12 janeiro 2006

Perigo a caminho da escola

Pois é, o que se temia aconteceu. Infelizmente. Quando a Câmara de Paredes de Coura resolveu juntar as escolas todas numa só, na vila, bem que surgiram alertas paras as condições em que ia ser feito o transporte das crianças. Mas ninguém parece ter dado ouvidos a essas críticas (nem todas as críticas são de desprezar!) e ontem eis que aconteceu o que era esperado: um acidente (ou incidente) com um dos mini-autocarros que diariamente transportam as crianças das freguesias para a nova escola. Ao que tudo indica, um dos alunos, que seguia em pé, terá caído do autocarro com este em andamento e teve de receber tratamento hospitalar.
Poderia servir de exemplo, mas infelizmente penso que não eram necessários exemplos para ver o que poderia acontecer. Ainda há pouco mais de um ano, por altura da abertura da nova escola, se falava nas condições em que seriam transportadas as crianças (algumas com apenas cinco anos de idade). Inclusivamente Manuel Monteiro, que agora é vereador socialista da autarquia courense, alertava para a necessidade de fazer seguir em cada viatura, além do motorista, uma outra funcionária que controlaria as crianças durante a viagem. A ideia não pegou e as crianças viajam por sua conta e risco, porque todos sabemos que o condutor tem de optar entre olhar a estrada ou vigiar os alunos e a escolha a fazer parece-me óbvia.
Todos os dias passo por alguns destes mini-autocarros e não deixo de me surpreender com o facto das crianças seguirem em pé (23 meninos em autocarros de 16 lugares????), muitas delas mesmo junto ao vidro da frente, quase em cima do motorista. E às vezes nem sequer é por não terem lugar, é por serem crianças, necessariamente agitadas e curiosas que precisam de alguém a mantê-las no lugar. À semelhança, aliás, do que fazem outras instituições que trabalham com crianças.
Já sei que, quando chegar o momento de apurar responsabilidades sobre o acidente de ontem (se é que o vão fazer) o motorista será sempre sempre apontado como o "mau da fita". Não esquecer, contudo, que não foi o motorista que delineou o percurso do autocarro e necessariamente o número de crianças a transportar nesse circuito. É preciso ver que tanto o Território Educativo como a Câmara Municipal também merecem ser chamadas à razão. Estamos em tempo de crise, é certo, ms isso não é desculpa para não estarem atentos ao perigo do transporte das crianças, ou esperar que sejam os pais a trazê-las das freguesias até à vila, sendo certo que muitos deles já optaram por o fazer, nem sempre por conveniência própria, mas apenas porque estão preocupados com a segurança dos seus filhos, que optam por transportar em cadeiras próprias (obrigatórias até aos 12 anos).

1 comentário:

  1. É uma tristeza. Quiseram as escolas todas juntas e agora é o que se vê. Tenham vergonha.

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