11 novembro 2009

Regionalização

Nas últimas eleições legislativas, no distrito de Viana do Castelo, os socialistas ganham o distrito com a eleição de 3 Deputados, 2 para o PSD e 1 para o CDS/PP.

Diferenças em Viana do Castelo em relação a 2005, só mesmo nas percentagens. E são reveladoras. Os socialistas ganham o distrito, mas descem 5,7 pontos. O PSD também cai, embora menos (2,2) CDS/PP, BE e PCP/PEV sobem, obtendo 13,6, 8,55 e 4,19. respectivamente.

Mas o Alto-Minho continua esquecido pelos poderes centrais, sem líderes políticos locais fortes com visibilidade que ultrapasse as fronteiras do distrito, vivendo com as “energias” que lhe chegam (cada vez menos) das sobras da Galiza.

A Lisboa, o que continua a chegar de cá, é a eterna cantiga:

O que diz a carta, Senhora Maria?

Que o sol no Alto Minho nasce ao meio dia!

Valença, promovida a cidade, e com o anúncio da construção de uma plataforma logística, muda do PS para o PSD! Dá para entender?

A regionalização é mais que necessária, como necessária é a afirmação de lideranças políticas, económicas e culturais.

Vencer o atraso estrutural da região, sem a danificar, significa adoptar uma visão renovada do espaço e do território, do ambiente e do ordenamento. Quer ao serviço da qualidade de vida dos cidadãos e do desenvolvimento sustentável, quer aproveitando a nossa posição geo-económica como factor de competitividade da economia.

Penso serem quatro os eixos fundamentais em que se articula esta visão:

  1. A sustentabilidade do desenvolvimento, fazendo da protecção do ambiente um elemento integrador de todas as políticas e um factor da própria competitividade do distrito.
  2. Valorização dos centros concelhios (Ponte de Lima/gastronomia e património, Vila Nova de Cerveira/Artes, Melgaço/Termal e cultura castreja, Paredes de Coura/Águas e património natural, etc., etc.) que sejam estruturantes do território, do ambiente, da identidade cultural e da paisagem.
  3. O desenvolvimento rural, compreendendo a política agrícola mas assumindo-se numa perspectiva integrada de preservação do povoamento (acabe-se com os caricatos subsídios de nascimento, distribuía-se em substituição um viagra motivacional para o trabalho), do ambiente, da identidade cultural e da paisagem.
  4. A aposta no distrito, como plataforma atlântica da Europa no noroeste peninsular, em articulação com a Galiza, como base logística da inserção  no espaço europeu.

Por aqui me fico, não sem antes deixar este desabafo: Recentemente, um casal holandês que visitou o distrito, queria saber o destino/produtos finais resultantes da pastorícia do distrito. Não fui capaz de uma explicação concreta, perante a estupefacção dos meus interlocutores!

Manuel Martins 

1 comentário:

  1. " um casal holandês que visitou o distrito, queria saber o destino/produtos finais resultantes da pastorícia do distrito."

    Simplesmente essa actividade deixou de existir em termos de productividade!!!!!Restam só pequenos núcleos de pastoricia,que nao produzem nada ou só para consumo caseiro!!!!!!!!!

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