25 setembro 2011

Contrastes

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O mundo é cheio de contrastes. Nada de novo portanto. Dos cheiros e das cores às pessoas e às políticas, para cada sim há sempre um não. E, não raras vezes, convivem um lado do outro, partilhando uma mesma realidade. É um caso desses que partilho hoje com os leitores do Mais pelo Minho.

À minha caixa de email têm chegado, nas últimas semanas, mensagens de algumas pessoas amigas, que quando lidas em separado mostram duas realidades diferentes, uma boa, a outra nem por isso. Por um lado dão-me conta da vitalidade que o sector da construção civil parece estar a atravessar no distrito, tal é o volume de obras públicas que têm sido colocadas em execução nos últimos tempos. O nosso concelho, aliás, é um exemplo disso e basta uma leitura atravessada dos jornais das últimas semanas para contabilizarmos meia dúzia de obras que ou se encontram já em execução ou cujo início a breve prazo foi anunciado.

Mas, e lá está a tal coisa dos contrastes universais, ao mesmo tempo que recebo estas notícias, chegam-me outras às mãos a dar conta de uma realidade totalmente diferente e, ainda assim, intrinsecamente ligada a esta: o facto de, ao mesmo tempo que as autarquias multiplicam as adjudicações de obras públicas, existirem empresas de construção civil à beira da falência e outras ainda um passo mais à frente, já falidas, tudo porque o Estado e, em grande número, também as autarquias, lhes devem milhares (milhões?) de euros de obras já realizadas ou em execução mas que tiveram de abandonar por falta de pagamento.

Curioso é observar, também, que autarquias que devem milhares a empresas de construção civil, exigem dessas mesmas empresas, noutros concursos públicos, cauções de vários milhares como garantia pela obra a realizar. Mesmo sabendo que, do lado de lá, nas contas por saldar dessas autarquias (e escrevo autarquias porque não se trata apenas de câmaras mas igualmente de juntas de freguesia) o saldo positivo a favor do empreiteiro é largamente superior ao do custo total da obra a que este concorre. Nada que me surpreenda, contudo. Depois de observar casos de obras públicas em que, a meio dos trabalhos deixa de se cumprir o caderno de encargos aprovado para concurso porque o dinheiro não chega, até pedidos de pagamento urgente de taxas e licenças de algumas centenas de euros, quando a empresa está credora de milhares na mesma câmara municipal.

Chamei-lhes contrastes? Deveria ter dito antes contradições!

10 comentários:

  1. Contrastes, diga manobras de secretaria, depois passados uns anos, chegam os processos, as contas, só que não sei o que se poderá vender que possa cobrir o tamanho colossal da divida da nossa Câmara, dizem está a inventar, pensem que apenas temos perto de 10000 habitantes, será que já alguém se questionou quanto deve cada Courense, devem pensar isso é com a Câmara mas a Câmara somos nós e apenas nós os Courenses. Quanto a obras neste Concelho, quando falarem num meio de Construtores tenham cuidado, não digam donde são pois o nosso Concelho já é conhecido pela ruína de muitas Empresas de Construção. Efeitos do facto de sermos bons pagadores, só boa gente, capazes, dignos, eficientes na construção de um Concelho parasita numa evolução podre pela pobreza de Espírito, corroída de corrupção e reconhecimento de um povo que se vende por fachadas de grandiosidade inexistente, tudo inútil e falta pouco para vermos que afinal não se nadou no sentido do desenvolvimento mas contra a corrente e agora que faltam forças (dinheiro), será tarde para um Concelho que merece muito mais do que temos.......

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  2. Mais um exemplo da falta de seriedade é o que se está a passar com os prémios de mérito (escolar) que o estado deu ordem de que não se pague, apesar das verbas já terem sido deslocadas para a escola.
    O meu filho contava com os 500 euros para iniciar a vida na universidade (pagar a caução para aluguer de um apartamento) e agora vem-lhe dizer que tem de dar o dinheiro à escola secundária.

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  3. O verdadeiro problema é que as obras não são realizadas para as necessidades do Concelho, há muito que se realizam obras para os milhões da Europa, assim realiza-se o que os concursos deixam construir independentemente das necessidades do Concelho. Não acreditas, então diz uma obra que realmente tenha feito crescer o Concelho. Pelo contrario, temos obras que além de inúteis conseguem aumentar divida pelo prejuízo que dão.
    O caso da água, vendida por 300mil contos, muito? Os Courenses por ano pagam cerca de 700mil euros, é negocio da China. Os Parques não comento. Ceia se não fossem as Escolas, desconfio que os visitantes eram os trabalhadores que lá desenvolvem a seu trabalho, meu Deus isto até ofende quem sabe o que é trabalho.
    Aquela cena da ponte de Linhares, foi mais um caso, sem comentários...
    Agora as Portas do Corno de Bico, 2 milhões, em que bancos de ouro, espero que não coloquem luzes para apagar e fontes de água para estarem desligadas.
    Ainda não vi uma única obra que de facto desse dignidade ao Concelho, cria-se emprego, desenvolve-se, chama-se turismo.
    Biblioteca nova, não estava a cair, era um edifício recente, arquivo,velha escola, tantos milhões gastos e o Concelho em nada irá ficar mais rico, pelo contrário. Porque razão? Simples, tudo para trazer os milhões da Europa, o que correu mal? Não pagam tudo, a Câmara tem que pagar uma percentagem, crime? Ter mais olhos que barriga.
    Se te derem 5 milhões tu aceitas mas se te disserem que para isso tens que pagar 1 milhão e tu não tens esse milhão como fazes, pedes, mas depois tens que pagar, isso é o que mata a Câmara de Coura. É hora de pagar, mas como se deve demais a única solução é obras e mais obras, a de agora paga a anterior, depois quem tiver que resolva, por agora interessa é manter a máquina ligada, o caso da Madeira é semelhante, só difere nas dimensões.
    Isto é o melhor para Coura??? Mereci-amos mais, e de melhor qualidade, custa ver é que eles continuam contra tudo e todos. Novidades a nova Lei contra o enriquecimento ilícito, por Coura vai haver novidades, muita construção controlada, no entanto com a Justiça Portuguesa, fiquem descansados sem problemas....

    Por erro enviei este comentário para o tema errado, agradeço a correcção.

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  4. e como não sabe o povo de coura que a camara fez um projecto e ganhou fundos da europa para um fim publico que era os jardins de infancia, e depois entregou os jardins para uma empresa privada explorar, que é o ousam. isto é vergonha e deviam de se envergonhar os políticos de coura. isto é roubar o publico que somos os contribuintes e dar aos privados.vergonha. o senhor eduardo bastos podia bem esplorar este assunto.

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  5. Concordo plenamente com o cancelamento dos prémios de 500,00 por merito escolar.Digo mais ,nunca deveriam ter sido instituídos.É por via desses actos e de outros ainda piores que o nosso país está em pré-falência.Se fossemos um país rico e com boa situação financeira ainda se tolerava.Os alunos estão na escola para estudar e se quiserem ter um futuro melhor devem lutar para serem os melhores. O mérito é deles e a sociedade já paga com os seus impostos os custos para a educação ser gratuita.

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  6. Também não entendo como aparece o OUSAM a explorar os jardins de infancia e as creches.Será mais uma empresa municipal encapotada ??!!!!!! Não conheço os estatutos.O nome indica apoio social.Os edificios que sofreram obras de monta são propriedade de quem ?????!!!! A OUSAM paga rendas à camara ???? Por cada aluno a OUSAM recebe um subsidio do Estado e mesmo assim os pais tem que pagar quantias mensais elevadas.Não se percebe para que são criadas estas associações,se já existem outras que poderiam desenvolver estas activadades.É o caso do COURAÇÂO que funciona num edificio da Santa casa da Misericórdia e que tem um quadro permanente de funcionários. Qeum lhes paga ???? !!! Ou serão voluntários !!!!!.

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  7. Estou em completo acordo com o que é dito no blog de 28.9,pelas 23.6,para os mais lúcidse melhor informados há muitos anos que a Câmara de Coura vêm fazendo asneiras sobre asneiras, o nosso presidente,não sabe ou sabe muito pouco de gerir coisa pública.pois o passado do mesmo não nos oferece o mínimo de credibilidade neste aspecto,foi um administrativo,criado com todos os mimos,tudo lhe veio cair nos braços,empregos na sua terra,Câmara,EDP e pelos braços do sr.Guerreiro, vereador e sem mais trabalho ou mérito, veio a presidência de Câmara.
    Agora, apoiado por técnicos de duvidosa capacidade, o que esperavam???

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  8. Agora, apoiado por técnicos de duvidosa capacidade, o que esperavam??? foi esse o problema do Pereira ou não ouve ninguem ou só ouve conselhos de gente impreparada. os parques nasceram fruto de maus conselheiros.

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  9. O Pereira Junior é o verdadeiro João jardim de Paredes de Coura.!!!!! Não tenham duvidas disso. Mandou executar obras de duvidoso interesse - (CEIA)Nova Escola Primária;outras sem interesse algum - (plidesportivos nas freguesias;estacionamentos a pagar na vila;parque de estacionamento de cima;Ponte de Linhares;(só nestas são milhares de Euros ).Outras julgo eu com interesse- C.Cultural:distribuição de água e saneamento no concelho;Arranjo de estradas nas freguesias;tapete no campo de futebol do Courense;obras de remodelação na vila;Zonas industriais- e não vislumbro mais nada. Acho pouco para tanto tempo no poder e são obras que não vieram produzir riqueza para as pessoas e para o concelho. Sendo um concelho agricola não houve qualquer incentivo a esta actividade . No turismo nada de nada.Temos condições para desenvolver o turismo de natureza. Pela sua localização o antigo sanatório seria ideal para um hotel. `Ha que lutar pelas coisas.A diferença é que a Madeira desenvolveu-se e progrediu e nós continuamos a ficar para tràs em relação aos nossos vizinhos de Melgaço,Monção e Cerveira e com dividas.

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  10. E o que dizer das localizações das Zonas industriais do Concelho, quem as projectou? Perceberia alguma coisa sobre acessos? Nem Formariz nem Castanheira, será que se construíram duas zonas sem acessos para forçar a tão famosa ligação a A3, não sei. O que sei é que de nada servem e de industria temos o calçado nada mais, o resto é tudo PME, em nada conseguimos lutar com Valença ou com Cerveira. E pensar que era possível fazer uma única Zona com ligação a Cerdal e que de certeza já teria trazido a ligação, só Deus sabe porque razão foram escolhidos estes locais, mas uma coisa é certa não foi pela inteligência.....

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