07 agosto 2007

Dar o exemplo... e não só

É inaugurada amanhã à tarde a nova variante à EN303, entre Mantelães e o Centro de Saúde, em Paredes de Coura. Uma obra que, espera a autarquia, será o primeiro troço da via rápida que vai ligar a Sapardos e à A3. Assim sendo, para o ano esperamos novo troço, entre Mantelães e a zona industrial de Formariz, por exemplo. E daqui por dez, doze anos, temos a via rápida concluída.
É um exagero, é claro, mas é o que se pode depreender de duas situações: em primeiro lugar temos o impasse em que está esta obra, emblema de várias campanhas eleitorais e que, agora, espera há mais de um ano por dinheiro para que a Estradas de Portugal dê luz verde à empresa que vai fazer o projecto; em segundo lugar porque, pelas palavras do presidente da Câmara, que podem ler aqui, esta estrada será já parte integrante da nova variante e tem como objectivo “dar o exemplo ao Governo”.
Ora se o Governo não avança com a obra, ou melhor com o projecto, porque não tem dinheiro, o mais certo é ir esperar que o município dê o exemplo mais umas quantas vezes até a via rápida estar finalmente concluída. Mais fácil não há. E se mais municípios tiverem o mesmo comportamento, o Governo agradece.
Brincadeira à parte, retenho, desta inauguração aprazada para amanhã, conforme informação veiculada noutro blog, duas questões que me parecem importantes e descabidas, mas ainda assim relacionadas entre si. Falo do valor em que orçou esta estrada, de apenas 500 metros, mas cujo custo se elevou a mais de um milhão de euros e da sua utilidade prática. É que já ouvi algumas rádios locais a dizerem que deste modo temos um acesso mais facilitado a Valença e que o traçado da EN303 datava do século XIX, mas custa-me um bocado a entender, e já aqui falei disso antes, que se gaste semelhante verba para poupar 500 metros e meia dúzia de curvas que, com boa vontade, até se conseguiam alargar. São pontos de vista…

PS – Já depois de escrever o post acima, lembrei-me de uma sessão da Assembleia Municipal em que Pereira Júnior, numa alusão a um eventual traçado da via rápida, dizia que esta até podia não entroncar na nova variante. Mas, assim, a variante que amanhã se inaugura, é o primeiro troço de quê?

03 agosto 2007

Estamos (quase) fechados

O SAP – Serviço de Atendimento Permanente de Paredes de Coura vai, a partir do final do ano, passar a fechar no período nocturno. A decisão, há muito conhecida, só agora foi oficialmente confirmada (pode ler e ouvir aqui) com o entendimento conseguido entre a Câmara e o Ministério da Saúde. Recorde-se que Pereira Júnior sempre disse estar à espera das alternativas prometidas por Correia de Campos para que fosse efectivada aquela decisão.
Não se conseguiu, pelo menos para já, tudo o que se pedia, nomeadamente a unidade de saúde familiar, mas tendo em conta que o fecho das urgências era um dado adquirido para o Ministério, tudo o que se conseguiu terá sido bom. Bem, bom, bom, não será. Foi antes o que se conseguiu arranjar.
Já cá temos a unidade de saúde móvel, parada num dos parques de estacionamento da vila desde o dia 22 de Junho à espera sabe-se lá de quê. Suspeito que seja de um motorista, mas vou ter de esperar para ver. E agora, com o acordo conseguido por Pereira Júnior, a partir de Janeiro vamos ter um serviço um tanto ou quanto pouco ortodoxo. As urgências passam a fechar às 22 horas, nos dias de semana, e às 20 horas durante o fim-de-semana e a partir dessa hora fica um enfermeiro (de plantão, presumo eu) pronto para acolher qualquer doente que ali acorra. Só em caso de necessidade é que esse enfermeiro chamará um médico para acompanhar a situação. Ou seja temos um médico à chamada.
Não sei porquê, mas tenho a vaga impressão que, mesmo agora, em muitos dias já é isso que acontece. O enfermeiro está lá, atende o doente e telefona ao médico, que se ausentou. Além disso, não compreendo como é que Pereira Júnior pode estar satisfeito com esta situação, que, repito, é melhor que nada, quando ainda há meses dizia que ter um médico à chamada não seria uma opção muito viável dado que, dos 10 clínicos que prestam serviço no concelho, apenas dois aqui residem e estariam, por isso, disponíveis para ser chamados em tempo útil. Alguém está a imaginar telefonar para um médico espanhol e esperar uma hora para ele chegar?
De qualquer das formas, parece que o Ministério da Saúde vai reforçar ainda o distrito com três ambulâncias de suporte imediato de vida, duas delas no Vale do Minho. Pode ser que nos calhe alguma na rifa. Que venham bem equipadas de pneus, porque a Travanca tem umas curvas jeitosas que gostam de comer a borracha.