Será que a gastronomia tradicional tem os dias contados? O tema tem sido abordado em diversos locais, nomeadamente na comunicação social, mas certamente o lugar onde mais se tem discutido é nos próprios restaurantes. No passado fim de semana jantei num restaurante de Paredes de Coura onde o simpático dono me falava precisamente desta relação complicada entre a cozinha tradicional e as directivas emanadas de Bruxelas, tal como o retratou esta semana Sérgio Andrade, na sua coluna semanal do Jornal de Notícias.
Dizia-me o proprietário do restaurante que cada vez tem mais dificuldade em conciliar o que dá à gastronomia típica da região minhota o seu sabor e o seu nome, com os impedimentos ditados pela legislação comunitária que a ASAE tanto tem feito valer nos restaurantes portugueses. E não se julgue que é apenas a cozinha do Minho que sofre com isso, pois as exigências de Bruxelas, feitas se calhar por alguém que nunca comeu fora de casa ou dos restaurantes ditos de cozinha internacional, andam a criar muitas dores de cabeça a proprietários de restaurantes de todo o país.
No caso minhoto, por exemplo, veja-se a tarefa hercúlea que será, por exemplo, fazer um arroz de cabidela, quando as normas comunitárias obrigam a que o animal seja abatido no matadouro. O cozinheiro vai buscar o sangue onde? Mas, mesmo que o conseguisse, imagine-se a despesa de fazer uma cabidela de frango, daquelas mesmo com o animal caseirinho, para um restaurante de Paredes de Coura? É que, para abater o bicho, o matadouro mais próximo fica em… Famalicão. Transporte de animais para um lado, transporte térmico para o outro… façam as contas. E que dizer da lampreia, pescada no rio Minho e comprada directamente aos pescadores, isentos de facturar o que vendem, quando o restaurante é obrigado a ter factura de tudo o que compra?
Preocupações como esta têm juntado vários empresários ligados ao sector e representantes dos organismos estatais que o fiscalizam, no sentido de serem encontradas soluções de consenso. Uma das que está em cima da mesa é a criação de pequenos matadouros em cada concelho, onde, sob a supervisão do veterinário municipal, poderiam ser abatidos alguns animais. Não sei se será a melhor solução, especialmente para concelhos com poucos restaurantes como Paredes de Coura, criar uma estrutura que iria estar mais tempo parada do que a funcionar. Mas concordo com o princípio em si e não vejo porque não se possa fazer isso agregando alguns concelhos, de modo a rentabilizar mais o equipamento e, ao mesmo tempo, garantir-lhe melhores condições de funcionamento.
Não se julgue, contudo, que tudo o que vem de Bruxelas em relação a este sector é mau. Já todos vimos, através da comunicação social, que as inspecções da ASAE nos mostram, muitas vezes, realidades pouco condizentes com o que deve ser uma cozinha. Na segurança alimentar, seja na cozinha tradicional ou na mais moderna, é o cliente, a sua saúde, que está em causa, por isso há que cumprir.
Dizia-me o proprietário do restaurante que cada vez tem mais dificuldade em conciliar o que dá à gastronomia típica da região minhota o seu sabor e o seu nome, com os impedimentos ditados pela legislação comunitária que a ASAE tanto tem feito valer nos restaurantes portugueses. E não se julgue que é apenas a cozinha do Minho que sofre com isso, pois as exigências de Bruxelas, feitas se calhar por alguém que nunca comeu fora de casa ou dos restaurantes ditos de cozinha internacional, andam a criar muitas dores de cabeça a proprietários de restaurantes de todo o país.
No caso minhoto, por exemplo, veja-se a tarefa hercúlea que será, por exemplo, fazer um arroz de cabidela, quando as normas comunitárias obrigam a que o animal seja abatido no matadouro. O cozinheiro vai buscar o sangue onde? Mas, mesmo que o conseguisse, imagine-se a despesa de fazer uma cabidela de frango, daquelas mesmo com o animal caseirinho, para um restaurante de Paredes de Coura? É que, para abater o bicho, o matadouro mais próximo fica em… Famalicão. Transporte de animais para um lado, transporte térmico para o outro… façam as contas. E que dizer da lampreia, pescada no rio Minho e comprada directamente aos pescadores, isentos de facturar o que vendem, quando o restaurante é obrigado a ter factura de tudo o que compra?
Preocupações como esta têm juntado vários empresários ligados ao sector e representantes dos organismos estatais que o fiscalizam, no sentido de serem encontradas soluções de consenso. Uma das que está em cima da mesa é a criação de pequenos matadouros em cada concelho, onde, sob a supervisão do veterinário municipal, poderiam ser abatidos alguns animais. Não sei se será a melhor solução, especialmente para concelhos com poucos restaurantes como Paredes de Coura, criar uma estrutura que iria estar mais tempo parada do que a funcionar. Mas concordo com o princípio em si e não vejo porque não se possa fazer isso agregando alguns concelhos, de modo a rentabilizar mais o equipamento e, ao mesmo tempo, garantir-lhe melhores condições de funcionamento.
Não se julgue, contudo, que tudo o que vem de Bruxelas em relação a este sector é mau. Já todos vimos, através da comunicação social, que as inspecções da ASAE nos mostram, muitas vezes, realidades pouco condizentes com o que deve ser uma cozinha. Na segurança alimentar, seja na cozinha tradicional ou na mais moderna, é o cliente, a sua saúde, que está em causa, por isso há que cumprir.
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