O Mais pelo Minho vai fechar as portas! À beira de completar oito anos de existência (no próximo dia 3 de Novembro), não posso esconder que é com alguma tristeza que deixo este espaço que surgiu pura e simplesmente pelo gosto de escrever. Paro agora, não porque esse gosto, esse prazer, tenha acabado, mas porque tudo na vida evolui e nesse processo evolutivo há que pesar opções: na minha balança pessoal o Mais pelo Minho deixou de ter espaço, de ter tempo, de ter disponibilidade. Visto de outra forma, poderão dizer, deixei de ter o tempo e a disponibilidade que uma boa continuação do blogue exigiria e que os leitores merecem. É a mais pura das verdades!
O Mais pelo Minho surgiu, como referi atrás, pelo gosto de escrever. E, claro, também pelo amor a um concelho, a uma região, que escolhi (há quase 16 anos!) para dar continuidade à minha vida e que, posso dizê-lo hoje com certeza, me acolheu de braços abertos. Durante oito anos contestei e reivindiquei, mas também aplaudi e agradeci. Questionei e fui questionado, critiquei e fui criticado… muitas e muitas vezes. Durante oito anos escrevi apenas e só com uma ideia em mente: Paredes de Coura. Por muitos rótulos que me tenham tentado colar, por muitos preconceitos com que me tenham tentado identificar, por muitos insultos com que me tenham tentado atingir… Nada disso me desanimou, me colocou entraves, me fez desviar do caminho traçado pelos valores e pela educação que tive o privilégio de receber dos meus pais, e que, passe a imodéstia, julgo que continuam a ser um bom guia.
Após oito anos, fico com a ideia de dever cumprido. E por dever cumprido entenda-se a possibilidade de abrir uma porta à discussão, que se procurava serena mas que não raras vezes resvalava para o insulto gratuito, mas ainda assim uma discussão sem entraves, onde cada um podia defender as suas ideias. Fui muitas vezes apontado por permitir o anonimato dos comentários, mas tenho a certeza que foi esse anonimato que levou muitas pessoas a participar, a comentar, a opinar. Infelizmente também a insultar e a mentir. E a questionarem o porquê de os seus comentários não verem a luz do dia. Devem estar entre os quase mil que permanecem a aguardar moderação por não respeitarem os critérios que defini à partida. São critérios injustos? Talvez. Mas são os meus critérios e, mesmo que injustos, são aqueles a que quem quis comentar teve de se sujeitar. Censura? Se assim o entenderem (e tantos o entenderam). A minha consciência continua limpa.
Como o título do post sugere, este é um “ponto final”. Não é, por enquanto, um “ponto final parágrafo”. E não o é porque sinto ainda a necessidade de escrever, de participar na discussão da comunidade onde me insiro. Para já a minha escrita vai mudar-se para a página do Mais pelo Minho no Facebook, um espaço mais restrito e, também, menos exigente, nomeadamente em termos de actualizações, e para onde convido quem quiser continuar a acompanhar-me. No futuro, se surgir a oportunidade, poderei voltar à blogosfera, neste ou noutro formato, sozinho ou acompanhado por outros que se quiserem juntar.
No dia 3 de Novembro terminam as publicações no blogue. Fecham-se as portas, virtuais, dum espaço que, como tudo na internet, vai continuar a existir. Os mais de 1200 posts vão continuar disponíveis. Os quase 11 mil comentários também. À espera dum regresso, duma renovação ou dum esquecimento completo? O futuro o dirá. O meu agradecimento a todos os que durante estes oito anos passaram por aqui, seja para participar comentando, seja apenas para passar os olhos. O Mais pelo Minho é também, e sobretudo, quem o visita: vocês!
PS: Um abraço especial a dois companheiros que durante oitos anos foram duas referências e que, estou certo, vão continuar a marcar a blogosfera courense: Jofre de Lima Monteiro Alves e Eduardo Daniel Cerqueira. Obrigado pela vossa companhia!