. A morte foi mais rápida e trocou-lhe as voltas, mas é na sua terra Natal que vai descansar para a eternidade.
A ele devo, entre muitas outras coisas, o ter-me ensinado a gostar de Paredes de Coura. Foi por ele que decidi ver com outros olhos este concelho do interior minhoto onde vim parar quase por acaso. E é por ele que devo, agora mais que nunca, o respeito por uma terra que ele muito ajudou a dinamizar, quer em termos culturais, quer económicos, e até mesmo humanos.
É para ele esta minha singela homenagem. Depois da homenagem do passado sábado, com uma grande moldura humana a despedir-se dele, creio que não seria de todo despropositado lembrarem-se de Francisco Gomes de Castro no próximo dia do município. Sei que sou suspeito para o sugerir, mas acho que o valor deste courense está acima de qualquer suspeita.

06 março 2006

Fugas

O vereador João Cunha, do PSD, anda preocupado com as fugas de informação, no caso concreto em relação a assuntos do foro camarário. Na última edição de O Coura é dada à estampa essa mesma preocupação, na forma de declaração de voto, tendo na mira a entrevista de Eugénio Pereira ao Notícias de Coura onde, diz o vereador, são abordados assuntos ainda não discutidos em reunião de Câmara.
Onde é que está a surpresa, pergunto eu? Em lado nenhum. Será que o vereador não sabe que um presidente de Junta tem a necessidade, se não mesmo o dever, de andar sempre informado relativamente aos assuntos da sua freguesia. Nada mais natural que o autarca de Formariz tenha conhecimento do que vai ser feito na sua freguesia, até porque grande parte terá passado pela sua iniciativa. E o mesmo é válido para todos os outros presidentes de Junta. Ou será que João Cunha sabe tudo quanto se passa nas 21 freguesias do concelho? E até aquilo que se vai passar?
E não adianta dizer que ainda não passou por reunião de Câmara, porque um presidente de Junta não pode esperar pelas reuniões de Câmara para ver os seus problemas analisados. Nisto, como em tudo na vida aliás, mais vale tomar a iniciativa e ir bater à porta da autarquia., ao invés de ficar à espera que os vereadores levem o assunto à reunião camarária.
Já agora, e se me é permitido opinar nesse sentido, porque é que os vereadores, sejam do PS ou PSD, não se disponibilizam para receber os munícipes. O vereador a tempo inteiro é certo que pode ser contactado habitualmente na Câmara, mas os outros três também poderiam ter um espaço e um dia por mês, por exemplo, para estarem nos Paços do Concelho a receber os courenses, e não só. Se calhar ficavam a conhecer melhor alguns dos problemas do concelho e os desejos dos seus habitantes.

02 março 2006

Acessibilidades



Bom trabalho o que a Câmara de Paredes de Coura tem feito no que respeita à melhoria das acessibilidades para cidadãos com deficiência, nomeadamente deficiência motora. As obras do centro urbano têm derrubado barreiras arquitectónicas que há muito se tinham imposto no percurso diário de quem por ali passava.
Aos poucos, a vila vai tendo menos obstáculos. Já se foram as escadas do edifício dos Paços do Concelho, os passeios estão rebaixados junto às passadeiras e, na maior parte dos casos, foi possível aumentar a sua largura, possibilitando uma melhor circulação. É certo que a colocação de alguns sinais de trânsito ainda deixa a desejar, porque atrapalham quem anda nos passeios, mas nada que não se possa ir alterando à medida que se detecta, até porque a Câmara parece ainda não ter terminado o seu trabalho.
A última barreira derrubada foi precisamente no acesso ao Centro cultural, que até não era muito mau. Na foto podemos ver o novo acesso, com escadas a ladear uma rampa que permitirá uma mais fácil aproximação a quem circule em cadeira de rodas, por exemplo.
Só é pena que o exemplo da autarquia courense não seja tido em conta pelos organismos tutelados directamente pelo Governo, de quem deveria, aliás, partir o primeiro passo. Continuamos a ver serviços públicos instalados em andares superiores e sem acesso por elevador. Já imaginaram, por exemplo, como é que alguém em cadeira de rodas vai ao Tribunal ou à Repartição de Finanças?