Ao reler o post anterior, fiquei de repente preso na memória, na minha memória de outros tempos. Os meus tempos de escola, mais precisamente. Nascido e criado numa família de classe média/baixa, como a maioria dos portugueses da minha geração, cresci com brinquedos, é certo, mas nada que se compare ao que hoje em dia se vê por aí.
Quando andava na escola primária, daquelas modelo centenário, com oito salas de aula, sanitários turcos e muito espaço ao ar livre para correr e saltar, a brincadeira de eleição, futebol à parte, era o “Jogo do Prego”. Hoje em dia, se vejo o meu filho com alguma coisa mais afiada na mão chamo-lhe logo a atenção para os perigos. Esqueço-me que, quando tinha a idade dele, levava todos os dias na pasta um prego, ou melhor uma cavilha, com que nos entretínhamos a jogar nos intervalos, no recreio de terra batida, a ver quem completava primeiro o círculo. E havia ainda o pião, ou a mona, a minha preferida. As raparigas ficavam-se pelo elástico ou pela corda, a que nós, rapazes, também jogávamos, fingindo que o fazíamos a contra-gosto.
A saída da escola primária para o ciclo marcou o fim desse tipo de brincadeiras, pelo menos as mais arrapazadas, porque as meninas continuaram sempre com o elástico e a corda atrás delas. Curiosamente, ou talvez não, não se viam bonecas na escola. Carrinhos, um ou outro apenas. Aliás, na época o que estava em alta eram os carrinhos de rolamentos, que agora parecem ter regressado.
Mas, dizia eu, no ciclo, muito antes de “playstations” e “gameboys”, mas numa altura em que o Spectrum começava já a criar os primeiros viciados nos jogos electrónicos, quem mandava eram quem tivesse o maior saco de berlindes. Tal era a apetência pelos berlindes que a escola preparatória que frequentei tinha um percurso próprio, ao género de mini-golfe, com diversos campos diferentes, que nos intervalos se enchiam de miúdos agachados atrás das pequenas bolas.
E que dizer do futebol jogado com uma bola de ténis e utilizando os bancos do recreio como balizas? Os autênticos campeonatos mundiais que se disputaram nos pequenos átrios das salas de aula… Brincadeiras improvisadas, num tempo em que havia brinquedos, claro, mas em que, penso eu, não se tinha ainda dado a explosão de todo o consumismo que vemos hoje, em que o melhor é o que tem o jogo electrónico mais moderno, onde as marcas e a ampla oferta à mão de semear superaram o “desenrascanço” típico de uma criança que, quando queria brincar, inventava os seus próprios brinquedos, os seus próprios jogos. Hoje são apenas um momento de nostalgia.
Quando andava na escola primária, daquelas modelo centenário, com oito salas de aula, sanitários turcos e muito espaço ao ar livre para correr e saltar, a brincadeira de eleição, futebol à parte, era o “Jogo do Prego”. Hoje em dia, se vejo o meu filho com alguma coisa mais afiada na mão chamo-lhe logo a atenção para os perigos. Esqueço-me que, quando tinha a idade dele, levava todos os dias na pasta um prego, ou melhor uma cavilha, com que nos entretínhamos a jogar nos intervalos, no recreio de terra batida, a ver quem completava primeiro o círculo. E havia ainda o pião, ou a mona, a minha preferida. As raparigas ficavam-se pelo elástico ou pela corda, a que nós, rapazes, também jogávamos, fingindo que o fazíamos a contra-gosto.
A saída da escola primária para o ciclo marcou o fim desse tipo de brincadeiras, pelo menos as mais arrapazadas, porque as meninas continuaram sempre com o elástico e a corda atrás delas. Curiosamente, ou talvez não, não se viam bonecas na escola. Carrinhos, um ou outro apenas. Aliás, na época o que estava em alta eram os carrinhos de rolamentos, que agora parecem ter regressado.
Mas, dizia eu, no ciclo, muito antes de “playstations” e “gameboys”, mas numa altura em que o Spectrum começava já a criar os primeiros viciados nos jogos electrónicos, quem mandava eram quem tivesse o maior saco de berlindes. Tal era a apetência pelos berlindes que a escola preparatória que frequentei tinha um percurso próprio, ao género de mini-golfe, com diversos campos diferentes, que nos intervalos se enchiam de miúdos agachados atrás das pequenas bolas.
E que dizer do futebol jogado com uma bola de ténis e utilizando os bancos do recreio como balizas? Os autênticos campeonatos mundiais que se disputaram nos pequenos átrios das salas de aula… Brincadeiras improvisadas, num tempo em que havia brinquedos, claro, mas em que, penso eu, não se tinha ainda dado a explosão de todo o consumismo que vemos hoje, em que o melhor é o que tem o jogo electrónico mais moderno, onde as marcas e a ampla oferta à mão de semear superaram o “desenrascanço” típico de uma criança que, quando queria brincar, inventava os seus próprios brinquedos, os seus próprios jogos. Hoje são apenas um momento de nostalgia.
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