03 julho 2012

Unanimidade à força

Não sei se o problema é dos jornalistas, por falta de atenção, se é de quem transmite a informação, numa tentativa de dourar a pílula, mas o certo é que as coisas são o que são e, quando são públicas, não há como negar as evidências. Isto a propósito da última sessão da Assembleia Municipal de Paredes de Coura e do voto de protesto que ali foi apresentado, contestando as medidas reformistas do Governo e a intenção de encerrarem o tribunal e retirarem a SIV que prestava serviço no concelho, entre outras coisas.
É que, por muito bonito que seja dizer ao mundo que daquela assembleia, que reúne três forças políticas diferentes, saiu uma posição unânime a contestar a acção do Governo, a realidade (dura e triste, sobretudo triste, mas sempre realidade) é que a proposta do Partido Socialista não colheu a unanimidade dos votos. Não é o que se lê nas notícias, aqui, ali e também acolá, mas foi o que aconteceu de facto. Deveria, e poderia, ter sido aprovada por unanimidade (e se calhar assim pensou quem a fez), mas houve alguém que não alinhou com os outros e vá de se abster na votação. E, graças à abstenção do social-democrata João Cunha, lá se foi a unanimidade que todos noticiam! Unanimidade… só se for à força!
Já agora, e a propósito do estado da saúde (e não só) em Paredes de Coura, dei de caras com um post no blogue Escavar em Ruínas, do amigo Jofre Alves, onde se reproduz uma petição do povo de Gondelim, Valença, que reclamava melhores cuidados de saúde e acessibilidades, entre outras prioridades. Ainda não tem 40 anos e, para a época, era já uma situação de excepção, mas retrata uma realidade que, em muitas coisas, quase faz lembrar a actualidade no nosso concelho, onde se deixam fechar as coisas praticamente sem luta e depois, ainda por cima, se vai bater à porta errada a reclamar.

3 comentários:

  1. Deve ser uma questão de subsidios agricolas.. Sinceramente não percebo como autorizam esse sujeito a sentar-se na nossa Assembleia Municipal!

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  2. Vivemos, felizmente num país democrático, que todos os membros da Assembleia Municipal foram eleitos legitimamente pelo voto soberano do povo. Não gosta, deixe na borda do prato.

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  3. O problema é que a pia é grande.. Daqui a pouco não há bordas que cheguem para tanto lixo!!!

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