31 outubro 2006

Sai um relvado para o Courense


À beira de festejar 75 anos de existência, já no próximo ano, o Sporting Clube Courense pode vir a ter a prenda de aniversário que há muito deseja: um relvado. E quem dá o presente? Isso mesmo, o Governo.
De acordo com a notícia de hoje do Público, o Orçamento de Estado para 2007 integra já uma verba que ultrapassa o milhão de euros destinada à criação de um programa que prevê o surgimento de pisos relvados em recintos desportivos. O secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, foi ontem defender o seu orçamento ao Parlamento e anunciou mesmo que o referido programa prevê a implantação de relvados em 80 municípios, com prioridade para aqueles que ainda não disponham de tal estrutura.
Está assim dado mais um passo para que o Courense tenha aquilo que grande parte dos clubes vizinhos, alguns até de divisões inferiores, já têm: um piso relvado. Só falta que quem de direito (a Câmara? o clube? os dois juntos?) faça chegar ao governo os ecos dessa necessidade. Os jogadores, principalmente os joelhos e cotovelos, agradecem.

27 outubro 2006

Porte pago: o fim da imprensa regional?


O Centro Cultural de Paredes de Coura acolhe hoje os trabalhos do Congresso de Jornalismo do Alto Minho, que começou ontem em Viana do Castelo, cidade onde irá terminar amanhã. Um encontro que inclui, à noite, um debate radiofónico sobre o futuro da imprensa regional. Já no passado fim-de-semana, em Cerveira, se analisou esta temática, numa altura em que se equaciona se os jornais regionais, como os conhecemos até agora, têm ou não futuro.
Num cenário em que o porte pago já é reduzido, especialmente para as expedições em território nacional, e em que se conhece a intenção do Governo de reduzir também, de forma drástica, a comparticipação com os envios para o estrangeiro, urge questionar se, sem este apoio, os jornais regionais terão pernas para, por si próprios, chegar aos seus assinantes.
Peguemos, por exemplo, no caso de Paredes de Coura, concelho que apesar dos seus dez mil habitantes, consegue dar à estampa três jornais locais, um mensal, os outros dois quinzenários. Sabe-se, de antemão, que o grosso da venda dos jornais, qualquer um deles, é feita por assinatura e, mesmo que não seja o a valor da assinatura a financiar o jornal, toda a gente sabe que sem leitores os poucos anunciantes tenderão a afastar-se. Que futuro terão, então, os três jornais que, mal ou bem, continuam a ser o melhor meio de ligação ao concelho por parte da grande comunidade courense que está fora da sua terra Natal, seja no estrangeiro ou um pouco por todo o país.
É que, findo o porte pago, e à falta de uma estratégia editorial e comercial, repito editorial e comercial, em conjunto, que ajude a sustentar o jornal, deixará de haver condições financeiras mínimas para pagar o envio dos jornais. Perdem os próprios jornais mas, acima de tudo, perde o leitor que deixa de ter aquele cantinho de Coura na caixa do correio todos os quinze dias. E perde o concelho que, desta forma, deixa de ter um aliado de peso na luta contra o isolamento.
Reconheço que três jornais são demais para um concelho como Paredes de Coura, em termos económicos e de rentabilidade. Não ouso, contudo, sequer sugerir uma qualquer eventual fusão, até porque reconheço limitações evidentes, nomeadamente do ponto de vista político e ideológico que teimam em cercear as opções editoriais dos seus directores. Mas, e espero bem que não, se o futuro teimar em trazer más notícias à imprensa regional, com que ficamos?

24 outubro 2006

Duas tristes realidades

Realidade 1- A pobreza no distrito
Um estudo do serviço de Viana do Castelo da Rede Europeia Anti-Pobreza veio mostrar o que já se sabia, que o número de casos de pobreza no Alto Minho tem vindo a aumentar, nomeadamente nas localidades do interior do distrito. Situação que, apurou aquela instituição, tem a ver, sobretudo, com o baixo índice salarial e de poder de compra desta região e com aumento do desemprego.
Aumenta a pobreza e também a emigração, principalmente para a vizinha Galiza, refere ainda o mesmo estudo, que aponta os melhores salários e a proximidade geográfica do país vizinho como os principais impulsionadores desta fuga de mão-de-obra.
Para travar esta tendência a Rede Europeia Anti-Pobreza defende a criação de mais estruturas de apoio a crianças e idosos, que faltam em todo o distrito. A situação, contudo, não é exclusiva de Viana do Castelo, mas alastra-se ao resto do país.

Realidade 2 – Um distrito de funcionários públicos
Outro estudo, desta feita do Conselho Empresarial dos Vales do Lima e Minho (CEVAL), levado a cabo nos últimos dez meses, dá-nos agora a conhecer outra realidade do distrito de Viana do Castelo, a de que mais de metade da população activa trabalha no sector público.
Em alguns concelhos a percentagem de funcionários públicos, seja da administração central seja da administração local, chega mesmo a ultrapassar os 60%, situação que, defende o CEVAL, “revela pouca dinâmica empresarial”. Filipe Lopes, director executivo daquela instituição, diz mesmo que “se o Estado quer uma economia forte, tem de olhar para estes dados com preocupação”.
E desenganem-se os que pensam que a solução passa apenas pela redução do número de funcionários públicos. É uma ajuda, é certo, mas não chega e pode até criar outros problemas. A solução passa, necessariamente, pela criação de dinâmicas que possibilitem o aparecimento de mais postos de trabalho no sector privado.

18 outubro 2006

Acelerando


O Governo decidiu, está decidido. E pronto, vamos ter portagens na A28, que liga Viana do Castelo ao Porto. Parece que, pelo menos para já, a febre não chega ao troço que liga Viana a Caminha (também liga o quê?) e à A27, entre a capital do distrito e Ponte de Lima.
Resta-nos, portanto, a esperança de que, pelo menos para ir ao nosso hospital distrital, ao nosso governo civil, ao nosso arquivo distrital e a tantas outros serviços que somos obrigados a utilizar em Viana do Castelo, não temos de pagar portagem.
Quem perde? Perdem todos os que, sem outra alternativa viável (a EN13 já não é uma estrada, é uma avenida), têm de começar a pagar de cada vez que precisam de ir ao Porto. Ou pagam a portagem, ou pagam com a paciência de "rastejar" pela estrada antiga.
Quem ganha? Logo à partida a Brisa. Primeiro porque, ao que tudo indica, as ex-SCTUs também vão ter sistema de Via Verde, logo mais potenciais clientes para esta empresa. Depois, porque, para quem vai de Paredes de Coura para o Porto, por exemplo, tendo em conta o custo por quilómetro anunciado pelo ministro, provavelmente fica mais barato utilizar a A3 do que fazer o desvio e pagar o troço Viana/Porto.
Por este andar, quando finalmente avançar a ligação de Paredes de Coura à A3, também vai passar a ter portagens.

Não sei porquê

... mas de cada vez que preciso de recorrer às urgências do Centro de Saúde de Paredes de Coura fico sempre com a impressão de que elas fecharam mesmo, ao contrário do que anunciou o ministro da Saúde há uns meses.
Será que é mesmo uma urgência aquilo que temos? Um serviço que funciona quase sem meios (apesar dos muitos computadores que por ali proliferam agora) e que consegue a proeza de ter o mesmo médico, ao mesmo tempo, a prestar serviço na urgência e no atendimento normal? Assim mesmo, ora atende de um lado, ora atende do outro, ora esquece-se de um lado e passa o tempo todo no outro, originando tempos de espera de cerca de duas horas. Provavelmente, de urgência, só tem esse enorme período de espera que, infelizmente, também é habitual em muitos hospitais distritais do país.

17 outubro 2006

O nosso Orçamento

Aparentemente Paredes de Coura não fica a perder com o que lhe cabe do Orçamento de Estado para o próximo ano. A Câmara vai receber o mesmo que este ano, as juntas de freguesia vêem as suas transferências financeiras aumentar e, em relação ao PIDDAC, depois do descalabro do último, eis que no próximo surge alguma coisa, muito pouco ainda assim, mas que de qualquer das formas, no distrito, só nos deixa atrás de Viana do Castelo e Arcos de Valdevez. O distrito, apesar de tudo, continua bem no fundo dos planos de investimento do Governo.
Em relação às verbas que o Orçamento reserva para Paredes de Coura, pese embora a Câmara ter ultrapassado a sua capacidade de endividamento, o concelho vai receber exactamente o mesmo valor de 2006, cerca de 6,1 milhões de euros. Ou então, também se pode fazer esta leitura, vamos receber o mesmo precisamente porque ultrapassamos a capacidade de endividamento, pois houve muitos municípios que viram as suas verbas reforçadas.
Mas, se a Câmara é penalizada (mesmo recebendo o mesmo deste ano há que ter em conta o valor previsto para a inflação, como referiu ontem o presidente da Câmara de Faro num debate sobre a nova Lei das Finanças Locais), as juntas de freguesia do concelho vêem a sua dotação financeira aumentada. Um aumento de 4,84% que se traduz em cerca de mil euros a mais em relação aos valores de 2006.
A freguesia de Paredes de Coura, logo seguida de Cunha, continua a ser que mais recebe, cerca de 29 mil euros, e as Porreiras ocupam o último lugar da tabela, com pouco mais de 16 mil euros. Num sistema de distribuição que me continua a parecer estranho, mesmo depois de explicado, e que atribui a freguesias como Insalde e Rubiães, valores mais elevados do que a Formariz, Castanheira e Resende por exemplo.

PIDDAC, pouco ou nada

Em relação às verbas reservadas em PIDDAC para o próximo ano, depois do quase nada deste ano, Paredes de Coura aparece com cerca de 519 mil euros inscritos, em apenas duas rubricas. O Arquivo Municipal, que teima em não sair do papel, vai receber 53500 euros, ou seja vai continuar no papel, e os trabalhos de beneficiação da EN303, entre S. Bento da Porta Aberta e a vila tomam conta dos restantes 466 mil euros.
Pouco, muito pouco, podemos dizer. Nem o facto de praticamente todos os concelhos do distrito ficarem atrás de Paredes de Coura nos traz algum conforto. Que me interessa que Valença tenha obras inscritas no valor de apenas três mil euros ou que Melgaço não tenha um cêntimo sequer? O que eu queria ver era todo um conjunto de obras prometidas, algumas necessárias outras nem por isso, inscritas no PIDDAC do próximo ano. Mas não, não estão lá, e com o passar do tempo até se pode pensar, legitimamente, que nunca lá vão estar. Alguém vai ter de começar a fazer contas.

16 outubro 2006

Ainda não é desta...

... que nos toca a nós estar em pé de igualdade com os outros municípios do distrito. Falo em relação ao gás natural, que desde hoje está disponível em algumas zonas do concelho de Viana do Castelo. No príncipio do próximo ano, estará igualmente à disposição de alguns habitantes de Ponte de Lima, em 2010 chegará a Vila Nova de Cerveira e Valença.
Recordo, a propósito, um mapa publicado no Jornal de Notícias há cerca de 10 anos com a programada expansão da rede de gás natural no Norte do país. E, se esse mapa fosse efectivamente válido, Paredes de Coura estaria abrangido pelo abastecimento de gás natural há cerca de 4/5 anos. Mas não está, como é fácil de ver, e certamente, muito dificilmente, estará no futuro.
Qualquer pessoa vê que, com o número de habitantes, comércio e indústria existentes no concelho, o alargamento da rede de gás natural a Paredes de Coura não é, de todo, uma prioridade. Nem sequer com recurso a depósitos estrategicamente colocados que depois serviriam uma área em redor, como acontece agora em Viana do Castelo e como estava previsto no tal mapa de há dez anos.
Qualquer um vê que, mesmo o "núcleo urbano" de Paredes de Coura não reúne as condições suficientes para receber o gás natural. O mesmo se passa com as zonas industriais, pois as unidades ali instaladas têm pouca utilização para aquele combustível. Aliás, a que porventura lhe daria maior uso, a cerâmica, abriu falência há alguns anos. E nos projectos futuros para aquelas áreas não consta, pelo menos para já, nenhuma unidade que necessite de grandes consumos de combustível.
Resta-nos o mapa, de que conservo ainda uma fotocópia, amarelada pelo tempo. Para nos lembrar que, em tempos, estivemos a par de outros concelhos do Alto Minho no que respeita ao fornecimento de um serviço estratégico para o desenvolvimento e qualidade de vida. Vamos ver como será no futuro.

12 outubro 2006

Perigo na estrada


Eu sei que a ligação de Paredes de Coura à A3, seja em Sapardos, seja em Arcozelo, tem sido tema recorrente neste blog. Ainda assim não posso deixar de voltar a falar no assunto, até porque um dia destes, ou melhor uma noite destas, ia tendo uma surpresa desagradável a subir de Ponte de Lima para Paredes de Coura. Vinha eu muito bem pela Travanca acima quando me aparecem no meio da estrada dois ilustres representantes da raça minhota. Duas vacas, ou bois, não deu para ver bem, que andavam por ali a passear à luz do luar, nessa noite escondido por algumas nuvens.
Um susto valente, ali pelos lados de Labrujó. Uma pessoa vem descansada da vida, sem exceder a velocidade máxima e depara-se com uma coisa daquelas no meio da estrada… Mas, julgava eu que o susto tinha passado e, alguns quilómetros à frente, mesmo à entrada de Castanheira, novo comité de boas vindas, desta vez três exemplares, não tão magníficos, da mesma raça. Um carro que seguia à minha frente só por sorte, ou perícia, conseguiu evitar o embate, o mesmo acontecendo comigo.
Tudo isto para dizer que, por um lado, enquanto não se regulamentar a situação dos animais que pastoreiam livremente pelos nossos campos, a insegurança continuará a pautar as viagens nocturnas. Por outro lado, para lembrar que a ligação à A3 continua a ser uma prioridade.
Em relação a este último aspecto, só lembro que é necessário bom senso em doses generosas quando decidirem o traçado desta ligação, para evitar o seu chumbo mais que certo, como aconteceu com a proposta anterior. De nada adianta dizer que foi lançado o concurso para ver quem faz o traçado e que depois é deixar andar o processo, porque se não forem tidas em consideração todas as variáveis, sobretudo ambientais, que deitaram por terra o traçado anterior, a ligação não passa do projecto.
Já em relação ao primeiro aspecto, é urgente regulamentar a situação daqueles animais para evitar o pior, como já aconteceu por diversas vezes, inclusivamente com vítimas. E não se julgue que estamos a falar de animais selvagens! Todos sabemos que os cavalos e vacas que vagueiam livremente por aquela zona têm dono. Só que ninguém aparece quando se dá um acidente, ninguém se preocupa com o facto de os animais invadirem a estrada, só querem saber deles quando os vão buscar para o matadouro.
Falta legislação, ao que parece, até porque o assunto já tem merecido a atenção de vários autarcas, quer aqui, quer noutros pontos do país onde este tipo de situações acontece, que procuraram uma solução para este problema. Até o próprio director do Parque Nacional da Peneda Gerês já defendeu publicamente a colocação de um chip nestes animais, à semelhança do que acontece com os cães, para que, em caso de acidente ou noutra qualquer situação, seja possível chegar ao dono do animal. Será que estão à espera que morra mais alguém?...

09 outubro 2006

Um ano depois


Há um ano Pereira Júnior cantava vitória em mais umas eleições autárquicas. Hoje, provavelmente o vencedor seria o mesmo. Mesmo que neste ano pouco tivesse sido feito, de novo, que não viesse já de mandatos anteriores.
Avançou, pouco muito pouco, o futuro da ligação à A3; o abrigo para peregrinos tornou-se realidade; o centro de educação e interpretação ambiental de Vascões continua à espera de alguém para o inaugurar quando os trabalhos terminarem; as obras da rede de saneamento tomaram conta de um terço das estradas do concelho.
O resultado do PS, contudo, poderia ainda beneficiar, ou talvez não, da divisão no seio do PSD. Pouco tempo depois das eleições, depois de uma entrevista polémica em que criticou os colegas de partido por não o terem apoiado na campanha, Décio Guerreiro suspendeu o mandato (terá sido forçado?) e anunciou a rotatividade dos elementos da sua lista pela vereação. Em jeito de dar oportunidade a todos. Mas o certo é que apenas João Cunha subiu a vereador, tomando posse do lugar mais em jeito de passagem de testemunho do que de outra coisa.
E o que tem feito a oposição? Pouca coisa, também. E desse pouco quase nada teve seguimento. Que é feito daquela história das consultas médicas pelas freguesias? Muito bonito na altura, com a Câmara a levar a ideia ao ministro da saúde, mas depois… ficou tudo como estava? Tenho para mim que José Augusto Viana fazia mais falta a liderar a bancada laranja na AM do que na Câmara, onde a sua capacidade de intervenção e, sobretudo, de fiscalização, são mais reduzidas. E João Cunha… para já continua uma incógnita.
No PS o panorama também não é muito diferente. Pereira Júnior e António Esteves, obviamente, continuam uma política que já vinha de mandatos anteriores. A grande novidade deste ano, se assim se pode chamar, é o projecto de turismo previsto para o antigo sanatório e que prevê a recuperação daquele imóvel e a dinamização de toda a zona envolvente e do próprio concelho. Um projecto, mas convém não esquecer outros que foram anunciados a seu tempo e que, ainda hoje, não saíram do papel: Que é feito do Centro de Dieta Atlântica na Casa do Outeiro, do arquivo, da nova biblioteca e até da mudança da feira semanal?
Manuel Monteiro, o terceiro vereador socialista, que trocou o púlpito da Assembleia Municipal por um lugar na sombra, tem andado por aí de forma discreta, mas a dar que falar. A carta educativa aprovada há semanas tem dedo dele, sem sombra de dúvida, e a rede social não tem estado parada e promete ir para o terreno em breve. Resta esperar para ver o que sai mais da sua cartola, quem sabe até uma troca de vereadores a meio do mandato para preparar o terreno para uma eventual, mais que falada, nunca tida como certa mas por muitos vista como necessária, substituição de Pereira Júnior.

05 outubro 2006

A proposta do pão

Mesmo sem ter conseguido tempo de debate na última Assembleia, a proposta de Arlindo Alves continua a estar na ordem do dia. O Coura lá traz a proposta que o não chegou a ser. E que proposta! Defende o representante comunista que, dada a incapacidade financeira da escola básica integrada de Paredes de Coura para assegurar o lanche gratuito aos alunos, aliada à ausência de qualquer apoio da Câmara Municipal, seria de todo adequado os elementos da Assembleia Municipal abdicarem das suas senhas de presença em favor da escola. Nem mais!
A escola, como já aqui foi referido, gasta cerca de 1500 euros por mês com o pão que fornece aos cerca de 350 alunos, e pediu este ano lectivo, pela primeira vez, que os pais pagassem esse pão, com cinco euros mensais. Valor que, entende o deputado do PCP, pode levar a que muitas das crianças fiquem sem o pão ao lanche, por incapacidade financeira dos pais.
Ora, se todos os deputados municipais abdicassem dos 57,26 EUR que recebem por cada sessão da AM, tendo em conta que aquele órgão tem 42 elementos e que o presidente e os dois secretários recebem um pouco mais, atingimos um total de cerca de 2500 EUR por sessão. O suficiente para pagar o lanche dos alunos durante quase dois meses. Acresce que a AM reúne pelo menos seis vezes no ano (cinco sessões ordinárias e a sessão solene do 25 de Abril) o que, em cada ano civil, representa um total que ronda os 15 mil euros necessários para assegurar o lanche das crianças durante todo o ano lectivo.
Pessoalmente até gostaria de ver como decorreria a discussão em torno desta proposta na AM. Tenho cá a impressão de que haveria muita gente a não concordar com ela e a acusá-la de ser puramente demagógica. Gostava de ver, realmente, o que aconteceria. Na discussão, claro! Porque é certo e sabido que, vinda do PCP e tendo como base implícita a crítica à falta de acção por parte da Câmara, ela seria chumbada pela maioria. Espero bem que Arlindo Alves não desista dela e a leve à próxima reunião, lá para Dezembro. Ainda vai a tempo.
Já agora, só mais uma sugestão. Porque não utilizar uma proposta do género para outros sectores de actividade do concelho? Para pagar os empréstimos à banca, para financiar novas obras… para tudo, porque não?

04 outubro 2006

Desemprego a subir

De Julho para Agosto, o Observatório do Desemprego no Minho registou um aumento de 5.65% na taxa de desemprego de Paredes de Coura. Uma tendência que contraria o ano passado, em que os valores do desemprego no concelho vieram a baixar.
Mas, estou em crer que vamos ter mais oportunidades de emprego no concelho, para contrariar esta tendência de subida. A Câmara Municipal bem tem tentado, nos últimos tempos com algum sucesso, atrair mais indústrias para o concelho. Em Formariz, por exemplo, prepara-se já o terreno para acolher mais unidade industrial que prevê criar 20 postos de trabalho. Esperemos que o concelho consiga fornecer grande parte dessa mão de obra.

03 outubro 2006

O quartel que não sai do papel

Era para ser assim, mas afinal parece que o projecto já não sai do papel e vai ficar mesmo assim. O futuro, quase passado, novo quartel dos Bombeiros Voluntários de Paredes de Coura não tem tido vida fácil.
Num dia dizem que não há dinheiro, no outro que falta a decisão da comissão de avaliação. Mas o tempo passa e a história avança. O dinheiro não vem, a decisão que tarda. A decisão que surge, a contestação que se impõe. E depois, chega o comunicado da direcção da Associação Humanitária que mostra que não pensa no dinheiro, apenas na qualidade do novo quartel. Ou então mostra que a qualidade não interessa e o que é importante é poupar mais uns milhares aos bolsos da associação. Veremos.
Pelo meio assistimos a um lastimável arrastar de virtudes e defeitos de um concorrente que ficou classificado em primeiro mas não reúne o consenso da comissão de avaliação, ou de um terceiro classificado que consegue uma proposta mais onerosa mas ao mesmo tempo, aparentemente, mais consensual. E vai daí a comissão decide-se pelo consenso. E a direcção, com receio de ter de pagar uma indemnização ao primeiro, não aprova a decisão da comissão de avaliação, independentemente dos critérios tidos por esta.
E em que ficamos? Ficamos como estávamos há quatro anos. Com o mesmo quartel, sem projectos para a construção de um novo, à espera de novo concurso, eventualmente de um novo vencedor. Com um pouco de sorte, pelo meio chegam as eleições para a nova direcção e depois logo se verá como correm as coisas. Entretanto os voluntários continuam a beneficiar das "excelentes" condições do velho quartel.