02 novembro 2012

Quando os outros pedem por nós

É sempre bom quando os outros se juntam a nós no reivindicar dos nossos desejos e exigências. E, se isto é verdade nas coisas do dia-a-dia, melhor ainda quando se tratam de questões políticas. O maior exemplo, no que ao Alto Minho diz respeito, terá sido, certamente, a intervenção de Daniel Campelo, antigo presidente da Câmara de Ponte de Lima e actual secretário de Estado, na altura em que, como deputado do CDS-PP, ousou seguir rumo diferente do do seu partido e viabilizar o orçamento de Estado apresentado por António Guterres.

Lembrei-me desse episódio, e do célebre “orçamento do queijo”, ao ouvir anteontem a votação do orçamento de Estado para o próximo ano, com o voto contra do deputado Rui Barreto, também ele do CDS-PP, em sentido contrário ao do resto da sua bancada. Na altura, contudo, o voto de Daniel Campelo teve mais significado para a população do Alto Minho, pois, recorde-se, Campelo trocou o seu voto por uma série de contrapartidas para esta região, colocando os interesses do distrito que o elegeu mais acima do que do partido que representava.

Mas… depois do voto, houve resultados? Houve, mas não todos os que Daniel Campelo exigia. E quem ficou a perder, quem foi? Paredes de Coura, pois claro, que ainda sonha (será mais pesadelo) com a famosa ligação à A3. No entanto, não há problema, porque continuamos a ter nos de fora, ilustres embaixadores das nossas necessidades (se é que se pode considerar, hoje, essa ligação uma necessidade"). Ainda recentemente o presidente do Conselho Empresarial dos Vales do Lima e Minho, voltou à carga com a questão do acesso à A3 em Paredes de Coura. Luís Ceia contestava as portagens nas ex-SCUT’s e lembrou que esse acesso é um investimento “de capital importância” para a região. Por cá parece que a questão está esquecida, desconhece-se se por se considerar que, agora, já não vem fazer nada, ou se por se estar à espera de um qualquer avanço num processo com anos. Com um pouco de sorte, o assunto será retomado na próxima campanha eleitoral.

Já agora, realce-se que não é de agora a preocupação com os acessos a Paredes de Coura. Ainda há tempos li no Blogue do Minho, onde Carlos Gomes tem feito um trabalho exemplar, um artigo que dava conta duma intervenção do deputado Torres e Silva na Câmara dos Senhores Deputados, em 1880, a lembrar a “grande conveniência de ligar o caminho de ferro do Minho com o concelho de Coura”. A obra, como quase toda a gente sabe, nunca foi avante, o que em nada abona para as actuais reivindicações em nome de Paredes de Coura.

2 comentários:

  1. As Câmaras Municipais vão ser proíbidas de transportar os seus funcionários de casa para o trabalho e vice versa.
    Que saiba a Câmara de Coura não está a fornecer estes transportes a não ser em casos pontuais que defacto se vêem viaturas da mesma câmara,a não ser os sapadores que usam os carros do estado nas deslocações díárias para alomoçar e trabalho casa,não sei que estatuto lhes permitem semelhante abuso,de resto o presidente e vereadores também usam de forma escandalosa as viaturas do município em casos meramente perticulares,como funerais dos amigos e outras viagens!!! telemóveis e ...Temos fotos....
    Até que enfim que é o governo que vai impedir estes usos e abusos dos autarcas e não só!!!

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  2. Será mesmo verdade o que nos informa o blog anterior, as Câmaras vão deixar de poder fornecer transportes aos seus funcionários,trabalho casa a casa trabalho,que saiba os servidores da Câmara já não utilizam ou alguma vez utilizaram transportes em viaturas de serviço,mas sinceramente não sei...
    Que certos políticos da Câmara utilizam as viaturas públicas em viagens aos funerais e outros casos que nada terão a ver com os interesses da Câmara, lá isso é verdade...até em fins de semana, eu já prsenciei esses casos!!!...

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