07 fevereiro 2007

Nunca é tarde

Em Bico, concelho de Paredes de Coura, um grupo de pessoas, homens e mulheres, todos com mais de 60 anos de idade, voltou à escola. Voltou é como quem diz, pois alguns deles nunca tinham frequentado o ensino.
Outros tempos, em que não era obrigatório ir à escola, em que os trabalhos no campo eram a prioridade. Agora, volvido mais de meio século, eis que desperta nestes “jovens” a vontade de aprender. Criaram filhos, netos, alguns até bisnetos, e livres do trabalho no campo, apegam-se às letras.
O mesmo acontece com aqueles que, tendo interrompido os estudos em determinada fase da sua vida, procuram agora atingir o patamar que não chegaram a alcançar na altura devida. A certificação de competências tem sido bastante procurada em Paredes de Coura. Promovida pela Eprami, aposta em dar aos interessados a possibilidade de concluir o 4º, 6º ou 9º ano de escolaridade, reconhecendo como útil as competências que as pessoas foram desenvolvendo ao longo de uma vida de trabalho.
A validação de competências pode ter, contudo, na minha opinião, um outro lado da moeda. É que, ao ver que, se abandonarem o ensino regular podem, mais tarde, com menos esforço, conseguir o mesmo grau académico, muitos jovens poderão ver no reconhecimento de competências um escape para largarem a escola. Cumpre aos pais, sobretudo ao pais, assegurar que a “expectativa” de um 9º ano conquistado sem esforço, não se sobrepõe à pouca vontade de muitos jovens em continuar a estudar.

2 comentários:

  1. É evidente que a validação dos experienciais adquiridos facilita a atribuição de um grau ao nível dos ensinos básico e secundário, mas, mesmo assim, tem uma valor funcional, já que a funcionalidade do conhecimento é diferente. Um jovem não pode esperar, se quiser singrar na vida, por um grau que nada lhe acrescenta em termos de saberes. Por isso, não olho negativamente para esse processo

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  2. Isto só serve para a estatistica porque na prática, vamos ver aquelas mulheres com 321 cursos a tirarem mais um curso, sem aprenderem nada. O que não interessa nada. O menino Socrates quer é propaganda. Daqui a uns tempos em tempo de eleições, cagará mais numeros para os pobres deste país votarem outra vez nele. Coitados ainda acreditam no Robin dos Bosques...

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