É incrível a forma como a Assembleia Municipal de Paredes de Coura consegue adivinhar, todos os anos, o discurso do Presidente da República por ocasião do aniversário do 25 de Abril. No ano passado Cavaco Silva falou na necessidade de evitar os actos rotineiros e deixar a iniciativa à sociedade civil e, vai daí, a AM de Paredes de Coura apresentou essa explicação para justificar “a posteriori” a não realização da sessão comemorativa da Revolução. Este ano, ainda o Presidente não tinha falado do alheamento dos jovens e já a Assembleia Municipal courense, com isso se preocupava. Só assim se entende que tenham agendado a sessão comemorativa do 25 de Abril para começar noite dentro, já depois da meia-noite.
A hora tardia, invulgar, eventualmente até imprópria para uma cerimónia do género, só pode ter sido pensada de forma a cativar os jovens courenses que a essa hora andariam pelos bares da vila e arredores e que, desta forma, teriam a oportunidade de assistir à sessão solene da passada quarta-feira. Os planos correram mal, contudo, pois os jovens não se dignaram aparecer na AM. Nem os jovens nem os mais velhos, pois exceptuando os membros da Assembleia, da Câmara e os funcionários da autarquia, nem uma meia dúzia de pessoas assistiu à Assembleia Municipal, depois de mais de três horas de espera. Nada de novo, portanto.
A novidade foi, realmente, o horário a que decorreu a reunião e a publicidade enganosa feita pelo município, que anunciava a sessão comemorativa do 25 de Abril para as 21 horas do dia 24. Afinal, para essa hora estava prevista a Assembleia Municipal, sim, mas a sessão ordinária de Abril. A sessão solene, devidamente convocada, só teria lugar depois da primeira acabar, o que viria a acontecer já depois da meia-noite de 25.
Sinceramente, nunca tinha visto nada assim. A convocatória dizia expressamente que a sessão teria início assim que terminasse a sessão anterior. O regimento nada diz a este respeito, mas é no mínimo estranho, tanto mais que, numa sessão normal, quando se atinge a meia-noite é necessário pedir autorização ao plenário para continuar os trabalhos para além desta hora. Então, e para começar uma reunião depois da meia-noite já não há problemas?
Já para não falar na situação pouco ética, no mínimo, que é os deputados municipais auferirem duas senhas de presença com apenas uma deslocação e, diga-se em abono da verdade, uma única reunião… pois só a mudança de lugares na mesa ditou a transformação do que era ordinário em extraordinário. Ou seja, duma assentada só, os deputados municipais levaram para casa 110 euros. Nada que lhes não seja devido, é certo, mas fica muito mal na fotografia receber sem mostrar trabalho.
E para culminar, e dar ainda um toque mais surrealista ao retrato da sessão comemorativa, só mesmo lembrar a ausência completa do PCP da reunião da passada quinta-feira. De uma e de outra, refira-se, mas com maior impacto na sessão comemorativa do 25 de Abril, onde têm lugar de destaque os líderes de cada uma das bancadas políticas. E assim foi, mas do Partido Comunista ninguém. Nem um substituto se dignaram enviar, para ler um discurso encomendado que fosse. Ficou em branco. E ainda há quem se admire do alheamento dos jovens!
A hora tardia, invulgar, eventualmente até imprópria para uma cerimónia do género, só pode ter sido pensada de forma a cativar os jovens courenses que a essa hora andariam pelos bares da vila e arredores e que, desta forma, teriam a oportunidade de assistir à sessão solene da passada quarta-feira. Os planos correram mal, contudo, pois os jovens não se dignaram aparecer na AM. Nem os jovens nem os mais velhos, pois exceptuando os membros da Assembleia, da Câmara e os funcionários da autarquia, nem uma meia dúzia de pessoas assistiu à Assembleia Municipal, depois de mais de três horas de espera. Nada de novo, portanto.
A novidade foi, realmente, o horário a que decorreu a reunião e a publicidade enganosa feita pelo município, que anunciava a sessão comemorativa do 25 de Abril para as 21 horas do dia 24. Afinal, para essa hora estava prevista a Assembleia Municipal, sim, mas a sessão ordinária de Abril. A sessão solene, devidamente convocada, só teria lugar depois da primeira acabar, o que viria a acontecer já depois da meia-noite de 25.
Sinceramente, nunca tinha visto nada assim. A convocatória dizia expressamente que a sessão teria início assim que terminasse a sessão anterior. O regimento nada diz a este respeito, mas é no mínimo estranho, tanto mais que, numa sessão normal, quando se atinge a meia-noite é necessário pedir autorização ao plenário para continuar os trabalhos para além desta hora. Então, e para começar uma reunião depois da meia-noite já não há problemas?
Já para não falar na situação pouco ética, no mínimo, que é os deputados municipais auferirem duas senhas de presença com apenas uma deslocação e, diga-se em abono da verdade, uma única reunião… pois só a mudança de lugares na mesa ditou a transformação do que era ordinário em extraordinário. Ou seja, duma assentada só, os deputados municipais levaram para casa 110 euros. Nada que lhes não seja devido, é certo, mas fica muito mal na fotografia receber sem mostrar trabalho.
E para culminar, e dar ainda um toque mais surrealista ao retrato da sessão comemorativa, só mesmo lembrar a ausência completa do PCP da reunião da passada quinta-feira. De uma e de outra, refira-se, mas com maior impacto na sessão comemorativa do 25 de Abril, onde têm lugar de destaque os líderes de cada uma das bancadas políticas. E assim foi, mas do Partido Comunista ninguém. Nem um substituto se dignaram enviar, para ler um discurso encomendado que fosse. Ficou em branco. E ainda há quem se admire do alheamento dos jovens!
Que vil e abominável tristeza, gentalha da triste figura: foi esta a sessão comemorativa do 25 de Abril?! Tudo isto fez-me lembrar um antigo ditado popular: o 25 de Abril «Não é mel para a boca do asno».
ResponderEliminarAgora temos dois namorados zangados. Os deputados só receberam um senha. Podem confirmar. Não vociferem tanto, senão ficam como o Diamantino. Cumprimentos
ResponderEliminarVergonhoso exemplo do PCP. Evidente que assim não vai longe por terras courenses, mas também pelos mais variados motivos já ninguém espera isso.
ResponderEliminarQuestão: qual seria o problema de os deputados receberem duas senhas se participaram em duas reuniões? Se é pelo deslocamento então os que vivem na Vila saem sempre beneficiados. Subscrevo o anónimo anterior na sua ultima afirmação.