01 outubro 2008

As contas de carrossel

Na hora de aprovar o valor de IMI a cobrar pela Câmara Municipal de Paredes de Coura no próximo ano, o PSD, pela voz de Venâncio Fernandes, trouxe à última assembleia municipal as influências dos vizinhos. Dos concelhos vizinhos, entenda-se, nomeadamente Ponte de Lima, de onde trouxe uma cópia do cartaz que se nos depara quando, descidos de Paredes de Coura, entramos naquela vila, como que a convidar-nos a mudar para lá.
Pretendia Venâncio Fernandes mostrar que também Paredes de Coura teria a ganhar com uma postura de redução de impostos, nomeadamente a aplicação da taxa mínima do IMI, a descida da derrama e o abdicar, por parte do município, dos cinco por cento do IRS a que tem direito. No seguimento, aliás, do que já tenho defendido aqui no Mais pelo Minho. O deputado municipal do PSD questionou, e bem, o que é que o concelho tem para oferecer às pessoas que aqui se queiram fixar, ou ainda o que é que levaria as empresas a optar por Paredes de Coura para aqui fazerem os seus investimentos.
Mas Venâncio Fernandes perdeu-se quando enveredou por aquilo que a oposição haveria de apelidar de “contas de carrossel”, ou seja quando tentou explicar que, reduzindo a cobrança de impostos, a Câmara estaria a promover um maior investimento dos courenses no concelho que, com mais dinheiro no bolso, gastariam mais no concelho, o que poderia levar à criação de mais postos de trabalho, o que por seu turno originaria maior receita fiscal para o município. Esclarecido? Pois… nem por isso.
Numa coisa, contudo, o social-democrata não deixa de ter razão, ou seja na falta de atractivos do concelho. “Temos pouca oferta de emprego, más acessibilidades e impostos acima da média dos concelhos limítrofes”, explicou. Mas criou a sensação de que não sabia do que falava quando referiu que a Câmara podia baixar o IMI para o mínimo imposto pelo Governo de 0,2%, quando o próprio presidente garantia que o mínimo era de 0,3%, logo muito próximo dos 0,35% cobrados este ano e a cobrar no próximo. Curiosamente, Venâncio Fernandes explicou que o valor que tinha se baseava na informação da página da DGCI e, confirma-se, na referida página é esse valor mínimo que o Fisco apresenta.
Já em relação aos valores que os courenses iriam poupar caso a Câmara abdicasse da sua quota parte no IRS dos trabalhadores… bem, é melhor não confiar muito nos seus números, pois dá-me a impressão que estava a confundir 5% do valor dos salários com os, efectivos, 5% por cento do valor do imposto cobrado. Uma confusão que até se lhe perdoa, especialmente tendo em conta que até o próprio presidente da Câmara admite não saber o valor que representa essa colecta para o município.

4 comentários:

  1. Ai perdoa? E eu a pensar que o homem era economista, gestor, trabalhador de banco ou lá o que é. O que me parece em primeira lugar é que esses senhores da assembleia têm que começar a pensar em usar calculadora nas reuniões.

    É pertinente a tal questão, realmente temos pouco para oferecer, agora sacar do plano de ponte de lima e querer transportá-lo para a realidade courense é que já não me parece uma ideia tão acertada. Eu adoraria que o municipio baixasse os impostos e nos fizesse poupar uns tostões, mas será que isso acabaria por ser benéfico para nós quando pensassemos nos andamentos dos cofres da câmara? De qualquer das formas pelo que diz o eduardo o homem meteu água e meteu. Além disso a maioria é PS, suponho onde essa proposta terá ido parar...

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  2. eu não percebo... a camara diz estar a braços com dificuldades economicas, será verdade?
    e essa dificuldade mostrou-se tb no caso do festival do tabuão?
    ou para iso tem de haver?
    que lucra a cultura de coura com isso? que lucra coura comtal enchente?
    que lucra coura com os cofres cheios dos comerciantes e afins de coura?
    Coura em si não lucra nada... desperdiça tempo (quantos dias os empregados da camara não perdem para preparar as estruturas basicas? quanta poluição não fica no nosso RIO Coura; e quanta miseria human não se proporciona a quem frequenta esse dito balhacouto de festivaleco...?)
    meditem

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  3. Para este tipo de comentário há uma expressão muito interessant!

    "Nunca lutes com um porco! Por duas razões importantes:
    Acabarás por te sujar, sempre!;
    E porque o porco gosta!"

    Entendidos?!...

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  4. Perdoai-lhes senhor que não sabem o que dizem. Caro anónimo que disse que o festival basicamente nao serve para nada, a sua burrice ultrapassa qualquer fronteira. Pediria para se poupar a si mesmo, mas vejo que a inveja é cega. Tristeza de gente.

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