08 novembro 2006

A nova vida da feira

Confesso que não cheguei a conhecer a feira no centro da vila, a “feira de Paredes” como já lhe ouvi chamarem. O que ouvi contar, contudo, em nada se parece com a feira que hoje temos. A culpa? Entre a localização que muitos contestam, o surgimento de outras feiras nos concelhos vizinhos, e a crise, todas as opiniões parecem ser válidas.
Agora prepara-se o regresso da feira ao centro de Paredes de Coura, uma ideia concebida há alguns anos mas que só agora ganhou (finalmente) forma. Os trabalhos de adaptação já começaram e a próxima feira, no dia 18, já será no seu antigo palco.
Discutir a viabilidade da feira nestes novos, velhos, moldes, parece ser, no entanto, descabido, tanto mais que a realidade comercial do concelho e da região não é a mesma de anos atrás. Quando a feira era grande ainda nem sequer se projectavam os hipermercados e outras superfícies comerciais que hoje dominam as relações comerciais, aqui como no resto do país.
O que a feira regressada pode conseguir é, isso sim, uma maior dinamização de um centro urbano que tem tido dificuldade em impor-se, nomeadamente após as obras de requalificação que encerraram ao trânsito a Conselheiro Miguel Dantas. Um trabalho que está nas mãos dos feirantes, mas também dos comerciantes da vila que devem aproveitar esta oportunidade para atraírem os clientes que julgavam perdidos e que agora, mercê da localização da feira, vão ter novamente as pessoas a passar-lhes à porta. Outros vão ter de encontrar novos atractivos, caso do Mercado Municipal que ficará agora completamente afastado do eixo comercial de Paredes de Coura.
E o actual recinto da feira, como vai ficar? Ao que tudo indica os planos da autarquia para aquele espaço continuam os mesmos de há dois anos. Ou seja, em vez de um espaço onde reina o alcatrão, vamos passar a ter uma zona verde, com espaços arborizados, um curso de água e até um parque de actividades e uma área para merendas.
Assim de cabeça, julgo que era isto que o projecto previa. Ah… e uma esplanada ali no gaveto entre a ponte e o bairro dos Bombeiros. Tudo para que, mais tarde, com o túnel a servir de ligação, este espaço se alastrasse à área envolvente do Centro Cultural, criando um cordão verde no centro da vila.

1 comentário:

  1. Suceda o que acontecer, faça-se a feira onde fizer, a feira está moribunda, acabada pelos motivos seguintes, entre outros:
    1 – Desertificação humana;
    2 – Degradação e decadência da actividade agrícola;
    3 – Interdição de feira de gado vacum e cavalar;
    4 – Alteração das relações sociais;
    5 – Desenvolvimento de espaços feirantes nos concelhos transfronteiriços de Vila Nova de Cerveira e Valença;
    6 – Deslocalização de feirantes para aqueles concelhos, mais atractivos pela vizinhança dos galegos;
    7 – Aparecimento das grandes superfícies.
    Para a catacumba sobejante, aquele buraco onde a feira funcionou em regime de estertor final, muitas soluções:
    - deixar ficar assim para visita guiada no futuro;
    - ajardinar e plantar árvores;
    - transformar aquilo num local para desportos radicais;
    - colocar mais pedra ainda, para condizer com o resto da vila;
    - parque de estacionamento, porque só dois ainda não chegam, etc.
    Seja qual for a solução, não agradará aos gregos ou então aos troianos. É tudo para inglês ver...

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