No seguimento do último post, sobre a falta de sinalização da passagem de Aquilino Ribeiro por Terras de Coura, houve quem me lembrasse prontamente que o autor de “A Casa Grande Romarigães” não é o único a ser relegado para segundo ou terceiro plano. E lá veio à baila o nome de Mário Cláudio e o suposto esquecimento da ideia de alojar em Paredes de Coura o espólio deste escritor portuense, que tem o nosso concelho no coração.
E digo “suposto esquecimento” porque, contrariamente ao que se possa pensar, o assunto não está esquecido. É certo que o anúncio da doação a Paredes de Coura de todo o acervo documental deste escritor, já foi feito há quase quatro anos e que, daí para cá, nada se viu de concreto. Mas, também ninguém pode exigir que a autarquia courense, especialmente nestes tempos de crise e a braços com uma situação financeira não tão desafogada como desejaria, tenha fundos suficientes para suportar a transformação da antiga escola primária de Venade, Ferreira, no abrigo protegido e dedicado da oferta feita por Mário Cláudio. É que, e a Câmara de Paredes de Coura já o explicou publicamente,os trabalhos a realizar vão ser alvo de candidatura a fundos comunitários e, pelo menos por enquanto, ainda não se abriu qualquer porta que possa permitir a entrada desta ideia no leque de projectos a desenvolver.
O único que poderia ter alguma razão de queixa seria, eventualmente, o próprio escritor. Mas Mário Cláudio tem sido colocado a par de todas estas peripécias que envolvem a sua oferta. Além disso, apesar de os trabalhos “mais visíveis” não estarem a decorrer, tendo a antiga escola sido apenas esvaziada do seu conteúdo, o certo é que os trabalhos em torno do espólio documental do escritor estão já a decorrer, com o seu tratamento arquivístico. Um trabalho quase invisível que, contudo, envolve muitas horas de dedicação e que não pode esperar pela transformação do espaço físico que o vai acolher para ser feito.
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