Por motivos profissionais costumo receber a visita frequente de pessoas de fora do concelho, alguns até de fora do país. Esta semana veio mais um. Natural do Porto mas a residir na Grande Lisboa, nunca tinha estado em Paredes de Coura e, aproveitando uma hora de almoço mais alargada, foi brindado com uma visita relâmpago a alguns dos locais mais emblemáticos/conhecidos do concelho. No final do almoço, porque no restaurante onde fomos encontrou o programa do Maio Cultural e, dado o seu interesse pessoal pela música, pediu para ver o Centro Cultural de Paredes de Coura e ficou admirado quer com o edifício, quer com a sua programação cultural, especialmente activa neste mês. "Vocês são uns privilegiados", rematou.
Esta tarde, dias depois deste almoço, as palavras deste forasteiro, que conhece grande parte do mundo e passa, actualmente, os seus dias repartido entre Lisboa e o Médio Oriente, ecoaram de novo na minha memória. Isto porque estive no Centro Cultural a assistir à conferência de Pedro Coelho, jornalista da SIC, conhecido pelas suas reportagens premiadas. Eu... e mais nove pessoas, num cenário que deprimiria qualquer um, mas que a responsável do Centro Cultural, com o beneplácito do convidado, soube transformar numa animada conversa que, durante hora e meia abordou de forma descontraída o tema da conferência, o jornalismo de proximidade.
Um debate animado, muito informal, que possibilitou a troca de experiências com o orador, que recordou alguns episódios da sua vivência enquanto jornalista e enquanto autor da tese de mestrado que abordou, precisamente, o jornalismo televisivo de proximidade. As pressões, políticas, económicas ou sociais, sobre a imprensa local marcaram grande parte da conversa, com Pedro Coelho a concluir que é muito dificil fazer jornalismo quando se fala da pessoa que encontramos todos os dias no café.
Só não se falou no alheamento da sociedade courense em relação às iniciativas culturais do município. E de como passamos, de um momento para o outro, de privilegiados, por teremos uma grande oferta cultural, a irresponsáveis, por a ignorarmos sistematicamnte.
É esta atitude que os Courenses demonstram perante muitas e variadas situacoes!!!!Se têm,nao aparecem e nao participam.....Se nao têm,criticam tudo e todos e ainda dizem que a culpa é da Câmara Municipal q nao faz nada...
ResponderEliminarMas é a nossa (in)cultura.....que havemos de fazer???????
Não será tanto assim
ResponderEliminarAs pessoas podem não estar interessadas, certo?
E no caso do jornalista Pedro Coelho até é facil de entender.
Estamos num meio rural, o Pedro Coelho é jornalista... penso que não é preciso explicar mais nada.
O ano passado esteve o Ricardo Araujo Pereira e a sala esteve cheia.
Estiveram cá os melhores Sketches dos Monthy Pito e a sala estava cheia.
Por isso...
Se houver concertinas a sala enche certamente.
Se houver ranchos idem.
Gostos não se discutem.
Uma coisa é haver e as pessoas por, variadissimas razões, não aderirem.
Outra coisa é, na minha opinião, por que são tão escassas.
Afinal há 4 fins de semana por mês.
SB (de LX)