22 abril 2008

Sem custos, sem alternativas

Será a ausência de alternativa uma alternativa? Parece que sim. Pelo menos assim parece pensar o Governo, sempre que volta a falar, a teimar, na intenção de instalar portagens nas actuais vias em regime de SCUT, ou seja sem custos para o utilizador. Mas será que aqueles senhores que andam lá por Lisboa conhecem alguma estrada que não apareça no mapa, que o resto dos cidadãos comuns não conheça?
Pensar que a EN13, entre o Porto e Viana do Castelo é uma alternativa à A28 só demonstra uma de duas coisas: desconhecimento absoluto da situação real daquela via ou alheamento puro e simples do que se passa nesta zona do país. É que à EN13 já nem sequer se pode chamar estrada nacional, tal a transformação a que foi sujeita nos últimos anos, que a tornou mais próxima daquilo que conhecemos como uma rua citadina do que uma via nevrálgica do mapa rodoviário nacional que já foi, em tempos idos.
Ainda se lembram dos tempos em que o tempo de espera para atravessar a ponte de Fão era de tal ordem que se podia abandonar o carro na fila e ir comprar uma dúzia dos saborosos pastéis ali ao lado para saciar o apetite? Pois é, na altura é que não havia alternativa. Agora há, é a A27, uma via com perfil de auto-estrada mas que surge apenas e só como a sucessora da EN13, nunca como uma via complementar, a utilizar apenas por aqueles que não querem perder horas no labirinto da velha estrada nacional.
Dizem alguns, pelos jornais e pela blogosfera, que as intenções governativas de cobrar portagem já estão no terreno, com a instalação de um portal ali nas imediações de Vila do Conde. Também já o vi. E ignorei-o. Não sou capaz de encontrar uma justificação plausível para a sua existência. Sei, contudo, que será mais um travão para o desenvolvimento do Alto Minho. Pior, será um travão para evitar o empobrecimento desta região periférica, onde se inclui Paredes de Coura. Ou será que pensam que o trânsito daqui para Sul e vice-versa não vai ser afectado por essa decisão do Governo?
Valha-nos que, ao mesmo tempo que surgem estas notícias, surge na Internet um movimento organizado que procura chamar o ministro à razão. Como? Recolhendo assinaturas, muitas, tantas que possam impedir o avanço desta medida penalizadora de todos quantos utilizam as actuais SCUT mas também de todos aqueles que, não as utilizando, delas beneficiam. Ou julgam que o transporte de mercadorias ou passageiros não vai ser influenciado pelo custo das portagens ou pelo tempo gasto a mais nos ditos "percursos alternativos". Alternativos à portagem, realce-se, não ao trajecto em si.
Eu já assinei. Aqui.

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