Mesmo ausente, foi José Augusto Pacheco quem dominou a última sessão da Assembleia Municipal de Paredes de Coura, realizada na passada sexta-feira. O presidente da Assembleia Municipal está ausente do país e, por isso mesmo, solicitou a sua substituição na reunião, tendo Luísa Castro assumido a presidência daquele órgão. Apesar disso, haveria ser um assunto trazido à baila por aquele professor universitário a dominar a noite.
Confuso? Então expliquemos. É que, apesar de José Augusto Pacheco não estar presente, João Paulo Alves, do grupo municipal do PCP, levou à discussão na assembleia a última crónica do presidente da AM no Notícias de Coura, onde a reorganização política, nomeadamente ao nível da extinção e fusão de freguesias, é tema de análise. João Paulo Alves pegou no escrito e, explicando que o PCP concorda que 21 freguesias para um concelho como Paredes de Coura é excessivo, lá foi dizendo que os presidentes de junta olham muito para o seu umbigo, dando como exemplo a necessidade que houve de dotar cada uma das freguesias com um polidesportivo, quando agora muitos deles estão ao abandono.
O deputado do PCP aludiu ainda à proposta/ideia que José Augusto Pacheco deixa no seu artigo de criar um novo órgão onde os presidentes de junta estivessem representados que não a própria AM. Um cenário que, defendeu João Paulo Alves, evitaria as situações em que um presidente de junta até discorda da proposta de orçamento da Câmara, “mas vota a favor porque…”, referiu aquele deputado municipal, deixando no ar a teoria já muitas vezes abordada naquele órgão, de que os presidentes de junta se sentem condicionados a aprovar o orçamento para não terem problemas depois.
Estava dado o tiro de partida para o momento mais animado de uma noite morna na Assembleia Municipal. João Cunha do PSD, demarcou-se “em absoluto” da posição do seu colega do PCP e fez o reconhecimento público do trabalho dos presidentes de junta, que “são muito melhores gestores que as câmaras”. Também Joaquim Felgueiras Lopes, presidente da junta de freguesia da vila, manifestou a sua discordância em relação às ideias de José Augusto Pacheco. “É a opinião dele, não é a minha. Ele vive em Braga, nós vivemos em Coura”, desabafou o histórico autarca socialista, acrescentando que “o trabalho das juntas reflecte-se no desenvolvimento do concelho”.
Opinião idêntica parece ter o vereador social-democrata José Augusto Caldas que, instado a pronunciar-se sobre o assunto, não escondeu que é “frontalmente contra a redução do número de juntas de freguesia. O presidente da junta será sempre o último elo de ligação à população”.A seu lado, o presidente da Câmara optou por não tecer grandes comentários sobre “um problema que ainda nem sequer está perto. Não vou manifestar a minha opinião enquanto não se souber o que está em jogo”, concluiu Pereira Júnior.
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