25 junho 2010

Mais quatro milhões

Quatro milhões de euros é o valor que vai estar em discussão logo à noite, na Assembleia Municipal de Paredes de Coura. A Câmara quer contrair mais dois empréstimos, de dois milhões cada, e precisa da aprovação da AM para tal.

Um dos empréstimos vai ser utilizado como suporte a projectos financiados pelo QREN mas cujo financiamento tarda, e tardará, a chegar. O outro também vai ser utilizado para comparticipar obras a realizar no concelho, mas desta feita obras que não vão ser alvo de financiamento comunitário. Tendo em conta a composição da Assembleia Municipal não são esperados contratempos na aprovação destes dois empréstimos. Só, talvez, alguma discussão.

A disciplina é tramada

portagens nas scuts

Antes

Moura quebra disciplina de voto do PS sobre chips – Notícia da Rádio Geice, 23/06/2010

 

Depois

Na bancada do PS, registaram-se pelo menos sete declarações de voto, mas não houve quebra de disciplina de voto por parte do deputado Defensor Moura – Notícia do jornal Público, 25/06/2010

Nunca entendi muito bem o conceito de disciplina de voto. Então se um deputado é eleito para representar um círculo eleitoral e, no limite, um país, tem de esquecer as suas convicções pessoais e render-se às exigências do grupo onde está inserido, mesmo sabendo que isso vai prejudicar o distrito que o elegeu? Não me parece que esta seja uma das características mais fulcrais da Democracia, mas enfim.

A votação de ontem foi o último exemplo de que, em nome dos partidos se esquecem os eleitores e as promessas. Defensor Moura até pode argumentar que, com a entrada em cena do primeiro-ministro com a sua proposta de, para agradar ao PSD, meter portagens em todas as SCUT’s, perdeu impacto a sua crítica de que o Norte estava a ser prejudicado. Mas uma coisa é certa, com a introdução de portagens, ainda que a nível nacional, o Norte vai ser mesmo prejudicado. E com o voto de Defensor Moura. Ah, e dos outros socialistas eleitos por Viana do Castelo também…

23 junho 2010

Este ano não há praia!

Pois é! Se há duas semanas, quando escrevi isto, tinha as minhas dúvidas, agora as suspeitas confirmam-se: este ano não há banhos na praia fluvial do Taboão. Ou, explicando melhor, haver banhos até pode haver, mas a qualidade das águas é que não está garantida. Isto porque, o Taboão não consta, este ano, da listagem de zonas balneares reconhecidas como tal pelo Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território.

A desclassificação da única área balnear até agora reconhecida no concelho surge depois das várias análises que no ano passado ditaram, por diversas vezes, a interdição da prática balnear nas águas do rio Coura. Deste modo, na presente época balnear, a praia fluvial do Taboão não é reconhecida como tal, não sendo permitida ali a prática balnear, como estipula a legislação.

É claro que isso não obsta a que as pessoas se banhem naquele espaço, como acontece em muitos outros locais que não merecem a distinção de zona balnear. Aliás, ainda no ano passado, no decorrer do Festival de Paredes de Coura, numa época em que a praia estava interdita pelo delegado de Saúde em virtude das análises semanais terem indicado a presença de salmonela nas águas, podíamos ver muitos jovens a ignorar a recomendação do Ministério do Ambiente e a aproveitar o curso de água para uns mergulhos. O certo é que, ao não ser reconhecida a prática balnear no Taboão, Paredes de Coura perde, na minha opinião, um dos seus maiores encantos.

Não valerá a pena apostar na qualificação e na defesa de um espaço ímpar como aquele? Claro que vale! Este ano, contudo, resta-nos ficar pela valorização, a pensar na praia do próximo ano, e lembrar que aqui ao lado, em Cerveira ou Arcos de Valdevez, existem outras praias fluviais onde se pode tomar banho. E esperar que em Paredes de Coura não aconteça o mesmo que em Ponte de Lima, onde a qualidade das águas das suas praias fluviais se foi degradando ano após ano, depois de ter estado no topo.

17 junho 2010

Pondere. Pondere muito…

“Primeiro não levei a sério essas conversas. Mas, como a insistência foi grande, agora estou a ponderar” – Defensor Moura, antigo presidente da Câmara de Viana do Castelo e actual deputado do PS, sobre os incentivos que tem recebido para se candidatar à Presidência da República, contra Manuel Alegre

Confesso que, ao ler esta notícia, a minha primeira reacção foi olhar para o calendário e verificar a data. Por uns instantes ainda pensei que estivéssemos no primeiro dia de Abril, mas não, o calendário marcava Junho. Mas, se estamos em Junho, quer dizer que Defensor Moura está mesmo a falar a sério?

Antigo presidente da Câmara de Viana do Castelo, exilado em Lisboa nas últimas eleições legislativas depois de ter causado atrito no PS do Alto Minho, banido pelos seus colegas autarcas do mesmo partido, Defensor Moura diz que está a ponderar concorrer contra Manuel Alegre, em nome dos que não se revêem no apoio dado pelo Partido Socialista àquele candidato. O meu conselho é apenas um: pondere, pondere muito, e quem sabe não acaba por ver a razão.

Ouvidos de mercador

Ouvidos de mercador é o que parece ter a ministra da Saúde. A Assembleia da República aprovou, há dois meses, um projecto de resolução que recomendava a suspensão imediata do encerramento das urgências nocturnas em Valença, Paredes de Coura, Arcos de Valdevez e Melgaço mas, passados dois meses, tudo continua na mesma e, diz Luís Campos Ferreira, deputado do PSD, nem sequer uma resposta veio dos lados do Ministério. Falta de educação?

Ao mesmo tempo começam a surgir notícias, que já se esperavam aliás, sobre as dificuldades de funcionamento da consulta aberta (que substituiu o SAP), em Paredes de Coura. A fazer fé nas notícias veiculadas na última edição de O Coura (não disponível online), parece que está para breve o encerramento às 20 horas, e não às 24 horas como acontecia desde o encerramento nocturno do SAP. Vamos aguardar para ver?

16 junho 2010

A festa do sol

As duas primeiras edições foram um sucesso. No próximo sábado há mais uma, a edição de 2010 do Solstício de Verão. Uma organização da associação A Cividade, que pode tornar-se num pólo de atracção do concelho. Isso mesmo, aliás, referiu publicamente o presidente da Câmara de Paredes de Coura nas vésperas da última realização, enaltecendo as qualidades do evento e dizendo mesmo que “mais cedo ou mais tarde, poderá ter uma projecção idêntica à do Festival”.

Bons augúrios para uma iniciativa que nasceu da carolice de uma das mais dinâmicas associações do concelho e que, de ano para ano, tem elevado a fasquia da qualidade. Este ano não será excepção e, a atentar no oferta do cartaz, vamos ter mais um Solstício bem animado, com artes circenses, espectáculo equestre, danças célticas e trechos de teatro, a cargo do Teatro Amador Courense, que se associou também a esta organização.

Se a isto juntarmos uma ementa adaptada à época que o Solstício pretende recuperar, com porco no espeto, truta grelhada e a sempre concorrida “queimada”, temos todos os ingredientes necessários para uma noite bem passada, com um cenário de sonho, assim o bom tempo permita uma noite limpa. Motivos mais que suficientes para levar muita gente ao alto da Cividade de Cossourado e, quem sabe, dar razão ao autarca courense e transformar o Solstício de Verão em mais um evento a marcar na agenda das visitas obrigatórias a Paredes de Coura.

15 junho 2010

E a alternativa é… a portagem?

Portagens, portagens e mais portagens. É este o cenário que espera, já a partir do próximo dia 1 de Julho, os utilizadores das SCUTS que o Governo resolveu portajar, numa medida que, supostamente, pretende ajudar a combater o buraco criado nas finanças do país, mas que, e aqui é certinho, promete sim criar um buraco ainda maior no bolso dos portugueses que utilizam estas vias.

Nas últimas duas semanas, por motivos quer pessoais, quer profissionais, tive de fazer por cinco vezes o percurso entre Paredes de Coura e o Porto. Como o dinheiro não me nasce nos bolsos, é óbvio que escolhi a ligação mais económica e fiz o percurso via A28. Se o fizer a partir de 1 de Julho, cada viagem entre Paredes de Coura e o Porto vai-me custar mais 8.10 euros. Coisa pouca para uma viagem só, mas se pensarmos que só nas deslocações destas últimas semanas teria gasto, em portagens, o suficiente para atestar o depósito de combustível do carro e fazer o mesmo percurso mais duas vezes, então começamos a perceber o impacto desta medida. Mais ainda se, como acontece com milhares de pessoas, as viagens pelas SCUTS que vão ter portagem são uma obrigação para irem trabalhar diariamente. Imagine-se, por exemplo, alguém que tem de ir todos dias de Viana do Castelo para o Porto, chegar ao fim do mês e ver que quase 200 euros ficaram pelo caminho, em portagens.

Infelizmente esta situação não vai afectar apenas quem utiliza a A28. Outras SCUT’s, estradas que, por muito que o Governo queira, não têm qualquer alternativa viável, também vão começar a mexer diariamente no bolso dos portugueses que as utilizam. E, aqui a expressão “portugueses que as utilizam” tem ainda mais razão de ser. É que não vai ser fácil obrigar os automobilistas estrangeiros que circulam nessas vias a pagar a portagem, quando o sistema nem sequer para os portugueses é simples. Imagine-se entrar em Portugal por Valença, fazer o percurso até Viana do Castelo sem problemas e depois, ao querer seguir mais para Sul ser confrontado com a obrigatoriedade de se dirigir a uma estação dos CTT para comprar um identificador que, provavelmente, vai utilizar apenas uma vez. Os milhares de espanhóis que todos os fins de semana vêm em romaria para o IKEA até o podem comprar, mas para aquele turista esporádico, que nos visita de vez em quando, o sistema é inviável.

Resta falar das alternativas. Das que se colocam aos que não podem pagar o que o Governo exige, e que agora se vêem obrigados a regressar a estradas municipais (sim, que muitos troços das antigas estradas nacionais já foram municipalizados) e, por entre rotundas, semáforos, cruzamentos e passadeiras, fazer no triplo do tempo um percurso que até agora faziam de forma muito mais rápida. Não há alternativas viáveis à A28, todos o sabem, incluindo o Governo. Aliás, há troços das antigas estradas nacionais onde os pesados nem sequer podem circular, o que vai obrigar este tipo de veículos a um constante zigue-zague entre SCUT’s e EN’s. Nada disso parece interessar a um Governo que só vê números à sua frente e que, pelos vistos, parece não querer ficar por aqui e fala já em colocar portagens noutros trajectos que, tal como os que são portajados agora, partilham o facto de não terem qualquer alternativa (veja-se o caso da A25 entre Aveiro e Vilar Formoso).

No meio disto tudo ficam regiões que só têm a perder com esta medida governamental. No caso concreto da A28, os municípios já vieram a terreiro lembrar o impacto que a introdução de portagens nas SCUT’s vai ter, quer junto dos seus munícipes, quer junto do tecido empresarial desta zona. O aumento dos custos dos transportes é a face mais visível das consequências desta medida, mas o cenário global vai mais longe e volta a insistir na mesma tecla de sempre: o desrespeito pelas populações destas zonas. No entanto, enquanto alguns autarcas criticaram e já avisaram que vão avançar com medidas cautelares para tentar evitar a consumação desta ideia, outros há que se ficam pelas críticas, vá-se lá saber porquê.

08 junho 2010

Época balnear: e a praia, como está?

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A época balnear começou oficialmente há uma semana. O bom tempo das últimas semanas já levou muita gente às praias e, mesmo por Paredes de Coura já se começam a ver algumas pessoas na praia fluvial. Ainda no passado domingo por lá passei e já havia alguns banhistas a experimentar as águas fresquinhas do Coura. Mas, será que este ano não vamos ter a repetição dos problemas dos anos anteriores?

Infelizmente a poluição é um mal que teima em afectar um dos maiores recursos naturais do concelho, e não há Verão em que as análises efectuadas às águas do Rio Coura não apresentem, uma ou outra vez, valores de poluição acima do permitido. O ano passado, aliás, foi dos piores para as águas do Taboão e um breve olhar para os resultados das análises levadas a cabo durante a época balnear mostra-nos que, de Junho a Setembro, a praia esteve “sem problemas” apenas durante quatro semanas. Ou seja, nos mais de três meses de época balnear, só pudemos oferecer uma praia fluvial em pleno durante um mês. Acresce que todos os problemas originados pela poluição, especialmente em vésperas do Festival de Paredes de Coura, obrigaram a Câmara Municipal a uma intervenção de urgência com custos acrescidos.

E este ano, como será? Longe de querer fazer futurologia, tenho para mim que vamos ter novamente problemas. É que, não sendo descobertos, os prevaricadores vão continuar a fazer descargas ilegais no Rio Coura, aproveitando principalmente os dias como o de hoje, em que a chuva substituiu o sol do Verão. No entanto, num ano em que ao invés de um vamos ter dois festivais, muito embora não comparáveis em dimensão mas que ainda assim prometem trazer muita gente ao Taboão, a fiscalização terá de ser a palavra de ordem. Caso contrário corremos o risco de voltar a ter um Verão com apenas quatro semanas de rio utilizável, com banhistas a arriscar ou nas margens a ver a água passar.