06 outubro 2011

Uns desculpam-se, outros esquecem-se

A atribuição de subsídios aos clubes e colectividades de cada concelho nunca foi um tema consensual, seja em que município for. Entre críticas de que a distribuição poderia ter sido feita de outra maneira ou queixas de que não se apoiam as actividades que se deveriam apoiar, vários são os motivos que, não raras vezes, geram polémica aquando da atribuição dos apoios financeiros por parte da autarquia.

Em tempo de crise económica, essa atribuição é ainda mais apertada e todos os motivos parecem ser bons para cortar nos apoios. Não será, porventura, o caso, mas a Câmara de Caminha tem agora uma boa razão para não apoiar o clube de andebol local, argumentando que, por imposição do Tribunal de Contas, não pode subsidiar colectividades que tenham dívidas. Tudo bem, poderemos dizer, não fosse dar-se o caso de, muitas das vezes (e não sei se é esse o caso nesta situação de Caminha), o mau momento financeiro das associações e clubes concelhios se ficar a dever, em grande parte, à falta de pagamento dos subsídios acordados pelas câmaras municipais.

Muitas vezes as câmaras “esquecem-se” de entregar os subsídios, outras simplesmente cortam-nos pela base. E aqui entramos na difícil tarefa de saber se é legítimo uma colectividade estar dependente do apoio financeiro da autarquia para fazer o que quer que seja. Pessoalmente defendo que o apoio camarário poderá ser um suplemento, mas que terão de existir outras fontes de receita para suprir as necessidades das associações, clubes e grupos recreativos. Aliás, vou ainda mais longe e, em concelhos de reduzida dimensão populacional como Paredes de Coura, por exemplo, defendo que qualquer apoio, financeiro ou logístico, teria de ter em conta não apenas a exigível necessidade e interesse da coisa, mas também a expectável certeza de que não se está a apoiar em duplicado, por duas associações, dois clubes, estarem envolvidos numa mesma actividade sem que daí advenham dois proveitos diferentes.

E ao escrever a última frase não posso deixar de me lembrar da eterna rivalidade que une dois clubes do concelho, Courense e Castanheira, e de como estes poderiam tirar maior proveito da sua actividade, e do apoio camarário, se em vez de dois fossem apenas um. Não seria mais fácil dotar um único clube de melhores condições, do que estar a repartir apoios por duas bocas sem alimentar nenhuma em condições? Veja-se, a título de exemplo, o que fez a Câmara de Viana do Castelo com o novo centro de desportos náuticos, que colocou à disposição dos clubes do concelho… desde que estes se unissem sob única camisola.

9 comentários:

  1. Tema polémico, demais até, mas comecemos por esclarecer que se cortarem os apoios grande parte desaparece, em tempo de crise justifica-se? Bem pergunte-mos, quanto se gasta? Não esquecer que além de desporto, falamos de Cultura e tradição, muitas actividades se desenvolvem, e falamos de um ano inteiro, na tentativa de se relembrar costumes, esfolhada, magusto, linho, outras conseguiram recuperar instrumentos esquecidos como a concertina, jogos como o chavelho, malha e mesmo torneios de sueca bastante frequentados. São desenvolvidos torneios de Futebol 5, com participação de atletas de todos os escalões de idades, inclusive os Párocos já tiveram equipa, são realizadas actividades como a matança do Porco e esta mesmo cada vez mais rara, tudo isto por pura carolice de um punhado de gente cheia de boa vontade que luta pela real cultura e tradição Courense.
    Quanto a juntar o Courense com o Castanheira, não se vai defender nada a nivel de cultura e tradição, não limitem a Associação de Castanheira apenas ao Futebol, pois desenvolve todas ou quase todas as Actividades que aqui indiquei, quanto ao Futebol só tenho a dizer o seguinte se há dificuldades é pelo facto de se entrar pelo crime de se contratarem ditos profissionais que jogam pelo dinheiro, esquecendo que se o clube é financiado pelos Courenses devem ser estes a defender as cores do seu Clube, mas é preferível contratar, pagar quantias que não se tem e depois, depois é dividas e mais dividas, mas não se misturem as coisas. A crise justifica de facto poupança mas não é aqui, há actividades de menor duração que beneficia um menor e mais restrito numero de pessoas e que até hoje já custou uns milhões a esta Autarquia e essa sim deve e tem que se financiar por si pois é uma vergonha que se mantenha com as mesmas medidas de apoio. Apesar de se querer passar a ideia que agora é o que mantém o comercio Courense, meus amigos se para manter meia dúzia de Cafés temos que gastar essa quantidade de dinheiro então fechem, pois estão a sair muito caro aos contribuintes Courenses.

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  2. Acredito que não seja possivel agradar a todos na distribuição dos subsidios.Desconheço que critério a camara utiliza,mas as associações que durante o ano mais se distinguirem nos programas(eventos)apresentados e com certa regularidade e qualidade,devem ser as mais beneficiadas.Mesmo em tempo de crise devem ser apoiadas pela autarquia,pois por muito pouco serviço que façam e ás vezes de duvidosa qualidade,sempre é alguma coisa em prol da freguesia e do concelho.Sem estes subsidios,mesmo que pequenos,acabam. Sei que sobrevivem à custa de muita carolice e do trabalho voluntário,mas apesar disso quando se apresemtam ao publico,quer nos cortejos etnograficos,no carnaval,feira mostra e outros,devem primar pela qualidade,o que por vezes não tem acontecido. As vezes custa-ma ver elementos dos ranchos folclóricos vestidos e calçados de qualquer maneira.Não é bonito.Na área do desporto o courense é o maior.Merece toda a nossa atenção e apoio pelo trabalho que tem feito,especialmente no futebol jovem. A Associção cultural de Castanheira,como o nome indica,devia dedicar-se mais à actividade recreativa e cultural,e deixar-se de futebóis.Ter uma equipa de futebol filiada para nos domingos à tarde em que ha jogo ter 20 ou 30 pessoas a assistir,deve ser muito frustante. Alem do mais as condições do recinto desportivo são pessimas.

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  3. Zé Leao da Alacida14 outubro, 2011 14:07

    Subsidio para as Associações é sempre um tema um pouco polémico. Lógico que todas querem o "seu"subsidio" mas há muitas que não o nmerecem,e acho que todos estão de acordo,pois nada fazem durante o ano, a não ser participar na Feira MostraCoura, mais aí já tiram um bom pé de meia. Outras há que participam,apenas, num ou dois torneios de Futsal, e neste caso vemos muitas com jovens vindos de outros concelhos e deixam os jovens da terra de fora. Port isso até concordo com a suspensão de subsidio até haver uma nova regra que de subsidio a quem valorizar o património,o desporto e a cultura da freguesia que representam. Escrevo isto e deixo aqui dito:Fiz parte de uma Assoiação alguns anos.

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  4. Se continuarmos a pensar em função do passado, não vamos a lado nenhum.
    Nos tempos de correm, temos que mudar de atitude, e existem males que vem por bem, talvez seja o tempo certo para separar o trigo do joio.
    As associações, não podem nem devem depender dos subsídios da Câmara, as associações, devem depender apenas dos seus associados e criar as suas próprias fontes de receita, isto é irreversível, e ai sim iremos ver, quem é capaz de dirigir e manter uma associação.
    A partir desta verdade, veremos que a gestão dos destinos das associações, será muito mais credível, a criatividade aumentará, e a participação terá um empenhamento bem mais interessante.
    O apoio da autarquia, deverá ser pontual, e para eventos que o justifiquem.
    No caso concreto de Paredes de Coura, existem demasiadas associações para o numero de habitantes. Que venha depressa a redução de freguesias, e esperemos que à semelhança destas, a fusão de associações seja uma realidade.

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  5. É verdade que há muitas Associações que só o são de nome, sem actividades que justifiquem a atribuição de qualquer subsídio, só que o VOTO leva o poder a Câmara a dar-lhes uns milhares de euros.Comezainas,mais comezainas e o resto nem se vê para onde vai,claro para o bolso de uns poucos num dos casos e para um noutros.
    Contas apresentadas nem pensar, um pouco à moda das contas do festival!!!
    Vamos ver o ano de 2012 como vai correr...

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  6. Vê-se logo que caiu hoje aqui de Para -quedas!!!! Entao desde de Outubro que ninguem comenta e aparece agora este passado este tempo todo a dizer de sua sentenca!!!!

    "só que o VOTO leva o poder a Câmara a dar-lhes uns milhares de euros."

    Ora diga-me lá quem é que recebe MILHARES DE EUROS????
    Qual Associacao??

    "Contas apresentadas nem pensar, um pouco à moda das contas do festival!!!"

    1° todas as associacoes apresentam as contas aos associados , vc é que nao vê!!!
    E que contas quer do Festival???
    o que a Câmara dá ?? ou o que a empresa RITMOS ganha ou perde com o evento??
    se quer saber quanto é que a Câmara dá , vá perguntar lá ao presidente!!!Se quer saber das contas da RITMOS ??? aí meu amigo nao vai ter sorte!!! é uma empresa privada e nao têm que dar contas a ninguem a nao ser às Financas!!
    Tome um Rennie que isso passa ...

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  7. De facto há pessoas que ficariam contentes com o fim das associações, é pena que assim pensem, e relativamente aos Milhares de euros isso meu amigo não é verdade, recebem subsídios anuais pela participação em diversos eventos Concelhios, por esse facto umas recebem mais e outras menos, o que está correcto. Quanto ao Município terá que realizar cortes como o terá que fazer em tudo o resto, espero que nesta área ponderados, pois não se poderá usar a mesma medida para todos, existem associações que se destacam e essas merecem os apoios.
    Amândio Pinto

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  8. Ora aqui está a coerência do caro Amandio !!!! Só que acho que às vezes há associacoes, que querem que outras acabem pq pensam que assim iam receber ainda mais!!!
    Pura mentira.....

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  9. Amandio????
    Escreve-se Amândio.

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