07 maio 2010

Urgências: aumento de doentes, prejudica serviço

A afluência de utentes aos serviços de urgência básica de Monção e Ponte de Lima aumentou fortemente no último mês, num cenário a que poderá não ser alheio o encerramento das urgências nocturnas em Valença, Melgaço, Paredes de Coura e Arcos de Valdevez. Era o que já se esperava, ou não? Alguém duvidada que isto fosse acontecer? É claro que não, pois já se sabia que sem serviço médico a funcionar de noite nos seus concelhos de residência, os utentes que necessitassem de cuidados de saúde os iriam procurar noutro lado e não esperar pelas 8 da manhã, como defendeu o secretário de Estado da Saúde a determinada altura.

O caso de Monção é gritante, pois de acordo com os dados da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) hoje divulgados pela TSF, registou um acréscimo de 630 por cento de utentes vindos de Valença. Mas não é o único, pois no serviço de urgência básica (SUB) de Ponte de Lima também se verificou um aumento de 128 por cento no número de pacientes oriundos de Paredes de Coura, por exemplo. Número que, a juntar também à afluência considerável de utentes de Arcos de Valdevez, Ponte da Barca e, naturalmente, Ponte de Lima, leva Baltasar Fernandes, gestor do serviço de urgência da ULSAM a considerar que aquele SUB enfrenta um congestionamento e uma má resposta, relacionados com “as condições exíguas em termos de espaço” daquele serviço. Ora, se as condições não são as melhores para providenciar um bom serviço aos doentes que ali acorrem, porque raio é que se teima em manter encerrados os serviços locais e canalizar para ali os utentes de todos os concelhos à volta?

Por outro lado, ao mesmo tempo surgem notícias, igualmente esperadas, de que os Bombeiros de Valença registaram o dobro das saídas habituais desde que o serviço de urgências local encerrou. Uma situação que, explicam os bombeiros, tem a ver com o aumento do serviço de transporte de doentes para Monção. Por Paredes de Coura não se conhecem números, mas quase que aposto que as viagens Coura/Ponte de Lima também cresceram. E, já agora, os custos de quem tem de as suportar.

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