Confusões pré-eleitorais (2)

Depois das “confusões” em Valença, com o ex-presidente da Assembleia Municipal a trocar o PSD pelo PS, e em Vila Nova de Cerveira, com o surgimento de uma lista independente que reúne vários nomes de socialistas, rumamos mais a Sul, em direcção a Caminha e ao imbróglio que a direcção nacional do Bloco de Esquerda provocou, ao não autorizar a coligação com o Partido Socialista naquele concelho. Tudo porque, argumentaram, não estão autorizadas coligações a dois. E como o PCP optou por se colocar à parte, a junção PS/BE ficou inviabilizada na secretaria.

Uma situação que não agradou nem aos responsáveis locais, que já informaram que não vão apresentar candidatura autárquica do Bloco de Esquerda naquele concelho, nem aos órgãos distritais, que já apresentaram a sua demissão e manifestaram a sua indisponibilidade para continuarem à frente das estruturas distritais daquele partido. Tudo porque, entendendo que a coligação com os socialistas poderia levar à vitória em Caminha, não entendem a intransigência da direcção nacional do Bloco, que não vê caso a caso, antes trata todas as coligações por igual e obriga à coligação com mais do que um partido.

A Norte do distrito, em Monção, a surpresa não são as coligações ou a falta delas. A surpresa é – pelo menos por agora, logo se verá no pós-eleições – a indicação de Abel Baptista, conhecido deputado do CDS para liderar a candidatura daquele partido na corrida à presidência da Câmara de Monção. E digo surpresa porque, apesar de Abel Baptista ser daqueles deputados que corre todo o distrito, a sua ligação mais forte é a Ponte de Lima, onde até é presidente da Assembleia Municipal. A sua candidatura, contudo, conforme o próprio indica, surgiu a pedido de um grupo de monçanenses que procuram uma alternativa, por isso aguardam-se as eleições para ver se causará, efectivamente, surpresa.